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Boletim - Academia Paulista de Psicologia

 ISSN 1415-711X

Bol. - Acad. Paul. Psicol. vol.41 no.101 São Paulo jul./dez. 2021

 

I. TEORIAS, PESQUISAS E ESTUDOS DE CASO

 

Envolvimento paterno de pais de crianças com o Transtorno do Espectro Autista

 

Parental involvement of fathers of children with Autistic Spectrum Disorder

 

Participación paterna de los padres de niños con Trastorno del Espectro Autista

 

 

Gabriela Heusi JorgeI; Ylana Loss Coletti Moterani SantosII; João Rodrigo Maciel PortesIII; Carina Nunes BossardiIV

IDiscente do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Estado de Santa Catarina. Brasil. ORCID https://orcid.org/0000-0001-6718-2548
IIDiscente do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Estado de Santa Catarina. Brasil. ORCID https://orcid.org/0000-0001-9706-485X
IIIDoutor em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Docente do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Estado de Santa Catarina. Brasil. ORCID - https://orcid.org/0000-0003-2512-4491
IVDoutora em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Docente do curso de Psicologia e do Programa de Mestrado em Saúde e Gestão do Trabalho da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Estado de Santa Catarina. Brasil. ORCID - https://orcid.org/0000-0003-3542-501X

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Essa pesquisa teve como objetivo investigar as características do envolvimento paterno com filhos que tinham o diagnóstico de Transtorno de Espectro Autista (TEA). Essa investigação tem caráter descritivo exploratório e correlacional. Participaram 41 pais de crianças com TEA. A média de idade dos pais foi de 37,98 anos (DP = 8,18) e das crianças foi de 67,39 meses (DP= 17,02). Os pais responderam ao Questionário Sociodemográfico; ao Questionário de Engajamento Paterno (QEP) e ao Questionário de Abertura ao Mundo (QOM). Realizou-se análise quantitativa com estatística descritiva e inferencial não paramétrica. Em termos de envolvimento os pais se destacaram nas dimensões suporte emocional, evocações e disciplina. Já no que se refere à abertura ao mundo, a maior média obtida foi em estímulo à perseverança. Assim, como um dos principais resultados observou-se que quanto mais o pai proporciona gestos e palavras que tranquilizam e encorajam a criança, mais eles pensam, falam e/ou lembram do filho, bem como o incentivam a explorar o ambiente e interagir com ele fisicamente por meio de gestos e brincadeiras. As características apontadas demonstram a importância das funções paternas para o desenvolvimento infantil de crianças com TEA.

Palavras-chave: envolvimento paterno; criança; autismo.


ABSTRACT

This research aimed to investigate the characteristics of paternal involvement with children diagnosed with Autistic Spectrum Disorder (ASD). This investigation has an exploratory and correlational descriptive character. Forty-one parents of children with ASD participated. The average age of parents was 37.98 years (SD = 8.18) and of children was 67.39 months (SD = 17.02). Parents answered the Sociodemographic Questionnaire; Paternal Engagement Questionnaire (QEP) and the World Opening Questionnaire (QOM). Quantitative analysis was performed with nonparametric descriptive and inferential statistics. In terms of involvement, parents excelled in the emotional support, evocations and discipline dimensions. Regarding openness to the world, the highest average obtained was in stimulating perseverance. Therefore, as one of the main results, it was observed that the more the parent provides gestures and words that reassure and encourage the child, the more they think, speak and / or remember the child, as well as encourage him to explore the environment and interact with him physically, through gestures and play. These characteristics demonstrate the importance of parental functions for the child development of children with ASD.

Keywords: paternal involvement; child; autism.


RESUMEN

Esta investigación tuvo como objetivo investigar las características de la participación paterna con niños diagnosticados con Trastorno del Espectro Autista (TEA). Esta investigación tiene un carácter descriptivo exploratorio y correlacional. Participaron 41 padres de niños con TEA. La edad promedio de los padres fue de 37.98 años (DE = 8.18) y la de los niños de 67.39 meses (DE = 17.02). Los padres respondieron el cuestionario socio-demográfico; Cuestionario de participación paterna (QEP) y el Cuestionario de apertura al mundo (QOM). El análisis cuantitativo se realizó con estadística descriptiva e inferencial no paramétrica. En términos de participación, los padres sobresalieron en las dimensiones de apoyo emocional, evocaciones y disciplina. En lo referente a la apertura al mundo, el promedio más alto obtenido fue en la estimulación de la perseverancia. Por lo tanto, como uno de los principales resultados, se observó que cuanto más el padre proporciona gestos y palabras que tranquilizan y alientan al niño, más piensan, hablan y / o recuerdan al niño, así como lo alientan a explorar el entorno e interactuar con el físicamente a través de gestos y juegos. Estas características demuestran la importancia de las funciones parentales para el desarrollo infantil de los niños con TEA.

