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Avaliação Psicológica

 ISSN 1677-0471 ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.21 no.4 Campinas out./dez. 2022

https://doi.org/10.15689/ap.2022.2104.24174.06 

ARTIGOS

 

Atitudes Frente à Testagem e Competências Requeridas na Avaliação Psicológica

 

Attitudes Towards Testing and Skills Required in Psychological Assessment

 

Actitudes Hacia los Tests y Competencias Requeridas en la Evaluación Psicológica

 

 

Makilim Nunes BaptistaI; Natalício Augusto da Silva JuniorII; Cristiane FaiadIII; Hugo Ferrari CardosoIV

IUniversidade São Francisco - USF. https://orcid.org/0000-0001-6519-254X
IIUniversidade São Francisco - USF. https://orcid.org/0000-0002-6458-6499
IIIUniversidade de Brasília - UnB. https://orcid.org/0000-0002-8012-8893
IVUniversidade Estadual Paulista - UNESP. https://orcid.org/0000-0003-1960-2936

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O desenvolvimento de atitudes frente à testagem e de competências para o bom desempenho na prática da Avaliação Psicológica (AP) é um dos recursos importantes na atuação profissional. Neste estudo, investigou-se as atitudes e competências de psicólogos frente à AP. Participaram da pesquisa 186 psicólogos, de todas as regiões do Brasil, que responderam o Questionário de Identificação, o Questionário de Atitudes de Psicólogos frente à Testagem Psicológica (QAPT) e o Questionário de Competência para Avaliação Psicológica (QCAP). Os resultados indicaram a competência Domínio com melhor relação entre diversas variáveis. A análise de regressão demonstrou que a utilização de testes e formação stricto sensu, são preditoras de maior domínio e possuir mestrado preditor de maior atribuição à importância da competência. Assim, o investimento em estratégias de ensino e prática podem facilitar a experiência profissional, fomentando em atitudes e competências necessárias para uma prática adequada.

Palavras-chave: atitudes; competências; conhecimentos; avaliação psicológica.


ABSTRACT

The development of attitudes towards testing and skills for good performance in the practice of Psychological Assessment (PA) is an important resource in the professional practice. This study investigated the attitudes, and competences of psychologists regarding PA. Study participants were 186 psychologists, from all regions of Brazil, who answered the Identification Questionnaire, the Psychologists' Attitudes towards Psychological Testing Questionnaire (QAPT) and the Competence for Psychological Assessment Questionnaire (QCAP). The results showed that the Competence Domain had the strongest relationship with several variables. Regression analysis demonstrated that the use of tests and postgraduate training were predictors of greater proficiency and having a Master's degree was a predictor of greater attribution to the importance of the skill. Therefore, investments in teaching and practice strategies can facilitate professional experience, fostering attitudes and skills necessary for quality practice.

Keywords: attitudes; skills; knowledge; psychological assessment.


RESUMEN

El desarrollo de actitudes hacia los tests y competencias para el buen desempeño en la práctica de la Evaluación Psicológica (EP) es uno de los recursos cruciales en la práctica profesional. En este estudio, se investigaron las actitudes y competencias de los psicólogos hacia la EP. Participaron de la investigación 186 psicólogos, de todas las regiones de Brasil, que respondieron al Cuestionario de Identificación, al Cuestionario de Actitudes de los Psicólogos hacia los Tests Psicológicos (CATP) y al Cuestionario de Competencias para la Evaluación Psicológica (CCEP). Los resultados indicaron la Competencia Dominio con la mejor relación entre distintas variables. El análisis de regresión mostró que el uso de tests y la formación stricto sensu son predictores de mayor dominio, y tener un título de máster es un predictor de mayor atribución a la importancia de la competencia. Así, la inversión en estrategias de enseñanza y la práctica pueden facilitar la experiencia profesional, fomentando actitudes y habilidades necesarias para una adecuada práctica.

Palabras clave: actitudes; competencias; conocimientos; evaluación psicológica.


