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Psic: revista da Vetor Editora

 ISSN 1676-7314

Psic v.8 n.1 São Paulo jun. 2007

 

ARTIGOS

 

Traços de personalidade e agressividade: um estudo de evidência de validade

 

Personality traits and aggressiveness: a study of evidence of validity

 

Rasgos de personalidad y agresividad: un estudio de evidencia de validez

 

 

Fermino Fernandes Sisto I, *; Ana Francisca de Oliveira II, **

I Universidade São Francisco
II Universidade José do Rosário Vellano

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo foi proposto com o objetivo de analisar evidências de validade de construto e critério para a Escala de Traços de Agressividade para Crianças e Jovens por meio da Escala de Personalidade para Crianças. Participaram 331 crianças, de 2a a 5a séries, com idades entre 8 e 10 anos (média =8,84; DP=0,71), sendo 159 (48%) alunos do sexo masculino e 172 (52%) do sexo feminino. A escala de agressividade forneceu pontuações para agressividade escolar, familiar e geral e a de personalidade informou sobre neuroticismo, psicoticismo, extroversão e sociabilidade. Houve correlações significativas em relação a psicoticismo, neuroticismo, sociabilidade e a medida de agressividade familiar; psicoticismo e agressividade escolar; psicoticismo, sociabilidade e agressividade geral. As medidas de agressividade escolar discriminaram os grupos extremos de psicoticismo e sociabilidade, e as medidas de agressividade geral e familiar discriminaram os grupos extremos de psicoticismo, neuroticismo e sociabilidade.

Palavras-chave: Avaliação psicológica, Agressividade, Personalidade.


ABSTRACT

This study was proposed to analyze evidences of validity of construct and criterion for the Escala de Traços de Agressividade para Crianças e Jovens by means of the Escala de Personalidade for Crianças. 331 children participated, aged from 8 to 10 years old (average=8.84; DP=0.71), being 159 (48%) males and 172 (52%) females and attending at a elementary school from second to fifth grades. The aggressiveness scale supplied scores to school, familiar and general aggressiveness and the personality scale informed of neuroticism, psychoticism, extraversion and sociability. Significant correlations in relation the psychoticism, neuroticism, sociability and the measure of familiar aggressiveness were found, as well as psychoticism and school aggressiveness; psychoticism, sociability and general aggressiveness. The measures of school aggressiveness discriminated the extreme groups of psychoticism and sociability, and the measures of general and familiar aggressiveness discriminated the extreme groups of psychoticism, neuroticism and sociability.

Keywords: Psychological assessment, Aggressiveness, Personality.


RESUMEN

Este estudio fue propuesto con el objetivo de analizar evidencias de validez de constructo y de criterio para la Escala de Traços de Agressividade para Crianças e Jovens por medio de la Escala de Personalidade para Crianças. Han participado 331 niños del 2º al 5º grado, con edades entre 8 y 10 años (promedio=8,84; DP=0,71), siendo 159 (48%) alumnos del sexo masculino y 172 (52%) del sexo femenino. La escala de agresividad presentó puntuaciones para agresividad escolar, familiar y general, y la escala de personalidad informó sobre neuroticismo, psicoticismo, extraversión y sociabilidad. Hubo correlaciones significativas en relación al psicoticismo, neuroticismo, sociabilidad y la medida de agresividad familiar; psicoticismo y agresividad escolar; psicoticismo, sociabilidad y agresividad general. Las medidas de agresividad escolar discriminaron los grupos extremos de psicoticismo y sociabilidad, y las medidas de agresividad general y familiar discriminaron los grupos extremos de psicoticismo, neuroticismo y sociabilidad.

Palabras clave: Evaluación psicológica, Agresividad, Personalidad.


 

 

Introdução

Estudos sobre instrumentos psicológicos são essenciais para o desenvolvimento da área de avaliação psicológica, tendo em vista a exigência de que as avaliações sejam mais confiáveis e precisas em todos os contextos de atuação profissional. É manifesta a preocupação de alguns autores com o que se refere à qualidade psicométrica dos instrumentos (Sisto, Codenotti, Costa & Nascimento, 1979; Messick, 1995; Zimiles, 1996; Adánez, 1999; Almeida, 1999; Oakland, 1999; Anastasi & Urbina, 2000; Noronha, Sbardelini & Sartori, 2001; Noronha, Sartori, Freitas & Ottati, 2001; Pasquali, 2001; Noronha, Freitas & Ottati, 2003), uma vez que qualquer instrumento de medida deve apresentar características que justifiquem a confiabilidade nos dados que produzem.

Assim, a demanda para investigação sobre testes psicológicos que sejam adequados para sua utilização, de forma a medirem aquilo a que se propõem medir, ou seja, que apresentem validade para sua interpretação (Anastasi & Urbina, 2000) é bastante evidente. Dessa forma, justifica-se a proposta deste estudo com o objetivo de verificar evidências de validade para a Escala de Agressividade para Crianças e Jovens - EACJ (Sisto & Bazi, 2000).

