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Psicologia USP

versão On-line ISSN 1678-5177

Psicol. USP v.20 n.1 São Paulo mar. 2009

 

EDITORIAL

 

Psicologia USP abre suas atividades em 2009 com novidades significativas: ampliamos nossa Comissão Executiva e demos início ao Projeto Iniciação de Editores, que pretende articular o processo de produção editorial à formação dos alunos, enriquecendo o campo de experiências fornecidas pela graduação.

Este número aborda uma diversidade de temáticas sustentada por referenciais teórico-metodológicos diversos, em que se destaca a proposta da revista de estimular a interlocução da Psicologia com outras áreas do conhecimento.

O primeiro trabalho cria condições para o diálogo nas fronteiras conceituais entre a Psicologia e a Biologia, ao formular questões epistemológicas, teóricas e metodológicas pertinentes à interface entre essas disciplinas, desenhando um panorama histórico do convívio já desenvolvido entre elas e montando um patrimônio básico de informações para fundamentar a relevância de uma aproximação entre elas na atualidade.

O próximo estudo se insere na região de fronteira entre a Psicologia e a Filosofia e analisa a dimensão onírica na genealogia de Michel Foucault, examinando os efeitos históricos do poder e do saber na construção do imaginário subjetivo, por meio da reflexão sobre a questão do corpo no âmbito desse contexto teórico.

O artigo seguinte tem por objetivo analisar as origens do conceito de mandala no pensamento de Jung e utiliza material autobiográfico e biográfico relativo a esse autor para demonstrar a relação entre a simbologia arquitetônica islâmica, que se fundamenta no sufismo, e as concepções psicológicas junguianas.

A questão do suicídio é tratada pelo próximo trabalho, que o aborda em função da concepção de sua expressividade em diferentes graus, tendo como perspectiva sua relação com o processo de desenvolvimento psicossocial do indivíduo, com ênfase na relevância de sua análise em função dos desdobramentos dos padrões vinculares básicos.

Os dois próximos trabalhos se inserem no campo de pesquisas da área psicanalítica.O primeiro deles aborda a temática da construção das subjetividades e dos vínculos familiares a partir do referencial teórico fornecido pelo conceito de transmissão psíquica transgeracional, por meio do relato de um caso clínico, em que é destacado o vínculo mãe-filha no quadro clínico da produção de sintomas e a relação entre o estabelecimento da maternagem e a transmissão psíquica transgeracional.O estudo seguinte demonstra a relevância da pesquisa psicanalítica das questões implicadas no término e pós-término das análises e enfatiza a importância dessa investigação no âmbito das especificidades das análises didáticas, pertinentes à formação dos analistas nas instituições psicanalíticas.

O último estudo se insere no campo de interlocução entre a Psicologia e o Cinema e, por meio da apresentação de uma entrevista com o cineasta Eduardo Coutinho, cuja obra se destaca na história do cinema documentário brasileiro, demonstra não só seu alcance em termos estéticos e epistemológicos no campo cinematográfico, como destaca a lugar fundamental ocupado pelo método de entrevistas como instrumento de investigação nas ciências humanas e no cinema.

 

Ana Maria Loffredo