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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.22 no.1 Porto Alegre jan./jun. 2018

 

ARTIGOS

 

Percepção parental acerca do filho adotado: uma análise psicoeducacional

 

Parental perception about the adotive son: a psychoeducational analysis

 

 

Patrícia Nunes da Fonsêca1, I ; Rosicleia Moreira Palitot2; Mayara de Oliveira Silva Machado3; Jérssia Laís Fonseca dos Santos4 ; José Farias de Souza Filho5, II

I Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
II Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo objetivou analisar as percepções dos pais acerca do filho adotado. Participaram 20 pais adotivos da cidade de João Pessoa (PB), sendo a maioria do sexo feminino (65%) e casados (85%). Para coleta de dados utilizou-se um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Empregou-se o SPSS (versão 21) para realizar as estatísticas descritivas e o software IRAMUTEQ (versão 0.7 alpha 2) para processar o conteúdo das entrevistas. Os resultados revelaram que os filhos adotados apresentam bom relacionamento com colegas, professores e familiares, demonstram sentimentos positivos para com os membros da nova família e exibem um desempenho escolar compatível com sua idade. Conclui-se que deve haver uma maior divulgação midiática das experiências positivas da adoção, especialmente a partir do relato dos pais, para que se construam novas representações sobre a criança adotada.

Palavras-chave: Percepção parental, Desenvolvimento, Filho adotivo.


ABSTRACT

This study aimed to analyze the parents' perceptions about the adopted child. Twenty adoptive parents from the city of Joao Pessoa (PB) participated, being the majority female (65%) and married (85%). A sociodemographic questionnaire and a semi-structured interview were used to collect data. SPSS (version 21) was used to perform the descriptive statistics and the IRAMUTEQ software (version 0.7 alpha 2) to process the content of the interviews. The results showed that adopted children have good relationships with friends, teachers and family members, show positive feelings with the members of the new family, and exhibit school performance consistent with their age. It is concluded that there should be greater media coverage of the positive experiences of adoption, especially from the parents' report, to build new representations about the adopted child.

Keywords: Parental perception, Development, Adopted son.


 

 

Introdução

A adoção é compreendida como um ato jurídico que gera laços de paternidade e filiação entre pessoas naturalmente estranhas umas às outras (Carvalho, 2013). Tal prática visa proporcionar às crianças e adolescentes a possibilidade de pertencer a uma nova família, que lhes dará as condições necessárias para o pleno desenvolvimento (Barbosa-Ducharne & Barroso, 2012).

Historicamente, a adoção esteve presente em todas as civilizações, assumindo diferentes significados e objetivos no decorrer do tempo. No entanto, por vezes, tem sido referida na mídia os casos negativos, o que contribui para que, até os dias atuais, esta prática ainda esteja relacionada a preconceitos e estereótipos (Cerqueira-Santos & Bourne, 2016; Valerio & Lyra, 2014; Weber, 2011).

Algumas produções científicas (Baptista, Soares, & Henriques, 2013; Cardoso & Baiocchi, 2014; Cecílio & Scorsolini-Comin, 2013; Ladvocat, 2014) destacam os comportamentos inadequados e as dificuldades das crianças adotadas, fator que contribui para fortalecer o estereótipo de que tais crianças são problemáticas e, portanto, a adoção é uma prática desaconselhável.

Além disso, há muita desinformação sobre como são, de fato, as famílias adotivas, o que favorece a sustentação de crenças negativas a respeito do tema. Conforme aponta Weber (2011), a maioria das pessoas apresenta um número expressivo de ideias preconcebidas acerca da adoção, tais como: crianças adotadas sempre pensam na família de origem e querem conhecê-la; escolher a criança a ser adotada facilita o vínculo; pais que têm filhos biológicos e adotivos têm mais sentimentos positivos pelos biológicos; crianças adotadas têm dificuldade para amar seus pais adotivos.

Nota-se, portanto, a necessidade de desenvolver estudos acerca do filho adotivo na perspectiva dos pais, para, finalmente se ter uma melhor compreensão acerca da prática da adoção. Frente a isto, para dirimir questionamentos acerca do comportamento das crianças/adolescentes na nova família, a presente pesquisa optou por ouvir os pais adotivos, especialmente no que diz respeito aos pontos mais discutidos na literatura quando se aborda a questão da adoção, a saber: o comportamento social, acadêmico e psicológico da criança adotada.