A Escala de Agressividade para Crianças e Jovens foi construída por Sisto e Bazi em 2000 e apresenta evidência de validade de construto, obtida pela análise fatorial. Fornece três tipos de medidas, quais sejam, a agressividade em situação familiar, a agressividade em situação escolar e uma medida de agressividade geral, soma das outras duas subescalas. A terceira medida é possível, pois em sua construção foram isolados por análise de componente principal dois fatores, um relacionado à situação familiar e outro à situação escolar e seus itens são diferentes. Para a subescala de agressividade em situação familiar, o valor de alfa encontrado foi de 0,76; para a subescala de agressividade em situação escolar o valor de alfa foi de 0,77; e para a escala geral, 0,80.

As ações agressivas infantis são comportamentos evidentes no cotidiano escolar e, ao lado disso, os relatos dos professores testemunham que a agressividade é uma das dificuldades fundamentais para o trabalho escolar. Segundo eles, o ensino teria como um de seus obstáculos à falta de limites, maus comportamentos, desrespeito às figuras de autoridade, depredações, furtos ou roubos em relação à escola, agressões físicas e verbais entre alunos e agressões de alunos contra professores (Aquino, 1996; Codo, 1999; Candau, 1999; Sisto, 2005).

Leme (2004) explica que uma proporção importante de indivíduos agressivos revela-se depois do período da pré-escola, com evolução gradual, que se estende por muitos anos, sendo o período mais violento por volta dos 10 anos. Assim, professores freqüentemente gastam mais tempo na classe com conflitos agressivos do que com o próprio ensino (Tamaki, 1994) e, às vezes, se vêem obrigados a enfrentar explosões agressivas ou uma criança que é agressiva (Winnicott, 1999).

As ações agressivas infantis se manifestam também no ambiente familiar (Loeber & Stouthamer-Loeber, 1998). Estão presentes explosões temperamentais, destruição de objetos domésticos, reações hostis às restrições dos pais e brigas entre irmãos (Bazi, 2005).

Em relação à família, autores como Parke, Cassidy, Burks, Carson e Boyum (1992) encontraram evidências de que crianças adotaram muitos padrões de interação social vividos no contexto da família. Como relatou Sisto (2005) as crianças expostas a interações agressivas com suas mães e entre seus pais tenderam a ser agressivas. Para Azevedo e Guerra (1995), as punições sofridas na infância, aumentaram a probabilidade das vítimas se tornarem futuros agressores de seus familiares. Entretanto, Cecconello e Koller (2000) discutiram que o estilo de punição, ou mesmo de relação familiar, não pôde ser considerado determinístico, pois crianças de famílias problemáticas aprenderam a compensar as circunstâncias familiares adversas.

Estudando a agressividade na escola e na família, Sisto (2005), encontrou mais presença de situações indicadoras de agressividade na situação familiar que na escolar. A maior presença de agressividade na família concorda com o estudo de Meneghel, Giuglian e Falceto (1998) e Abramovay e colaboradores (1999). Esses autores argumentaram que os comportamentos agressivos de adolescentes seriam conseqüência da violência doméstica, pois o adolescente agressivo na escola era um indivíduo maltratado. Nessa mesma direção Maldonado e Williams (2005), estudando o comportamento agressivo de crianças do sexo masculino e sua relação com a violência doméstica, encontraram maior incidência de severidade de exposição à violência doméstica nas crianças com comportamento agressivo na escola.

Com relação ao aspecto da transferência do comportamento, verifica-se variação de acordo com o contexto, já que nem todos que agridem em casa fazem o mesmo na escola, e vice-versa. É possível, porém, generalizar de um contexto para outro, sendo mais provável de casa para a escola do que o inverso (Loeber & Hay, 1997). Ao lado disso, Abramovay e colaboradores (1999) mostraram que, para os jovens, a escola não era local de muita violência, e a família local de não-violência, o que, talvez, se deva ao fato de que no âmbito popular agressão está mais associada ao físico que ao comportamento verbal (Sisto, 2005).

Como objeto de definição a agressividade apresenta dificuldades, pois os psicólogos nem sempre estão de acordo a respeito do sentido a ser dado à agressividade. Alguns estudiosos reservam essa palavra para as atividades de caráter hostil, destrutivo, enquanto outros a aplicam a todas as tendências ativas voltadas para o mundo exterior, à afirmação de si, possessivas e construtivas (Alvarez, 1994; Aquino, 1998). Morais, (1995) e Dadoun (1998) comentam que alguns autores como Wundt, James, Mc Dougall mantiveram posição instintivista ao considerarem a agressividade como um instinto estritamente ligado à nutrição e à sobrevivência. E assim formulam-se e reformulam-se as teorias sobre agressividade humana.

