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Revista da SPAGESP
versão impressa ISSN 1677-2970
Rev. SPAGESP v.5 n.5 Ribeirão Preto dez. 2004
ARTIGOS
Percepções de pais acerca de uma experiência em grupo de apoio a adotantes: uma construção sistêmica
Adoptive parents' perception of a group experience: a systemic construction
Percepciones de padres acerca de una experiencia en grupo de apoyo a adoptantes: una construcción sistémica
Manoel Antônio dos Santos 1
Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
RESUMO
O presente estudo tem por finalidade refletir sobre a construção de novos significados que são produzidos e negociados durante o processo de um grupo fechado, de duração limitada, constituído por nove pretendentes à adoção. Os resultados mostraram que o grupo é um contexto de investigação social no qual podemos apreender os sentidos que emergem cotidianamente no decorrer do processo de adoção. A transação desses sentidos produziu mudanças nos papéis e transformações nos posicionamentos assumidos por cada familiar adotante ao longo do processo grupal. Ao término da intervenção, observou-se que o grupo ampliou as possibilidades de sucesso na adoção de crianças que se distanciam do perfil convencional.
Palavras-chave: Adoção; Construcionismo social; Construção de sentidos.
ABSTRACT
This work has the objective of considering the new meanings created and negotiated during a closed, time-limited group process in which nine candidates to adopt a child took part. Results show that the group constituted a context for social investigation in which one could realize new meanings that emerged along the adoption process. Negotiating these meanings produced changes in the roles and positions each adoptive parent assumed during group process. At the end of intervention, it could be verified that the group had broaden its possibilities of success in adopting children that do not fit the conventional expected profile.
Keywords: Adoption; Social constructionism; Meaning construction.
RESUMEN
Este estudio tiene por finalidad reflexionar sobre la construcción de nuevos significados que son producidos y negociados durante el proceso de un grupo cerrado, de duración limitada, constituido por nueve pretendientes a adopción. Los resultados han revelado que el grupo es un contexto de investigación social en el que podemos aprehender los sentidos que emergen cotidianamente en el transcurrir del proceso de adopción. La transacción de estos sentidos ha producido cambios en los roles y transformaciones en los posicionamientos asumidos por cada familiar adoptante a lo largo del proceso grupal. En el final de la intervención, se ha observado que el grupo ha ampliado las posibilidades de éxito en la adopción de niños que se han alejado del perfil convencional.
Palabras clave: Adopción; Construccionismo social; Construcción de sentidos.
SOBRE O QUE FALAMOS?
Diversos estudos recentes & Teffaine (1987), Maldonado (1995), Schettini (1995), Berthoud (1997), Janus (1997), Vargas (1997, 1998), Dolto (1998), Pereira & Santos (1998b), Weber (1998), Ducatti (2003) & preconizam a necessidade de preparação psicológica para a adoção.
Este trabalho apresenta os pressupostos de uma alternativa de intervenção com pretendentes à adoção, tendo como fundamento o pensamento sistêmico, orientado por um enfoque construcionista social. Nossa proposta de preparação dos adotantes visa ajudar a incluir crianças em um novo contexto familiar através da escuta dos pretendentes à adoção.
Enfatizaremos a busca de ferramentas e recursos terapêuticos para a construção do significado. Nesse sentido, discutiremos alguns dos recursos de que lançamos mão durante o processo grupal como facilitadores de conversações dialógicas que pudessem gerar uma reconstrução de significados e, portanto, a criação de um contexto de mudança. As reuniões seguiram uma programação guiada por questões-chave que foram trazidas à discussão, tais como a motivação para adotar, os significados de família, o segredo na adoção (HARTMAN, 1994) e a construção da rede social de apoio.
DE ONDE FALAMOS?
Cuidar dos cuidadores - futuros, presentes - implica em assumir a ética do desvelo como guia que pauta nossas ações. Ter na linha do horizonte a ética do desvelo e ver sob a ótica do enlevo, para poder descortinar novos horizontes e tornar possível o que, até então, não era concebido como tal.
