Avaliação Psicológica
ISSN 1677-0471 ISSN 2175-3431
Aval. psicol. vol.21 no.3 Campinas jul./set. 2022
https://doi.org/10.15689/ap.2022.2103.20977.05
ARTIGOS
Propriedades Psicométricas da escala de Civic Engagement de Doolitle e Faul (2013) numa amostra portuguesa
Psychometric properties of the Doolitle and Faul Civic Engagement scale (2013) in a Portuguese sample
Propriedades Psicométricas de la escala de Civic Engagement de Doolitle y Faul (2013) en una muestra portuguesa
Joana Vieira dos SantosI; Gabriela GonçalvesII; Cátia SousaIII; Ileana MonteiroIV; Marco FormosinhoV; Cláudia HenriquesVI
IUniversidade do Algarve, Faro-Algarve, Portugal. https://orcid.org/0000-0003-2612-8056
IIUniversidade do Algarve, Faro-Algarve, Portugal. https://orcid.org/0000-0002-9480-3239
IIIUniversidade do Algarve, Faro-Algarve, Portugal. https://orcid.org/0000-0001-9905-8138
IVUniversidade do Algarve, Faro-Algarve, Portugal
VUniversidade do Algarve, Faro-Algarve, Portugal. https://orcid.org/0000-0002-8917-8918
VIUniversidade do Algarve, Faro-Algarve, Portugal. https://orcid.org/0000-0003-0862-2552
RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar as propriedades psicométricas da escala de Engagement Cívico (Doolitle, & Faul, 2013) numa amostra portuguesa. Foi aplicado um processo de tradução-retrotradução dos itens do questionário, cujas caraterísticas psicométricas foram analisadas através de uma amostra de 539 participantes. Os dados foram submetidos a uma análise fatorial confirmatória, análise fatorial confirmatória multigrupo, análise de itens e análise de confiabilidade. Os resultados confirmaram a estrutura original, bifatorial, atitudes cívicas e comportamentos cívicos. As propriedades psicométricas da versão em Português da escala de Engagement Cívico são adequadas, o que permite a utilização deste questionário na população Portuguesa. Pesquisas futuras devem investigar a estabilidade temporal.
Palavras-chave: Engagement Cívico; análise fatorial; propriedades psicométricas; consistência interna.
ABSTRACT
The purpose of this study was to analyze the psychometric properties of the Civic Engagement Scale (Doolittle & Faul, 2013) in a Portuguese sample. A translation-back translation process of the items was carried out, with the psychometric characteristics analyzed using a sample of 539 participants. The data were subjected to confirmatory factor analysis, multi-group confirmatory factorial analysis, item analysis and reliability analysis. The results confirmed the bifactor structure, civic attitudes and civic behaviors. The psychometric properties of the Portuguese version of the Civic Engagement scale were adequate, which allows the use of this questionnaire in the Portuguese population. Future studies should analyze the temporal stability.
Keywords: Civic Engagement; factorial analysis; psychometric properties; internal consistency
RESUMEN
El objetivo de este estudio fue analizar las propiedades psicométricas de la Civic Engagement (Doolitle, & Faul, 2013) en una muestra portuguesa. Se aplicó un proceso de retrotraducción de los ítems del cuestionario, cuyas características psicométricas se analizaron a través de una muestra de 539 participantes. Los datos fueron sometidos a un análisis factorial confirmatorio, análisis factorial confirmatorio multigrupo, análisis de ítems y análisis de confiabilidad. Los resultados confirmaron la estructura bifactorial original, actitudes cívicas y comportamientos cívicos. Las propiedades psicométricas de la versión portuguesa del Civic Engagement son adecuados, lo que permite el uso de este cuestionario en la población portuguesa. Futuras investigaciones deben explorar la estabilidad temporal.
Palabras clave: Civic Engagement; análisis factorial; propiedades psicométricas; consistencia interna.