 

 

Definida como um processo sistemático com o objetivo de coletar dados sobre o comportamento humano e sua utilização na inferência de atributos psicológicos, a Avaliação Psicológica (AP) é uma área amplamente diversificada e robustamente baseada em evidências (Hunsley & Mash, 2018). Sua aplicação pode auxiliar na construção de teorias psicológicas, possibilitar a descrição diagnóstica e interventiva, compreender predições comportamentais e traços latentes ou construtos, a depender dos contextos específicos em que é aplicada (Baptista et al., 2021; Primi, 2018).

Trata-se de um campo que reforça o caráter científico da Psicologia, bem como é uma das atividades profissionais do psicólogo, tendo respaldo em sua prática brasileira pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2018). Seu caráter investigativo sobre fenômenos psicológicos aplica-se a diversos contextos, tais como educacional, clínico, forense e ocupacional, dispondo de técnicas, instrumentos e metodologias que auxiliam na construção de importantes tomadas de decisão (Reynolds et al., 2021). Esse processo de tomada de decisão, respalda-se nas habilidades, conhecimentos e planejamentos, que podem estar configurados nas competências técnicas e comportamentais do profissional (Cobucci et al., 2013).

A medida de competência tem assumido diferentes concepções na literatura, embora se compreenda que um conjunto de competências evidenciará um bom desempenho do que precisa ser realizado (Coelho Junior et al., 2021). No caso da AP, por exemplo, faz-se necessário que algumas competências, envolvendo conhecimentos, habilidades, treinamento, experiência e qualificações específicas sejam requeridos (American Psychological Association, 2020; Faiad et al., 2021; Nunes et al., 2012) do profissional. No presente estudo, as competências técnicas (hard skills) têm relação direta com a tarefa a ser realizada, ao conhecimento e habilidade necessários para que um psicólogo tenha capacidade de realizar uma avaliação psicológica completa e adequada, baseada em critérios técnicos científicos (Cobucci et al., 2013; Krishnamurthy et al., 2004).

Já a competência comportamental (soft skills) refere-se àquelas características de um psicólogo que são mais genéricas, embora também focadas na execução da tarefa, como a capacidade de planejar uma avaliação psicológica, de manter a aplicação organizada (Cobucci et al., 2013). Assim, mapear competências significa identificar quais são as competências requeridas para um profissional da AP e diagnosticá-las consiste em avaliar qual a importância que um psicólogo atribui a determinada tarefa e que domínio ele tem sobre ela (Ambiel et al., 2017; Noronha et al., 2014).

Identificar as competências necessárias na prática da AP é buscar pelo aprimoramento da área, uma vez que se trata de uma atuação com variados contextos de inserção profissional, exigindo o conhecimento e aplicação de regulamentações claras sobre a prática e habilidades bem delimitadas (American Psychological Association, 2020). Dentre as competências requeridas para atuação na AP, o psicólogo deve dominar o conhecimento teórico e básico em AP, compreender o desenvolvimento humano, avaliar as intervenções e interações com a AP além do domínio na testagem psicológica, de modo a prestar um serviço adequado à sociedade (Krishnamurthy et al., 2004; Nunes et al., 2012; Lan & Chang, 2016). Afinal, não se trata de uma mera aplicação de instrumentos, mas, sim, de um processo complexo que apresenta algum tipo de consequência para o indivíduo avaliado a partir do resultado dessa avaliação.

Na literatura brasileira, as definições de competências em AP, parecem ir de encontro às referências da APA e de autores integrantes de forças tarefas relacionadas às competências em AP. Como exemplo, em 2007, o CFP disponibilizou uma cartilha de AP, atualizada em 2022, em que enfatizavam conhecimento em psicopatologia, psicometria, aprofundamento teórico, amplo conhecimento de construtos e habilidades na utilização dos instrumentos em AP, ou seja, em testagem psicológica (Bavaresco et al., 2018; Conselho Federal de Psicologia, 2022; Kline, 2016; Krishnamurthy et al., 2004).