A estratégia de que lançamos mão foram os encontros grupais, de duração limitada a nove reuniões, que ofereciam um enquadre para acolher novos candidatos que aguardavam pela chegada da criança, onde pudessem ventilar suas fantasias, angústias e incômodos. Um setting com poder multiplicador de gerar enquadres inovadores.
Que dimensões teóricas deveriam ser incluídas nessa nova perspectiva epistemológica que norteia nosso fazer de psicólogos?
Certamente não falamos na mera aplicação de técnicas e métodos grupais, portanto, não buscaremos aqui mapear os principais resultados do trabalho, mas elucidar seu processo.
Para tanto, é essencial que explicitemos o olhar epistemológico que fundamenta nosso trabalho em grupo. Elegemos um modelo em particular, fundamentado no enfoque construcionista social (GERGEN, 1985), cuja proposta desafia os pressupostos da ciência moderna, ou seja: a idéia de homem como ser racional, a concepção de que o profissional (especialista) detém o saber, a centralidade do conhecimento científico e o pressuposto da verdade única com seu caráter universal e transcendental.
Desse modo, nos colocamos ao lado do novo paradigma (pós-moderno) e suas características axiais: antiessencialismo, relativismo ontológico, determinação cultural e histórica do conhecimento, indissolubilidade entre sujeito-objeto-conhecimento, linguagem como condição de possibilidades.
COM QUEM FALAMOS?
Vamos nos deter nas possibilidades que o grupo favorece para a construção e reconstrução dos significados das experiências de seus participantes. Estamos, assim, buscando a compreensão do processo de construção de sentidos de algumas práticas cotidianas compartilhadas, atentando para as diferentes vozes, pensamentos, sentimentos e interpretações que as pessoas constróem e que dão sentido às suas experiências no mundo, levando-as a se posicionarem de diversas maneiras em relação ao outro.
Segundo Grandesso (2000), o homem é um ser “imerso em uma trama de significados que ele próprio constrói no convívio e no diálogo com os outros” (p. 31). Cada ser humano é um gerador potencial de significados, que constrói seu mundo nas trocas estabelecidas com os demais. Os significados nascem dos intercâmbios dialógicos produzidos nos espaços comuns de convívio das pessoas.
Nosso foco de estudo firma-se nas práticas discursivas dos participantes de grupos de apoio à adoção e, mais especificamente, na compreensão dos sentidos produzidos por eles em suas práticas cotidianas. Nossa compreensão apóia-se na abordagem teórico-metodológica proposta por Spink & Medrado (1999) para a análise das práticas discursivas. Postulamos que o espaço grupal, como contexto de produção de sentidos, fomenta possibilidades de ressignificação que podem animar os processos de mudança, ativando as forças criativas e inovadoras do indivíduo. Indivíduo que, nos grupos, está permanentemente refletindo, agindo e construindo suas realidades.
A interanimação dialógica pode contribuir, assim, para ajudá-lo a construir novas autonarrativas (GERGEN, 1996; SPINK & MEDRADO, 1999), que possam gerar realidades alternativas àquelas que são instauradas pelas narrativas de dor e sofrimento humano.
Segundo Gergen (1996, apud CAMPOS-BRUSTELO, 2003), as autonarrativas são produtos do intercâmbio social, o que implica em ser um “eu” com um passado e com um possível futuro imerso na interdependência das relações. Na auto-avaliação e avaliação do processo grupal, observamos que os participantes perceberam um “eu” passado (antes do grupo) de forma diferente do “eu” presente e do “eu” futuro. Neste contexto, as narrativas do eu construídas permitem elaborar as contradições e dissonâncias da vivência experiencial. 2
OS VÁRIOS “EUS” DO GRUPO
“...sei que uma história está em gestação dentro de mim” / Amos Oz
Diferentes “retratos” & e, portanto, histórias & de família compuseram o grupo:
• Casais que estão passando pelo processo de adoção de seus primeiros filhos;
• Casais que estão atravessando o processo de adoção de seu segundo filho adotivo;
• Casal que já tem filhos biológicos e está em busca de seu primeiro filho adotivo;
• Pessoa solteira, sem filhos, em busca de um filho adotivo;
Todos interagindo com o sistema formado pelas coordenadoras-psicólogas em formação, em prática supervisionada.