Considerado como um todo, o civic engagement, é uma qualidade favorável e necessária para tornar as democracias mais fortes, fortalecer as comunidades e criar o senso de "nós sentimos" (Saud, 2020). Nos últimos anos tem-se assistido à crescente importância dada aos valores cívicos e à participação cívica (Zaid et al., 2017). A enorme importância do envolvimento das pessoas em todos os aspetos da vida económica e especialmente da vida social, através de várias ações cívicas, foi reconhecida através do desenvolvimento de novos modelos, como a hélice quádrupla, em que o civismo desempenha um papel importante: indústria - ambiente académico - governo - sociedade civil (Lombardi et al., 2012; MacGregor et al., 2010).
Bobek et al. (2009) consideram o civic engagement como um fenómeno multifacetado, que inclui atividades políticas formais e ações mais gerais que se destinam a beneficiar a comunidade. O conceito surgiu com a necessidade de captar novas formas de participação dos jovens e reflete não só uma dimensão institucional política convencional, mas uma variedade de outras atividades sociais em que as pessoas expressam as suas opiniões e preferências como cidadãos (Youniss et al., 2002), tais como a adesão a organizações comunitárias e voluntariado. Por seu turno, para Kanacri e colegas (2016) os indicadores típicos de uma operacionalização do civic engagement são a participação em associações ou organizações, as ações de voluntariado, a participação eleitoral e o envolvimento em ações específicas como um cidadão ativo (e.g. assinar uma petição relativa a uma boa causa para a sociedade).
Há uma preocupação crescente de que as gerações mais jovens podem estar menos inclinadas a participar e envolver-se nas suas comunidades. Esta preocupação criou um interesse particular em estudar a forma como os jovens socializam e aprendem a envolver-se nas suas comunidades (Campbell, 2000; Flanagan, 2003) e tem servido como um impulso para uma ampla discussão sobre esta temática (Battistoni, 1997; Lisman, 1998). A premência de vários estudos com a população estudantil (e.g., Augsberger et al., 2018; Dauer et al., 2021; Doolitle, & Faul, 2013; Hylton, 2018) reflete a preponderância de preparar os adultos ativos de amanhã com valores, atitudes e comportamentos de maior envolvimento para com a comunidade na qual se inserem. A educação deve garantir um equilíbrio entre a aprendizagem formal e informal, ou seja, tanto a aprendizagem escolar, como as experiências concretas na comunidade têm um papel importante na estruturação dos indivíduos (e.g., Ajaps, & Obiagu, 2021; Dauer et al., 2021). Para Doolitle e Faul (2013) a aprendizagem em sala de aula deve e é passível de ser aplicada ao contexto da comunidade (Hepburn, 1997). Neste sentido, Doolitle e Faul (2013), desenvolveram uma ferramenta de avaliação multidimensional, a Civic Engagement Scale (CES), que tem como objetivo avaliar as atitudes e comportamentos dos alunos que tiveram uma experiência de serviço comunitário. Para estes autores a avaliação é um método que pode ser usado para medir ou avaliar o potencial de um aluno para se tornar cívico como resultado do processo educacional.