Nesse sentido, este estudo tem como objetivo analisar as percepções dos pais acerca do filho adotivo. Desse modo, espera-se, com esta pesquisa, divulgar informações que promovam uma desconstrução de crenças e preconceitos sobre a prática da adoção, mas, sobretudo, da criança adotada, de modo que se possa desmitificar o jargão de que o “filho adotivo é sempre um problema”.

Adoção: direito à convivência familiar e comunitária

A adoção surgiu com objetivo de atender os interesses de pessoas que não tinham filhos biológicos. A partir de 1990, com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei nº 8.069), os direitos da criança e do adolescente foram priorizados e, então, a adoção passou a ser um meio de garantir ao adotado o direito à convivência familiar e comunitária (Maux & Dutra, 2010; Oliveira & Oliveira, 2014; Otuka, Scorsolini-Comin, & Santos, 2012).

Embora haja outras medidas de proteção à criança e ao adolescente tais como o acolhimento em instituições e a inclusão em família extensa ou ampliada (Marone, 2016), a adoção é uma medida de proteção que permite a inserção de uma criança numa família, de forma definitiva e com todos os vínculos próprios de filiação (Granato, 2010). Tal medida é excepcional, isto é, só ocorre quando os pais são destituídos do poder familiar, seja por não estarem disponíveis para criar a criança ou por serem julgados incapacitados de cuidar do filho (Vasconcelos, 2015).

A adoção permite que a criança conviva em um ambiente familiar compatível com o que advoga a doutrina da proteção integral, constituindo a base para o desenvolvimento infanto-juvenil saudável (Morelli, Scorsolini-Comin, & Santeiro, 2015), uma vez que a família adotiva assume a responsabilidade de atender as necessidades da criança ou do adolescente, seja com relação aos cuidados básicos, ao exercício da autoridade parental, seja com proteção e afeto, aspectos estes que são essenciais para a constituição da subjetividade infantil e inserção do indivíduo à vida em comunidade (Chung, 2016; Giordani, Almeida, & Pacheco, 2013).

Nessa perspectiva, a adoção tem sido aludida na literatura como um processo satisfatório (Bueno, Vieira, & Crepaldi, 2016; Ferreira et al., 2014). No entanto, pesquisas (Veloso, Zamora, & Rocha-Coutinho, 2016; Weber, 2010, 2011; Zeanah & Sonuga-Barke, 2016) apontam que alguns pais adotivos apresentam medos em relação a esta prática, tais como receio de que os pais consanguíneos exijam a criança de volta; de que a criança traga problemas, seja de origem genética ou aqueles adquiridos na instituição de acolhimento, como costumes e condutas indesejáveis; e ainda apresentam medo em relação à sociedade, pois para eles a adoção pode trazer uma carga de preconceito social, especialmente se adotarem crianças de etnia diferente da deles (Otuka, et al., 2012; Weber, 2010).

Ademais, prevalece no imaginário social a ideia de que os filhos adotados são mais suscetíveis a problemas emocionais, comportamentais e de aprendizagem (Lima, 2011; Schettini, 2007). Há também evidências de que os filhos adotados são vulneráveis a situações de discriminação ou constrangimento no contexto escolar (Golombok et al., 2014; Pereira, 2012), assim como muitas instituições educacionais não estão preparadas para lidar de forma adequada com à adoção ou com pais e filhos adotivos (Veloso et al., 2016).

Em contrapartida, pesquisas (Cerqueira-Santos & Bourne, 2016; Lionetti, Pastore, & Barone, 2015; Palacios, Sánchez-Sandoval, & León, 2005) indicam que a maioria dos filhos adotados são crianças e adolescentes perfeitamente normais. Isto não impede que haja uma pequena proporção de filhos adotados que apresentem problemas de comportamentos, de modo semelhante ao que se pode identificar nos filhos biológicos.

Com base em um estudo de meta-análise, Van IJzendoorn & Juffer (2005) apontam que a maioria das crianças adotadas, comparadas aos irmãos não adotados, apresentam scores semelhantes de QI, demonstrando um desenvolvimento cognitivo notavelmente normal. Do mesmo modo, Baptista et al., (2013) evidenciam que a adoção promove um impacto positivo no desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional das crianças adotadas.