Outro importante construto que vem sendo estudado para a compreensão de comportamentos são atitudes de um indivíduo frente a algum fenômeno. Segundo Rodrigues et al. (2012), um conjunto de crenças e cognições formadas pelo indivíduo constituem uma atitude pró ou contrária a algo, predispondo a pessoa a agir de forma coerente. Nesse sentido, avaliar a atitude de psicólogos frente à testagem psicológica é um importante foco de estudo. A testagem psicológica, é um recurso característico de informações dispostas em testes psicológicos, enquanto ferramentas que podem ou não estar incluídas na AP, a depender da demanda, contexto e competência técnica do avaliador (Schneider et al., 2020).

A prática que psicólogos vem desenvolvendo a respeito da utilização da testagem psicológica pode se refletir em uma atitude positiva ou não que este detenha. Se positiva, tenderá a atuar com bom desempenho, levando em conta por exemplos as atitudes sobre as regulamentações do conselho de classe, possibilidades de aplicações remotas, treinamento e uso adequado dos instrumentos (Evers et al., 2012; 2017). Tanto atitudes quanto competências podem auxiliar na busca pela qualidade da prática e delineamento de novas direções que a AP passou e continuará passando ao longo do tempo, tendo como um desses exemplos, a tecnologia computacional e mensurações cada vez mais aprimoradas (Robitzsch, 2020).

A investigação das competências e atitudes de psicólogos em AP no presente estudo, espera contribuir para qualificação da prática. Nesse sentido, as competências são avaliadas pelo Questionário de Competências em AP. O instrumento se baseia nas premissas sobre importância e domínio em aspectos similares ao que a cartilha do CFP em 2007 orientou e também na qualificação de utilização de testes ressaltadas pela APA em 2000 (Rueda et al., 2009; Ambiel et al., 2017). Assim, são avaliados o domínio que um psicólogo tem e a importância que ele atribui à uma tarefa, levando-se em conta aspectos como elaboração de laudos, conhecimento de instrumentos avaliativos e domínio psicométrico (Bonfá-Araujo et al., 2020).

Já a medida de atitude frente à AP avalia quais são as atitudes a respeito dos temas em testagem, como a adequada utilização de instrumentos, intepretação dos resultados e quanto à atuação de cada psicólogo na área (Evers et al., 2017), baseado no instrumento Questionnaire on Test Attitudes of Psychologists. Os temas possuem coerência teórica e similaridade, não só a respeito da testagem, mas de da utilização desta como um recurso em AP (Schneider et al., 2020).

Pesquisas brasileiras buscando conhecer as competências em AP no Brasil foram conduzidas com alunos de Psicologia e com docentes, investigando seus níveis de confiança em relação ao domínio em AP (Noronha et al., 2007; Noronha et al., 2009; Noronha et al., 2014). Contudo, outras possíveis relações poderiam ser testadas, entre outras, a titulação de docentes. A formação com mestrado e doutorado, seria uma hipótese que poderia auxiliar na compreensão sobre até que ponto de titulação auxiliaria profissionais na percepção de suas competências em AP (Gouveia, 2018).

Já em relação as atitudes, estudos internacionais de ampla empregabilidade foram conduzidos, demonstrando que, em nível nacional, psicólogos brasileiros em comparação com outros países possuem atitudes favoráveis, especialmente em relação às regulamentações e preocupações com o uso adequado dos instrumentos (Evers et al., 2017; Reppold & Noronha, 2018). Contudo, as pesquisas realizadas até o momento não investigam as titulações e atividades desempenhadas pelos profissionais, que poderiam ser hipóteses testáveis nos diferentes contextos em que a AP é praticada.

Assim, esta pesquisa buscou descrever principalmente as atitudes de psicólogos e competências profissionais frente à testagem psicológica, especificamente a percepção da importância da AP, bem como o domínio dos profissionais para as práticas dessa área. As hipóteses norteiam que maiores níveis de atitudes e competências podem ser esperados de acordo com o nível de instrução e envolvimento com a prática da AP em seu contexto profissional.

 

Método

Participantes

Participaram da pesquisa 186 psicólogos em todas as regiões do país (51,1% da região sudeste), de ambos os sexos (82,3% do sexo feminino), com idades entre 23 e 73 anos (M = 43,57, DP = 11,95, Min = 23 e Max = 73). Destes, 147 (79%) trabalham com avaliação psicológica. Além disso, 97 participantes (52,2%) da amostra trabalham com docência. Observou-se também que 160 participantes (86%) da amostra utilizam testes psicológicos em suas práticas profissionais.

