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Psicologia: teoria e prática
versão impressa ISSN 1516-3687
Psicol. teor. prat. vol.12 no.3 São Paulo mar. 2010
ARTIGO ORIGINAL
Estilos de pensar e criar em universitários das áreas de humanas e sociais aplicadas: diferenças por gênero e curso
Thinking and creating styles in students of Humanities and Social Sciences Applied areas: differences by gender and course
Estilos de pensamiento y crear en los estudiantes de las areas humanas y ciencias sociales aplicadas: diferencias por género y curso
Tatiana de Cássia NakanoI; Eliana SantosI; Sérgio Fernando ZavarizI; Solange Muglia WechslerI; Evelin MartinsII
I Pontifícia Universidade Católica de Campinas
II Universidade Salesiana
RESUMO
A avaliação dos estilos de pensar e criar pode apresentar informações importantes sobre a preferência dos indivíduos e seu comportamento. O objetivo deste estudo foi avaliar os estilos de pensar e criar de universitários, de acordo com o curso de origem e gênero. A amostra foi composta por 439 estudantes (79 homens, 360 mulheres) dos cursos de Administração e Psicologia, com idades entre 18 e 55 anos. A escala "estilos de pensar e criar" de Wechsler foi administrada coletivamente, e os resultados da análise da variância indicaram que as variáveis gênero e curso não tiveram influência significativa nos estilos, mas somente a interação destas em relação ao estilo relacional-divergente. Os dados apontam a necessidade de mais estudos sobre os estilos de pensar e criar, envolvendo estudantes de outros cursos, para obtenção de conhecimento a respeito das preferências cognitivas e comportamentais dos universitários brasileiros.
Palavras-chave: Cognição, Criatividade, Estudantes universitários, Traços de personalidade, Pensamento divergente.
ABSTRACT
The assessment of styles of thinking and creating can provide important information about the preferences of individuals and their behavior. The aim of this study was to investigate styles of thinking and creating on undergraduate students according course of origin and gender. The sample was compounded by 439 students (79 men and 360 women) studying Administration and Psychology courses, ages between 18 and 55. The scale "Styles of Thinking and Creating" of Wechsler was administered collectively. The results of Analysis of Variance indicated that the variables gender and course didn't have a significant influence on the styles, only the interaction between these variables in relation to the relational-divergent style. The findings indicate the need for further studies on the styles of thinking and creating involving more students to obtain knowledge about the cognitive preferences and behavior preferences of Brazilian undergradutates.
Keywords: Cognition, Creativity, College students, Personality traits, Divergent thinking.
RESUMEN
La evaluación de los estilos de pensar y de crear puede tener importantes informaciones acerca de las preferencias de los individuos y su comportamiento. El objetivo de este estudio fue evaluar los estilos de pensar y crear de los estudiantes de la universidad de acuerdo con el curso y género. La muestra fue compuesta por 439 estudiantes de Administración de Empresas y Psicología (79 hombres, 360 mujeres), con edades comprendidas entre 18 y 55. La escala de "estilos de pensamiento y crear" de Wechsler fue administrada colectivamente. Los resultados de las análisis de varianza denotaran que las variables gênero y curso no tuvieran influencia significativa en los estilos, sólo la interacción de estos en relación con el estilo relacional-divergente. Estos resultados demuestran la necesidad de nuevos estudios sobre los estilos de pensar y crear envolviendo estudiantes de otros cursos para obtener conocimientos sobre las preferencias cognitivas y de comportamiento de los Estudiantes universitarios brasilenos.
Palabras clave: Cognición, Creatividad, Estudiantes universitarios, Rasgos de personalidad, Pensamiento divergente.
Introdução
O interesse pelo estudo e pela investigação da criatividade vem se ampliando desde a década de 1950, a partir do famoso discurso de Guilford (1950), no qual ele apontou o abandono a que a área estava exposta, principalmente pela falta de um consenso acerca de sua definição. Nesse sentido, importante passo foi dado pelos pesquisadores durante reunião em Buffalo (1990), ocasião em que elaboraram uma definição para o termo, de forma que, a partir desse momento, a criatividade passou a ser compreendida em decorrência de interações entre processos cognitivos, características de personalidade, variáveis ambientais e elementos inconscientes (WECHSLER, 1998, p. 91).