No que diz respeito à definição dos comportamentos que são considerados agressivos, verifica-se uma variação que passa do ataque físico a formas mais veladas, como a maledicência. O que pode ser identificado de comum nesses comportamentos é a intenção de causar prejuízo ao outro, unida à expectativa de que tal objetivo será atingido (Geen, 1990; Loeber & Stouthamer-Loeber, 1998).

Essa qualidade nociva pode assumir diversas formas, desde infligir dor física, retenção de esforço, até estímulos irritantes, ou apresentar avaliações negativas. Além de a atuação agressiva ser definida como machucar, corporal ou verbalmente, também é caracterizada pelas omissões e pela atitude de extrema dependência (Fernández, 1993). Neste trabalho, a agressividade foi compreendida como um "capital energético" usado de forma destrutiva, abrangendo qualquer ação que pretenda danificar alguém ou alguma coisa (Bazi, 2005), compreendendo a agressão física, a agressão verbal, o ressentimento, a irritabilidade e outras formas de hostilidade.

Como objeto de investigação a agressividade apresenta igualmente dificuldades. O comportamento dela resultante, a agressão, é uma conduta que, além de episódica, não é facilmente definível, assumindo diferentes formas de manifestação. Mais ainda, sua evolução é também variável, e, também, está sujeita à influência de variáveis, tanto biológicas como sociais ou pessoais (Leme, 2004).

Com relação às variáveis que influem sobre o surgimento e permanência da agressão, verifica-se que diferentes fatores intervêm no processo, quais sejam, os fatores genéticos (Dilalla & Gottesman, 1991), fisiológicos (Meddnick, Brenannan & Kandel, 1988), o uso de substâncias tóxicas (Stiffman, Earls, Dore, Cunningham & Farber, 1996), o ambiente em relação ao abuso sexual na infância, às relações de família e às comunidades violentas (Ropper, 1991), o baixo desempenho escolar, baixa auto-estima e baixa expectativa (Oetting & Beauvais, 1987 citado por Gomide, 2000), cultura familiar e exposição à mídia violenta. Intervêm também no processo variáveis situacionais, como frustração, ataque, conflito, violações da norma, elementos ambientais estressantes, como calor, ruído, que influem no sentido de ativar o indivíduo, predispondo-o para o comportamento agressivo (Leme, 2004).

É importante ressaltar, porém, que o comportamento agressivo é desencadeado após um processo de avaliação complexo, no qual interagem as variáveis pessoais e situacionais, que aumentam ou diminuem o nível de ativação necessário para impulsionar esse comportamento. Segundo Leme (2004), as variáveis pessoais como personalidade, formam o potencial individual de agressão, dirigindo o comportamento. Nessa mesma direção Dollard (1939 citado por Ferreira, 2005) e Megargee e Hokanson (1976) sugerem uma dinâmica da personalidade diferente entre os indivíduos que apresentam uma inibição da resposta agressiva e aqueles cujas inibições são muito baixas.

Nessa mesma direção há um grupo de pesquisadores que procurou correlações entre agressividade e traços de personalidade. Moller e colaboradores (1996) encontraram uma correlação positiva entre extroversão e agressão e negativa entre introversão e agressão; Fream (1997) verificou um maior risco da violência estando associada significativamente a psicoticismo/agitação e Cabral (1992) destacou características de agressividade em indivíduos anti-sociais e com características tipo boderline (intermediária entre a neurose e a psicose).

Ainda Moss (2000), Fallgatter e Herrmann (2001), Soloff, Lynch e Retz-Junginger e colaboradores (2003) encontraram características de impulsividade relacionadas à agressividade, assim como, Retz, Rösler, Supprian, Retz-Junginger e Thome (2003) depararam com índices mais elevados de impulsividade nos indivíduos violentos. Por sua vez, Rocha (1976 citado por Ferreira, 2005) verificou que delinqüentes manifestam maior agressividade que os não-delinqüentes. A delinqüência estaria relacionada à impulsividade, a falta de controle sobre os impulsos agressivos.

A hipótese de que uma inibição maior ou menor da resposta agressiva esteja relacionada com a personalidade foi igualmente defendida por Eysenck (1995). Em sua proposta teórica, a personalidade seria observada com base nas condutas de uma pessoa e analisada valendo-se do pressuposto de que existe um núcleo constante e outra variável. Esse núcleo constante foi denominado de traço, entendendo por traço uma disposição ou tendência (Sisto, 2003).

Nesse sentido é possível falar que certa consistência da conduta caracteriza as pessoas, e pode-se falar em traços de personalidade como características psicológicas que representam tendências relativamente estáveis na forma de pensar, sentir e atuar com as pessoas. Caracterizam, contudo tendências com possibilidades de mudanças, como produto das interações das pessoas com seu meio social (Eysenck, 1995; Pacheco, 1998; Bazzi, 2005).