Instrumentos

Questionário de Identificação

Criado com o propósito de conhecer dados principais dos participantes, como idade, sexo, região em que reside, se trabalha com avaliação psicológica, se realiza avaliação psicológica, quanto tempo possui de graduação em Psicologia, se possui pós-graduação em níveis stricto sensu, dentre outros.

Questionnaire on Test Attitudes of Psychologists - QTAP (Evers et al., 2017)

Trata-se de uma bateria de avaliação criada pelo Comitê Permanente de Testagens e Testes da Federação Europeia de Associações de Psicologia (EFPA). Está distribuído em cinco fatores investigando as atitudes de psicólogos sobre as práticas em testagem psicológica, sendo elas: a) preocupação sobre o uso incorreto do teste; b) regulamentação de testes psicológicos; c) uso de testes informatizados; d) avaliação sobre os testes disponíveis; e) formação e conhecimento relacionados ao uso de teste. Possui em seu total 32 itens, organizados em escala Likert de 5 pontos (1 = Muito raramente a 5 = Muito frequentemente para o fator Preocupação sobre o uso incorreto do teste e 1 = Discordo totalmente a 5 = Concordo totalmente para os demais fatores), além de incluir ao final uma questão aberta solicitando aos entrevistados que indiquem três testes que utilizam com maior frequência.

O instrumento apresenta evidências de validade, com consistência interna acessada pelos valores do alfa de Cronbach variando entre α = 0,56 e α = 0,88 (Evers et al., 2017). Dentre alguns itens estão, 3 - "Os profissionais recebem informações suficientes (revisões independentes, pesquisas, regulamentos etc.) sobre a qualidade dos testes publicados em meu país"; 6 - "Meu conhecimento atual em relação a testes é basicamente o que aprendi no curso de graduação em Psicologia" e 8 - "O uso de testes psicológicos deve ser restrito a psicólogos". Importante ressaltar que o instrumento, seguiu o processo de tradução e retrotradução, previamente autorizado em parceria do IBAP com a EFPA, além de passar pelos processos de adaptação ao contexto brasileiro por juízes experts em AP que integram a equipe do IBAP (Borsa, Damásio, & Bandeira, 2012).

Questionário de Competência para Avaliação Psicológica - QCAP (Noronha et al., 2007)

Trata-se de um instrumento que investiga os fatores de Importância (nível de relevância do conteúdo em cada item) e Domínio (competência dos participantes em cada item) percebido sobre as atividades profissionais ligadas à Avaliação Psicológica. Possui 20 itens respondidos em escala Likert de 3 pontos (em que 1 = Não importante a 3 = Muito importante; 1 = Nenhum domínio a 3 = Domínio completo), sendo todos respondidos para ambos os fatores. Na competência Importância são apresentadas três dimensões (Aplicação da AP, Correção e interpretação de Testes e Construção de testes psicológicos) e na competência Domínio também são apresentadas três dimensões (Aplicação da AP, Correção e interpretação de Testes e Construção de testes psicológicos). Sua construção foi baseada nos preceitos do Test User Qualification da American Psychological Association (APA, 2000), abrangendo aspectos éticos, seleção adequada de instrumentos, conhecimento psicométrico e de medidas em avaliação, dentre outros elementos.

O instrumento apresenta evidências de validade, com consistência interna acessada pelos valores do alfa de Cronbach variando entre α = 0,62 e α = 0,93 (Ambiel et al., 2017; Rueda et al., 2009). Dentre alguns itens estão, 2 - "Compreender a fundamentação teórica que subsidiou a construção do teste"; 7 - "Elaborar um parecer ou laudo psicológico" e 12 - "Selecionar instrumentos para as situações de avaliação psicológica".

