Mental
ISSN 1679-4427 ISSN 1984-980X
Mental v.5 n.8 Barbacena jun. 2007
EDITORIAL
Ao lançarmos a Mental nº 8, trazemos boas notícias aos nossos leitores: no processo de avaliação da CAPES/ANPEPP (2005-2006), recebemos a classificação "Nacional A". Essa conquista é fruto do incansável trabalho de toda a equipe da Mental na busca da consolidação de um trabalho que prima pela qualidade. Nossa revista dá importante passo no sentido de se firmar como espaço de discussão de idéias relevantes para o campo da saúde mental. Aproveitamos para agradecer a toda a equipe da Biblioteca Virtual de Saúde (http://www.bvs-psi.org.br) pela parceria e pelo apoio técnico, indispensável nessa jornada.
Neste número trazemos, em nossa capa, o Palácio Ferroviário, localizado na cidade de Araguari, Minas Gerais. Imponente prédio histórico, totalmente restaurado, era conhecido como Estação Ferroviária Goiás.
Em 28 de março de 1906, a Companhia de Estrada de Ferro Alto Tocantins passou por processo de reestruturação e se transformou na Companhia de Estrada de Ferro de Goyaz. Na década de 20, a Companhia foi encampada pelo Governo Federal e passou a se chamar Rede Ferroviária Federal S. A. (RFFSA). Pelo seu valor histórico e pela imponência arquitetônica da construção, consideramos pertinente homenagear a cidade com a exibição desse monumento em nossa revista.
Este número traz, além das resenhas, sete artigos que abordam temáticas ligadas à subjetividade e ao funcionamento das equipes e dos serviços substitutivos de saúde mental. Ana Marta Lobosque discute a função dos CAPS de possibilitar a formação de laços sociais para os usuários de saúde mental. Cátula Pelissoli e Ângela Moreira discutem aspectos do funcionamento cotidiano de um CAPS do Rio Grande do Sul, tendo como parâmetro as diretrizes nacionais que orientam o funcionamento e os objetivos dos Centros de Atenção Psicossocial. O artigo de Rosemary Costa busca identificar as concepções que os profissionais de saúde que atuam em equipes multiprofissionais, em dois centros de saúde do município de Contagem, em Minas, têm sobre a interdisciplinaridade e o impacto dessas concepções nas ações realizadas pelas equipes.
Trazemos, também, dois artigos que abordam a temática da estrutura psicótica. No artigo intitulado Psicose: diagnóstico, conceitos e reforma psiquiátrica, o autor aborda a problemática da elaboração de um diagnóstico correto na prática clínica, no que concerne à psicose. Piero Feliciotti e Carlo Viganò discutem, de acordo com a abordagem lacaniana, a possibilidade de se fazer um pré-diagnóstico de psicose.
Ainda neste número, Oscar Cirino percorre algumas obras de Foucault e analisa as formas com que os temas do corpo, dos prazeres e do desejo são elaborados e articulados. O autor ainda estabelece um contraponto entre a concepção foucaultiana e a psicanálise em sua vertente lacaniana. Finalmente, Jacqueline Moreira, com o artigo A ruptura do continuar a ser: o trauma do nascimento prematuro adota o referencial winnicottiano para refletir sobre o problema do nascimento prematuro. A autora argumenta que o nascimento prematuro pode mostrar-se traumático para a mãe e para o bebê.
Esperamos que os temas trazidos nesta edição, em sua diversidade de perspectivas, possam contribuir tanto para a prática do profissional quanto para o fomento de discussões entre pesquisadores da área.
Boa leitura!
Fuad Kyrillos Neto
Editor responsável