Eysenck (1995) figurou a personalidade como uma hierarquia. Assim, muitos traços superficiais teriam origem em um número menor deles (mais básicos) que, por sua vez, teriam origem em um pequeno número de outros de maior classificação, considerados fundamentais. Ao buscar fatores que dessem coerência aos comportamentos observados seu modelo propõe que os tipos de personalidade seriam determinados pela interação entre funções estáveis da personalidade, quais sejam, extroversão/introversão, neuroticismo/estabilidade emocional, psicoticismo, mentira e conduta anti-social (Sisto, 2003).

Com base nesses pressupostos teóricos Sisto (2003) desenvolveu a Escala de Traços de personalidade para Crianças que avalia quatro traços de personalidade, quais sejam, extroversão, neuroticismo, psicoticismo e sociabilidade. O traço extroversão poderia ser considerado a dimensão responsável pela impulsividade. Um sujeito extrovertido é ativo, despreocupado, espontâneo, impulsivo, otimista e assertivo. É sociável, têm amigos, gosta de conversar, prefere estar em movimento e acompanhado, é animado e aberto a relações interpessoais, adora mudança, é despreocupado e otimista; tende a ser agressivo e se aborrece rapidamente. Habitualmente é dominante, gosta de grosserias, é aventureiro e nem sempre é confiável. Em oposição o introvertido é retraído, introspectivo, mais reservado, tranqüilo, reflete antes de agir, têm poucos amigos, por vezes é um pouco pessimista. Sua vida é mais ordenada e controlada. São mais tímidos e solitários.

O traço de personalidade neuroticismo apresentaria como componentes a ansiedade, preocupação, sentimento de culpa, temor, tristeza, baixa auto-estima, timidez, melancolia, nervosismo, inquietação, emotividade. A pessoa tem como principal característica uma constante preocupação e tensão, acompanhada de uma forte reação de ansiedade. Apresenta uma forte instabilidade emocional e fortes reações emocionais, o que lhe dificulta a adaptação adequada, fazendo-o reagir, às vezes, irracionalmente. Também tenderiam a sentir excessiva vergonha e inferioridade, incomodar-se-iam quando rodeadas por outras pessoas, seriam impulsivas, tendo dificuldades em controlar os impulsos e necessidades, e não conseguiriam controlar o estresse, sendo excessivamente vulneráveis. São comuns as oscilações de humor como também depressões freqüentes. Por sua vez, a estabilidade emocional indicaria pouca impulsividade, com facilidade de autocontrole (Sisto, 2003).

O psicoticismo foi representado como predisposição das pessoas a serem duras, frias, agressivas, menos preocupada com os outros; com tendência a ser insensíveis e hostis. São pessoas solitárias e criam problemas com os outros; depreciam o perigo e sentem prazer em perturbar os outros. Pode ser descrita como mais egocêntrica, anti-social, impulsiva, com poucos sentimentos de empatia, culpabilidade e sensibilidade para com os outros. Contrariamente, ao traço psicoticismo têm-se a pessoa sensível afetivamente, preocupada com os outros e mais convencional (Sisto, 2003).

O traço de personalidade sociabilidade foi significado como predisposição da pessoa a ser adequada e ajustada às regras sociais. Contrariamente à sociabilidade tem-se o indicativo de condutas que merecem ser observadas e avaliadas mais detalhadamente, pois podem estar relacionadas a condutas anti-sociais (Sisto, 2003).

Explorando um pouco mais sobre essa relação da agressividade e traços de personalidade, no contexto de estudar particularidades do teste EACJ, optou-se por estudar os traços de personalidade em crianças, em relação ao EACJ (Sisto & Bazi 2000). Mais especificamente, a agressividade escolar, familiar e geral em relação a traços de personalidade, tanto para verificar correlações como para avaliar a possibilidade discriminativa de grupos extremos. Dentro desse contexto, o objetivo deste estudo foi analisar evidências de validade de construto e critério para a Escala de Traços de Agressividade para Crianças e Jovens.

 

Método

Participantes

Foram sujeitos da pesquisa 331 crianças, de 2a a 5a séries de uma escola pública do interior do estado de São Paulo, com idades variando entre 8 e 10 anos (média =8,84; DP=0,71). Eram 159 (48%) alunos do sexo masculino e 172 (52%) do sexo feminino.

Instrumentos

Escala de Agressividade

A Escala de Agressividade para crianças e jovens (Sisto & Bazi, 2000) é um instrumento de autorrelato/autopercepção com 16 afirmativas - 8 referentes à situação escolar e outras 8 referentes à situação familiar - para as quais os sujeitos deverão responder sim ou não. Exemplos de situações para agressividade em situação familiar: Gosto de ameaçar meus irmãos ( ) sim ( ) não; Quando meus familiares gritam comigo, também grito com eles ( ) sim ( ) não. Exemplos de situação para agressividade em situação escolar: Implico com as pessoas da minha escola ( ) sim ( ) não; Machuco meus colegas da escola quando tenho vontade ( ) sim ( ) não.