De acordo com Sakamoto (2000), um aprofundamento em relação ao fenômeno criativo se faz necessário no momento atual, ante a necessidade fundamental da construção de uma base teórica mais integradora sobre o fenômeno criativo, a qual nos permita um aproveitamento maior de toda a gama de informações existentes sobre o assunto. Ainda de acordo com a autora, há pouco mais de quinze anos os pesquisadores têm se dedicado ao estudo da criatividade, cujos resultados têm gerado a oportunidade de alcançar uma compreensão abrangente sobre o fenômeno criativo, estimulando a procura, o aprofundamento e a ampliação do conhecimento sobre a temática. Vemos que, dessa forma, o maior interesse nos estudos em criatividade e, por consequência, a melhor compreensão do fenômeno criativo favoreceram a aplicação do conhecimento adquirido nos mais diversos contextos: organizacional (gestão, recursos humanos, marketing, entre outros), educacional, clínico e da saúde. Entretanto, a área ainda necessita de investigações que tenham por objetivo a expansão e aplicação em outros contextos, como a saúde mental, e em grupos populacionais considerados minoritários, como deficientes (físico/mental), idosos e superdotados (NAKANO; WECHSLER, 2007; SAKAMOTO, 2000; WECHSLER, 2001). Além desses, estudos psicossociais que visem a avaliar a influência da cultura e do meio social se fazem importantes, visto que esses estudos podem apontar como a cultura e a criatividade interagem entre si e como a cultura afeta o desenvolvimento e a expressão criativa (Cheng; Kim; Hull, 2010).
Nesse sentido, a literatura tem demonstrado que a cultura e o ambiente podem atuar de forma favorável ou desfavorável ao desenvolvimento criativo, de forma a encorajar ou desencorajar a criatividade, visto que, em algumas culturas, os comportamentos criativos podem estar em conflito com as normas sociais vigentes. Dessa maneira, a obediência às regras acaba por criar barreiras à criatividade, em razão da forte influência de estereótipos sociais, expectativas e pressões no sentido da conformidade.
Por sua vez, Wechsler (2006b) enfatiza que, independentemente da pressão social, as pessoas criativas apresentam características bem peculiares, de forma que a tentativa de identificar tendências de comportamento e sentimento nas pessoas criativas pode revelar importantes informações sobre a criatividade. Sob essa perspectiva, Wechsler (1999) desenvolveu um modelo que buscou explicar a autorrealização criativa, considerando os estilos de criar. Segundo seu modelo, esses estilos estariam localizados na intersecção de dois grandes conjuntos: as habilidades cognitivas e as características da personalidade, ambas localizadas dentro de um conjunto ainda maior, que seria o ambiente. Para atingir a realização criativa, esses três conjuntos formados por aspectos sociais, afetivos e cognitivos deveriam se inter-relacionar de forma harmônica. Esses estilos fazem parte de uma categoria maior denominada estilos cognitivos, que são definidos como um conjunto de modalidades de funcionamento psicológico que proporcionam unidade e coerência ao comportamento do sujeito, constituindo-se como uma das facetas da personalidade, ao apontar diferenças mais qualitativas do que quantitativas entre as pessoas (LÓPEZ; CASULLO, 2000). De forma abrangente, os estilos cognitivos são entendidos como diferenças individuais na organização cognitiva, sendo vistos como mediadores entre habilidade e personalidade.
