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SMAD. Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas
versão On-line ISSN 1806-6976
SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) vol.16 no.1 Ribeirão Preto jan./mar. 2020
https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2020.152411
ARTIGO ORIGINAL
Uso de álcool e tabaco entre universitários de Terapia Ocupacional de uma universidade pública*
Use of alcohol and tobacco among university students of Occupational Therapy at a public university
Marina Coelho de PinhoI; Rayane Cristina Faria de SouzaI; Flavia Batista PortugalII; Marluce Mechelli de SiqueiraII
IUniversidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil
IIUniversidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Enfermagem e Obstetrícia, Vitória, ES, Brasil
RESUMO
OBJETIVO: traçar o perfil do uso de álcool e tabaco e seus fatores associados entre universitários de Terapia Ocupacional.
MÉTODO: estudo transversal realizado com estudantes acima de 18 anos do primeiro ao último período do curso de Terapia Ocupacional de uma universidade pública. O instrumento de pesquisa utilizado foi o questionário proposto pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas para o I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras. Para a análise estatística, foi utilizado o Statistical Package for the Social Science.
RESULTADOS: a prevalência de "binge drinking no ano" foi de 61,5% e de "binge drinking no mês" foi de 46,8%. O uso na vida de tabaco foi de 36% e no ano de 25,7%. A religião mostrou-se significativamente associada ao "binge drinking no ano" e ao uso na vida e no ano de tabaco. "Pegar carona com o motorista da vez" e "Pegar carona com motorista alcoolizado" associaram-se significativamente às variáveis "binge drinking no ano" e "binge drinking no mês".
CONCLUSÃO: os resultados contribuem para criar ações de prevenção ao uso indevido de álcool e tabaco, bem como à inclusão ou ampliação da abordagem do tema no currículo do curso.
Descritores: Estudantes; Tabaco; Bebidas Alcoólicas; Políticas Públicas; Prevenção & Controle.
RESUMEN
OBJETIVO: trazar el perfil del uso de alcohol y tabaco y sus factores asociados entre universitarios de Terapia Ocupacional.
MÉTODO: estudio transversal realizado con estudiantes mayores de 18 años, del primero al último período del curso de Terapia Ocupacional de una universidad pública. Instrumento de investigación utilizado fue cuestionario propuesto por Secretaría Nacional de Políticas sobre Drogas para el I levantamiento nacional sobre el uso de alcohol y otras drogas entre universitarios de las 27 capitales brasileñas. Para análisis estadístico se utilizó el Statistical Package for the Social Science.
RESULTADOS: prevalencia de "binge drinking en año" fue 61,5% y de "binge drinking en mes" fue 46,8%. El uso en la vida de tabaco fue del 36% y en año del 25,7%. Religión se mostró significativamente asociada al "binge drinking en el año" y al uso en la vida y en año de tabaco. "Tomar carona con conductor de la vez" y "Tomar carona con conductor alcohólico", se asociaron significativamente a las variables "binge drinking en año" y "binge drinking en mes".
CONCLUSIÓN: resultados contribuyen a crear acciones de prevención al uso indebido de alcohol y tabaco, así como inclusión o ampliación del abordaje del tema en currículo del curso.
Descriptores: Estudiantes; Tabaco; Bebidas Alcohólicas; Políticas Públicas; Prevención y Control.
INTRODUÇÃO
No decorrer da história da humanidade, é possível observar o uso das substâncias psicoativas (SPAs) em diferentes contextos (religiosos, de lazer ou terapêuticos). Trata-se de uma prática antiga, entretanto, atualmente, o consumo de SPAs tornou-se um claro problema devido à extensão do seu uso e às importantes consequências que causam para a saúde pública(1).
O uso indevido e descontrolado de SPAs tem sido cada vez maior e o aumento no consumo dessas substâncias ocorre, principalmente, entre os jovens(2). Com isso, há uma preocupação especial com uma grande parcela que compõe essa população: os universitários(3). De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Estatísticas Educacionais Anísio Teixeira - Inep, em 2016, essa população era composta por mais de oito milhões de universitários matriculados nos cursos de graduação ofertados pelas Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil(4).
Frente ao grande número de universitários no país, destaca-se, também, que esses utilizam mais bebidas alcoólicas, maconha, tranquilizantes, inalantes, alucinógenos e anfetamínicos quando comparados à população geral brasileira de mesma faixa etária(5).
Entre as diversas SPAs consumidas, não só por universitários, mas por toda a sociedade, o álcool e o tabaco merecem atenção, pois se tratam de substâncias lícitas, mas que podem causar danos à saúde tanto quanto outras substâncias(6).