A escala de Civic Engagement de Doolitle e Faul (2013) contemplou, numa primeira fase, dois constructos: atitudes e comportamentos com 11 itens cada, num total de 22 itens. Recorrendo a uma amostra de 354 estudantes, os autores realizaram um estudo piloto para testar as características psicométricas da escala e determinar a confiabilidade e validade da escala. Tendo em vista o desenvolvimento de uma escala com o mínimo de itens possíveis e um coeficiente de alfa elevado, a dimensão atitude foi reduzida a 8 itens, apresentando um alfa de 0.91 e a dimensão comportamento foi reduzida para 6 itens, com um valor de alfa de 0.85 (Doolitle, & Faul, 2013). A análise fatorial exploratória confirmou a estrutura de dois fatores; a validade de conteúdo foi observada através de uma análise aos itens; e a validade de constructo, foi igualmente confirmada através da validade convergente (correlação entre os itens da escala e com as dimensões da escala Community Service Attitudes) e discriminante (correlação não significativa e fraca com variáveis demográficas). De acordo com Doolitle e Faul (2013), a escala de Civic Engagement é um instrumento fácil de administrar, que embora tenha sido construído para ser aplicado em ambientes universitários, pode ser usado de diferentes maneiras (e.g., pré-teste/pós-teste para aferir uma mudança nas atitudes e comportamentos). Também Akin et al. (2014), no seu estudo de validação da escala de Civic Engagement para a população turca, com uma amostra de 275 estudantes, obtiveram resultados idênticos, confirmando igualmente a estrutura bidimensional da escala de 14 itens. Os índices de ajustamento obtidos foram satisfatórios (χ2=167.35, df =71, RMSEA = 0.072, GFI=0.92, CFI=0.93, IFI = 0.93 e SRMR=0.060). Os coeficientes de confiabilidade da consistência interna da escala foram 0.83 para a subescala de atitude e 0.85 para a subescala de comportamento. As correlações item-total corrigidas variaram de 0.47 a 0.73 (Akin et al., 2014).
A par da escala de Civic Engagement de Doolitle e Faul (2013), outras escalas foram desenvolvidas para avaliar os comportamentos e atitudes, nomeadamente o Civic Attitudes and Skills Questionnaire (Moely et al., 2002) e a Service Mindedness Scale (Pashak & Laughter, 2012). Contudo para Veeh et al. (2019), a extensão é uma desvantagem do Civic Attitudes and Skills Questionnaire (45 itens) e da Service Mindedness Scale (20 itens). Com apenas 14 itens, a escala de Civic Engagement de Doolitle e Faul (2013) é a menor das três medidas, que mostraram confiabilidade adequada com valores de alfa de Cronbach acima de 0.80 em ambas as subescalas (Veeh et al., 2019). No entanto, estas medidas que englobam comportamentos e atitudes de civic engagement não contemplaram um teste de validade fatorial (Veeh et al., 2019). Por exemplo, a escala de Civic Engagement foi analisada usando apenas a análise de componentes principais para identificar as suas duas subescalas (Doolittle, & Faul, 2013).
O estudo do civic engagement é fundamental para compreender como é que os indivíduos contribuem para a construção de uma sociedade civil, e consequentemente para contribuir para a paz e para o desenvolvimento das nações (Ajaps, & Obiagu, 2021). Nos últimos anos, fruto da evolução tecnológica, o civic engagement tem-se intensificado no mundo digital, possibilitando e aumentando a participação das populações mais jovens nas plataformas online (Gaby, 2017) e consequentemente na esfera pública (Ida et al., 2020). Assim, face à crescente importância deste constructo, sobretudo nas gerações mais jovens, uma escala de civic engagement para uso em contextos educacionais e em populações mais jovens, reveste-se de extrema importância. Neste sentido, este estudo objetiva apresentar as propriedades psicométricas da escala de Civic Engagement de Doolitle e Faul (2013) numa amostra portuguesa. A escolha deste instrumento assenta, não só no facto de ter sido desenhado para populações mais jovens sobre as quais se começa a intensificar o interesse em avaliar os seus comportamentos e atitudes cívicas, mas também porque é uma escala curta e de rápida aplicação e que pode ser aplicada a diversas populações. Além disso, o estudo original da escala não apresenta a validade fatorial, pelo que esta investigação procura ainda testar a estrutura bidimensional da escala. Assim, o foco principal deste artigo é apresentar os resultados iniciais relacionados com as propriedades psicométricas da escala, que permitirá aos interessados avaliar as atitudes e os comportamentos de qualquer cidadão em geral.