Para cada resposta sim é atribuído 1 (um) ponto e não se atribui pontuação à resposta não. Assim, as subescalas de agressividade em situação escolar e em situação familiar variam de zero a 8 pontos cada uma, e a de agressividade geral, de zero a 16 pontos.

Escala de Traços de Personalidade para Crianças

A avaliação dos traços de personalidade foi realizada por meio da Escala de Traços de Personalidade para Crianças (Sisto, 2003), um questionário com 30 itens, com precisão e validade para os seguintes fatores: neuroticismo, psicoticismo, extroversão e sociabilidade. É um instrumento para ser usado em crianças de 5 a 10 anos de idade. Questionário de lápis e papel, de auto-relato, adequado para aplicação grupal, embora, evidentemente, possa ser empregado na avaliação individual. Para cada item o instrumento fornece duas alternativas de resposta (sim e não). Faz-se a avaliação atribuindo-se um ponto para cada resposta que caracteriza um traço de personalidade específico. No geral quando a resposta for sim, atribui-se um ponto e quando a reposta para aquele traço seja não, também se atribui um ponto, e nos caos de itens invertidos a pontuação também se inverte.

A validade fatorial dessa escala foi analisada em um grupo de 2538 crianças de 5 a 10 anos de idade, com os quatro fatores explicando 49,294 da variância. Os coeficientes de consistência interna (alfa de Cronbach) foram: 0,83 para a escala geral; 0,89 para a escala de extroversão; 0,92 para a escala de psicoticismo. Por sua vez, a escala de neuroticismo apresentou 0,76; e, finalmente, a escala de adequação conseguiu um alfa de 0,78. A precisão teste-reteste foi estudada com 214 crianças de 8 a 10 anos e os valores foram superiores a 0,86.

Cinco estudos foram publicados usando o ETPC e, de certa forma, oferecem evidências de validade do instrumento. Três deles estão relacionados à situação de ensino-aprendizagem e os outros dois a outras características psicológicas que poderiam estar relacionadas a traços de personalidade (Sisto, Pacheco, Guerrero & Urquijo, 2001; Pacheco & Sisto, 2003; Bazi, 2003; Pacheco, 2003; Sisto, Bueno & Rueda 2003).

Procedimentos

Os instrumentos foram aplicados coletivamente, em sala de aula, com a presença de dois aplicadores por sala de aula, um para dar as instruções e o outro para auxiliar os sujeitos individualmente, caso fosse necessário. Foi mantida a ordem de aplicação dos instrumentos em todas as salas de aula. Num primeiro momento foi aplicado a Escala de Agressividade para Crianças e Jovens e, posteriormente, a Escala de Traços de Personalidade para Crianças.

Para a aplicação, da Escala de Agressividade cada aluno tinha um exemplar do teste, que continha as afirmativas e o local onde deveriam assinalar a alternativa (sim ou não) pretendida. Cada afirmativa foi lida em voz alta pelo aplicador e deu-se tempo suficiente para que cada um assinalasse a resposta. Para a Escala de Personalidade cada criança possuía o instrumento com os itens e as alternativas (sim-não) e o aplicador lia uma questão, e esperava que as crianças anotassem sua resposta, fazendo um x na alternativa escolhida, após um breve treinamento para tal.

 

Resultados

Os resultados estão apresentados em quatro blocos. No primeiro deles, apresentam-se os dados relativos ao teste de agressividade; no segundo, os dados relacionados à distribuição dos traços de personalidade no grupo estudado; no terceiro, a relação entre as informações desses dois grupos de dados; e, por fim, verificou-se até que ponto os grupos extremos em relação aos traços de personalidade são discriminados quanto às medidas de agressividade.

Escala de Agressividade

No caso da agressividade, as pontuações tinham a possibilidade de variar entre 0 e 8 pontos. Observou-se que as pontuações em agressividade familiar concentraram-se entre 5 e 8, congregando 70% dos sujeitos estudados. As pontuações 0,1,2, 3 e 4 foram obtidas por 29,9% das crianças. A média foi de 5,45, com desvio-padrão de 1,99. Esses dados indicaram que a maioria dos sujeitos apresentou agressividade familiar, e casos de agressividade acentuada (pontuações 7 e 8) foram constatados em 115 crianças, ou 34,7% delas.

No caso da agressividade escolar, as pontuações tinham a possibilidade de variar igualmente entre 0 e 8 pontos. Observou-se que as pontuações em agressividade escolar concentraram-se em 7 e 8, congregando 83,4% dos sujeitos estudados. As pontuações de 4 a 6 foram obtidas por 15,4 % das crianças. A média foi de 7,36, com desvio-padrão de 1,19. Levando-se em conta que a pontuação máxima seria de 8 pontos, pôde-se considerar que as pontuações detectadas nesta pesquisa foram altas equivalendo a 69,2%. Esses dados indicaram que a maioria dos sujeitos apresentou agressividade mais acentuada no contexto escolar.