Em sua fase inicial, o álcool pode causar sensações de euforia, desinibição, sociabilidade, prazer e alegria. Posteriormente, pode causar diminuição da autocrítica, lentificação psicomotora, redução dos reflexos, sonolência e prejuízos na capacidade de raciocínio e concentração. Em doses muito altas, o uso de álcool gera vômitos e insuficiência respiratória, podendo chegar à anestesia, coma e até mesmo morte(7).
De uma forma geral, os universitários estão consumindo cada vez mais os diversos tipos de bebidas alcoólicas, tais como destilados, cervejas, bebidas ice e vinho(8). Nesse contexto, vale destacar um importante padrão de uso entre universitários: o binge drinking ou beber pesado episódico, o qual se caracteriza pelo consumo de cinco ou mais doses para homens e quatro ou mais doses para mulheres de bebidas alcoólicas em uma única ocasião de consumo. Conforme o I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, 25% dos universitários brasileiros referiram, pelo menos, uma ocorrência de binge drinking nos 30 dias anteriores à entrevista, e cerca de 33% relataram ter feito uso do álcool nesse padrão nos últimos 12 meses(9).
Já o uso do tabaco de forma ativa e até mesmo passiva é considerado fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças, como câncer, doenças pulmonares e doenças cardiovasculares, sendo a maior causa de mortes evitáveis(10-11). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), seu uso leva à morte de mais de sete milhões pessoas a cada ano. Mesmo sabendo de todas as doenças que podem ser desencadeadas em decorrência do uso de tabaco, em 2015, havia 1,1 bilhão de fumantes em todo o mundo(12). No Brasil, em 2016, o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais era de 10,2%(13).
Dessa forma, as pesquisas são importantes ferramentas para entender melhor os padrões de consumo do álcool e tabaco, dando subsídios para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e, consequentemente, reduzindo os problemas causados pelo seu uso indevido e os transtornos relacionados a ele(14).
Diante disso, o objetivo deste trabalho foi traçar o perfil do uso de álcool e seus fatores associados entre os universitários do curso de Terapia Ocupacional de uma universidade pública.
Método
Trata-se de um estudo transversal, com caráter quantitativo. A população foi composta por estudantes de graduação do primeiro ao último período do curso de Terapia Ocupacional de uma universidade pública, com matrícula ativa no segundo semestre de 2016 e mais de 18 anos, totalizando 130 estudantes.
O instrumento utilizado foi o questionário proposto pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) para o I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, realizado em 2009. O instrumento de pesquisa é dividido em seções com a proposta de coletar dados socioeconômicos e demográficos, informações acadêmicas, atividades gerais, satisfação e desempenho acadêmico, consumo geral de drogas, consumo de tabaco e derivados, consumo de álcool, detalhamento do consumo de outras drogas e comportamentos gerais por meio de 72 questões(13).
Na seção "consumo geral de drogas", a identificação do uso de SPAs foi feita conforme a classificação da Organização Mundial de Saúde: uso na vida, ou seja, "Pelo menos, uma vez na vida", nos últimos 12 meses ("Pelo menos, uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista") e nos últimos 30 dias ("Pelo menos, uma vez nos 30 dias que antecederam a entrevista"). Na seção "consumo de álcool", foi possível identificar a ocorrência de binge drinking no ano e no mês.
Inicialmente, foi realizado um estudo piloto com os alunos do primeiro período do curso de Enfermagem da universidade com o objetivo de treinar os pesquisadores e verificar o tempo de duração de todo o procedimento de coleta. Apenas aqueles maiores de 18 anos, que estavam presentes em sala de aula no momento da aplicação e que aceitaram participar do estudo mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), responderam ao instrumento. Posteriormente, deu-se início à coleta de dados no curso de Terapia Ocupacional, que foi realizada no período setembro de 2016 a julho de 2017, por meio de censo, em sala de aula, em horário agendado com os professores responsáveis. Para isso, os pesquisadores disponibilizaram dois ou mais envelopes, um para colocar os TCLEs assinados e os outros para armazenar os questionários.
