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Natureza humana

 ISSN 1517-2430

Nat. hum. vol.20 no.2 São Paulo jul./dez. 2018

 

 

Notas para uma sistematização histórica da recepção filosófica da psicanálise no Brasil

 

Notes for a historical systematization of the philosophical reception of psychoanalysis in Brazil

 

 

Weiny César Freitas Pinto*

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O artigo apresenta reflexões acerca da possibilidade de uma sistematização histórica da recepção filosófica da psicanálise, identifica e discute com a literatura específica sobre o tema, registra iniciativas institucionais importantes concernentes ao campo de pesquisa em filosofia da psicanálise no Brasil e argumenta a favor da ideia de que a recepção filosófica brasileira da psicanálise deve se interrogar a respeito de sua relevância histórica.

Palavras-chave: sistematização histórica; recepção filosófica brasileira da psicanálise.


ABSTRACT

The article presents thoughts about the possibility of a historical systematization of the philosophical reception of psychoanalysis, it identifies and discusses with the specific literature related to the topic, it registers institutional initiatives concerning to the search field in philosophy of psychoanalysis in Brazil, and it argues in favor of the idea that the Brazilian philosophical reception of psychoanalysis should ask itself regarding its historical relevance.

Keywords: Historical systematization; Brazilian philosophical reception of psychoanalysis.


 

 

Em homenagem a Luiz Roberto Monzani, por ocasião da celebração de seus 71 anos de idade.

 

1. Introdução

Há pouco mais de uma década foi publicada, no Brasil, Freud na filosofia brasileira (Fulgencio e Simanke, 2005), uma coletânea de textos, cujo título, aliás, muito corajoso e sugestivo, apresentou pela primeira vez explicitamente em nosso meio a iniciativa e intenção de uma sistematização da recepção filosófica da psicanálise no Brasil.

Trabalho organizado a quatro mãos, Fulgencio e Simanke (2005, p. 6) pretenderam uma demonstração das novas perspectivas de interpretação, perspectivas rigorosas e originais que vinham sendo estabelecidas pelo trabalho filosófico brasileiro sobre a psicanálise, quer fossem em relação ao aprofundamento da própria produção no Brasil sobre o tema, quer fossem em relação a outras perspectivas de leituras realizadas no exterior.

A ideia dos organizadores foi basicamente a de reunir textos daqueles que teriam sido os primeiros filósofos brasileiros a dedicarem-se diretamente à interlocução filosófica com Freud, ou com a psicanálise em geral. Com isso, o objetivo era mostrar as linhas de pesquisa específicas por meio das quais se constituiriam e se consolidariam os estudos brasileiros em filosofia da psicanálise (Fulgencio e Simanke, 2005, p. 6).

É precisamente esse objetivo que eu gostaria de tomar como ponto de partida para as notas que pretendo propor neste artigo. Embora, a rigor, a intenção de Fulgencio e Simanke não constitua, no sentido forte do termo, uma sistematização histórica da recepção filosófica da psicanálise no Brasil – uma vez que poderíamos classificar mais apropriadamente o que eles pretenderam como uma "sistematização teórica" –; de todo modo, a tarefa que realizaram converge significativamente para isso, o que, por consequência, torna Freud na filosofia brasileira, se não o primeiro livro acerca de uma história da recepção filosófica da psicanálise no Brasil, seguramente a primeira obra a inspirar e a orientar qualquer iniciativa de sistematização histórica dessa recepção.

Minha ideia central é a de que os estudos em filosofia da psicanálise no Brasil, além de fornecerem elementos teóricos que explicam e justificam sua existência como um campo legítimo de pesquisa filosófica, já fornecem também elementos históricos que explicariam e justificariam a existência de uma nova linha de pesquisa no interior desse campo de estudos: a linha de elaboração de uma história da recepção filosófica brasileira da psicanálise.

Com efeito, a própria publicação de um Freud na filosofia brasileira é, por si só, uma considerável evidência de que a diversidade e fecundidade teóricas da recepção filosófica da psicanálise no Brasil já não pode mais simplesmente negligenciar sua relevância histórica. É chegada a hora, portanto, de se interrogar com maior precisão pelo sentido histórico da recepção filosófica brasileira da psicanálise.