Procedimentos

Inicialmente, um link com a pesquisa foi enviado aos sócios do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) utilizando a ferramenta Mailee, bem como foi divulgado em suas nas redes sociais (Facebook, Instagram) e na página oficial da instituição, convidando psicólogos de todo país a responderem a pesquisa. Os respondentes receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), disponibilizado via Google Forms, com acesso ao questionário e instrumentos, garantindo o sigilo e direito de interromper a participação a qualquer momento, já que o projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da área de ciências humanas e exatas da Universidade São Francisco CEP/CHE (398/03). A sequência de aplicação dos instrumentos, em formato on-line, deu-se inicialmente pelo questionário de identificação subsequente das escalas QTAP e QCAP. O tempo estimado para a execução da aplicação foi de 30 minutos. A coleta de dados ocorreu nos meses de novembro de 2020 a janeiro de 2021.

Análise de Dados

Os dados foram analisados a partir do programa estatístico JASP - (Versão. 0.16.1.0). A normalidade dos dados foi avaliada por meio dos testes Kolmogorov-Smirnov e Shapphiro-Wilke (Tabachnick & Fidell, 2019). Os resultados indicaram a ausência de normalidade dos dados do QTAP e QCAP, com p < 0,05.

Análises de correlação entre os instrumentos foram executadas por intermédio do teste de correlação de Spearman (Myers & Sirois, 2004). Para a comparação entre as correlações, foi utilizado o teste r-to-z de transformação de Fisher (Lenhard & Lenhard, 2014). Utilizou-se o teste não paramétrico de U Mann-Whitney (Field, 2020) para os grupos que realizam AP, para quem é docente, para quem utiliza testes psicológicos e para quem possui mestrado e doutorado.

Para além da análise de correlação, foi realizada a Análise de Regressão Linear (Field, 2020), buscando investigar em que medida os níveis de Realização de AP, Docência, Utilização de testes psicológicos, Mestrado e Doutorado explicavam os níveis de importância atribuídos às competências em AP, o domínio que os psicólogos possuem dessas competências e a atitude frente à testagem psicológica. Importante lembrar que os totais das dimensões dos instrumentos foram computados em apenas uma variável dependente, ocorrendo no QTAP como apenas um índice de atitude e no QCAP como um índice na competência Domínio e um na competência Importância.

 

Resultados

A respeito da associação entre as variáveis, os resultados demonstraram correlações fracas entre a competência Importância (atribuição de importância à competência requerida em AP) e competência Domínio (avaliação do quanto a pessoa domina a competência requerida em AP), assim como entre a competência Domínio e Atitudes de avaliação sobre os testes disponíveis. O teste r-to-z de transformação de Fisher demonstrou que a competência de importância se associou mais fortemente com a competência de domínio (r = 0,363 p < 0,01) do que com a Atitudes (r = 0,198, p < 0,01) (z = 3.051; p < 0,001).

 

Tabela 1

 

A respeito das diferenças entre grupos, o teste de U Mann-Whitney apresentou resultados significativos para as variáveis de profissionais que realizam AP e docência, possuindo maiores níveis na competência de Domínio, quando comparados aos que não realizam AP. Além disso, a docência também demonstra maiores níveis de Atitudes quando comparados com quem não é docente. E quem utiliza testes psicológicos, apresentou maiores níveis na competência Domínio de AP.

 

Tabela 2

 

Em relação aos grupos stricto sensu (mestrado e doutorado), foram apresentadas diferenças entre quem possui mestrado e doutorado com os profissionais que não possuem. Os dados podem ser consultados na tabela 3.

Nessa amostra, os resultados da análise de regressão linear simples buscando explicar os níveis de competência de importância em AP, demonstraram que a única variável que apresentou influência estatisticamente significativa foi o mestrado (F(5, 180) = 1,919, p < 0,006; R2ajustado = 0,024). O coeficiente de regressão B (B = 1,500) indicou que, em média, o aumento de um ponto nos níveis de mestrado repercutiu no aumento de 1,500 pontos nos níveis de competência de importância em AP, conforme pode ser acompanhado na tabela 4.