Palabras clave: Participación de los padres; niños; autismo.


 

 

Introdução

O exercício da paternidade tem se transformado e adaptado com as mudanças sociais contemporâneas. Alguns fenômenos como a ascensão da mulher no mercado de trabalho e sua participação no sistema financeiro do lar contribuíram para uma  redefinição da figura paterna no contexto familiar (Kim et al., 2016). Geralmente a função do pai é associada ao apoio material e o suporte emocional à mãe (Kim et al., 2016; Laxman et al., 2015). Por outro lado, o pai tem sido visto como mais atuante no contexto familiar, participando da vida dos filhos. Ele oferece um senso de segurança, apoio emocional à criança, entre outros aspectos (Bandeira, Moura, & Vieira, 2009). Evidências científicas documentam a importância da relação entre pai e filho. Contemporaneamente o envolvimento paterno é entendido como um construto multidimensional, compreendendo um conjunto de habilidades e dimensões afetivas, cognitivas e éticas, além de elementos comportamentais observáveis diretos, como uma interação frente a frente, e indireto, como sustento financeiro" (Santis & Barham, 2017; Silva, Vieira & Schneider, 2016). Um dos modelos teóricos para a compreensão do envolvimento paterno é a teoria de Relação e Ativação Pai-Criança, de Paquette (2004), no qual visa explicar a função do pai para o desenvolvimento infantil, a partir da interação direta que ele estabelece com a criança. A interação pai e criança é bidirecional, contribuindo para a promoção do desenvolvimento mútuo (Paraventi et al., 2017). Tanto a função paterna quanto a materna são importantes para o desenvolvimento infantil, entende-se que o exercício da parentalidade é influenciado mutuamente entre os pais e esse compartilhamento das atividades parentais é um fenômeno conhecido como coparentalidade. Uma pesquisa realizada por Portes e Vieira (2020) com pais de crianças com TEA revelou algumas características sobre a relação parental nessas famílias. As mães tiveram discordância com relação às práticas parentais adotadas pelos seus companheiros porque eles tinham a tendência de utilizar uma disciplina mais permissiva no cuidado do filho e elas se sentirem sobrecarregadas e também perceberem uma divisão desigual das tarefas relacionadas às tarefas parentais. Contudo, elas reconheceram os esforços do(a) companheiro(a) e apresentaram poucas situações de exposição do filho aos conflitos e evitaram a sabotagem do companheiro no exercício de sua parentalidade. Compreende-se que pais e mães compartilham de atividades parentais em uma interação dinâmica no sistema familiar, no entanto, podem existir especificidades no cuidado do filho. A Teoria de Relação de Ativação Pai-Criança defende que pais e mães podem exercer funções diferentes, mas que se complementam para a promoção do desenvolvimento da criança, por exemplo, caracterizando a relação de apego exercida pela mãe (o conforto), assegura a proximidade física para permitir que o pai respondesse às necessidades básicas da criança. Já o segundo polo, exercido pelo pai (ativação), permitiria a autodescoberta das próprias capacidades da criança, facilitando a exploração do ambiente e permitindo o desenvolvimento de uma autoimagem positiva e de confiança no pai (Paquette, 2004; Bueno et al., 2018). Neste sentido, o envolvimento paterno vem sendo estudado tanto em termos de participação nas atividades com as crianças, no que se refere à interação, acessibilidade e responsabilidade em diferentes dimensões do cuidado, tais como suporte emocional, cuidados diretos e indiretos, disciplina, evocações e jogos físicos e abertura ao mundo (Bossardi et al., 2019). Recentemente o estudo de Koltermann, Souza, Bueno Paraventi e Vieira (2019) apontaram que a função de abertura ao mundo pode ser exercida pelos pais e pelas mães de crianças com desenvolvimento típico e que ambos fornecem forte Estímulo à Perseverança na relação com os filhos e poucas práticas de castigo. Embora o estímulo à perseverança das mães seja mais elevado em comparação aos seus parceiros. Diante ou não de especificidades no cuidado paterno em comparação ao materno, estudos têm demonstrado a importância da figura paterna para o desenvolvimento infantil  (Bossardi & Vieira, 2010; Bueno & Vieira, 2014;  Manfroi, Macarini, & Vieira, 2011). Diversos estudos trazem o envolvimento paterno em contextos de crianças com desenvolvimento típico (Bueno & Vieira, 2014; Santis & Barham, 2017). Entretanto, nesta pesquisa busca-se identificar o envolvimento de pais de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-V (APA, 2014), o Transtorno de Espectro Autista (TEA) apresenta características desde o início da infância, tais como: prejuízos na comunicação e interação social recíproca, padrões de comportamento, interesses e atividades restritas e/ ou repetitivas, déficit na reciprocidade sócio emocional, características que prejudicam e dificultam o funcionamento diário, assim como causam danos no processo de desenvolvimento, como a capacidade de manter e compreender as relações interpessoais.