 

2. Freud na filosofia brasileira

A referida coletânea, dirá os organizadores (Fulgencio e Simanke, 2005, p. 12), "vem, pois, oferecer ao público uma amostra dos resultados que caracterizam as principais linhas de pesquisa já consolidadas nos estudos sobre a filosofia da psicanálise produzida por filósofos brasileiros".

Estas principais linhas evidenciam as tendências mais expressivas da filosofia brasileira da psicanálise, aquilo que a constitui, em sentido geral, como campo propriamente filosófico de pesquisa.

Assim, os filósofos presentes na coletânea – Bento Prado Jr., Stein, Gabbi Jr., Monzani e Loparic – deveriam ser vistos conjuntamente como uma espécie de sintetizadores do campo. A reflexão de cada um deles apresentaria perspectivas de análises diferenciadas, seja em relação à interpretação filosófica geral da psicanálise, seja quanto ao papel preciso que cabe aí à filosofia desempenhar (Fulgencio e Simanke, 2005, p. 6).

Em outros termos, a tese dos organizadores é a de que o modo particular com o qual cada um desses filósofos recepcionou a invenção freudiana inaugurou no Brasil certas tendências históricas, linhas de pesquisas filosóficas sobre a psicanálise. A fim de didatizar essa tese, utilizarei o conteúdo e a classificação que Fulgencio e Simanke oferecem, nomearei "atitude" cada "modo" particular que esses filósofos empregaram em suas respectivas relações com a psicanálise, e designarei cada linha de pesquisa correspondente com o nome do filósofo que a empreendeu.

1) Atitude Bento Prado Jr.: Consiste numa relação indireta com os textos freudianos, concentrando-se, principalmente, na análise das leituras filosóficas sobre a psicanálise. É, em geral, uma "crítica de segunda ordem", "uma crítica da crítica filosófica da psicanálise" na medida em que denuncia os abusos e distorções que a reflexão filosófica frequentemente inflige à psicanálise (Fulgencio e Simanke, 2005, pp. 6-7).

2) Atitude Stein: Refere-se a certas consonâncias entre os pensamentos de Freud e Heidegger, notadamente quanto à metapsicologia freudiana e às concepções da antropologia fundamental heideggeriana: analítica existencial, homem, modos de ser etc. (Fulgencio e Simanke, 2005, p. 8).

3) Atitude Gabbi Jr.: Considera a psicanálise desde o ponto de vista geral da filosofia analítica. Dispõe das ferramentas da análise lógica da linguagem com a finalidade de repercutir qual teoria da significação é realmente adequada à proposição freudiana. Reconhece e critica o empirismo e naturalismo freudianos em favor de uma filosofia da linguagem para fundamentar a prática interpretativa que define a psicanálise. (Fulgencio e Simanke, 2005, p. 9).

4) Atitude Monzani: Concerne à aplicação, não sem ressalvas, do método estruturalista, tal como preconizado pela tradição francesa de história da filosofia, à análise do texto freudiano. Preocupa-se com a articulação textual dos conceitos, relacionando-os internamente, seja uns aos outros, seja ao conjunto estrutural da obra. Ressalta a especificidade própria da psicanálise como disciplina epistemologicamente autônoma (Fulgencio e Simanke, 2005, pp. 9-10).

5) Atitude Loparic: Baseia-se na apropriação da psicanálise por meio da tradição filosófico-científica alemã, mais precisamente da concepção heurística de ciência e do kantismo em Freud. Apropria-se do viés desconstrutivo de Heidegger para criticar e rejeitar o naturalismo freudiano propondo alternativamente a psicanálise winnicottiana. (Fulgencio e Simanke, 2005, p. 11).

Conforme as informações acima, essas seriam, portanto, segundo Fulgencio e Simanke, as cinco linhas de pesquisas específicas, baseadas nos trabalhos de cinco diferentes filósofos brasileiros, que teriam estabelecido então as cinco grandes orientações teóricas disso que, no Brasil, chamamos "filosofia da psicanálise".