O grupo nasceu do encontro dessas pessoas que se dispuseram a se iniciar mutuamente nas artes do ofício de serem pais. Entendendo por “pais” lugares social e historicamente construídos.
Assim, todos tinham em comum o fato de estarem se lançando no desafio do complexo processo de desenvolvimento humano. Traziam consigo um conjunto de crenças e asserções sobre como o mundo funciona. Essa espécie de roteiro, de script, são construções sócio-históricas. 3
O grupo é um contexto de investigação social no qual podemos apreender os sentidos que emergem cotidianamente no decorrer do processo de adoção. As transações desses sentidos produziram mudanças nos papéis e transformações nos posicionamentos assumidos por cada familiar adotante ao longo do processo grupal.
É no interior das práticas discursivas que as ações são co-construídas. Nesse processo dialógico, as pessoas assumem posicionamentos no processo contínuo de negociação de significados. Significados que atribuem a si mesmos e ao outro. Pai, mãe e filho vão se constituir mutuamente dentro dos jogos de posicionamento (HARRÉ & GILLET, 1999), por intermédio da adoção que permitirá à criança reescrever sua biografia.
O grupo foi orientado para promover reflexões para a mudança de perspectiva quanto ao perfil da criança desejada. Posições inflexíveis ou dicotômicas reforçam a lógica da exclusão e inviabilizam a mudança de paradigma.
OS VÁRIOS “NÓS” DO GRUPO
O grupo, visto como espaço físico e simbólico, situa-se no terreno “da interpessoalidade, da relação com o outro, esteja ele presente ou não”, que é o foco do construcionismo segundo Spink & Medrado (1999, p. 61), o que permite aos seus protagonistas produzirem versões distintas sobre o mundo. A investigação, dentro dessa perspectiva, visa identificar os processos pelos quais as pessoas descrevem o mundo em que vivem, incluindo o modo como compreendem a si mesmas.
Isso pode facilitar as transformações, as mudanças realizadas a partir da ação conjunta de indivíduos e comunidade.
Para tanto, é preciso compreender o caráter processual da construção das identidades, tanto individual como coletiva. Por exemplo: a criança “imaginária” deve aceder a uma outra posição: de sujeito de necessidades a sujeito de direitos; o perfil da criança desejada deve ser suficientemente flexível para otimizar as oportunidades existentes de crianças à espera de inserção em família substituta (VARGAS, 1997, 1998; PEREIRA & SANTOS, 1998a).
No início, os participantes questionaram duramente o que entendiam ser uma lentidão injustificada dos trâmites legais da adoção, postergando indefinidamente o encontro com a criança tão desejada. Assim, colocaram em xeque as relações de poder assimétricas, que assumem posições muito dicotômicas.
Bem diferente era a abordagem que lhes propomos: aquela em que profissionais e adotantes tenham posições definidas, mas não estáticas, baseadas em valores eticamente humanos de solidariedade e autonomia, de respeito à diversidade. Construções e transações de significados, relações interpessoais, modos de ver e viver (modos de vida) a partir da interação espontânea ou “provocada” nesse espaço relacional & um microespaço enfeixado no macroespaço da sociedade.
