EDITORIAL

Este último semestre foi um período de muitos acontecimentos a serem comentados. Infelizmente nem todos eles bons. O mais triste e inesperado foi o que resultou na perda, em janeiro deste ano, do nosso grande amigo e colaborador Marcelo Beckert. Um jovem analista do comportamento, promissor em sua produção acadêmica e científica, entusiasta da ABPMC e um autêntico apaixonado pela ciência e terapia do comportamento. Marcelo fará muita falta por todas as suas qualidades, que incluíam um companheirismo e um bom humor sem par. Inflamado ao apresentar suas posições científicas e políticas, Marcelo tornou-se conhecido pela maioria de nós e com certeza deixa muitas saudades...

Outro acontecimento que não pode deixar de ser comentado é a homologação das novas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Psicologia no Brasil. Depois de muita controvérsia entre entidades de classe e entidades científicas, as novas diretrizes finalmente foram acordadas e serão implementadas sob a supervisão do MEC. Aparentemente todos ficaram satisfeitos com a solução obtida, e o desfecho da história fica por conta dos resultados que virão com o tempo. A avaliação contínua (nossa velha conhecida) apontará os erros e acertos da medida.

Um terceiro acontecimento bastante importante foi que, com o propósito de reunir as diversas abordagens em psicologia e “unificar o discurso” dos psicoterapeutas, foi fundada a Associação Brasileira de Psicoterapia (ABRAP). As terapias comportamentais e cognitivas têm seus representantes na presidência (que é colegiada e composta por três terapeutas), na diretoria e no conselho supervisor. Esse é mais um fórum do qual os terapeutas comportamentais e cognitivistas poderão participar.

O acontecimento mais atual que merece comentário é o XIII Encontro Brasileiro da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental e II Encontro Internacional da Association for Behavior Analysis. É sem sombra de dúvidas o maior encontro e o mais importante da história da comunidade Comportamental e Cognitiva em terras brasileiras. Com mais de 2400 inscritos, esse encontro responde a todos os que ainda tinham dúvidas se as abordagens comportamentais estão superadas ou em decadência. Pelo contrário, os inúmeros trabalhos que serão apresentados nos próximos dias revelam a força da abordagem pelo mundo e especialmente no Brasil. Este fato faz aumentar a responsabilidade que os cientistas brasileiros passam a assumir no desenvolvimento técnico e científico de seus trabalhos. Aos novos participantes, as boas vindas. Aos participantes tradicionais, desejos de um excelente trabalho e muito sucesso. Crescemos e nos estabelecemos no cenário da psicologia com garra, competência e entusiasmo.

Roberto Alves Banaco

Editor