 

3. Freud na filosofia brasileira II?

A fim de continuar e aprofundar a sistematização de Fulgencio e Simanke, fornecendo-lhe certo sentido histórico, eu gostaria de propor uma sexta orientação teórica que, embora não tenha a mesma evidência das outras, também é um registro significativo do estabelecimento da pesquisa em filosofia da psicanálise no Brasil. Me refiro aos trabalhos que se baseiam na inter-relação das filosofias de Nietzsche e de Schopenhauer com o pensamento de Freud, cuja linha de pesquisa seria então representada notadamente por Cacciola e Giacoia Jr.

Na mesma linha de raciocínio, gostaria ainda de interrogar por outros nomes ou iniciativas importantes ligadas à origem da pesquisa em filosofia da psicanálise no Brasil, nomes e iniciativas dos quais, ao menos inicialmente, se esperaria alguma "atitude": penso em Walter Evangelista e no que os seus trabalhos sobre psicanálise baseados no referencial da filosofia Althusser teriam gerado. Penso igualmente nas pesquisas de interlocução entre estética e psicanálise que se desenvolveram, particularmente desde o ponto de vista da teoria crítica, em torno a Rodrigo Duarte – na verdade, muito mais por meio de seus alunos, cujo exemplo mais expressivo hoje é Verlaine Freitas.

Todos esses nomes e iniciativas são ligados ao departamento de filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o que nos faz interrogar a posição histórica que esse departamento ocuparia na recepção filosófica brasileira da psicanálise.

Há também os nomes de Garcia-Roza e Birman, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que teriam também eles constituído uma "atitude" particular quanto à filosofia brasileira da psicanálise? Tudo indica que sim!

A bem da verdade, seria necessário investigar mais detidamente essas orientações teóricas a fim de descobrirmos que relevância histórica cada uma delas possui. Trata-se de um trabalho ainda a ser feito.

Seja como for, o que cada uma dessas tendências representa, ou representaria, do ponto de vista histórico, está relacionado diretamente com a questão de sua posteridade, já que o caráter fundador de cada uma delas, o seu desenvolvimento e alcance, se expressam principalmente por meio de uma espécie de tradição que delas decorre, na medida em que novos pesquisadores, em geral alunos desses filósofos, prosseguem e aprofundam suas matrizes teóricas, mantendo-as assim num regime de permanente continuidade, e mesmo criando por meio delas novas tendências de estudos filosóficos sobre a psicanálise no Brasil.

A meu ver, são os casos, por exemplo, de Simanke e também de Safatle. Igualmente formados pela "atitude Prado Jr.", Simanke reúne em torno de si pesquisas de perspectivas bastante próprias no que concerne, principalmente, à análise histórica, quer de aspectos e conceitos da psicanálise em geral, quer da filosofia da psicanálise em particular. Safatle, por sua vez, também concentra em torno de seu trabalho pesquisas bastante consolidadas, cuja principal característica é uma análise de viés marcadamente político, baseada notadamente na psicanálise lacaniana.

Ou seja, esses dois filósofos parecem indicar a existência atualmente de novas linhas de pesquisa na filosofia brasileira da psicanálise; por isso, talvez não seja tão temerário atualizar aqui certa sistematização histórica da filosofia da psicanálise afirmando, com algum direito, estas duas atuais tendências de estudos, às quais eu designaria então de "atitude Simanke" e "atitude Safatle".

Acerca dessas "novas tendências", ou da atualidade da pesquisa em filosofia da psicanálise no Brasil, seria relevante registrar ainda as recentes iniciativas institucionais dos pesquisadores da área que causaram forte impacto sobre o modo como se desenvolveu e sobre o estado atual dos trabalhos neste campo de investigação.

1) A criação, em 2002, do Grupo de Trabalho (GT) "ANPOF Filosofia e Psicanálise", grupo de trabalho da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia que reúne pesquisadores de todo o Brasil com a finalidade de compartilhar e debater as pesquisas realizadas na área. Desde 2005, o GT realiza, bianualmente, importante congresso internacional.