Para a análise dos dados, utilizou-se o programa Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 22. Utilizou-se o teste qui-quadrado para verificar a associação entre as variáveis desfecho ("binge drinking no ano", "bingedrinking no mês", "uso na vida de tabaco e derivados" e "uso no ano de tabaco e derivados") com as variáveis socioeconômicas e demográficas (sexo, faixa etária, estado civil, classe socioeconômica, religião, "morar com os pais", "morar com os amigos"), "Participação em projetos acadêmicos", "Frequência às aulas", "Frequentar o Centro Acadêmico (CA), Diretório Acadêmico (DA) e Grêmio". Apenas para as variáveis desfecho "binge drinking no ano" e "bingedrinking no mês", verificou-se a associação com as variáveis independentes: "Dirigiu sob o efeito de álcool"; "Foi motorista da vez"; "Pegar carona com motorista alcoolizado" e "Pegar carona com motorista da vez", assumindo nível de significância p<0,05. Foram calculadas, também, as razões de prevalência (RP) e seus intervalos de confiança (IC). Por fim, realizou-se uma análise multivariada por meio da regressão logística múltipla na qual foram incluídas somente as variáveis associadas ao desfecho com um nível de significância p<0,1.
Este estudo foi aprovado (nº 1.566.208) pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sendo conduzido de acordo com a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os questionários eram anônimos e de autopreenchimento. A aplicação foi realizada somente após a assinatura do TCLE por todos os alunos presentes em sala de aula no dia da aplicação do instrumento, acima de 18 anos e que aceitaram participar.
Resultados
Dos 130 estudantes matriculados no curso, 111 (85,4%) responderam ao questionário. O perfil socioeconômico e demográfico da população em questão encontra-se na Tabela 1, observando-se que a maioria era do sexo feminino (83,8%), possuía idade entre 18 e 24 anos (83,8%), era solteira (88,3%), pertencia à classe econômica B1/B2 (50,4%) e era predominantemente composta por evangélicos/protestantes (36%), seguidos pelos católicos (35,1%).
A Tabela 2 apresenta os padrões de uso de álcool e tabaco verificados na população estudada: 85,6% dos universitários relataram já ter feito uso na vida de álcool e 75,7% relataram uso no ano. Já a prevalência do uso de álcool nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa foi de 62,3%.
A maioria (61,5%) relatou beber em binge nos 12 meses que antecederam a pesquisa e 46,8% relataram beber em binge nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa.
A maioria (61,5%) relatou beber em binge nos 12 meses que antecederam a pesquisa e 46,8% relataram beber em binge nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa.
Em relação ao uso de tabaco e derivados, 40 alunos (36%) relataram já ter feito uso alguma vez na vida, 26 (25,7%) relataram uso no ano e 19 (20,9%), uso no mês.
Na Tabela 3, é possível observar o resultado da análise bivariada para as variáveis desfecho "binge drinking no ano" e "binge drinking no mês". Na Tabela 4, observa-se o resultado da análise bivariada para as variáveis desfecho "uso na vida de tabaco e derivados" e "uso no ano de tabaco e derivados". As variáveis associadas aos desfechos em um nível de significância menor ou igual a 10% e que foram inclusas na análise multivariada podem ser observadas na Tabela 5, apresentando apenas os resultados para as variáveis que se mantiveram significativamente associadas (p<0,05).
Quanto às variáveis socioeconômicas e demográficas, na análise bivariada, a religião apresentou associação com a variável desfecho "bingedrinking no ano", associação essa que se manteve após a realização da análise multivariada.
A variável "frequência às aulas" apresentou associação com a realização de "binge drinking no ano" após a inclusão na análise multivariada (p<0,1).
"Pegar carona com motorista alcoolizado" e "pegar carona com motorista da vez" associaram-se a beber em binge no ano e no mês na análise bivariada e mantiveram-se associadas na análise multivariada.
A religião também se apresentou associada ao "uso no ano de tabaco e derivados" na análise bivariada, associação essa que também se manteve após a análise multivariada. Após a inclusão no modelo de regressão (p<0,1), a religião apresentou associação significativa com o "uso na vida de tabaco e derivados".
"Morar com pais, padrastos ou outros familiares" apresentou associação significativa com o "uso na vida de tabaco e derivados" na análise bivariada. Porém, a associação não se manteve após a análise multivariada.
A "participação em projetos acadêmicos" apresentou associação com duas variáveis desfecho na análise bivariada "uso na vida de tabaco e derivados" e "uso no ano de tabaco e derivados", porém, após a realização da análise multivariada, a associação não se manteve.
Discussão
A predominância do sexo feminino, da faixa etária de 18 a 24 anos, da classe econômica B1/B2 e de estudantes solteiros corrobora a maioria dos estudos realizados em cursos da área da saúde(15-22).
Apesar de a porcentagem encontrada para evangélicos/protestantes e católicos ter sido bem próxima, a predominância da religião evangélica/protestante diverge da maioria dos estudos realizados com universitários em que a religião predominante é a religião católica, como mostra o resultado de uma pesquisa realizada em um campus universitário da área de Ciências Biológicas e da Saúde em Minas Gerais(23).