Método
Participantes
A amostra foi recolhida por conveniência ou acessibilidade e é composta por um total de 539 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 89 anos (M=44,36; DP=13,69), dos quais 323 (59,9%) são do gênero feminino e 216 (40,1%) do género masculino. A maioria dos participantes encontra-se casado (n=303: 56,2%), havendo ainda 155 solteiros (28,8%), 63 separados (11,7%) e 17 viúvos (3,2%). No que respeita às habilitações literárias, as mesmas variam: até ao 9° ano de escolaridade (n = 223; 41,4%); entre o 10° e o 12° ano de escolaridade (n=170; 31,5%); ensino superior (n = 144: 26,7%); não identificam (n = 2; 0,4%). A situação profissional da maioria dos inquiridos é de empregado («=284; 52,7%) ou desempregado (n=172; 31,9%), os restantes estão reformados, são estudantes ou empresários.
Instrumentos
A escala de Engagement Cívico é constituída por 14 itens, respondidos através de uma escala de tipo Likert de 1 (discordo/nunca) a 7 (concordo/sempre). A versão original de Doolittle e Faul (2013) apresenta duas dimensões: Atitudinal (8 itens) e Comportamental (6 itens). É solicitado ao participante para indicar o nível em que concorda ou discorda com cada afirmação.
A dimensão Atitudinal é constituída por oito afirmações, nas quais os sujeitos devem medir as suas atitudes cívicas. As atitudes cívicas foram definidas como as crenças e sentimentos pessoais que os indivíduos têm sobre o seu próprio envolvimento na sua comunidade e a sua capacidade percebida para fazer a diferença na comunidade. Enquanto a dimensão Comportamental é constituída por seis afirmações, nas quais os sujeitos devem medir os comportamentos que indicam um nível de E«gageme«t Cívico. Os comportamentos cívicos foram definidos como as ações que se praticam para tentar ativamente se envolver e fazer a diferença na comunidade.
Em termos de consistência interna, a versão original apresentou um valor de alfa de 0.91 para a dimensão atitudinal e um alfa de Cronbach de 0.85 para a dimensão comportamental. Além da escala acima descrita foram ainda incluídas questões de caraterização sociodemográfica e socioprofissional dos participantes.
Procedimento
A recolha de dados foi realizada durante o mês de janeiro de 2015 por dois elementos da equipa de investigação. Todos os procedimentos éticos exigidos foram considerados. De acordo com a Declaração de Helsínquia a investigação foi aprovada pelo Conselho Científico. Aos participantes foram garantidos o anonimato e confidencialidade das respostas, a participação voluntária, explicação sobre o objetivo da investigação, e exigência de resposta ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A recolha de dados foi feita presencialmente, através de um questionário impresso em papel e de autopreenchimento, que foi distribuído e aplicado em locais de trabalho, salas de formação, na rua, em cafés espaços de lazer, como jardins públicos e espaços comerciais. O tempo médio de resposta foi de 5 minutos.
Análise de dados
Na análise de dados foram utilizados os programas estatísticos SPSS (versão 22) e o AMOS (versão 20). As propriedades psicométricas da escala foram exploradas através de: (a) análise descritiva dos itens da escala que incluiu a média, o desvio padrão, a assimetria e a curto-se; (b); testagem da estrutura da escala, através de análise fatorial confirmatória; (c) médias, desvio-padrão e correlações de Pearso« para cada uma das duas dimensões e medida global do E«gageme«t Cívico; (d) análise fatorial confirmatoria multigrupo (AFCMG) para observar a invariância métrica da escala, de acordo com as habilitações literárias; (e) análise de consistência interna. Foram considerados os seguintes indicadores de ajuste: O χ2 representa um teste à significância da função de discrepância minimizada durante o ajustamento do modelo e quanto menor for o seu valor, melhor será o ajustamento (Maroco, 2010). O χ2 /gl corresponde à probabilidade de ajustamento dos dados ao modelo teórico devendo os seus valores variar entre 2 e 5. O Comparative Fit Index (CFI), Normed Fit Index (NFI) e Goodness of Fit Index (GFI), que podem variar entre 0 e 1, considerando-se que quanto mais próximo de 1 melhor o ajustamento, admitindo-se valores próximos ou superiores a 0,90 para indicação de ajustamento adequado (Hu, & Bentler, 1999). A Root-Mean Square Error of Aproximation (RMSEA) caracteriza-se por um intervalo de confiança de 90% (IC90%), sendo que o seu valor ideal se situa entre 0,05 e 0,08 (Byrne, 2010; Hu, & Bentler, 1999). A Standardized Root-Mean Square Residual (SRMR) corresponde à medida da média dos resíduos normalizados e um ajustamento adequado do modelo é indicado por valores inferiores a 0,05 (Hu & Bentler, 1999). A consistência interna foi avaliada por meio do coeficiente alfa de Cronbach, que pode variar numa escala de 0 a 1, admitindo-se como aceitáveis valores a partir de 0.70 (Nunnally, 1978).
