29 68Musicoterapia familiar sistêmica: as práticas sonoro-musicais no fortalecimento dos vínculos familiares pós-adoção 
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Nova Perspectiva Sistêmica

 ISSN 0104-7841 ISSN 2594-4363

Nova perspect. sist. vol.29 no.68 São Paulo set./dez. 2020

 

EDITORIAL

 

Editorial

 

 

Adriano Beiras

Coordenador Editorial

 

 

Na última edição de 2020 da Revista Nova Perspectiva Sistêmica procuramos trazer temas inovadores, contemporâneos e ligados ao contexto atual que vivemos. Começamos pelo primeiro artigo, que se titula – Musicoterapia Familiar Sistêmica: As práticas sonoros-musicais no fortalecimento dos vínculos familiares pós-adoção – de Gabriely Leme Garcia e Lydio Roberto Silva. Trata-se de um tema pouco explorado no contexto brasileiro e refere-se ao uso da música como elemento que promove a melhoria do sistema familiar e das relações familiares. Práticas sonoras podem auxiliar na expressão de conteúdos complexos, fortalecendo vínculos.  O artigo descreve uma pesquisa realizada a partir de seis intervenções com uma família pós-adoção em Curitiba, Paraná.

O segundo artigo tem como título – A Escultura Familiar – Aplicações Terapêuticas nas Terapias Sistêmicas –, de Joana Sequeira. A autora revisita a técnica de escultura familiar, enquadrando-a em uma epistemologia pós-moderna. O objetivo desta técnica é expressar sentimentos, emoções e narrativas por imagens, assim como introduzir mudança nas histórias e nas interações na família. Realizada em cinco estágios, permite emergir narrativas dominantes e a emergência de narrativas alternativas, provocando possibilidades de mudanças no sistema familiar.

Os seguintes três textos estão relacionados ao tema grupos. O primeiro deles, terceiro desta edição, titula-se – Grupos com Cuidadores de Pessoas com Doença de Parkinson (DP): um convite à reflexão –, de Marianne Ramos Feijó, Fabio Augusto Barbieri, Marianne Ramos Feijó, Fabio Augusto Barbieri, Tafnes Ikegami Pereira, Bianca Silva Augusto e Carolina Silva Gaspar. O texto relata a experiência de um grupo de partilha com cuidadores de pessoas com DP, promovendo convite à reflexão sobre a importância do diálogo e das redes sociais significativas com foco à ampliação e à manutenção da convivência.

O segundo texto sobre grupo, quarto desta edição, intitula-se – Uma proposta teórico-metodológica para subsidiar a facilitação de grupos reflexivos e de apoio ao luto –, de Ivânia Jann Luna. Este artigo traz a aplicabilidade dos grupos reflexivos do Instituto Noos originalmente direcionados ao tema de gênero, nesta experiência aplicada ao apoio ao luto, a partir de práticas de extensão universitária. A autora problematiza a adaptação de conceitos e procedimentos desta metodologia, em uma perspectiva construcionista social, colaborativa e reflexiva. A metodologia permite a construção e empatia, sociabilidade e narrativas pessoais relacionadas ao luto.

O terceiro artigo e último no tema grupos, quinto desta edição, titula-se – Grupos reflexivos de gênero para homens no ambiente virtual – adaptações, desafios metodológicos, potencialidades –, de Adriano Beiras, Alan Bronz e Pedro de Figueiredo Schneider. Os autores trazem reflexões preliminares da adaptação da reconhecida metodologia de grupos reflexivos de gênero do Instituto Noos, também utilizada na organização MEMOH na discussão de masculinidades, ao sistema de reuniões em plataformas digitais, devido à situação da pandemia da COVID no mundo. Há ganhos e perdas desta adaptação, que definem um novo protocolo de ação de forma a manter o caráter reflexivo e as bases teóricas e metodológicas principais desta metodologia. São relatados os principais desafios, potencialidades e reflexões, apesar de algumas perdas e comparação ao formato presencial.

O sexto artigo desta edição continua com o tema de gênero, porém agora aplicado à análise de um filme. Trata-se do artigo titulado – Psicologização do Machismo e Romantização da Violência de Gênero no Filme WiFi Ralph –, de Gabriela Martins Silva e Domitila Shizue Kawakami Gonzaga. O artigo apresenta uma análise discursiva do filme em questão, a partir de uma perspectiva construcionista social, descrevendo pontos principais da narrativa. Busca-se identificar sentidos de gênero, o silenciamento de algumas questões sobre violência, justificativas e romantizações, problematizando a potencialidade destes filmes infantis em mostrar situações cotidianas e soluções possíveis. O filme também pode ser utilizado como recurso discursivo e performático para reflexão sobre estes temas.

O último texto desta edição titula-se – Desenvolvimento de autoconhecimento e projeto de vida na Orientação Vocacional: um relato de caso –, de José Tadeu Acuna. O autor relata o caso de intervenção com um garoto de 22 anos, fundamentado em epistemologias construcionistas, onde se busca desenvolver o autoconhecimento e a facilitação de projetos de vida, para sua orientação vocacional.

Para finalizar, seguimos para as seções desta edição. Começamos por – Conversando com a Mídia –, onde trazemos o texto de Elvis Henrique Santos Andrade, que produz um olhar apreciativo sobre a minissérie “Nada Ortodoxa”. Em – Ecos –, Telma Lenzi nos convida a ler o artigo sobre sessão única, publicado na edição anterior da NPS, relatando suas experiências institucionais sobre o tema. Em – Estante de Livros – temos o convite de dois autores. Primeiro, Leonora Corsini relata sua experiência de leitura de Mamãe & Eu & Mamãe, de Maya Angelou. E em segundo, temos a republicação do prólogo escrito por Saul Fuks, como convite para a leitura do livro feito em homenagem a Tom Andersen, autor tão importante para nossa revista, produzido a partir do TILAC (Taos Institute Latin America/Conselho Latino-americano, Espanha e Portugal do Instituto TAOS). O livro está disponível de forma gratuita e titula-se Palabras, Movimientos y Emociones, e foi organizado A. Garcia, L. G. Rodriguez e H. M. Cruz, nossa coeditora. Apesar de ser de 2018, foi lançado apenas em 2020.

E, por fim, em Família e Comunidade em Foco –, temos uma entrevista feita por Alexandra R. Moreira com Paula Ayub. A entrevistada relata sua experiência com atendimento domiciliar com o tema do autismo, em especial nos temos de pandemia.

Além de desejar um novo ano brilhante e cheio de novos conhecimentos, como usual, desejamos primeiramente uma ótima leitura desta edição, aspirando a que as ideias e reflexões apresentadas pelos/as colaboradoras/es possam proporcionar aprimoramentos profissionais e instigar novas práticas de pesquisa nos nossos contextos clínicos, comunitários e sociais.

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