Na explicação sobre os níveis de competência de domínio em AP, as variáveis Utiliza Testes, Mestrado e Doutorado, apresentaram influência estatisticamente significativa (F(5, 180) = 23,565, p < 0,001; R2ajustado = 0,379). Na variável Utiliza Testes, o coeficiente de regressão B (B = 8,791) indicou que, em média, o aumento de um ponto nos níveis de quem utiliza de testes repercutiu no aumento de 8,791 pontos nos níveis de competência de importância em AP. Na variável Mestrado apresentou o coeficiente de regressão B (B=3,682) e no Doutorado B (B = 2,847), indicando um aumento de 3,682 e 2,847 pontos respectivamente nos níveis de competência em domínio em AP, conforme indicados na tabela 5.

 

Discussão

A identificação das principais atitudes frente à testagem psicológica e competências profissionais requeridas aos psicólogos da área foram mapeadas na referida amostra. Nesse sentido, o presente estudo teve como hipóteses que maiores níveis de atitudes e competências podem ser esperados de acordo com o nível de instrução e envolvimento com a prática da AP em seu contexto profissional.

Diante dos dados apresentados, as hipóteses do estudo foram parcialmente encontradas, já que se esperava que as variáveis dependentes pudessem explicar a importância e o domínio das competências e as atitudes frente à testagem. Os resultados da associação entre a competência Importância e competência Domínio podem ser analisados levando-se em consideração que o domínio que o profissional se autoavalia nas competências quanto à aplicação da AP, a construção e a utilização dos testes pode ser uma medida mais prática do que a importância atribuída a essas competências. Afinal, avaliar que uma competência é importante não quer dizer que a pessoa domine essa prática. O fato do indivíduo apresentar alguns conhecimentos e habilidades para a execução de determinada atividade, isso não assegura que ele seja capaz de agir corretamente, de apresentar o melhor desempenho esperado. Por isso, para além da qualificação de um indivíduo, faz-se necessário que ele a coloque em prática para que seja identificado como uma competência (Amaro, 2008; Borges, Coelho Junior et al., 2014; Fleury & Fleury, 2001; Le Boterf, 2003). Nesse sentido, espera-se que uma competência seja associada a um comportamento passível de verificação e mensuração, ou seja, um bom desempenho no trabalho (Coelho Junior et al., 2013).

Basicamente, na construção de testes psicológicos, é necessário definir limites precisos sobre o conteúdo dos itens, suas variações relevantes, experimentos amostrais e submissão às análises que os validem em contextos adequados (Kline, 2016). Também é necessário aplicar as técnicas de análise de evidência de validade e confiabilidade, temas que requerem conhecimento em Psicometria e AP, no que tange sobre utilização dos métodos, manuais e interpretações mais adequados ao fenômeno investigado (Noronha et al., 2014; Reynolds et al., 2021). Esses atributos, podem se apresentar muito mais como um domínio desenvolvido e adquirido em estudos mais aprofundados acadêmicos e na prática do uso dos testes.

Em estudos brasileiros, as necessidades de conhecer a construção de instrumentos, relacionam-se com a compreensão dos aspectos psicométricos, em especial de evidências de validade e precisão (Noronha et al., 2014). De modo similar, a avaliação de testes disponíveis é uma atitude bem apresentada em amostras de diversos países, ressaltando a valorização que psicólogos atribuem a utilização de instrumentos de qualidade. Tais dados contribuem para o benefício profissional e social e também enfatizam o maior domínio de competências como prevalente à atitudes mais positivas (Evers et al., 2017). A testagem qualificada na AP, aliada a formação do avaliador é questão central em intervenções cautelosas e que trazem implicações na vida de indivíduos e da sociedade (American Psychological Association, 2020; Oliveira, et al., 2020; Silva, et al., 2022). Nesse sentido, discutir a qualificação é também levantar a importante discussão sobre a evidência de validade consequencial, quando se passa a discutir quais as consequências que os resultados da avaliação tem na vida de indivíduos, grupos e sociedade (AERA et al., 2014).