Foi utilizado o método de máxima verosimilhança de estimação, o que pressupõe a distribuição normal multivariada e é robusto quando essa premissa não é atendida (Schermelleh-Engel, et al., 2003), o que é o caso dos dados deste estudo (Kolmogorov-Smirnov <0,01).
Resultados
Análise descritiva
As estatísticas descritivas, médias, desvio-padrão, assimetria e curtose são apresentadas na Tabela 1. É possível observar que as médias mais elevadas correspondem à dimensão de Atitude Cívica.
Análise Fatorial Confirmatoria (AFC)
Análise fatorial confirmatória: A Tabela 2 ilustra os modelos testados, (1) Unifatorial: amostra total (n = 539); (2) Unifatorial: amostra com habilitações literárias a partir do 10° ano de escolaridade (n=314); (3) Dois fatores, sem fator geral: amostra total (n = 539); (4) Dois fatores, sem fator geral: amostra com habilitações literárias a partir do 10° ano de escolaridade (n=314). A opção pela testagem dos modelos 2 e 4 deve-se ao facto de o estudo original apenas contemplar estudantes universitários, logo, procurou observar-se como os dados da população portuguesa se comportariam, em condições aproximadas, em termos de caraterísticas da amostra. Os modelos 1 e 2, de estrutura unifatorial, foram também testados, uma vez que todos os itens contribuem para o engagementcívico. Por último, modelo 5, foi ainda testado um modelo bifatorial, em que considera um fator geral que explica as intercorrelações dos itens.
Os modelos 3 e 4, de testagem da estrutura bidimensional, apresentam razoáveis índices de ajustamento. No entanto, o modelo 5, modelo hierárquico de dois fatores com um fator geral, permite melhores índices de ajustamento e, simultaneamente, espelha melhor o construto em análise, ou seja, há dois fatores, mas assume que os itens estão correlacionados porque há um traço comum (e.g. civic e«gageme«t) (Reiseet et al., Hays, 2007). O %2/gl corresponde à probabilidade de ajustamento dos dados ao modelo teórico devendo os seus valores variar entre 2 e 5 (Maroco, 2010). No entanto, Ding et al. (1995) consideram que esta relação deve ser próxima de 1 ou ter um valor menor. Assim ainda que este valor esteja dependente do tamanho da amostra, o X2/gl observado de 6,542 (p = 0,000) aproxima-se dos valores desejados. O CFI e o GFI de 0,846 e 0,985, respetivamente, constituem referência para um ajustamento razoável, encontrando-se ligeiramente abaixo dos valores referenciados para um ajustamento excelente (Byrne, 2010). No que concerne às medidas de erro, o SRMR e o RMSEA devem apresentar valores inferiores a 0,05 para se considerar um bom ajustamento, apesar de valores próximos de 0,08 serem considerados um ajustamento aceitáveis (Maccallum et al., 1996). Deste modo,o valor SRMR observado é adequado (0,058), enquanto o valor RMSEA indica um ajustamento fraco.