Segundo Candeias (2008), um conjunto de recursos é necessário para que a criatividade ocorra, entre eles os estilos cognitivos, que seriam, segundo a autora, formatos ou caminhos que o indivíduo utiliza para ativar e servir-se de suas capacidades e que implicam uma decisão pessoal sobre como aproveitá-los. Desde o século IX, estudiosos apresentavam interesse pelas variações individuais nos modos de pensamento, e, segundo Santos, Bariani e Cerqueira (2000), a expressão "estilo cognitivo" foi usada pela primeira vez por Allport, em 1937, ao considerar que pessoas tinham tendências ou predisposições cognitivas e afetivas (modos básicos para atuar e pensar) que determinariam as percepções e os julgamentos (cognitivos) (MARTINS; SANTOS; BARIANI, 2005). Ainda de acordo com as autoras, os estilos tratam do modo preferencial de alguém usar habilidades, não havendo estilos bons ou maus, apenas diferentes. Por sua importância, os estilos cognitivos têm recebido considerável atenção por parte dos pesquisadores (GALLAHER, 1992).
De acordo com Zhang e Sternberg (2006), vários foram os autores e modelos criados para explicar os estilos cognitivos: estilos de pensamento de Sternberg, estilos de aprender de Bigg, tipos de personalidade de Holland, modos de pensamento de Torrance, tipos de personalidade de Myers e McCaulley, estilos mentais de Gregorc, estilos adaptação/inovação e estilos de resolução de problemas de Kirton, estilos reflexivo-impulsivos de Kagan, pensamento convergente e divergente de Guilford e dependência/independência de Witkin. Embora inúmeras sejam as teorias sobre estilos cognitivos, alguns estudiosos consideram esse construto mais como um traço de personalidade do que um estilo propriamente (SANTOS; WECHSLER, 2008). Nesse sentido, Wechsler (2009) chama a atenção para a distinção entre estilos e tipos. Estilo envolveria preferências que podem ser modificadas segundo a situação, se o indivíduo desejar, sofrendo influências da idade e maturação, diferentemente do conceito de tipo, que seria estável.
Especificamente, os estilos cognitivos podem ser percebidos como a maneira como o indivíduo criativo gera as ideias, sendo denominado, nesse caso, estilo criativo. Segundo Lubart (2007), esses estilos não predizem o grau de criatividade (nível), mas a natureza. Nesse sentido, Kirton (1994, p. 37) concebe estilos de criar como preferências cognitivas consistentes e estáveis que se manifestam em qualquer situação, envolvendo criatividade, solução de problemas e tomada de decisão. Essa constatação nos leva à percepção da importância de reconhecer e avaliar a existência de vários estilos, atentando para o fato de que não existem estilos certos e estilos errados, e sim estilos individuais que diferem de uma pessoa para outra. Nenhum é melhor, eles apenas demonstram a forma como a pessoa utiliza sua criatividade, permitindo compreender o funcionamento dos indivíduos, visto que os estilos não representam um conjunto de capacidades, e sim um conjunto de preferências (STERNBERG, 1997).
Para Sternberg e Grigorenko (1997), os estilos não seriam estáveis, visto que as pessoas possuem uma quantidade flexível de estilos, que variariam de acordo com a situação. Dessa forma, os estilos mudam como forma de adaptação às diferentes situações que podem surgir, podendo, ainda, predominar um estilo em um estágio da vida e outro diferente em outra fase. Os autores acrescentam também que os estilos, por estarem fortemente relacionados à interação do indivíduo com o ambiente, poderiam ser desenvolvidos.
Com o propósito de responder à importância da investigação dos estilos, estudos internacionais que buscaram investigar os tipos pessoais, estilos e preferências foram desenvolvidos por grupos de pesquisadores e resultaram em instrumentos confiáveis, tais como o inventário de estilos de aprender (DUNN; DUNN; PRICE, 1984), o inventário Kirton de adaptação-motivação (KIRTON, 1987) e o Myers-Briggs type indicator (BRIGGS-MEYERS; MEYERS, 1977). Entretanto, nenhum desses se encontra adaptado e validado para uso em nosso país. No Brasil, o único instrumento que avalia a interação dos estilos com a criatividade foi desenvolvido por Wechsler (2006a), intitulado "estilos de pensar e criar", um instrumento de identificação fundamentado nas características da pessoa criativa, categorizado em 25 dimensões, cada uma contendo quatro questões, de forma a totalizar 100 itens, que devem ser respondidos dentro de uma escala likert, mais bem descrito a seguir (HOMSI, 2006; MUNDIM; WECHSLER, 2007; SIQUEIRA; WECHSLER, 2004; WECHSLER, 2006a, 2006b).