Com vistas a um indicador mais global, as pontuações de agressividade familiar e escolar foram somadas, constituindo-se em apenas um indicador. Nesse caso, as pontuações tinham a possibilidade de variar entre 0 e 16 pontos. Observou-se que as pontuações concentraram-se entre 14 e 16, congregando 45,9% dos sujeitos estudados. As pontuações entre 1 e 6 foram obtidas por 2,4 % das crianças. A média foi de 12,82 com desvio-padrão de 2,68. Esses dados indicaram que a maioria dos sujeitos apresentou um desempenho indicativo de agressividade.

Traços de personalidade

A Escala de Personalidade para Crianças fornece informação a respeito de quatro traços de personalidade. Em relação ao traço de personalidade neuroticismo, as pontuações tinham a possibilidade de variar entre 0 e 7 pontos. Houve uma alta concentração entre as pontuações 2, 3 e 4, responsáveis por 55,8% das condutas dos sujeitos. As pontuações 6 e 7 responderam por 16,3% dos sujeitos, e 12% tiveram uma pontuação entre 0 e 1. A média do grupo foi de 3,54 e o desvio-padrão, de 1,78. Esses dados indicaram uma boa distribuição do traço nos sujeitos estudados.

Em relação ao traço extroversão, as pontuações tinham a possibilidade de variar entre 0 e 10 pontos. Encontrou-se uma alta concentração em pontuações baixas, pois os sujeitos com 0, 1 e 2 pontos perfizeram 81,2% dos protocolos estudados. As pontuações 3, 4 e 5 explicaram 17,2% das condutas dos sujeitos e 0,9% dos sujeitos tiveram uma pontuação entre 7 e 9, sendo 9 a pontuação máxima obtida. A média foi de 1,43 e o desvio-padrão de 1,42 pontos. Esses dados sugeriram que o grupo estudado apresentou esse traço com uma intensidade baixa.

As pontuações tinham a possibilidade de variar entre 0 e 6 pontos na escala de sociabilidade/adaptação. As pontuações entre 0 e 1 explicaram 42,6% das condutas. As pontuações 2, 3 e 4 responderam por 48,6% dos sujeitos. A média encontrada foi de 2,09 e o desvio-padrão, de 1,65 ponto. Esses dados sugeriram que o grupo estudado apresentou esse traço com uma intensidade razoavelmente baixa.

O traço de psicoticismo, por sua vez, apresentou uma alta concentração em pontuações altas, pois os sujeitos com 10 e 11 pontos perfizeram 69,8% dos protocolos estudados. As pontuações 7, 8 e 9 responderam por 25%. Com uma média de 9,70 e um desvio-padrão de 1,67 pontos, o psicoticismo foi o traço com a maior média em relação aos outros traços. Esses dados sugeriram que o grupo estudado apresentou esse traço com uma intensidade alta.

Relação entre agressividade familiar, escolar e geral e traços de personalidade

A Tabela 1 fornece os coeficientes de correlação de Pearson entre as medidas de agressividade e traços de personalidade. Em relação à agressividade familiar foram encontradas correlações baixas com os traços psicoticismo, neuroticismo e sociabilidade; mas nula com o traço extroversão. Pode-se dizer que nos traços psicoticismo e neuroticismo conforme aumentou a pontuação em uma das medidas aumentou também na outra; e no caso da sociabilidade, como a correlação foi negativa ao aumento da agressividade familiar declarada lhe corresponde uma diminuição da sociabilidade.

Por sua vez, as pontuações da agressividade escolar se correlacionaram positiva e moderadamente com as pontuações da medida de psicoticismo. Esse dado sugere que conforme aumentou a intensidade da agressividade escolar declarada, aumentou a intensidade do traço psicoticismo. Foram encontradas correlações nulas, com os traços extroversão, neuroticismo e sociabilidade, indicando que não há relação entre elas.

Por fim, com relação à medida de agressividade geral, a correlação com o psicoticismo mostrou-se positiva e moderada. A tendência indicada foi que ao aumento da agressividade geral declarada lhe corresponde um aumento do traço de psicoticismo, sugerindo que o quadro de psicoticismo faz parte da agressividade geral. No traço neuroticismo e extroversão as correlações com a agressividade geral mostraram-se nulas. Foram encontradas, ainda, correlações negativas e baixas com o traço sociabilidade, sugerindo que conforme aumenta a percepção de sua agressividade geral diminui a sociabilidade. Apesar de a magnitude das correlações serem baixas, a intensidade foi maior com o traço sociabilidade, apesar de ser uma correlação negativa.