Em famílias com filhos diagnosticados com TEA, o envolvimento paterno será influenciado pelas características do transtorno, pelo impacto do diagnóstico na família, pelo contexto mais amplo que envolve as políticas públicas e o apoio da rede social, pelo trabalho do pai, pelo relacionamento do casal e pelas próprias crenças em torno da deficiência (Silva, Vieira, & Schneider, 2016). A apuração do tema sobre a importância da paternidade para o desenvolvimento de crianças com TEA surgiu da necessidade de preencher a lacuna ainda presente na literatura e também em políticas públicas referentes a essa questão (Silva, Vieira & Schneider, 2016; Vieira et al., 2014). O envolvimento do pai nas ações de cuidado é um dos recursos mais importantes, entretanto pouco aproveitado na promoção da saúde e do desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, principalmente com TEA (Silva, Vieira & Schneider, 2016). Essa constatação também é consonante aos estudos de revisão da literatura sobre o envolvimento paterno diante dos filhos com desenvolvimento típico (Bueno & Vieira, 2014; Vieira et al., 2014) e com TEA (Silva, Vieira & Schneider, 2016). A maioria dos estudos encontrados são relacionados a interação, participação e a experiência paterna como uma adaptação, bem como, uma figura que fornece apoio à mãe e não sobre o envolvimento para o desenvolvimento da criança com TEA especificamente (Kim et al., 2016, Laxman et al., 2015). Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo investigar as características do envolvimento paterno com filhos que tenham o diagnóstico de transtorno de espectro autista. Para tanto, procurou-se identificar as dimensões do envolvimento paterno e da abertura ao mundo e verificar as relações entre as próprias atividades em que o pai pode se envolver no cuidado com crianças com TEA.

 

Método

Delineamento da pesquisa e participantes

Essa pesquisa caracteriza-se como descritiva e exploratória, de natureza quantitativa, envolvendo processos de coleta, análise, interpretação e redação dos resultados (Creswell, 2007). A pesquisa contou com a participação de 41 homens, com filhos que tinham o diagnóstico de TEA, entre 3 e 7 anos de idade. Os critérios de inclusão destes foram: maiores de 18 anos, alfabetizados, casados ou em união estável, mas que convivem com a criança há pelo menos seis meses. Estes pais precisavam estar vinculados a serviços especializados que prestam atendimento a essa população na região do Vale do Itajaí-SC. Foram excluídos pais divorciados que não convivam com a criança.