2) A instituição, em 2005, do Laboratório de Teoria Social e Filosofia da Psicanálise (Latesfip), um centro de pesquisa interdepartamental vinculado aos cursos de Filosofia e de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), que reúne e desenvolve pesquisas em torno da articulação entre teoria social, filosofia e psicanálise.

3) A criação, em 2008, da Sociedade Internacional de Psicanálise e Filosofia, uma comunidade internacional de pesquisadores que visa à reunião, ao intercâmbio e à difusão de pesquisas baseadas na interlocução entre filosofia e psicanálise. Destaque para o fato de que pesquisadores brasileiros ocupam aí espaço bastante representativo de participação, alguns, inclusive, tendo feito parte da idealização inicial da Sociedade.

4) A instituição, em 2010, do Núcleo de História e Filosofia da Psicologia (NUHFIP), um núcleo de pesquisa ligado ao curso de psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), cujo objetivo é investigar os fundamentos históricos e filosóficos da psicologia em geral.

5) O Programa de Cooperação Acadêmica (Procad) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), que envolveu durante 2009 a 2012 pesquisadores das referidas universidades em torno ao projeto de pesquisa "Psicanálise, linguagem e cognição". Esse intercâmbio de pesquisa foi importante porque dele resultou a volumosa e producente coleção, "Psicanálise em perspectiva". De 2009 até 2016 foram editados seis volumes, cada qual composto pela publicação de pesquisas sobre os mais diversos temas e problemas de filosofia da psicanálise em geral. Trata-se, pode-se afirmar, da primeira coleção no Brasil editada particularmente desde o ponto de vista da filosofia da psicanálise (Simanke et al., 2009-2016, 6 vols.).

6) A existência de periódicos científicos específicos na linha de pesquisa do campo. Natureza Humana, revista internacional de filosofia e psicanálise, é publicada semestralmente desde 1999. Também com publicações semestrais, AdVerbum, revista de filosofia da psicanálise, da psiquiatria e da psicologia" (2006-2012), deixou-nos um precioso acervo de doze números publicados1.

Diante desse quadro, o que se vê em geral é que todas as linhas de pesquisa representadas por cada uma das tendências teóricas mencionadas acima estão em pleno processo de consolidação e aprofundamento, e todas as iniciativas institucionais importantes para o estabelecimento da filosofia da psicanálise como campo de pesquisa filosófico no Brasil são relativamente recentes. Tudo indica, portanto, que é preciso aguardar ainda por certo tempo para uma avaliação mais rigorosa dos resultados da pesquisa brasileira em filosofia da psicanálise.

Todavia, a posição fundamental que eu gostaria de sustentar é a de que já é possível, pelo menos, entrever tendências de análises, discernir referências teóricas, identificar posições de pesquisa. Já é possível explorar, debater e estabelecer crítica ao significativo conteúdo gerado pela rede de trabalho que se constituiu. Por tudo isso, já é possível, enfim, fazer avançar a reflexão sobre o que nós mesmos produzimos; em uma palavra, já é possível pensarmos historicamente filosofia brasileira da psicanálise2.

A esse propósito, aliás, Fulgencio e Simanke (2005, p. 6) mencionaram na apresentação de Freud e a filosofia brasileira terem deixado para o futuro a reunião de autores mais recentes que teriam aprofundado ou desenvolvido novas linhas de pesquisa em filosofia da psicanálise.

A meu ver, o momento parece muito oportuno para reabrir e aprofundar esse debate. Há novos desdobramentos de antigos temas e questões, há novas referências que se enunciam relativizando a predominância de determinadas tradições interpretativas – caso, por exemplo, das abordagens mais recentes de Simanke, centradas na perspectiva de inserção da psicanálise em uma história mais ampla das ciências, portanto, menos endógena e excepcional.