Diante da abrangência e importância dos estilos criativos, este estudo teve por objetivo avaliar os estilos de pensar e criar de universitários dos cursos de Administração e Psicologia, de forma a comparar os estilos predominantes, de acordo com o curso de origem e gênero.
Método
Participantes
Participaram da pesquisa 439 universitários dos cursos de Administração (n = 244; 55,58%) e Psicologia (n = 195; 44,42%), sendo 360 (82%) do gênero feminino e 79 (18%) do masculino, com idades entre 18 e 55 anos. A disparidade de número de participantes por gênero deu-se, principalmente, pelo fato de o curso de Psicologia ser frequentado, em número bem maior, por indivíduos do gênero feminino.
Os estudantes eram provenientes de quatro cidades, sendo duas da Região Sudeste do país (São Paulo: n = 222, 50,5% e Campinas: n = 92, 21,0%), uma do Nordeste (João Pessoa: n = 75, 17,1%) e outra do Sul (Foz do Iguaçu: n = 50, 11,4%), como demonstra a Tabela 1.
Instrumento
Utilizou-se a escala de "estilos de criar e pensar" de Wechsler (2006a), composta por 100 itens, com frases positivas e negativas, que deveriam ser respondidas dentro de uma escala Likert de seis pontos, indo de "discordo totalmente" a "concordo totalmente", sem tempo determinado para ser respondida. Essa escala se encontra validada para uso no Brasil com indivíduos a partir dos 15 anos e está aprovada pelo Conselho Federal de Psicologia (2009).
Os itens são agrupados de acordo com cinco estilos: cauteloso reflexivo (CR, com 32 itens), inconformista transformador (IT, com 32 itens), lógico objetivo (LO, com 11 itens), emocional intuitivo (EI, com 7 itens) e relacional divergente (RD, com 7 itens), tendo sido considerados os resultados brutos nas análises.
Procedimento
Os testes foram aplicados pelos pesquisadores de forma coletiva em sala de aula, e a correção deu-se de acordo com o modelo contido no manual do teste (Wechsler, 2006a), de forma que a escolha do indivíduo em cada frase foi pontuada de 1 a 6. Dessa forma, foram obtidas pontuações brutas nos cinco estilos avaliados, as quais foram trabalhadas em função de médias e desvio padrão. Consideraram-se as variáveis gênero e curso, e utilizou-se, posteriormente, a análise da variância para verificar a influência dessas variáveis no desempenho dos indivíduos. É importante salientar que a variável cidade não foi utilizada, visto que ela não contemplava estudantes dos dois cursos, em todas as cidades envolvidas - somente uma delas possuía amostra de estudantes pertencentes aos dois cursos. Nas demais, foram avaliados estudantes somente de um dos cursos.
Resultados
Inicialmente, são apresentadas as pontuações mínima e máxima, as médias e os desvios padrão por gênero e curso.
De acordo com a Tabela 2, verificou-se que o gênero feminino obteve maiores pontuações na maioria dos estilos avaliados (cauteloso-reflexivo, inconformista-transformador, lógico-objetivo e emocional-intuitivo). O gênero masculino destacou-se somente no estilo relacional-divergente. É importante salientar que esse resultado deve ser interpretado com cautela, visto que pode estar relacionado à disparidade no número de participantes por gênero na composição da amostra, na qual se verifica predominância feminina.
Em relação aos cursos, notou-se que estudantes do gênero feminino do curso de Administração apresentaram médias mais altas que as estudantes do curso de Psicologia, nos estilos inconformista-transformador, lógico-objetivo e relacional-divergente. Por sua vez, as estudantes de Psicologia apresentaram maiores médias nos estilos cauteloso-reflexivo e emocional-intuitivo. Em relação ao gênero masculino, estudantes do curso de Psicologia obtiveram médias mais altas que os do curso de Administração em todos os estilos avaliados, com exceção do emocional-intituitivo, no qual a pontuação foi bastante similar entre os estudantes dos dois cursos.
