EDITORIAL

Em geral, elaborar um editorial é uma tarefa agradável, na qual temos a liberdade de evocar, em nossos possíveis leitores, uma série de reflexões a respeito de assuntos que sejam (a nosso ver) importantes para a comunidade. Tenho tentado, em meus editoriais, colocar os leitores da Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva (RBTCC) a par de uma série de acontecimentos importantes que nos afetam diretamente.

Assim, dando continuidade a esta tarefa, venho informar-lhes que a RBTCC tem recebido inúmeros artigos, demonstrando sua força enquanto veículo de comunicação científica entre os membros da ABPMC, e entre estes e os leitores em bibliotecas do Brasil todo. Isto tem mobilizado o conjunto de pesquisadores do Conselho Editorial e muitos pareceristas ad-hoc, para que os trabalhos, aos poucos, fiquem cada vez mais bem elaborados. Esse esforço conjunto tem contribuído para que a comunicação científica atinja um grau de excelência. O processo tem sido composto por muitas idas e vindas entre autores e pareceristas, intermediadas por esta editoria. Só para que se tenha idéia do volume de artigos que temos recebido, em junho tínhamos nada menos do que 54 pareceristas envolvidos em avaliações de artigos submetidos à publicação. Essa marca não havia ainda sido atingida em edições anteriores e demonstra que, se seguirmos neste ritmo, a RBTCC pode ser pensada para uma periodicidade menor (ao invés de semestral, como tem sido, tornar-se quadrimestral).

Uma outra boa notícia é que, em breve, os primeiros números da RBTCC, que estão esgotados, estarão disponíveis para a comunidade por meio da Biblioteca Virtual de Saúde BVS-Psi. A intenção desta editoria, até o final de sua gestão (em dezembro de 2005), é colocar todos os números que se encontram esgotados em papel, disponíveis em formato eletrônico.

Esta é mais uma forma de divulgação que a ABPMC tem desenvolvido para seus sócios e para os psicólogos das abordagens cognitivas e comportamentais.

Bem, como eu disse no início do editorial, esta foi a parte agradável. No entanto, nem bem nos recompúnhamos da perda irreparável de Dra. Carolina Bori, eis que perdemos, neste semestre, a nossa eterna professora Maria Amélia Matos.

Maria Amélia sempre influente sobre os caminhos das associações que nos congregaram e congregam, foi, por várias vezes, membro do Conselho Diretor da ABPMC. Participou de decisões importantes na história da associação, tais como o nome da Coleção “Sobre Comportamento e Cognição”, e desde o primeiro número da RBTCC participava ativamente como membro do seu Conselho Editorial. Nas assembléias de associados, Maria Amélia trazia, com sua objetividade e clareza de raciocínio, muitos argumentos que nortearam os caminhos da ABPMC desde sua fundação.

Nas próximas páginas, encontram-se os depoimentos de três grandes amigas de Maria Amélia: Myrian Vallias de Oliveira Lima, Fátima Regina Pires de Assis e Maly Delitti. Certamente, muitas outras pessoas poderiam ter sido chamadas para depoimentos tão emocionados quanto os encontrados a seguir. Maria Amélia sempre foi assim: uma unanimidade afetiva e uma mestra em tempo integral. Não houve uma única oportunidade em que estive com ela e que não ouvisse de seus lábios: “Banaco, você precisa fazer “tal coisa”. Certamente a ela, eu e muitos outros devemos grandes passos em nossas carreiras.

A você, Maria Amélia, a nossa saudade.

Roberto Alves Banaco

Editor