Em relação aos padrões de uso de álcool pela população estudada, os dados encontrados neste estudo corroboram os encontrados em pesquisas realizadas na UFES(19-22,24-25). Dados também encontrados no I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, em que se observou que 86,2% dos universitários já fizeram uso de álcool alguma vez na vida e 72%, no ano(13). A prevalência do uso de álcool nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa corrobora estudo também realizado na UFES entre universitários de Farmácia(22).
Os resultados encontrados para beber em binge nos 12 meses e nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa mostraram-se superiores aos do estudo de referência nacional (I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras), que mostrou que cerca de 33,3% dos universitários brasileiros referiram, pelo menos, uma ocasião de beber em binge nos últimos 12 meses e 25% relataram ter feito uso do álcool nesse padrão nos 30 dias anteriores à entrevista(13), mostrando, assim, o quão preocupantes são os dados encontrados neste estudo e a importância de se trabalhar com a temática entre universitários.
Em relação aos padrões de uso de tabaco e derivados, em estudo realizado com os acadêmicos do curso de Odontologia de uma universidade privada de Curitiba, o uso na vida relatado foi um pouco superior ao encontrado neste estudo: 51,74% dos alunos relataram ter experimentado algum produto do tabaco, ao menos, uma vez(26). Em estudo realizado entre estudantes do curso de Enfermagem da Universidade de Passo Fundo, o valor encontrado para o uso na vida também se mostrou um pouco superior, no qual 48,9% dos estudantes relataram já ter feito uso na vida de tabaco. Nesse mesmo estudo, em relação ao uso no ano (29,7%) e no mês (20%), os resultados encontrados foram semelhantes aos encontrados neste estudo(27). Corroboram-se, ainda, por tais achados, os resultados mostrados no I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, no qual se observou: na vida de 46,7%, uso no ano de 27,8% e uso no mês de 21,6%(13).
A associação encontrada entre religião e a variável desfecho bingedrinking no ano sugere que, entre os universitários pesquisados que não possuem uma religião, há uma maior chance de encontrar alunos que beberam pesado de forma episódica nos últimos 12 meses.
A associação entre o uso de álcool e a religião pode ser encontrada em alguns estudos. Entre os usuários de uma clientela atendida na Clínica Saúde da Família, no Rio de Janeiro, os indivíduos que relataram baixa frequência de visitas a igrejas/templos (anual/nunca vão) tiveram, aproximadamente, três vezes mais chances de apresentar maior consumo de álcool quando comparados àqueles que frequentavam igrejas/templos com maior assiduidade (semanal ou mensal)(28).
Da mesma forma, em estudo realizado com acadêmicos de uma Instituição de Ensino Superior (IES) na cidade de Montes Claros, observou-se que a chance de praticar o binge drinking foi 4,3 vezes maior entre os estudantes que não possuíam religião ou não se manifestaram como católicos(29).
E, ainda, em estudo realizado com estudantes da área da saúde de uma universidade pública no norte de Minas, a falta de vínculo religioso foi uma variável estatisticamente associada à prática do consumo de risco de bebidas alcoólicas(24).
A relação entre o consumo de álcool por universitários e o comportamento religioso é um tema, ainda, pouco pesquisado, complexo e de difícil mensuração, porém, trata-se de um tema importante. Para entender melhor como os aspectos religiosos influenciam o uso de SPAs por universitários, é preciso ir além de conhecer aspectos como índices do uso, afiliação religiosa e frequência às reuniões/cultos de cunho religioso(30).
A associação encontrada entre a variável "frequência às aulas" e a realização de "binge drinking no ano" após a inclusão na análise multivariada sugere que, entre os universitários pesquisados que faltam às aulas, há uma maior chance de encontrar alunos que realizaram binge drinking nos últimos 12 meses que antecederam a pesquisa.
Em estudo realizado entre estudantes universitários também se observou essa associação, mostrando que, quando há abuso ou dependência de substâncias psicoativas, se destacam as faltas e os atrasos nas aulas e baixo desempenho acadêmico(31). Em uma instituição de ensino superior de Montes Claros, uma pesquisa realizada com acadêmicos regularmente matriculados nos cursos de graduação em Ciências Biológicas, Biomedicina, Enfermagem, Farmácia e Psicologia mostrou que a prática do binge drinking foi maior entre os que frequentemente não compareciam às atividades acadêmicas(29).