Deve-se esclarecer que não existem estilos puros, mas sim tendências para se comportar de determinada maneira, de forma que as pessoas geralmente se apresentam mais bem descritas por um estilo, embora possam apresentar algumas características de outro estilo, em menor intensidade.
Com a finalidade de verificar a influência que as variáveis gênero e curso exercem nos estilos de pensar e criar, empregou-se a análise univariada da variância. A variável cidade de origem não foi analisada pelo fato de a amostra não contemplar estudantes dos dois cursos em todas as cidades envolvidas, de modo que a análise dessa variável se tornou inviável. Os resultados são apresentados na Tabela 3.
De acordo com a Tabela 3, pode-se identificar que as variáveis gênero e curso não exercem diferenças significativas em nenhum dos estilos analisados. Constatou-se somente uma diferença significativa, na interação entre as variáveis gênero e curso, em somente um dos estilos: o relacional-divergente (F = 4,960, p < 0,026).
Discussão
Inicialmente, torna-se importante salientar que, pelo fato de somente uma influência ter sido observada nos estilos de pensar e criar e considerando a existência de um desequilíbrio na amostra de acordo com o gênero do participante, pela maior concentração do gênero feminino nos cursos de Psicologia, os resultados apresentados devem ser analisados com cautela, pois sabe-se que a expressão da criatividade sofre influência de fatores ambientais e culturais, principalmente daqueles relacionados às influências sociais no desempenho do papel sexual, que modela a maneira como os indivíduos de cada gênero se comportam de modo esperado ou não (Cropley, 2000). Concordando com esse posicionamento, Baer (1999) também busca explicar as causas da diferença encontrada entre os gêneros, mencionando que uma combinação de fatores seria responsável, principalmente a diferenciação sexual estimulada na escola e em diversos contextos importantes, de forma que os vários obstáculos ao desenvolvimento da criatividade parecem ser mais culturais que biológicos, como o excesso de importância atribuída ao papel dos gêneros (Kneller, 1978). Também nesse sentido, Bariani (1998) afirma que essa tendência parece se originar muito mais de características culturais, mas não pode ser atribuída a fatores biológicos. Essa opinião é compartilhada por Wechsler (2008) e Alencar (2002) quando afirmam que certos traços de personalidade que se associam à criatividade, como espontaneidade, sensibilidade e intuição, seriam mais aceitos quando apresentados pelo gênero feminino, enquanto outros seriam considerados mais adequados se apresentados pelo masculino, como curiosidade e independência.
Quando se procuram, na literatura científica, respostas acerca da existência de diferença na criatividade, em razão do gênero, o que se encontra é que esta é uma questão polêmica. Baer (1999) realizou uma revisão que abrangeu 80 estudos internacionais que avaliaram a diferença de gênero na criatividade, e metade deles indicava a não existência dessa tão controvertida diferença, ao passo que, dos estudos restantes, dois terços favoreceram o gênero feminino, e um terço, o masculino. O que se pode verificar é que os dados relativos ao gênero são divergentes, de maneira que não se pode afirmar, seguramente, segundo esse autor, que haja diferenças, nas medidas de criatividade, a favor de um gênero ou de outro.
Nesse mesmo sentido, ao analisarem a literatura, Fleith e Alencar (2008) observaram que os estudos não são conclusivos acerca da relação entre gênero e criatividade, pois dependem também do tipo de criatividade que está sendo avaliada. As diferenças variam bastante em função dos objetivos, da medida utilizada e da amostra contemplada nos estudos. Assim, parece não haver consenso sobre a existência ou não de diferenças e, em caso afirmativo, a favor de qual gênero.
No presente estudo, a constatação da não diferença entre homens e mulheres vem reforçar uma das teorias defendidas na literatura acerca da hipótese de não existência de diferenças na criatividade, em razão do gênero. Autores como Aranha (1997) argumentam que os indivíduos criativos escapariam, em certa medida, ao rígido estereótipo dos papéis em função do gênero. Esse fato seria explicado pela questão da androgenia psicológica, segundo a qual os indivíduos criativos possuiriam uma capacidade de apresentar uma série de características pessoais favorecedoras da criatividade, independentemente do gênero a que pertencem. Desse modo, pessoas criativas se assemelhariam mais entre si do que em função do gênero, julgamento compartilhado por Candeias (2008), De La Torre (2005) e Montuori e Purser (1995).