Além disso, para além de Simanke e Safatle, e das iniciativas institucionais mencionadas, convém não ignorar o fato de que, literalmente, há pesquisadores em filosofia da psicanálise em todas as regiões do Brasil. Esses pesquisadores levam adiante suas pesquisas na área: 1) desde a oferta da própria disciplina de filosofia da psicanálise, presente muitas vezes no currículo regular de seus respectivos cursos de graduação; 2) por meio de seus grupos de estudo e pesquisa, oficialmente instituídos; e 3) igualmente, por meio de seus cursos de pós-graduação – mestrado/doutorado –, alguns dos quais com linha de pesquisa específica em filosofia da psicanálise (caso, por exemplo, da UFSCar e mais recentemente da PUC-PR); outros, que a tematizam explicitamente no interior de alguma linha de pesquisa mais ampla (casos, por exemplo, da UFES e da UFMG, onde filosofia da psicanálise é tema declarado da linha de pesquisa em filosofia contemporânea).

Desse modo, a filosofia da psicanálise se faz presente de Norte a Sul, de Leste a Oeste do Brasil e os vários pesquisadores que se dedicam a pesquisá-la o fazem, seja seguindo alguma daquelas linhas estabelecidas pelos filósofos fundadores do campo, seja inovando-as em alguns aspectos, seja, enfim, criando novas perspectivas de pesquisa.

Na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por exemplo, temos nos ocupado bastante com o problema da formulação de uma história geral da recepção filosófica da psicanálise, e o que tem ficado cada vez mais claro em nossa pesquisa é que a filosofia brasileira da psicanálise seria, sem dúvidas, um capítulo fundamental dessa história.

 

4. Conclusão

É preciso reconhecer conteúdo que, a rigor, ainda é necessário maior investigação sobre o tema para insinuar qualquer conclusão, ainda é necessário despertar o interesse dos pesquisadores do campo para a importância de debater criticamente o que o próprio campo produz no Brasil, ainda é necessário estabelecer um programa de pesquisa convincente, que chame atenção para a relevância da análise histórica etc.; ou seja, há ainda muito o que fazer no que concerne a uma sistematização histórica da recepção filosófica brasileira da psicanálise.

É por isso que tudo o que apresentamos aqui não passa de notas. Continuaremos em busca do "quadro de filiação", no qual será possível visualizar esquematicamente a "árvore genealógica" de temas e autores da filosofia da psicanálise no Brasil, por isso mesmo, continuaremos esperançosos em ver tão logo publicado, quem sabe, um Freud na filosofia brasileira II, uma espécie de extrato teórico das tendências atuais de pesquisa; obviamente, não de seus resultados – já reconhecemos que é cedo demais para isso –, mas de suas perspectivas e objetivos, para os quais, nos parece, todas as condições estão dadas.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Weiny César Freitas Pinto
E-mail: weiny.freitas@ufms.br

 

 

* Doutor em filosofia. Professor do curso de Filosofia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
1 Além disso, há também, frequentemente, a publicação de dossiês específicos sobre filosofia da psicanálise em periódicos científicos que não são especificamente da área, cf., por exemplo, Discurso, revista do departamento de Filosofia da USP, 2007, n. 36. Ver também, Philósophos, revista de filosofia, 2008, vol. 13, n. 2. Cf. ainda os dois dossiês publicados pela Revista de Filosofia Aurora, 2011, vol. 23, n. 33; 2014, vol. 26, n. 38.
2 A título de ilustração, além da coleção já mencionada: Psicanálise e perspectiva, e além igualmente das publicações individuais dos pesquisadores da área, notemos a quantidade significativa da produção bibliográfica brasileira que trata generalizadamente sobre "filosofia da psicanálise". Relacionamos as referências em ordem cronológica: Silva, Dias e Vidigal (1986); Prado Jr. (1991); Knobloch (1991); Moura (1995); Japiassu (1989); Gabbi Jr. (1999); Machado (1999); Teixeira e Massara (2000); Safatle (2002); Birman (2003); Iannini et al. (2004); Fulgencio e Simanke (2005); Safatle e Manzi (2008); Aires e Ribeiro (2008); Murta (2009); Simanke et al. (2010); Oliveira (2011).

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