Instrumentos

Para coleta de dados foram utilizados três questionários: o Questionário Sociodemográfico, o Questionário de Engajamento Paterno (QEP) e o Questionário de Abertura ao Mundo (QOM). O Questionário sociodemográfico, elaborado pelo [nome do núcleo de pesquisa omitido para evitar identificação], é composto por 10 questões concernentes a variáveis como: dados da família (cidade de residência, composição familiar, número de pessoas que moram na casa, idade e escolaridade dos membros da família); renda familiar (profissão, atividade atual e jornada de trabalho); dados da criança alvo (data do nascimento, sexo e idade). O questionário para investigar o Engajamento Paterno (QEP) é realizado para identificar características do envolvimento dos pais com os filhos. Neste questionário, os pais são convidados a responder (numa escala de cinco pontos que vai de nunca a sempre) com que frequência realizam determinadas atividades com a criança e com a família. Tal questionário passou por um processo de Adaptação Transcultural e Evidências de Validade para o contexto brasileiro (Bossardi et al., 2019). Sua versão validada contém 36 questões, as quais estão distribuídas nas seguintes dimensões: Suporte Emocional (10 itens, no qual referem-se ao pai fornecer gestos e palavras que tranquilizam e encorajam a criança), Abertura ao Mundo e Jogos Físicos (seis itens, referente ao pai incentivar a criança a explorar o ambiente, a ir mais longe e interagir com ela fisicamente por meio de gestos e brincadeiras), Cuidados Diretos e Indiretos (11 itens, sendo eles relacionados com cuidados essenciais à sobrevivência como alimentar, vestir e dar banho, bem como cuidar das atividades com relação à casa em geral, ou seja, fazer compras, preparar as refeições e se ocupar da limpeza e dos consertos necessários), Evocações (cinco itens, em que o pai fala, pensa e/ou lembra do filho) e Disciplina (quatro itens referentes à ações de controle de comportamentos, ou seja, atos de corrigir e repreender a criança) (Bossardi et al., 2019). O questionário de Abertura ao Mundo (QOM) refere-se à abertura ao mundo proporcionada pelo pai ao seu filho durante a infância (Backes, 2015). Os pais são convidados a responder 27 itens (escala de 6 pontos variando de "nunca" a "muito frequentemente") apontando a frequência com que realizam alguns comportamentos. Tal questionário possui evidências de validade para o contexto brasileiro (Bueno et al., 2018). O QOM possui três dimensões: Estímulo à perseverança (investiga a frequência que os pais estimulam a criança no sentido de darem continuidade às tarefas, atividades, brincadeiras, no esporte e/ou elogiam o filho quando concluem alguma tarefa); Disciplina (referente à comportamentos punitivos, demonstração de raiva ou força física ou repreensão como métodos de disciplinar os filhos); Estímulo a Assumir Riscos (permissão e estímulo em atividades que podem gerar algum risco).

Coleta de dados

Primeiramente o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade [informação omitida, para evitar identificação de autoria] e recebeu parecer favorável (Registro nº omitido). Após a aprovação, foi feito contato pessoalmente com os pais, por meio dos serviços de saúde que atendem crianças com TEA. Após o aceite de participação, foi agendado um horário com os participantes no local da sua preferência, podendo ser realizado nas dependências dos serviços ou na residência do pai. Inicialmente foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), após a assinatura do documento, as pesquisadoras iniciaram a aplicação dos instrumentos. Primeiramente foi aplicado o questionário sociodemográfico, seguido do Questionário de Abertura ao Mundo (QOM) e o Questionário de Engajamento Paterno (QEP). A aplicação de todos os instrumentos ocorreu em tempo médio de 30 a 40 minutos.

Análise de dados

Para realizar o tratamento e análise dos dados, utilizou-se o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 18. A análise foi de forma quantitativa com estatística descritiva e inferencial não paramétrica. Foram utilizados o teste Friedman para identificar as diferenças entre as dimensões do envolvimento paterno e o teste de Coeficiente de Correlação de Spearman para verificar as relações entre as características sociodemográficas, o envolvimento e a abertura ao mundo paterno.

 

Resultados

A idade das crianças pesquisadas variou entre 38 a 94 meses, apresentando média em meses de 67,39 (DP= 17,02). De todas as crianças da amostra, observou-se prevalência do sexo masculino, sendo 38 do sexo masculino e três do sexo feminino. A média de idade do pai/padrasto foi de 37,98 anos (DP = 8,18). Constatou-se que a composição familiar predominante dos participantes foi de famílias nucleares (n = 31), nas quais os pais são biológicos de todos os filhos. As outras dez famílias se subdividiram nas categorias: família recasada com pais biológicos da criança alvo; família recasada com madrasta da criança alvo; e, família recasada com padrasto da criança alvo. Em relação ao número de pessoas residentes na casa, na maioria das famílias pesquisadas (n=8) as crianças moravam com o respondente, a companheira e um filho de quatro a seis anos. Outras 15 famílias se subdividiram nas categorias relacionadas a quem mora na casa: respondente, companheiro, um filho de quatro a seis anos e um filho de sete a 16 anos; respondente, companheiro e dois filhos de sete a 16 anos; e, respondente, companheiro e um filho de sete a 16 anos. Ressalta-se que em todas as famílias o pai residia com a criança foco da pesquisa. Das famílias pesquisadas houve uma variação do nível de escolaridade dos genitores de ensino fundamental incompleto ao ensino superior. A maioria deles concluiu o ensino médio (n=23), 10 pais possuem o ensino superior completo, 5 possuem o ensino fundamental e apenas 3 possuem o ensino fundamental incompleto. No que se refere à atividade atual do pai, é relevante destacar que 38 exercem alguma atividade remunerada, com exceção de três pais que se descreveram como desempregados. A jornada de trabalho foi de aproximadamente 43 horas semanais (M= 43,98 DP= 15,39).