Análise fatorial confirmatoria multigrupo (AFCMG)
A partir dos dados obtidos com a AFC foi realizada uma AFCMG, com o objetivo de analisar se os parâmetros psicométricos da escala são equivalentes para diferentes grupos. Foi nosso objetivo compreender se há diferenças na interpretação dos itens, em função do nível de escolaridade dos respondentes. Assim, foi realizada a invariância métrica da escala, de acordo com as habilitações literárias: Grupo 1: até ao 9° ano de escolaridade (« = 223); Grupo 2: do 10° ao 12° ano de escolaridade («=170); Grupo 3: Ensino superior («=144). Antes da análise da invariância, o modelo foi aplicado a cada grupo. Os valores de ajustamento foram iguais nos 3 grupos (χ2(228) = 725,538, p<0.00; CFI=0,82; TLI = 0,78; NFI = 0,76; RMSEA=0,06). Embora o RMSEA se encontre ainda dentro de um valor aceitável, os restantes índices de ajustamento são inferiores aos recomendados pela literatura da área (e.g., Brown, 2006; Byrne, 2010).
Assumindo o modelo livre, foram avaliados os pesos fatoriais e a covariância estrutural, aninhando os modelos e aumentando as restrições. A comparação do modelo livre com o modelo de pesos fatoriais (modelo métrico) mostra diferenças significativas (df=24; CMIN (χ2 df)=39.947, p=0,022), demonstrando a variância dos pesos fatoriais. A comparação do modelo livre com o modelo de interceptos (modelo escalar) mostra diferenças significativas (#=52; CMIN (χ2 df) = 106,842, p = 0,000), demonstrando a variância escalar nos três grupos. No que diz respeito à comparação do ajustamento do modelo livre com o ajustamento do modelo de covariância estrutural (df=58; CMIN (χ2 df) = 118,947, p=0.000), este demonstra a variância fatorial da escala para os três grupos. Ou seja, os resultados mostram que os indivíduos diferem no modo como interpretam a escala, de acordo com as suas habilitações literárias.
Análise de consistência interna
Por último, foi calculado o alfa de Cro«bach para cada uma das duas dimensões (Atitudinal: α=0,822; Comportamental: α=0,815). Os valores de alfa indicam uma boa validade facial e são próximos dos valores apresentados no estudo original (Tabela 3).
Validade de conteúdo
Para demonstrar a validade de conteúdo, e tal como realizado no estudo original de Doolittle e Faul (2013), os items devem claramente representar a respetiva componente. Assim, analisou-se uma correlação de cada item com a dimensão (Tabela 4).
Os itens da dimensão atitudinal garantem um quo-ciente de validade de conteúdo de 0,67. A média das correçações, para a diensão comportamental, garantem uma validade de conteúdo de 0,72. Os valores observados são aproximados aos observados no estudo original (0,71 e 0,65, respetivamente) (Doolittle, et al., 2013).
Validade de Constructo
Para comprovar a validade de constructo importa observar as validades convergente e divergente.
No que respeita à validade convergente, a Escala de Civic Engagement deve correlacionar-se moderadamente com medidas que se crêem relacionadas com o constructo. Tal como observado por Doolitle e Faul (2013), as análises de itens da Escala de Civic Engagement com as próprias subescalas também nos oferecem evidência à validade convergente, ao nível da análise de itens.
No que concerne à validade divergente, a Escala de Civic Engagement deve ter correlações fracas com variáveis que não estejam relacionadas com o constructo. De modo semelhante ao realizado no estudo original (Doolitle, & Faul, 2013), hipotetizámos que as subescalas não correlacionem de forma estatisticamente significativa com algumas variáveis sociodemográficas.