Todavia, Weber (2011) assinala que os pais adotivos devem estar cientes de que não é possível saber como o filho irá se desenvolver, portanto, eles precisam aceitar o filho, mesmo quando o desenvolvimento deste não corresponda às suas expectativas. Assim, a família adotiva tem a responsabilidade de ensinar a criança/adolescente novas formas de interagir, dentro de uma relação afetiva satisfatória e duradoura, tendo em vista que ela vem de uma realidade de rompimentos afetivos seja com a família biológica, seja com os profissionais das casas de acolhimento (Alvarenga & Bittencourt, 2013; Dozier & Rutter, 2016).

Portanto, percebe-se que a adoção não apenas possibilita uma convivência familiar, mas também permite que a criança desenvolva relações de segurança, de modo que as histórias de abandono não façam mais parte de sua vida (Paulus, Becker, Scheub, & König, 2015). Ademais, as relações estabelecidas dos pais com a criança além de influenciar na formação de vínculos afetivos, poderá afetar a forma como eles avaliam e percebem o comportamento do filho adotivo (Pereira, 2012). Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo analisar as percepções dos pais acerca do filho adotivo, especificamente, no que diz respeito ao desenvolvimento psicológico, social e acadêmico.

 

Método

Delineamento

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa não experimental, do tipo estudo de campo, descritivo e analítico, com análises mistas (Cresswell, 2010). Teve como foco principal as experiências vivenciadas pelos pais em relação ao desenvolvimento do filho adotado.

Participantes

Participaram 20 pais adotivos, com idades compreendidas entre 33 e 78 anos (M= 56,25; DP= 12,32). A maioria era do sexo feminino (65%), casado (85%), com Ensino Superior completo (50%), de etnia branca (75%) e com uma renda familiar variando entre R$ 4.729,00 - 7.092,00 (45%). Dentre os participantes, 80% relataram que tinham apenas um filho adotivo e 90% asseguraram estar satisfeito com o filho. O tempo da adoção variou entre três a 36 anos (M= 17,25; DP= 9,98).

Para compor a amostra foram estabelecidos três critérios de inclusão: a) os pais deveriam concordar em participar e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); b) o casal deveria ter, no mínimo, três anos de convivência com o filho adotivo; e c) o filho adotivo deveria frequentar a escola/universidade.

Instrumentos

Foram utilizados dois instrumentos: um roteiro de entrevista semiestruturado e um questionário sociodemográfico, descritos a seguir:

Roteiro de entrevista semiestruturado: tinha o objetivo de conhecer a percepção dos pais acerca do desenvolvimento social, acadêmico e psicológico do filho adotado, para tanto, foram elaboradas três perguntas-chave sobre o desenvolvimento da criança/adolescente adotado.

Questionário sociodemográfico: tinha a finalidade de caracterizar os participantes e, portanto, foram solicitadas informações pessoais (idade, sexo, estado civil, etnia, escolaridade, renda familiar, a quantidade de filhos adotivos, e o quanto estavam satisfeito com o filho) e do filho adotivo (sexo, idade na época da adoção e atualmente, etnia e escolaridade).

Procedimento

Inicialmente o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital Universitário Lauro Wanderley (CEP/HULM). Após parecer favorável (nº 1.255.876/15), combinou-se com o Grupo de Estudo e Apoio à Adoção de João Pessoa (GEAD/PB) para indicar possíveis casais que tivessem filhos adotivos. Em seguida, contatou-se com os casais com a finalidade de convidá-los a participarem da pesquisa. Na oportunidade foi esclarecido o caráter voluntário da participação, garantido o sigilo e o anonimato das respostas, além de solicitar a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Foram respeitadas todas as normas éticas para pesquisas com seres humanos, exigidas pela Resolução 466/2012. Foi informado da desistência a qualquer momento da pesquisa sem qualquer prejuízo. O tempo necessário para a conclusão foi de aproximadamente 40 minutos.