Os valores de média e desvio padrão do envolvimento paterno (QEP) e da abertura ao mundo (QOM) estão apresentados na Tabela 1. O valor de p descreve a comparação das dimensões dentro do grupo (Teste de Friedman).

 

 

Ao examinar as diferenças nas cinco dimensões do QEP obteve-se uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001). Esses resultados revelaram que há uma variabilidade no tipo de envolvimento do pai junto ao seu filho com TEA, sendo o mais frequente o Suporte Emocional, o que significa que o pai tem com maior frequência comportamentos relacionados a garantir a segurança, acalmar, consolar, incentivar, intervir em casos de dificuldade ou desconforto, olhar as brincadeiras e dizer que ama a criança. Avaliando as diferenças nas três dimensões do QOM, obteve-se uma diferença estatisticamente significativa (p>0,001). Tais resultados demonstraram que há uma variabilidade no tipo de envolvimento do pai junto ao seu filho com TEA, sendo o mais frequente o Estímulo à Perseverança, significando que os pais apresentam maior frequência em comportamentos relacionados a incentivar as crianças a dar continuidade em tarefas, em brincadeiras, esportes ou jogos e também costumam elogiar quando o filho concluir alguma tarefa.

Na Tabela 2 evidenciam-se os resultados de análise de correlação de Spearman entre as dimensões do QEP e do QOM e as variáveis sociodemográficas como idade da criança, idade e jornada de trabalho do pai. As correlações fracas <0.4 não serão discutidas por entender que elas não são representativas sobre a relação entre os fenômenos.

 

 

A dimensão Suporte Emocional do QEP demonstrou uma correlação positiva  de  forte  intensidade com a dimensão Evocação do QEP (0,75 p<0,001) e moderada quando relacionada à dimensão Jogos Físicos e Abertura ao Mundo QEP (0,63 p<0,001), Disciplina do QEP (0,43 p<0,001) e Estímulo à Perseverança do QOM (0,48 p<0,001). Pode-se indica que os pais realizam suporte emocional, mas ao mesmo tempo costumam pensar e falar mais da criança ao longo do dia, estimulam os filhos a explorar ambientes, a brincar e também os incentivam a concluir o que começaram, sem deixar de disciplinar corrigindo comportamentos. Com relação a dimensão Disciplina do QOM observa-se uma correlação positiva de intensidade moderada com a dimensão Estímulo a Assumir Risco do QOM (0,41 p<0,001) e Idade da Criança em meses do questionário Sociodemográfico (0,41 p<0,001). Significando que os pais que utilizam de punições físicas como estratégia e disciplina, tendem a incentivar os filhos a assumir mais riscos e que esses comportamentos são mais frequentes em pais com filhos de mais idade.

 