A ausência da influência da variável gênero nos estilos também foi citada em outras pesquisas, tais como a desenvolvida por Santos, Sisto e Martins (2003) com 135 universitários, na qual os gêneros apresentaram intensidade semelhante nos estilos cognitivos investigados, sendo as diversidades não significativas, de forma a haver diferença somente em relação aos traços de personalidade relacionados à socialização, mais evidenciado no gênero feminino. Igualmente, Nasetta, Garelli e Masramon (2009) verificaram a não existência de diferenças significativas, por gênero, em relação aos estilos de personalidade de 71 universitários.
Vários outros estudos, entretanto, apontaram a existência de diferenças. É possível verificar, no estudo de Mundim e Wechsler (2007), diferenças significativas em função do gênero em quatro dos oito estilos avaliados, nos quais as líderes do gênero feminino obtiveram médias mais altas que os líderes do gênero masculino em todos os fatores. Diferenças significativas foram encontradas em relação ao estilo sensibilidade interna e externa, demonstrando que o gênero feminino parece estar mais em contato com seu lado emocional e com as pessoas ao seu redor. Essa mesma diferença foi relatada por Siqueira e Wechsler (2004) em 152 estudantes do ensino médio, tendo o gênero feminino obtido resultados significativamente maiores no estilo sensibilidade interna e externa, indicando maior facilidade entre as mulheres de estarem atentas aos aspectos emocionais intra e interindividuais. Diferenças relacionadas ao gênero também foram encontradas por Martins, Santos e Bariani (2005) ao investigarem estilos cognitivos em uma amostra de universitários, cujos resultados apontaram diferenças significativas em um dos estilos estudados, mais acentuado nos homens. Homsi (2006), ao estudar 126 universitários, nos quais influências de gênero foram observadas, concluiu que o gênero feminino se mostrou mais cauteloso e conservador que o masculino. Convém salientar que o próprio manual do instrumento (WECHSLER, 2006a) apresenta resultados que demonstraram diferenças significativas nos fatores, de acordo com o gênero do participante, e o gênero masculino mostrou-se mais cauteloso e inconformista do que o feminino.
Outro estudo buscando relacionar os estilos de personalidade e a criatividade foi desenvolvido por Cheng, Kim e Hull (2010) com 169 estudantes universitários e indicou a existência de relação entre o potencial criativo e os tipos de personalidade, avaliados pela teoria do Myers-Briggs type indicator (MBTI), de forma que os estudantes que têm o tipo intuição ou percepção apresentaram maior potencial criativo do que os estudantes que têm o tipo sentimento ou julgamento. O estudo ainda indicou que não há diferenças culturais ou de gênero em relação aos estilos extroversão, intuição e percepção, havendo somente diferença no estilo sentimento, no qual as mulheres apresentam maior média do que os homens. Ainda investigando a questão do gênero nos estilos, Sonoo, Hoshino e Vieira (2008) desenvolveram pesquisa com 238 técnicos esportivos e atletas de diferentes modalidades esportivas. Esses autores observaram diferenças significativas em relação ao estilo de liderança dos técnicos, visto que aqueles que trabalhavam com equipes femininas tinham maior número de comportamentos de suporte social do que os das equipes masculinas, que apresentavam, de forma mais frequente, comportamentos mais autocráticos.
Em relação à investigação acerca da existência de diferenças nos estilos, de acordo com o curso, somente um estudo que avaliou essa variável foi encontrado. A pesquisa de Martins, Santos e Bariani (2005) indicou resultados muito semelhantes entre os estudantes das áreas de exatas, humanas e biológicas, não encontrando diferenças significativas.