 

Análise dos dados

Para realizar as estatísticas descritivas foi utilizado o pacote estatístico SPSS (versão 21). Para analisar o conteúdo das entrevistas foi empregado o software IRAMUTEQ (versão 0.7 alpha 2) desenvolvido por Ratinaud (2009). Este programa realiza análises dos dados com a finalidade de extrair os principais elementos explanados pelos participantes em seus discursos. Utiliza a interface do software R (R Project for Statistical Computing) e se dedica à análise multidimensional de bases de dados textuais (denominados de corpus ou matriz). Destaca-se que foram atendidas as exigências do programa quanto ao número de participantes de grupo homogêneo com falas que produzem textos mais extensos, em que o número suficiente é entre 20 e 30 textos.

Para proceder à análise dos dados textuais, as respostas dos participantes foram importadas para o programa Open Office Writer onde se geraram as linhas de comando que compuseram o corpus (conjunto de textos que se pretende analisar). Após a criação do corpus textual correspondente, foram realizados os seguintes tratamentos:

Classificação pelo método de Reinert. Nesta análise, realiza-se a Classificação Hierárquica Descendente (CHD), cujos segmentos de texto são classificados de acordo com seus respectivos vocábulos e divididos em classes, com base na frequência das formas reduzidas, ou seja, a partir da associação significativa do radical das palavras (Camargo & Justo, 2013).

 Nuvem de Palavras. Esta tem como objetivo representar graficamente as palavras, organizando de acordo com as suas frequências. Por ser uma análise que facilita a identificação de palavras-chave a partir do banco de dados, é muito utilizada em contextos que se visem a exposição objetiva das informações (Ratinaud, 2009).

 

Resultados

Os resultados serão apresentados em subseções, organizadas de acordo com as análises empregadas para o tratamento dos dados. Neste sentido, primeiramente serão apresentados os resultados relativos ao perfil dos filhos adotivos, logo em seguida, serão descritos os da Classificação Hierárquica Descendente(CHD) e a Nuvem de Palavras.

Perfil dos filhos adotivos

Visando conhecer o perfil dos filhos adotivos foram feitas perguntas aos pais sobre sexo, idade em que foi adotado, idade atual e escolaridade. Os resultados encontram-se descritos na Tabela 1.

 

 

Com base na Tabela 1, é possível perceber que a maioria das crianças adotadas é do sexo feminino (75%), de etnia parda (85%) e adotada por volta de um mês de vida (45%). Atualmente, a maioria dos filhos adotivos tem em média 25 anos (45%) e formação superior incompleta (45%).

Classificação Hierárquica Descendente (CDH)

Dando sequência as análises, procedeu-se a Classificação Hierárquica Descendente(CHD), cujos resultados identificaram a presença de seis classes ou contextos temáticos, conforme mostra a Figura 1.

 

 

O corpus analisado constitui-se de 20 textos, representando os 20 participantes, com uma média de 35,78 formas, ou seja, o número de palavras com o radical diferente contido nos segmentos de textos (ST), o que totalizou 5.725 ocorrências, isto é, total de palavras contidas no corpus. Ao final, houve uma divisão total de 160 ST, o que correspondeu a 75% do total do corpus.

Visando compreender melhor o processo de divisão do conteúdo textual e da constituição das classes, o dendrograma (Figura 1)possibilita a visualização dos possíveis agrupamentos a partir da classificação hierárquica descendente. Deste modo, é possível identificar o relacionamento entre as classes e os vocábulos mais associados com seus respectivos qui-quadrados e as frequências das formas ativas, ou seja, as palavras lidas pelo programa como nomes, verbos e adjetivos. Foram consideradas apenas as palavras que atenderam ao critério estabelecido [χ²(1) ≥ 6,00, p < 0,05].

A CHD apresenta as partições feitas no corpus até chegar às classes finais. Assim, o corpus “Percepção dos pais acerca do filho adotivo” foi dividido inicialmente (1ª partição ou iteração) em dois subcorpus: Desenvolvimento Socioafetivoe Desenvolvimento Socioeducacional. Em um segundo momento o subcorpus Desenvolvimento Socioafetivofoi dividido em dois (2ª partição ou iteração) subcorpus denominados de Interação social, composto pelas classes1 e 6, e o Psicoafetivo, formado pelas classes 3 e 4. E num terceiro momento, o subcorpus Desenvolvimento Socioeducacional foi partido, originando as classes 2 e 5 (ver Figura 1).