Discussão

A dimensão Suporte Emocional apresentou escores mais elevados na presente pesquisa com pais de crianças com TEA. Esse resultado é semelhante ao de uma pesquisa realizada com crianças com desenvolvimento típico, no qual esta dimensão também apresentou escores elevados dentre as demais (BOSSARDI et al., 2013). O destaque a dimensão Suporte Emocional pode indicar as transformações pelas quais vem passando a dinâmica familiar, impulsionadas especialmente pelo incremento da participação da mulher no mercado de trabalho, o que levou à necessidade de reconfigurações nos papéis parentais (BOSSARDI et al., 2013). Nesse sentido, a literatura descreve que historicamente atribui-se ao pai a função de provedor e entendia-se que uma mãe competente era suficiente para o desenvolvimento da criança (Bernardi, 2017). O pai deixou de ser visto apenas como provedor, até mesmo pelo avanço da participação feminina no mercado de trabalho e passou a se engajar mais em funções importantes de suporte emocional afetivo não somente à criança, mas também à mãe, proporcionando um ambiente seguro e provendo as necessidades de ambos (Moraes & Granato, 2016). Os resultados da presente pesquisa diferem dos achados de outro estudo com crianças com TEA, no qual o pai apresentou dificuldade na expressão afetiva, o que foi justificado pelo fato de a criança com TEA apresentar padrão comportamental afetivo menos expressivo (Sprovieri & Assumpção, 2006). Dada a importância do envolvimento paterno para o desenvolvimento infantil, fazem-se necessários estudos como estes, na busca de caracterizar as relações pais-filhos, tanto com filhos de desenvolvimento típico como atípico. Conforme indicam Silva, Vieira e Schneider (2016), os fatores contextuais podem influenciar nas interações face-a-face (proximais) estabelecidas nas famílias. No caso de famílias com TEA, o envolvimento pode sofrer influências pelas próprias características do transtorno, pelo impacto do diagnóstico na família, pelo relacionamento conjugal pelo contexto mais amplo, como crenças e valores culturais e o investimento em políticas de apoio social em torno da deficiência e da funcionalidade em cada caso. Os pais também apresentaram escores mais elevados em relação à dimensão Jogos Físicos e Abertura ao Mundo, relacionadas a brincadeiras, e incentivo, além da dimensão Disciplina, a qual não envolve força física ou punições severas, mas ações relacionadas à sinalização de comportamentos não esperados e a indicação dos esperados. Pesquisas realizadas com pais de crianças com desenvolvimento típico demonstraram em seus resultados que essas dimensões também apresentaram altos escores, significando que existe maior envolvimento do pai em relação à criança no que diz respeito ao brincar de "lutinha" (Backes, 2015; Bueno et al., 2018). Além disso, conforme destacam esses autores, os pais adquirem atitudes como corrigir os comportamentos do filho à mesa, repreendê-lo quando ele perturba ou desobedece e puni-lo quando ele faz algo errado. A função de educar é um desafio, as atitudes dos pais para com seus filhos ao proporcionar uma educação positiva são norteadores para o desenvolvimento e equilíbrio da criança (Quingostas; Pignatelli, 2011). Constata-se que o pai se dedica às atividades de brincar com o filho, promove estímulos instrumentais e contato social além de engajamento em atividades físicas (Bueno et al., 2018; Cia, Williams, & Aiello, 2005). Com relação às questões disciplinares, observa-se que os pais adotam posições de controle de comportamento, mas que raramente adotam punições físicas como método de disciplinar seus filhos. Apesar disso, o uso dessas punições ainda se faz presente, o que é contrário a perspectiva da educação positiva e pode ser um fator de risco para a violência familiar contra as crianças (Quingostas; Pignatelli, 2011). Pesquisas relacionadas ao envolvimento parental no desenvolvimento de crianças com deficiência descrevem que é comum ao pai fazer atividades com seus filhos como brincadeiras, conversas, atividades artísticas, caminhadas, entre outras (Osmond Krauss, & Seltzer, 2004; Silva & Dessen, 2003), e com relação aos métodos de disciplinar seus filhos, os pais e mães de crianças com deficiências utilizam menos de punições físicas, pois entendem que este não é o método mais adequado (Marques & Dixe, 2011). Por outro lado, os estudos de Boonen et al (2014), Ventola et al (2017) Portes, Vieira, Souza e Kaszubowski (2020) afirmam que os pais e mães de crianças com TEA podem utilizar de maior controle parental e adotar  um  estilo  parental  autoritário  diante  de comportamentos disruptivos. As análises evidenciam que de modo geral o pai mostra-se envolvido com seus filhos, apresentando altos escores de engajamento com exceção apenas para a dimensão Cuidados Diretos e Indiretos do QEP (Bossardi, 2015). Este tipo de atividade parental é atribuída a mãe (Schmidt et al., 2019), principalmente em famílias que tenham uma criança com TEA, como é descrito em um estudo no qual resultados apontam que a mãe tende a tornar a criança como centro de sua vida, além de permanecer mais tempo em casa dedicando-se ao filho, enquanto o pai mantém sua rotina de trabalho, corroborando com os resultados da presente pesquisa (Vargas & Schmidt, 2017). Em relação ao QOM percebeu-se que o pai tem escores altos na dimensão Estímulo à Perseverança, entretanto escores baixos nas dimensões Estímulo à Assumir Riscos e Disciplina. Isso significa que regularmente os pais estimulam a criança a continuar as atividades, brincadeiras, esportes e elogiam os filhos quando concluem tais tarefas. Em contrapartida, raramente estimulam os filhos a assumirem situações que podem gerar algum tipo de risco s e costumam não utilizar de comportamentos punitivos como força física como método de disciplinar o(a) filho(a). O estudo brasileiro de Koltermann et al (2019) propuseram uma tipologia de pais e mães sobre a função de abertura ao mundo: pai/mãe ativador, pai/mãe protetor, pai/mãe imprudente, pai autoritário e mãe superprotetora. O predomínio do Estímulo à Perseverança acompanhado com pouco incentivo ao engajamento em situações de risco e níveis baixos de punição revelam um perfil de pai protetor, o que se aproxima ao perfil dos pais de crianças com TEA que participaram dessa pesquisa. As mães do estudo de Portes e Vieira (2020) revelaram que os seus companheiros utilizam de uma disciplina mais relaxada no controle do comportamento dos filhos com TEA. Outro estudo, que utilizou o instrumento QOM em 20 pais (homens) no desenvolvimento típico de crianças entre quatro a seis anos de idade observou que igualmente a presente pesquisa a dimensão com maior escore foi Estímulo à Perseverança seguido de Estímulo a Assumir Riscos e por último Disciplina com menor escore. Isso significa que, de modo geral, os pais incentivam seus filhos a persistirem, a não desistirem das atividades e também os motivam a correr riscos, desafiam o filho a fazer atividades que possuam certo grau de dificuldade, garantindo-lhe a segurança adequada. Em último lugar, a punição pode estar indicando que o pai tem punido menos o filho, dado menos castigo ou chamado menos sua atenção nas devidas situações (Backes, 2015). De acordo com pesquisas relacionadas a crianças com TEA, observa-se que o pai tende a adotar atitudes de estabelecer limites nas relações familiares e corrigir comportamentos da criança, entretanto dificilmente faz uso de punições físicas como método disciplinar (Schimidt, 2008). Dentre os principais resultados das correlações da análise de Spearman destaca-se a correlação entre as dimensões Suporte Emocional e Evocações do QEP que apresentaram coeficiente de correlação positivo com intensidade forte. Nesse sentido, quanto mais o pai tende a envolver-se com questões relacionadas à segurança da criança, acalmar, intervenção em dificuldades ou situações de desconforto e primeiros socorros, mas ele irá pensar e falar de seu filho quando não estiver com ele. Uma pesquisa que fez a correlação de tais dimensões obteve resultados semelhantes relacionados ao desenvolvimento típico, no qual observou que quanto mais suporte emocional o pai fornece para a criança, mais o pai irá lembrar dela, pensar e imaginar (Backes, 2015). Com relação as crianças com desenvolvimento atípico, uma pesquisa observou que devido aos fatores estressores pelos quais o pai passa, como árdua rotina de trabalho, tempo distante do filho, entre outros, ele acaba fortalecendo o vínculo emocional com a criança, demonstrando mais preocupação, pensando na criança mais vezes ao longo do dia e também buscando recursos para fazer parte do desenvolvimento do filho (Silva, 2007). Por outro lado, outros estudos evidenciam que os pais e mães de crianças com TEA têm sintomas mais elevados de estresse parental quando comparado a outras famílias, o que pode ser considerado um fator de risco para o envolvimento paterno (Bonis, 2016). Dentre os resultados de coeficiente de correlação positivo moderado destaca-se a correlação entre as dimensões Suporte Emocional quando relacionado às dimensões Jogos Físicos e Abertura ao Mundo do QEP, Disciplina do QEP e Estímulo à Perseverança do QOM. Os dados trazem evidências de que quanto mais o pai proporciona gestos e palavras que tranquilizam e encorajam a criança, mais eles pensam, falam e/ou lembram do filho, bem como o incentivam em atividades de interação física por meio de gestos e brincadeiras, exercem estímulo a dar continuidade a tarefas e possuem mais ações de controle de comportamentos. Esses resultados são consoantes a um estudo realizado sobre o envolvimento paterno dos pais com filhos com síndrome de Down, sendo observado que o pai que estabelece uma relação emocional com seu filho, se envolve mais em atividades relacionadas a incentivo e interação com o mundo (Henn & Piccinini, 2010). Outras dimensões que correlacionadas deram resultados de coeficiente positivo moderado foram as dimensões Jogos Físicos e Abertura ao Mundo do QEP com a dimensão Evocação do QEP e Estímulo à Perseverança do QOM. Percebe-se que quanto mais os brincam com seus filhos mais eles irão incentivar a criança a explorar o ambiente e mais irão pensar, falar e/ou lembrar da criança. De acordo com uma pesquisa, pais de crianças com deficiências tendem a se envolver em situações de estímulo à criança em brincadeiras e outros aspectos da vida, criando assim um laço emocional com o filho (Simmerman & Blacher, 2001). A dimensão disciplina do instrumento QOM quando relacionada à dimensão Estímulo a Assumir Risco do QOM e a Idade da Criança em meses do questionário Sociodemográfico deram resultados de intensidade de correlação positiva e moderada. Nesse sentido, quanto mais os pais adotam comportamentos punitivos de demonstração de raiva ou força física como métodos de disciplinar seus filhos, maior é o estímulo em atividades que podem gerar algum risco a criança, principalmente em crianças mais velhas. Os achados dessa pesquisa chamam atenção pelo fato de a disciplina estar associada ao comportamento de estimular riscos. Nesse sentido, presume-se que nessa relação possa eliciar comportamentos de controle do pai em relação ao filho, caso o risco que ele se encontre possa levá-lo a algum prejuízo mais significativo. A população com TEA geralmente apresenta diversos problemas de comportamento associados a sua sintomatologia, incluído comportamento que possam colocá-las em risco, por exemplo, os problemas de conduta são consideradosproblema sdecomportamentoexternalizante e nos estudos de Boonen et al (2014) e Ventola et al (2017) os pais de crianças com TEA têm a tendência de responder a comportamentos mais disruptivos com maior controle parental, punição severa e podem ser menos tolerantes.