Diante dessas constatações, torna-se importante refletir acerca da influência do ambiente na criatividade. Wechsler (2001) afirma a importância de investigar e observar a expressão criativa dentro de cada cultura, permitindo que essa característica seja valorizada e respeitada dentro das especificidades e dos valores de cada país. Atenta a essa necessidade, Nakano (no prelo) identificou os estilos preferenciais de pensar e criar de 186 estudantes do curso de Psicologia e constatou a existência de estilos semelhantes entre estudantes de diferentes estados brasileiros. Os resultados demonstraram que, de forma geral, estudantes das regiões Sul e Nordeste apresentaram um perfil similar quanto aos estilos predominantes, com os estudantes da região Sudeste se diferenciando dos demais. A análise da variância indicou que a variável cidade de moradia exerce influência significativa no estilo dos estudantes, o que significa que, segundo a autora, as diferenças encontradas podem refletir padrões culturais diversos presentes na população brasileira.
No caso de um país como o Brasil, onde a diversidade populacional contempla grandes diferenças regionais, os resultados devem ser interpretados com cautela, visto que, "[...] embora a pesquisa internacional venha demonstrando a amplitude de traços e comportamentos da pessoa criativa que podem ser identificados, transculturalmente, existem características próprias e modos de agir e pensar preferenciais em cada povo" (WECHSLER, 2006b, p. 224).
O fato de essas diferenças por curso não terem sido encontradas no presente estudo pode ser explicado pela composição da amostra (com estudantes de somente dois cursos e com predominância do gênero feminino). Entretanto, Nakano (no prelo) chama a atenção para o fato de que outros fatores, tais como a adoção de diferentes métodos pedagógicos, estilos de ensinar e características de personalidade provenientes de experiências de vida anteriores ao ingresso no curso superior, podem exercer influência na determinação dos estilos de pensar e criar dos estudantes, de forma a reforçar a importância de outros estudos. Nesse caso, resultados que indicam a não diferença entre gênero e curso devem ser mais bem investigados, a fim de que se possa afirmar com mais segurança sobre os estilos de pensar e criar dos universitários brasileiros.
Uma segunda análise das diferenças em relação ao curso universitário pode ser feita, de acordo com Lubart (2007), quando se considera o fato de que os quadros profissionais têm impacto sobre a expressão criativa, pois podem tanto oferecer um ambiente favorável às condutas criativas como representar um freio considerável à criatividade, de modo que, ainda de acordo com o autor, no adulto, o tipo de atividade profissional determina, em parte, as possibilidades de exercer a criatividade. Nesse sentido, esperava-se destaque dos estudantes de Administração no estilo lógico-objetivo, situação que foi confirmada, visto que, diante das necessidades do campo de atuação e dependendo da empresa em que trabalham, emitir uma ideia original e criativa pode prejudicar o desenrolar normal do trabalho, uma vez que este deve ser executado com precisão. Entretanto, quando se constata melhor desempenho dos alunos do curso de Psicologia no estilo emocional-intuitivo, confirma-se a presença de características mais compatíveis com as habilidades esperadas nesse tipo de profissional - empatia, suporte emocional e intuição. Nesse sentido, Pitta et al. (2000, p. 47) sugeriram, ao investigarem os estilos cognitivos de estudantes de Psicologia, que, em relação à expectativa social, "é esperado dos estudantes de Psicologia, sobretudo dos formandos, que eles possuam certas habilidades como a capacidade para fazer avaliações críticas e, em especial, o bom relacionamento interpessoal".
Esses autores salientam que os resultados devem ser interpretados com cautela, visto que as diferenças encontradas não podem ser atribuídas de forma simplista somente ao tipo de curso frequentado, uma vez que outros fatores, como o gênero dos estudantes e as vivências na universidade, poderiam ser responsáveis por tais diferenças. Quanto às definições de estilos, Martins, Santos e Bariani (2005) afirmam que seriam esperadas diferenças mais acentuadas entre os cursos, considerando que os indivíduos tenderiam a escolhê-los de acordo com suas formas de perceber e de processar informações, o que não ocorreu no presente estudo, uma vez que as diferenças em relação a essa variável não se mostraram significativas.