Em relação ao subcorpus Interação Social, a classe 1 (STclasse1=19, explicando 15,83% do total) compreende a percepção que os pais possuem acerca das relações comportamentais de seus filhos, sendo assim, denominada Reações Comportamentais. Os vocábulos mais frequentes e significativos desta classe são: ano, adolescência, querer, tranquilo, criar, ficar, escola, pessoa e criança. Como pode ser visualizado no seguinte trecho: “Em relação às questões de receber ‘não’ ele quando criança era tranquilo, mas quando era adolescente teve muitos problemas em receber não, mas nunca associou isso ao fato de ser adotado, mas sim com birras típicas da adolescência”(Participante 01). A classe 6 (STclasse6=24, explicando 20% do total) foi denominada Relações Familiares, a qual representa a percepção dos pais em função das relações dos filhos no contexto familiar. Dentre os vocábulos mais representativos desta classe estão: tio, biológico, apegar, menino, fato, coisa, pai, caso e filho. Como pode ser visualizado no seguinte trecho: “E com a família, sempre aos domingos a gente se reúne em casa e ele é muito apegado a um sobrinho meu, eles conversam muito. E os tios todos são padrinhos, então ele é muito envolvido com todos” (Participante 04).

No que se refere ao subcorpus Psicoafetivo, a classe 3 (STclasse3=20, explicando 16,67% do total) foi denominada Reações Emocionais, em virtude de esta englobar a percepção dos pais em relação às emoções de seus filhos. Os vocábulos mais frequentes e significativos destes segmentos de textos são: medo, passar, abandonado, segurança, deixar, morar e insegurança. Conforme visualização do seguinte trecho: “Nunca demonstrou medo de ser abandonada, até porque ela sempre soube, ela sempre foi segura porque nós proporcionamos a ela essa segurança” (Participante 08).  Já a classe 4 (STclasse4=16, explicando 13,33% do total) foi denominada Reações Afetivas, em decorrência desta representar a percepção dos pais em relação a afetividade de seus filhos. Dentre os vocábulos mais representativos estão: amor, entender, carinhoso, virtude, amoroso, receber, vida, gente, obediente, afetivo, saber. Como pode ser visualizado no seguinte trecho: “Ela é muito amorosa, carinhosa, demonstra a afetividade com espontaneidade e é muito apegada a mim, inclusive tem ciúmes dos meus sobrinhos” (Participante 10).

Por fim, a respeito do Desenvolvimento Socioeducacional, a classe 2 (STclasse2=19, explicando 15,83% do total) descreve a percepção dos pais no que diz respeito ao comportamento social dos filhos, sendo denominada Relações Sociais. Nessa classe os vocábulos mais frequentes e significativos são: depender, forma, desenvolver, família, social, idade, dificuldade, educação, achar e pequeno. Como pode ser visualizado no seguinte trecho: “Ela é muito sociável em qualquer âmbito da vida dela, seja na escola, na família ou na igreja. Tudo depende do ambiente familiar, se a criança é bem aceita ela vai se desenvolver em todos os seus aspectos” (Participante 13). Por sua vez, a classe 5 (STclasse5=22, explicando 18,33% do total) foi denominada Relações Acadêmicas,em virtude de esta representar a percepção dos pais quanto a vida escolar dos filhos. Os vocábulos mais frequentes e significativos destes segmentos de textos são: colega, relacionar, professor, universidade, comunicativo, igreja, relação, acadêmico, bom e dia. Conforme visualização do seguinte trecho: “Quanto ao seu desempenho acadêmico, ela é bem aplicada já está terminando a universidade e sempre se deu muito bem com colegas e professores” (Participante 03).

Nuvem de palavras

Realizou-se também a análise de Nuvem de Palavras, cuja finalidade é representar e organizar graficamente os vocábulos mais frequentes no corpus analisado. O resultado pode ser visualizado na Figura 2.

 

 

Com base na Figura 2, é possível verificar a Nuvem de Palavras, uma análise que se pauta na frequência das palavras. Tal análise permitiu identificar a palavra muito como destaque, seguida por outros vocábulos a exemplo de bem, sempre, porque, criança, desenvolvimento, família, gente, saber, filho e pai. A seguir os resultados serão discutidos à luz da literatura.