 

 

Discriminação das medidas

Com vistas a estudar a discriminação das medidas, separaram-se os dois grupos de pontuações extremas em relação aos traços de personalidade, por meio das medidas fornecidas pela padronização do instrumento (Sisto, 2003). Considerando-se os itens individualmente, as diferenças das médias dos grupos extremos em relação a agressividade escolar, familiar e geral foram analisadas pela prova t de student e seus resultados encontram-se na Tabela 2.

 

 

Os itens relativos à agressividade medidos pela Escala de Agressividade para Crianças e Jovens discriminaram os grupos extremos criados com base nos traços de personalidade. Os relativos à agressividade familiar discriminaram significativamente os grupos extremos de psicoticismo, neuroticismo e sociabilidade. Os relativos à agressividade escolar discriminaram os grupos extremos de psicoticismo e sociabilidade. E a medida de agressividade geral discriminou os grupos extremos de psicoticismo, neuroticismo e sociabilidade.

 

Conclusão

Este estudo foi proposto com o objetivo de verificar evidências de validade para a Escala de Traços de Agressividade para Crianças e Jovens, mais especificamente, evidência de validade de construto pelo método divergente e evidência de validade de critério por meio de grupos contrastantes. Nesse sentido algumas análises estatísticas para estudar as evidências propostas foram realizadas.

Num primeiro momento foram descritos os dados de uma forma geral. Quanto do EACJ foi verificado que os participantes perceberam mais presença de situações indicadoras de agressividade na situação escolar que na família. Esse dado, se contrapõe aos encontrados por Aquino (1996), Meneghel, Giuglian e Falceto (1998), Abramovay e colaboradores (1999), Maldonado e Williams (2005) e Sisto (2005), os quais mostraram maior presença de situações indicadoras de agressividade na situação familiar que na escolar.

Ao lado disso, a maior presença de agressividade na escola evidencia a presença crescente das ações agressivas infantis no cotidiano escolar, constituindo-se segundo relato dos professores em uma das dificuldades fundamentais quanto ao trabalho escolar (Aquino, 1996; Codo, 1999; Candau, 1999; Sisto, 2005). A maior agressividade no contexto escolar faz pensar na interferência de outras variáveis do contexto escolar, como motivação, clima educacional, ou relação professor-aluno que podem estar favorecendo estas diferenças. Faz pensar também nas médias da medida de personalidade, as médias sugeriram que o grupo estudado apresentou o traço psicoticismo com intensidade alta. Dados dessa natureza não foram encontrados na literatura, o que impossibilitou comparações.

Em relação ao primeiro objetivo proposto neste estudo, quando comparados os resultados obtidos na EACJ e no ETPC, as correlações entre as medidas de agressividade e de personalidade sugerem que a agressividade familiar parece estar mais associada à medida relacionada aos traços de neuroticismo e psicoticismo pois se correlacionou positivamente com as medidas. A tendência indicada foi que ao aumento da agressividade familiar lhe corresponde um aumento do psicoticismo e neuroticismo. A agressividade familiar parece, ainda, estar mais associada negativamente à sociabilidade, assim ao aumento da agressividade familiar lhe corresponde uma diminuição da sociabilidade.

No que concerne à correlação entre agressividade familiar e neuroticismo o dado encontrado permite pensar que alguns aspectos de condutas têm caracterizado as pessoas com altas pontuações em neuroticismo. Sua descrição, em geral, é dada em termos de comportamentos emocionais, pois é considerado extremamente emotivo, tais como ansioso, rabugento, freqüentemente deprimido e preocupado. Em razão de apresentar reações emocionalmente exageradas aos estímulos e ter dificuldades para acalmar-se, geralmente não se caracteriza por um ajustamento adequado, muitas vezes reagindo de maneira irracional e às vezes rígida. É interessante observar que crianças com essas características apresentaram comportamentos de maior agressividade no contexto das relações familiares. A agressividade familiar não deixa de ser um componente interessante em um quadro de dificuldades de controle emocional e de reações fortes e emotivas. Ao se acrescentar que uma pessoa com elevado grau de neuroticismo tem como principal característica a preocupação com ações e fatos que poderiam dar errado, faz pensar que a chance de manifestar a agressividade no contexto extra familiar não deixa de ser baixa.

No que diz respeito à correlação agressividade familiar e sociabilidade, há que se considerar que o comportamento de agressividade familiar mostrado por muitas crianças é indicativo de deficiências na elaboração das interações pela diminuição das habilidades sociais para resolver problemas (Sisto, 2005). Ao lado disso, pode-se compreender que muito mais na família que na escola a criança entra no padrão de comportamento adotado pelo grupo, no ambiente familiar existe uma comunalidade maior.

Por sua vez, a agressividade escolar teve correlações positivas e moderadas com as medidas de psicoticismo. Esse dado sugere que, quanto maior a agressividade escolar declarada maior o traço psicoticismo. Nesse contexto, pôde-se inferir que a agressividade escolar aferida pelo teste EACJ manteve uma certa associação com o traço de psicoticismo, sugerindo que o psicoticismo também faz parte do quadro de agressividade escolar.