As correlações e respetivas médias apresentadas na tabela 5 mostram uma média de correlação de 0,10 para a dimensão atitudinal e uma média de 0,07 para a dimensão comportamental, além de fracas não são estatisticamente significativas. Estes resultados suportam a validade discriminante, ao nível das subescalas da Escala de Civic Engagement.
Análise Correlacionai
A estatística descritiva e matriz de correlações de Pearson: a média, o desvio-padrão e a matriz de correlações aparecem na Tabela 6.
As correlações entre as dimensões do Engagement Cívico e a medida global são significativas, variando de magnitude moderada a muito forte.
Discussão
Este estudo teve como objetivo apresentar as propriedades psicométricas da escala de civic engagement, de Doolitle e Faul (2013) numa amostra portuguesa. A existência de instrumentos de avaliação permite o acesso a informação concreta, a partir da qual se poderão delinear estratégias de intervenção ajustadas às reais necessidades da população, no caso portuguesa.
Em termos de estrutura fatorial, o modelo considerado integra dois fatores com um fator geral, por garantir índices de ajustamento mais aceitáveis, bem como adequar-se melhor o constructo em análise. Assim, considera-se um fator atitudinal e um fator comportamental, sendo que ambos integram o constructo de civic engagement. Os índices de ajustamento não podem ser considerados excelentes. Tal pode estar associado ao estimador utilizado, Maximum Likelihood, que se baseia nas correlações de Pearson, e assume a normalidade dos dados, podendo ter impacto na correlação entre os fatores, na qualidade e na assimetria dos indicadores, bem como ser influenciado pelo tamanho da amostra (Asún et al., 2015). Neste sentido, estudos futuros devem procurar utilizar diferentes estimadores, nomeadamente o Unweighted Least Squares (ULS ou Quadrados Mínimos não-Ponderados) e o Weighted Least Squares Mean- and Variance-adjusted (WLSMV ou Quadrados Mínimos Ponderados Robustos) já que alguns estudos (e.g., Asún et al., 2015) mostraram ser superiores ao tradicional estimador Maximum Likelihood.
No que respeita à consistência interna, ambas as dimensões da escala apresentaram bons valores de alfa de Cronbach, acima de 0,80.
No que concerne às validades de constructo e de conteúdo realizadas, os resultados suportam-nas, indo ao encontro dos resultados do estudo original da escala (Dolittle & Faul, 2013). Para teste futuro da validade convergente sugere-se a análise de correlação entre as dimensões da Escala de Civic Engagement com outra similar ao realizado pelos autores, como Community Service Atittudes Scale.
Uma das limitações do estudo original de Doolitle e Faul (2013) referia a amostra como bastante homogénea, uma vez que era constituída por estudantes universitários com áreas de estudo similares. A amostra do presente estudo, ainda que apresente um número de participantes idêntico (aproximadamente 540), apresenta caraterísticas mais heterogéneas, com níveis de escolaridade que vão desde abaixo do 9° ano até ao ensino superior. Contudo, a variância métrica observada na análise fatorial confirmatoria multigrupo, entre populações com diferentes níveis de habilitações literárias, indica que a escala não é percecionada do mesmo modo para diferentes populações. Ou seja, existem diferenças na interpretação dos itens da escala, consoante os níveis de escolaridade dos participantes. Em face das diferenças por níveis de escolaridade, considera-se que seria interessante, de futuro, o desenvolvimento de um estudo com amostra universitária em dois momentos distintos, pré-teste e pós-teste. Poderia ser incluída, conforme sugestão de Doolitle e Faul (2013), uma pergunta sobre mudança de comportamentos e atitudes dos estudantes, antes e depois de uma experiência de aquisição de conhecimento formal num semestre e / ou ano letivo subordinado a esta temática.