Com o passar do tempo, o grupo pôde ressignificar a relação estabelecida com a equipe técnica do Forum (Poder Judiciário), que no início havia recaído numa análise maniqueísta (PEREIRA & SANTOS, 1998b). Sobressaiu a necessidade de vencer hostilidades, de superar distâncias e de reconciliar os ânimos. No enfoque construcionista social, os conceitos (e pré-conceitos) são construções humanas, produtos de nossas convenções e práticas historicamente dadas. Portanto, são passíveis de mudança, já que a vida é dinâmica e só tem sentido quando permanentemente reinventada.
Os adotantes puderam ampliar o repertório de significações e ressignificações a partir das interações estabelecidas pelas diversas vozes e contextos sócio-históricos e culturais representados no grupo. Alargaram os horizontes de seu repertório relacional mediante a dinâmica interacional, tais como o jogo de papéis (por exemplo, com a ajuda de instrumentos mediadores, como a dramatização) e a reconfiguração de papéis dentro do interjogo relacional. 4
EM DEFESA DO VALOR FECUNDO DA DIFERENÇA
Por que temos de buscar só consensos? A própria vida não é categórica, não tem um só paradigma. A vida, em seu movimento contínuo, contém consensos e dissensos 5. Precisamos pensá-los positivamente, já que a diferença, quando acolhida, tem um caráter fundante e promove o desenvolvimento.
A própria vida nos ensina a mudar. Às vezes é na dissensão que descobrimos saídas inovadoras para nossos dilemas. No grupo, o membro destoante & tal qual uma nota dissonante de um instrumento & pode impulsionar a busca da mudança, quando a maioria dos elementos mantém-se na zona de conforto do conhecimento já estabelecido. A circularidade de saberes e poderes permite-nos repensar nossas crenças, possibilitando reformulações de nossos pontos de vista. É um contexto conversacional privilegiado por propiciar a interação de pessoas, processos de produção e confrontação de significados no curso das interações, gerando convergências e divergências. O diálogo é escolhido como o único caminho digno para resolver conflitos e dissolver tensões. Se for incorporado, torna-se um estilo de vida que educa a todos para o respeito mútuo e a busca conjunta de soluções.
Assim também se construiu a implicação-compromisso de cada participante, entendendo que se trata aqui de um processo de construção de intersubjetividades.
Nesse sentido, o presente trabalho ajuda-nos a pensar outras práticas de saúde mental, outros modelos assistenciais.
É preciso ressaltar, ainda, o caráter profilático da intervenção, na medida em que pudemos examinar e intervir nas interações estabelecidas pelos atores sociais no cenário da adoção em seus primórdios.
O grupo contribuiu para uma reflexão fecunda em torno de novas formas de transformação social, abrindo uma possibilidade de êxito na adoção de crianças maiores de dois anos - adoção tardia (TEFFAINE, 1987; VARGAS, 1998) - por esses futuros pais, na medida em que se amplia o foco e que se busca compreender suas emoções e sentimentos que se entrelaçam com os das outras famílias, com suas vivências e mitos familiares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Endereço para correspondência
Manoel Antônio dos Santos
E-mail: masantos@ffclrp.usp.br
1 Psicólogo. Professor Doutor do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - FFCLRP-USP, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e membro do corpo docente da SPAGESP.
2 Para Mendes (2002), não há uma identidade imutável, mas uma identidade diversificada e narrativamente construída, articulando as múltiplas experiências por meio da identidade narrativa em virtude da necessidade de preservar a coerência interna, o sentimento de permanência identitária.
3Os contextos interativos permitem a produção e apropriação de sentidos. No caso, os sentidos foram produzidos no contexto da busca de suporte psicossocial.
4 O sistema de coordenação propôs atividades de ensaios, simulações e jogos de papéis (role playing), colocando em jogo a circulação de saberes e suas dimensões simbólicas. Um enfoque centrado naquilo que as pessoas fazem, como fazem, movidas por quais desejos e dificuldades... Enfim, na produção social da vida.
5 Dissenso ou dissensão, segundo a definição do dicionário, remete à controvérsia, divergência de opiniões ou de interesses, discordância, desavença, dissonância.