 

Discussão

O presente estudo buscou analisar as percepções dos pais acerca do filho adotado. A partir dos resultados encontrados verifica-se que os objetivos foram alcançados. Com relação ao perfil do filho adotado foi possível perceber que a maioria dos pais adotaram crianças do sexo feminino, de etnia parda e com idade entre 0 e 1 ano. Tais dados alinham-se aos estudos anteriores (Huber & Siqueira, 2010; Morelli et al., 2015; Otuka et al., 2012; Weber, 2010), confirmando que as famílias brasileiras preferem adotar crianças recém-nascidas, com mesma cor de pele ou semelhante e do sexo feminino, visto que mulheres são representadas como mais dóceis e de fácil adaptação a novos ambientes. Essas pesquisas também revelam o medo das adoções tardias, fundamentado pelo estereótipo de que crianças mais velhas trariam “maus hábitos” adquiridos em suas famílias de origem, pela convivência ou pela herança biológica, ou ainda, contraídos em abrigos. Além de ressaltar a preferência pela semelhança na cor da pele, com a finalidade de evitar preconceitos sociais.

No que diz respeito à escolaridade, observou-se que grande parte dos filhos adotivos encontra-se fazendo curso superior, o que pode ser explicado pelo fato de que tais indivíduos se encontram na faixa etária entre 17 e 25 anos. No entanto, esses resultados refutam os achados do estudo de Schettini (2007) o qual aponta que prevalece no imaginário social a ideia de que os filhos adotivos são mais suscetíveis a problemas acadêmicos e de aprendizagem. Como os resultados mostram, os jovens adotados encontram-se, atualmente, na fase educacional esperada para sua idade, que é a formação universitária.

Em relação à Classificação Hierárquica Descendente (CHD), foi possível identificar seis classes. Na classe 1, denominada de Reações Comportamentais, observou-se que os pais perceberam as mudanças ocorridas nas fases evolutivas dos filhos adotados, mencionando que eles, em determinada fase do desenvolvimento reagiam de forma tranquila diante de situações de frustração, a exemplo de quando recebem um não ou no que diz respeito a adaptação escolar. Esses resultados corroboram com alguns estudos (Machado, Féres-Carneiro, & Magalhães, 2015; Murphy, 2013; Rocha & Freitas, 2011), os quais mostram que uma boa relação parental, marcada pelo acolhimento e compreensão contribui para minimização de eventuais problemas do filho adotivo.

A classe 6, nomeada Relações Familiares, apontou um maior apego dos filhos adotados com os tios e irmãos biológicos, sugerindo uma aceitação e convivência familiar saudável. Nesse sentido, Cecílio e Scorsolini-Comin (2013) pontuam que um dos papéis da família adotiva é ajudar a criança a superar as dificuldades e rompimentos dos vínculos afetivos, proporcionando uma relação mais próxima e afetiva.

Os resultados encontrados na classe 3, designada como Reações Emocionais, mostram que os pais percebem os filhos seguros e sem demonstrarem medo de serem abandonados. Esse resultado é condizente com a literatura (Chung, 2016; Giordani et al., 2013; Morelli et al., 2015), a qual enfatiza que o contexto familiar representa o melhor lugar para o desenvolvimento infantil, para o equilíbrio emocional da criança, especialmente porque as instituições de acolhimento têm sido identificadas como um espaço de exclusão social que, na maioria das vezes, não oferecem um serviço de qualidade, principalmente em função da grande quantidade de crianças para serem assistidas e o reduzido número de profissionais. E isso, pode não garantir o suprimento das necessidades afetivas e educacionais fundamentais ao bom desenvolvimento infanto-juvenil.

Na classe 4, Reações Afetivas, os pais relatam que seus filhos são muito amorosos, carinhosos, obedientes, afetivos. Tais resultados demonstram uma visão positiva do filho adotado, especialmente do relacionamento pais e filhos, fato que se contradiz com o imaginário social que demonstra uma percepção negativa acerca da criança adotada, a qual é percebida como mais suscetível a conflitos afetivos em virtude dos problemas familiares e sociais que sofreu antes da adoção (Huber & Siqueira, 2010; Valerio & Lyra, 2014; Weber, 2011).