No que tange ao processo formativo, o oferecimento de disciplinas e currículos focados nos temas abordados pela AP na graduação são relevantes, fomentando em aspectos teóricos e práticos dos estudantes. Apesar de ser esperado que o psicólogo brasileiro em nível de graduação tenha conhecimento dos recursos para execução de uma AP de qualidade, o processo formativo tem sido insuficiente de conteúdos imprescindíveis ou basilares para uma prática de qualidade no campo da avaliação psicológica (Noronha et al., 2010). Em parte, não se espera domínio na construção de instrumentos, isso porque trata-se de uma habilidade geralmente desenvolvida dentro de programas stricto sensu (Ambiel et al., 2017; Bonfá-Araujo et al., 2020).

Psicólogos com mestrado e doutorado demonstraram maiores níveis em atribuírem importância às competências e domínio em AP. Esses resultados são esperados, visto que, no contexto brasileiro, grande parcela de desenvolvimento de carreira, tanto em Psicometria, quanto em AP, está vinculada aos contextos acadêmicos científicos (Bueno & Peixoto, 2018). Além disso, boa parte da contribuição histórica que a AP passou no país foi em virtude da criação de laboratórios e iniciativas ligadas aos centros de ensino universitários (Bandeira, 2018; Wechsler et al., 2019).

Outra variável de interesse nessa discussão foi a respeito do grupo de docentes, apresentando maiores níveis de domínio nas competências. Pesquisas a respeito da competência para esses profissionais denotaram uma correlação significativa entre o domínio de compreensão das propriedades psicométricas e maior atribuição de importância em conhecer a construção de testes (Noronha et al., 2014). A formação stricto sensu, além da atualização constante que a área de AP necessita, podem ser elementos que auxiliem nessa explicação e, apesar de não investigada nesse estudo, poderia ser uma hipótese que norteie trabalhos futuros.

Abordando a atividade profissional da AP, os resultados nas análises de regressão enfatizam que psicólogos que trabalham com AP possuem maiores níveis de competência no domínio, resultado também esperado. Em virtude da prática e formação constante que a área requisita, os profissionais necessitam estar atentos tanto às informações disponíveis em manuais, quanto às atualizações disponíveis dos instrumentos (Borsa, 2016; Gouveia, 2018).

Em suma, a AP no Brasil em 2017 possuía boa avaliação pela classe profissional, indicando atitudes positivas em relação à avaliação psicológica, testes psicológicos e regulamentação dos instrumentos (Evers et al., 2017; Reppold & Noronha, 2018). Esses resultados tendem a se repetir nos domínios de competências dos profissionais nos dados mais recentes, possivelmente atribuídos a melhorias como as orientações que o CFP trouxe como a exigência dos padrões psicométricos nas atualizações do SATEPSI e a importantes investimentos na área (Bonfá-Araujo et al., 2020; Evers et al., 2017; Reppold & Noronha, 2018; Wechsler et al., 2019).

Ainda assim, infrações concernentes à atividade de AP estão entre as mais julgadas entre o período de 2010 a 2018, refletindo a necessidade contínua da formação em revisar as determinações do conselho profissional, bem como possíveis penalidades ocasionadas por infrações éticas (Costa, et al., 2021; Muniz, 2018; Zaia, et al., 2018). Outros aspectos da formação levam em conta também os apontamentos a respeito do currículo universitário brasileiro que, apesar de generalista, pode ser deficiente em Psicometria, esquivando do ensino-aprendizagem de teorias da medida e estatística, atentando-se apenas às técnicas de correção e aplicação de testes, podendo implicar tanto na atitude frente aos testes, quanto em um menos domínio de profissionais quanto a prática AP (Gouveia, 2018; Zaia et al., 2018). Isso se torna ainda mais agravado, nas tentativas reiteradas de se tornar o ensino da psicologia totalmente à distância, impossibilitando ainda mais investimentos nessa área que, sem dúvida, demanda a presencialidade e a interação pela natureza das medidas lápis-papel que preponderam a avaliação.

Os resultados de um modo geral evidenciaram que nessa amostra a percepção de domínio que psicólogos tem sobre a AP seria a principal variável que se relacionaria com maiores pontuações, especialmente referentes à prática em AP, utilização de instrumentos e formação stricto sensu. A competência, enquanto uma conjunção de conhecimentos, habilidades e atitudes, pode ser desenvolvida pela junção da formação adequada e contínua com as atividades concernentes a AP, sendo a experiência desde a graduação em estágios, e o treinamento constante, possíveis fatores que auxiliem na compreensão de predição entre essas variáveis (Ambiel et al., 2017; Wright, 2021). E, assim como elucidado nos resultados, a busca por formação stricto sensu, trará ao profissional maior domínio.