Nesse sentido, Candeias (2008) afirma que os contextos podem inibir ou estimular a criatividade, pois, mesmo que os recursos internos estejam presentes, se a pessoa não encontrar espaço ou ambiente em que possa propor ideias, a criatividade pode não se manifestar. Muitas vezes, os estudantes já entram nos cursos superiores com uma ideia do perfil do profissional daquela área, ao qual, provavelmente, tendem a se moldar. Ao assim procederem, desrespeitam o estilo próprio, de forma que a expressão criativa fica dificultada, causando prejuízos tanto na esfera pessoal como profissional.
A importância de estudos sobre os estilos baseia-se, segundo Martins, Santos e Bariani (2005), no fato de que, em função dos estilos, os alunos podem revelar melhor desempenho diferentes situações. Conhecendo o próprio estilo, o aluno pode perceber em que situação aprende melhor, e o professor pode identificar em que situação consegue ensinar, de forma a atingir um número maior de alunos. Um maior conhecimento sobre os estilos cognitivos poderia favorecer processos de ensino e aprendizagem mais adequados, respeitando as características individuais dos alunos. Ainda de acordo com essas autoras, seria altamente desejável um maior investimento em pesquisas que focalizem variáveis psicológicas, como os estilos cognitivos, uma vez que podem interferir na aprendizagem. No entanto, o que se nota é que esse construto ainda tem sido pouco investigado no Brasil.
Considerações finais
Tradicionalmente a educação tem valorizado a difusão de uma visão convergente, unitária e estruturada, com a finalidade de garantir ao aluno a assimilação dos conhecimentos. De acordo com De La Torre (2008), hoje essa visão não tem se mostrado a mais adequada, de forma que, se a educação apresenta o objetivo de desenvolver todas as potencialidades humanas, não deve continuar a negligenciar o estímulo de outras potencialidades distintas da inteligência, como a questão da criatividade, tão importante para o desenvolvimento pessoal.
De acordo com Wechsler (2006b), se um indivíduo encontrar possibilidades ou estímulos para expressar o potencial criativo, por meio de estilos preferenciais, em um espaço social mais abrangente, tal como o educacional, terá maiores chances de encontrar a autorrealização. Essa constatação reforça a importância do desenvolvimento de estudo sobre os estilos de pensar e criar, em amostras que contemplem diferentes níveis educacionais, visto que a presente pesquisa focou somente estudantes universitários, nos quais se verificou a não existência de influência significativa das variáveis gênero e curso. Observou-se uma única exceção quanto ao estilo relacional-divergente com maior pontuação para o gênero masculino. Assim, estudos com amostras mais diversificadas poderiam confirmar ou não as diferenças nos estilos criativos dos estudantes brasileiros.
Observa-se também a necessidade de novos estudos a partir de amostras balanceadas em relação ao gênero, a fim de verificar se há diferença, quanto aos estilos de pensar e criar, entre homens e mulheres. Do mesmo modo, recomenda-se também estender a amostra para outros cursos e cidades, de forma a abranger um número maior de participantes, a fim de ampliar a compreensão dos contextos nos quais os participantes estão inseridos. Dessa forma, poder-se-ia ponderar se os cursos de formação freqüentados ou cidades de origem desses indivíduos podem caracterizar algum tipo de influência cultural sobre modos preferenciais de agir e pensar de cada um.
Acredita-se que este estudo seja relevante para a psicologia, uma vez que seus dados podem ser utilizados para apoiar pesquisas futuras, assim como para avaliação dos estudantes ou implementação de currículos escolares. Para os pesquisadores, trabalhar a temática dos estilos pode ser uma ferramenta útil, visto que o conhecimento destes pode favorecer os estudantes no sentido de que possam extrair maior proveito da vida acadêmica e, a posteriori, profissional.
Referências
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Tatiana de Cássia Nakano
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Av. John Boyd Dunlop, s/n
Jd.Ipaussurama Campinas SP CEP 13060-904
e-mail: tatiananakano@puc.campinas.edu.br
Tramitação
Recebido em março de 2009
Aceito em maio de 2009