A respeito da análise descritiva, as médias por dimensão apresentam-se acima do ponto central da escala, nomeadamente, parecem ser mais elevadas na dimensão atitudinal, do que na comportamental. Este tipo de resultado vem reiterar a premência de estratégias que promovam o empreendedorismo cívico das pessoas, ou seja, mais do que intenções importa que haja comportamento consonante com as ideias. Assim, através de ações comportamentais podemos encontrar uma sociedade com laços afetivos positivos entre si, o que potência a solidariedade, a entreajuda entre as pessoas, o resgatar de um envolvimento genuíno que pode contribuir para que tenhamos valores base, enquanto sociedade, de altruísmo e camaradagem.
Apesar deste estudo contribuir para um melhor entendimento da escala de Civic Engagement, nomeadamente através da realização de validade fatorial, avaliação de diferentes estrturas e análise de invariância métrica, uma das limitações foi aplicar apenas um instrumento, o que não permitiu observar, por exemplo, a estabilidade temporal da medida.
O civic engagement significa participar na vida cívica das comunidades contribuindo para fazer a diferença na comunidade. Este conceito tem assumido, cada vez mais, importância no desenho da educação para uma cidadania ativa e no desenho de intervenções comunitárias. Numa época caraterizada pela globalização, por mudanças a um ritmo historicamente nunca alcançado, parece que os jovens se encontram um pouco alienados das suas comunidades reais, focando-se numa aparente socialização, com recurso às novas tecnologias. Doolitle e Faul (2013) referem a premência de uma educação para a cidadania, no sentido de potenciar a sociedade de laços reais de partilha e suporte entre as pessoas, o que pode contribuir positivamente para uma saúde mental saudável, com consequências reais em todos e para cada um. Acredita-se que o estudo do civic engagement pode fornecer informações úteis sobre as atitudes e comportamentos de envolvimento dos indivíduos nas suas comunidades.
Financiamento
This work was funded by national funds through FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia - as part the project CIP - Ref UID/PSI/04345/2020
Declaração de participação da elaboração do manuscrito
Declaramos que todos os autores participaram da elaboração do manuscrito.
Disponibilidade dos dados e materiais
Todos os dados e sintaxes gerados e analisados durante esta pesquisa serão tratados com total sigilo devido às exigências do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. Porém, o conjunto de dados e sintaxes que apoiam as conclusões deste artigo estão disponíveis mediante razoável solicitação ao autor principal do estudo.
Conflito de interesses
Os autores declaram que não há conflitos de interesses.
Referências
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Endereço para correspondência:
Joana Vieira dos Santos
Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de Psicologia e Ciências da Educação, Campus de Gambelas
8005-139, Faro, Portugal. Tel.: (00351) 289 800 900.
E-mail: jcsantos@ualg.pt
Recebido em junho de 2020
Aprovado em setembro de 2021
Sobre os autores
Joana Vieira dos Santos é Psicóloga na área social e organizacional. Mestre em Psicologia da Saúde. Doutora em Psicologia, especialidade em Psicologia Organizacional. Professor Auxiliar da Universidade do Algarve. Membro do Centro de Investigação em Psicologia (CIP / UALG).
Gabriela Gonçalves é Psicóloga na área social e organizacional. Doutora em Psicologia. Professora Auxiliar da Universidade do Algarve. Membro do Centro de Investigação em Psicologia (CIP / UALG).
Cátia Sousa é licenciada em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Ciências do Trabalho e Relações Laborais. Doutora em Psicologia. Professor Adjunto Convidado da Universidade do Algarve. Membro do Centro de Investigação em Psicologia (CIP / UALG).
Ileana Monteiro é doutora em psicologia das organizações. Aposentada da Universidade do Algarve. Membro da Direção da APGICO, Associação Portuguesa de Criatividade e Inovação.
Marco Formosinho é estudante na Universidade do Algarve.
Cláudia Henriques é Professora Adjunta na Universidade do Algarve, Mestre em Economia e Política Social. Doutora em Economia. Professor Adjunto da Universidade do Algarve. Membro Research Center for Tourism, Sustainability and Well-Being [CinTurs].
Apêndice
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