Por sua vez a agressividade geral parece estar mais associada à medida relacionada ao traço de psicoticismo, pois se correlacionou positiva e moderadamente com a medida, favorecendo a interpretação de que, quanto maior a agressividade geral declarada, maior o traço psicoticismo. E ainda a agressividade geral teve correlações negativas com as medidas de sociabilidade, podendo-se inferir que, quanto maior a intensidade da agressividade geral menor a sociabilidade.

De certa forma, esses dados corroboram outros estudos, entre os quais o de Megargee e Hokanson (1976), Eysenck (1995), Leme (2004) e Dollard (1939 citado por Ferreira, 2005), de que a dinâmica da personalidade parece guardar relações com agressividade no sentido de uma inibição maior ou menor da resposta agressiva. Assim, seguindo a hipótese defendida por Eysenck (1995) o quadro psicológico da criança com altas pontuações em psicoticismo refere-se a pessoas com predisposição a serem agressivas, duras, frias, menos preocupada com os outros; com tendência a ser insensíveis e hostis. Busca o excesso, o excitante, o perigo, e parece não ter medo deles. De socialização difícil, a falta de sentimentos de culpa e sensibilidade em relação ao outro parece fazer parte do quadro das crianças com altas pontuações em psicoticismo. É uma pessoa perturbadora, muitas vezes descrita como agressiva e hostil, mesmo no relacionamento com pessoas próximas e supostamente queridas, reforçando a idéia de falta de sentimentos. Nesse sentido a tendência encontrada neste estudo de que ao aumento da agressividade escolar, familiar e geral lhe corresponde um aumento do psicoticismo, corrobora a hipótese defendida por Eysenck (1995). De certa forma, corrobora também, o estudo de Fream (1997) que depararou com contagens mais elevadas de psicoticismo como preditor da violência.

Por sua vez os dados desta pesquisa evidenciaram que não há relação entre extroversão e agressividade escolar, familiar e geral. Esse dado se contrapõe a hipótese defendida por Eysenck (1995) de que a extroversão referiu-se a pessoas impulsivas, que tenderiam a ser agressivas e seus sentimentos não seriam mantidos sob controle. Assim como a pesquisa de Moller e colaboradores (1996) que encontraram uma correlação positiva entre extroversão e agressão e negativa entre introversão e agressão.

No caso da segunda evidência de validade procurada neste estudo (validade de critério por grupos contrastantes), para saber se as medidas de agressividade discriminariam grupos extremos por traços de personalidade, foi verificado que, com relação à agressividade familiar o psicoticismo, neuroticismo e sociabilidade apresentaram significância estatística. Por sua vez na agressividade escolar, apenas o psicoticismo apresentou significância estatística. Esses dados pareceram alicerçar um pouco mais a hipótese de que a agressividade escolar caracterizaria crianças com traços de psicoticismo. No que concerne as medidas de agressividade geral discriminaram os grupos extremos de psicoticismo, neuroticismo e sociabilidade.

Os resultados das análises estatísticas revelaram principalmente dois fatos. O primeiro deles foi que as medidas de agressividade escolar discriminaram os grupos extremos de psicoticismo e sociabilidade e as medidas de agressividade geral e familiar discriminaram os grupos extremos de psicoticismo, neuroticismo e sociabilidade. O segundo deles foi que o grupo extremo de extroversão não pode ser discriminado por nenhuma das medidas de agressividade. Nesse sentido, pode-se dizer que a EACJ apresenta evidência de validade para grupos extremos de contraste, no caso particular para diferenciar crianças com alta e baixa agressividade.

Como conclusão, pode-se afirmar que este estudo pôde fornecer novos elementos para o debate sobre a avaliação da agressividade infantil. Os dados deste estudo levam a crer que a agressividade parece guardar relações com traços de personalidade e o EACJ, parece ter se mostrado como um instrumento confiável para tal avaliação. Também outros construtos poderiam ser cotejados com o EACJ para melhor compreensão do fenômeno em questão. Enfim, o construto agressividade ainda está inacabado em sua definição e mensuração.

 

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Endereço para correspondência
E-mail: fermino.sisto@gmail.com

Recebido em: maio/2007
Revisado em: junho/2007
Aprovado em: junho/2007

 

 

Sobre os autores:

* Fermino Fernandes Sisto é doutor pela Universidad Complutense de Madrid, Livre - docente pela Unicamp e docente do curso de Psicologia e do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia, da Universidade São Francisco, campus Itatiba-SP. Bolsista produtividade do CNPq.
** Ana Francisca de Oliveira é psicóloga e pedagoga, mestre em Psicologia pela Universidade São Francisco, doutoranda em Psicologia pela Universidade São Francisco em Itatiba-SP.; e professora titular da Universidade José do Rosário Vellano.