 

Considerações Finais

A presente pesquisa teve como objetivo investigar as características do envolvimento paterno com filhos que tinham o diagnóstico de TEA. Por meio da análise dos resultados obtidos constatou-se maior frequência do pai com relação a comportamentos relacionados a acalmar, consolar, incentivar em casos de dificuldades ou desconforto, olhar as brincadeiras, dizer que ama e garantir a segurança da criança. Percebeu-se também que os pais tendem a se envolver na prática de atividades físicas, conclusão de tarefas, explorar ambientes, elogios, e também pensam na criança ao longo do dia. O tema sobre a paternidade no desenvolvimento de crianças com TEA surgiu da necessidade de preencher a lacuna presente na literatura e também em políticas públicas referentes a esta questão. Nesse sentido, por meio da análise dos resultados da presente pesquisa espera-se fomentar a reflexão dos pais, das famílias e dos profissionais da saúde sobre o envolvimento do pai nas ações de cuidado, pois eles têm papel fundamental para a abertura ao mundo social do seu filho. Entretanto tais cuidados são pouco aproveitados na promoção da saúde e no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Deste modo, sugere-se a criação de campanhas em unidades básicas de saúde e centros comunitários que promovam o envolvimento do pai na vida da criança com TEA, podendo ser realizada através de reuniões educativas que possibilitem a orientação parental para que mudanças efetivas ocorram no lar da criança, promoção de esportes entre pai e filho, aulas que estimulem a interação do pai com a criança, como por exemplo culinária, marcenaria, entre outros. Há necessidade também dos atendimentos às famílias abordarem as questões relativas à coparentalidade, pois muitas vezes esses aspectos podem estar interferindo diretamente no envolvimento paterno. Dentre as limitações relacionadas à pesquisa, salienta-se a dificuldade obtida em acessar os pais (homens), visto que o primeiro contato na maioria dos casos ocorria por intermédio da mãe da criança que frequenta o serviço especializado. Com relação aos instrumentos aplicados observou-se que em alguns casos os participantes não sabiam informar dados referentes à criança. Por meio desse estudo sugere-se novas pesquisas que façam uso de uma gama maior de serviços de saúde fornecidos a crianças com desenvolvimento atípico, ampliação de amostra, faixa etária das crianças e também a inserção de casais homoafetivos, visto a importância da inclusão dessa população em futuros estudos, como meio de refinar o objetivo aqui almejado. A Psicologia enquanto ciência e profissão, com base em tais conhecimentos, pode pensar em intervenções que promovam a saúde das famílias, além do aumento dos fatores de proteção ao desenvolvimento infantil.

 

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Recebido: 24.02.21
Corrigido: 03.04.21
Aprovado: 08.08.21

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