Os achados da classe 2, denominada de Relações Sociais, demonstram que os pais reconhecem que existem dificuldades a serem superadas, mas que essas dependerão da forma com que a família educa seus filhos, fato que independe da idade, do sexo e da condição de ser adotado. Esse achado corrobora com vários estudos (Cerqueira-Santos & Bourne, 2016; Lionetti et al., 2015; Palacios et al., 2005) referentes à adoção, que indicam que a maioria dos filhos que foram adotados são crianças e adolescentes perfeitamente normais.

No que se refere às Relações Acadêmicas (classe 5), observa-se que os pais relatam que os filhos adotivos apresentam um desenvolvimento acadêmico positivo, bem como um bom relacionamento com colegas e professores. Conforme apontam Van IJzendoorn e Juffer (2005) as crianças adotadas apresentam um desenvolvimento cognitivo notavelmente normal e um bom relacionamento com os membros da escola. Para os pesquisadores supracitados, tais comportamentos se evidenciam independente da condição de ser adotado.

Por fim, a Nuvem de Palavras que identificou a palavra muito como destaque, seguida por outros vocábulos, a exemplo de bem, sempre, porque, criança, desenvolvimento, família, gente, saber, filho e pai. É possível constatar que as palavras muito e bem apresentaram uma grande frequência nos discursos emitidos pelos entrevistados. Tal fato pode indicar que, em virtude da sociedade propagar estereótipos negativos em relação às crianças adotadas (Morelli et al., 2015; Schettini, 2007) os pais, na tentativa de expor as capacidades dos filhos, superestimaram suas respostas, apresentando, com muita frequência, a expressão muito bem. Tal destaque também revela que, no geral, as percepções dos pais adotivos acerca do desenvolvimento do filho (social, acadêmico e psicológico) apresentam-se de forma positiva, o que indica satisfação com o processo de adoção, assim como apontam alguns estudos (Bueno et al., 2016; Ferreira et al., 2014).

Todavia, cabe aqui destacar, independente de ser pai adotivo ou biológico, as situações trazidas pelos filhos para os pais, devem ser acolhidas como oportunidades para que esses ampliem suas habilidades parentais, tão necessárias no mundo da pós-modernidade, onde as realidades são cada vez mais imediatas e repleta de novidades.

 

Considerações finais

Considerando os resultados apresentados, conclui-se que o objetivo da presente pesquisa foi alcançado. No entanto, ressalta-se que este estudo, a exemplo de qualquer outro estudo científico apresenta algumas limitações, tais como, o tamanho da amostra e o instrumento utilizado. Por ser uma população específica, com características peculiares, o acesso se torna mais difícil, reduzindo o tamanho da amostra e, portanto, restringindo as possiblidades de generalização dos dados. Todavia, não foi proposta deste estudo generalizar os dados, mas apenas trazer para discussão a importância da percepção dos pais adotivos no desenvolvimento dos filhos.

Destaca-se também o tipo de instrumento utilizado, o qual se trata de um roteiro de entrevista semiestruturado para dar mais liberdade para o respondente, todavia, tal medida pode ter introduzido efeitos de desejabilidade social nos dados, uma vez que os pais podem ter omitido informações, apresentando respostas mais aceitáveis em termos sociais.

Frente a essas limitações, sugere-se que estudos futuros utilizem amostras maiores e mais heterogêneas, com outras metodologias, como por exemplo, escalas implícitas, histórias de vida, que colaborem para obtenção de informações sem exigir do respondente uma racionalização de suas respostas.

Ademais, considerando que a adoção é um tema relevante socialmente, este estudo se propôs a discutir tal temática, desejando socializar conhecimentos, os quais poderão promover um processo de desconstrução dos preconceitos, crenças e medos que envolvem a adoção, especialmente a criança adotada. Assim sendo, espera-se que o presente estudo ofereça contribuições substanciais à literatura sobre a adoção, bem como contribua para minimizar os estereótipos e preconceito acerca do filho adotivo.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Jérssia Laís Fonseca dos Santos
E-mail: jerssyafonseca@hotmail.com

Enviado em: 09/07/2017
1ª revisão em: 06/11/2017
Aceito em: 20/12/2017

 

 

1 Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e do Departamento de Psicopedagogia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
2 Graduada em Psicopedagogia pela UFPB.
3 Graduada em Psicopedagogia pela UFPB.
4 Graduada em Psicopedagogia e Mestre em Psicologia Social pela UFPB.
5 Professor do Curso de Direito do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ).

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