Dados esses fatores que possivelmente poderiam impactar na percepção de atitudes e domínios de psicólogos a respeito da AP, um dos pontos limitantes desta pesquisa foi a quantidade de participantes. Sugere-se uma ampliação do número amostral, discussão também apresentada em estudos internacionais, que naquele contexto, observaram apenas a participação de profissionais ligados à AP. Os respondentes da pesquisa em sua maioria possuem conhecimentos específicos, muitas vezes relacionados a área de AP, o que provavelmente também acabaria gerando vieses nas respostas (Bonfá-Araujo et al., 2020; Evers et al., 2017). Outro ponto a ser observado é que os instrumentos utilizados, tanto na medida de Atitudes, quanto na medida de Competências, aparentemente não se relacionam diretamente ao desempenho apresentado na atividade de AP, sendo muito mais enfatizada a importância que se dá às dimensões e se é ou não valorizado. Nesse sentido, a utilização de instrumentos mais diretivos sobre o desempenho poderia auxiliar no conhecimento de domínio dos respectivos construtos, que busquem qualificar a prática da avaliação no Brasil. Ainda como sugestões para futuros estudos, faz-se necessário atualizar as competências requeridas na AP, levando-se em consideração novos conhecimentos e habilidades requeridos no uso das tecnologias digitais.

Não se pode esquecer que outros desafios têm sido enfrentados, principalmente com o advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), o que certamente exigirá que novas competências sejam mais bem especificadas pela área (Marasca et al., 2020). Nesse sentido, um importante investimento no Brasil será a continuidade do mapeamento de competências na área, mas principalmente a identificação de lacunas que venham a dar subsídios para formação continuada e a melhoria da formação no Brasil.

 

Agradecimentos

Não há menções.

Financiamento

Esta pesquisa não recebeu nenhuma fonte de financiamento, sendo financiada com recursos dos próprios autores.

Authors' contributions

Declaramos que todos os autores participaram da preparação do manuscrito. Especificamente, os autores Makilim Nunes Baptista, Natalício Augusto da Silva Junior, Cristiane Faiad e Hugo Ferrari Cardoso participaram da escrita inicial do estudo - conceitualização, investigação, visualização, análise de dados, escrita final do trabalho - revisão e edição.

Disponibilidade de dados e materiais

Todos os dados e sintaxe gerados e analisados durante esta pesquisa serão tratados com completa confidencialidade devido aos requisitos do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. No entanto, o conjunto de dados e sintaxe que suportam as conclusões deste artigo estão disponíveis mediante solicitação razoável ao autor principal do estudo.

Conflito de interesses

Os autores declaram que não há conflitos de interesse.

 

Referências

Amaro, R. A. (2008). Da qualificação à competência: deslocamento conceitual e individualização do trabalhador. Revista de Administração Mackenzie, 9(7), 89-111. https://doi.org/10.1590/S1678-69712008000700005        [ Links ]

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Endereço para correspondência:
Makilim Nunes Baptista
Rua Waldemar César da Silveira - Jardim Cura D'Ars.
Universidade São Francisco
Campinas - São Paulo - Brasil. CEP: 13045510
Email: makilim01@gmail.com

Recebido em Julho de 2022
Aceito em Novembro de 2022

 

 

Nota sobre os autores
Makilim Nunes Baptista é psicólogo (USJT), doutor em Psicologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Atualmente, é Professor no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco, campus Campinas.
Natalício Augusto da Silva Junior é estudante de Psicologia (USF), campus Bragança Paulista.
Cristiane Faiad é psicóloga (Unb), doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília (Unb). Atualmente, é Professora no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações e Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília.
Hugo Ferrari Cardoso é psicólogo (USC), doutor em Psicologia pela Universidade São Franciso (USF). Atualmente, é Professor no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade Estadual Paulista, campus Bauru.

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