Faltar às aulas/evasão escolar é um importante marcador de risco para o uso de SPAs. Em estudo realizado entre adolescentes, observou-se, ainda, um gradiente efeito dose-resposta: quanto mais os estudantes faltam às aulas, maior o risco de uso de SPAs(32).
"Pegar carona com motorista alcoolizado" e "pegar carona com motorista da vez" associaram-se a beber em binge no ano e no mês na análise bivariada e mantiveram-se na análise multivariada, sugerindo que, entre os alunos pesquisados que já tenham pegado carona com um motorista alcoolizado ou com o motorista da vez, há uma maior chance de encontrar universitários que beberam pesado e de forma episódica no último mês e no último ano.
Apesar de a informação sobre a associação de consumo de bebidas alcoólicas e direção poder resultar em acidente, um estudo realizado no Brasil mostrou que o uso de carona com condutores que tinham consumido alguma quantidade de bebida alcoólica era usual para 45,2% dos entrevistados. Entre jovens de 18 a 24 anos, o estudo mostrou que 66,1% relataram utilizar carona nessa condição(33).
Ao corroborar tal achado, em estudo transversal realizado com estudantes do sexo feminino de duas universidades do Nordeste brasileiro, a associação entre a realização de binge drinking e pegar carona com motorista alcoolizado também foi significativa(34).
Outra pesquisa realizada com universitários mostrou que aqueles que consumiram em binge drinking nos últimos três meses tiveram maior chance de relatar consequências ou problemas associados ao uso de álcool, entre eles, pegar carona com alguém que consumiu bebidas alcoólicas(35).
A associação encontrada entre religião e as variáveis desfecho uso (na vida e no ano) de tabaco e derivados sugere que, entre os universitários pesquisados que não possuem religião, há uma maior chance de encontrar estudantes que já fizeram uso na vida e no ano de tabaco e derivados. Apesar de também ser um tema complexo e de difícil mensuração, na literatura, a associação da religião com o uso de tabaco e derivados pode ser observada em diferentes estudos realizados em diversas populações, como mostra uma pesquisa realizada entre fumicultores do município de São Lourenço do Sul, onde se observou que participar de atividades religiosas foi fator de proteção para o tabagismo (RP:0,69)(36).
Entrevistas realizadas com 383 pessoas, com mais de 18 anos, na favela de Paraisópolis, localizada em São Paulo, mostraram que a frequência religiosa mais alta foi associada a uma menor prevalência de tabagismo(37). Em estudo de corte prospectivo multicêntrico, projetado para descrever a evolução dos fatores de risco de doença cardíaca coronariana em adultos jovens e identificar hábitos, comportamentos e estilos de vida associados, observou-se que, entre os fumantes, aqueles que frequentaram menos serviços religiosos relataram fumar um número maior de cigarros por dia do que os frequentadores mais assíduos(38). Entre estudantes do Ensino Médio da rede pública no Estado de Pernambuco, o adolescente que se considerava praticante de uma religião teve menor chance de relatar exposição ao consumo de bebidas alcoólicas (razão de chances, OR=0,71; IC95%: 0,60 a 0,83) e ao tabagismo (OR=0,61; IC95%: 0,46 a 0,79)(39).
Ao se aderir a uma denominação religiosa e padrões de religiosidade, encontra-se um conjunto de valores, símbolos, comportamentos e práticas sociais que inclui, entre outras coisas, a aceitação ou a recusa ao uso de tabaco ou outras SPAs(40).
Morar com pais, padrastos ou outros familiares apresentou associação significativa com o uso na vida de tabaco e derivados na análise bivariada, sugerindo que, entre os universitários pesquisados que moram com os pais, padrastos ou outros familiares, há uma menor chance de encontrar estudantes que já fizeram uso de tabaco e derivados alguma vez na vida. Apesar da não manutenção da associação após a análise multivariada, estudos apontam tal associação. Em estudo realizado em uma universidade particular com alunos dos cursos da Escola de Saúde, observou-se que, entre os participantes que nunca utilizaram produtos derivados do tabaco, 57% relataram que a família teve influência na não utilização e 43% indicaram que a família não teve influência na não utilização de produtos derivados do tabaco(41). De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), morar com os pais (pai e/ou mãe) foi fator protetor para o tabagismo(32). A literatura aponta, também, a importância da relação entre irmãos, principalmente, para meninas, na relação com irmãs mais velhas. O exemplo das irmãs é tão importante quanto o dos pais, pois elas têm grande responsabilidade de passar modelos saudáveis para essas meninas(42).
O papel da família é essencial na promoção da saúde, que não é a única influência para o desenvolvimento e/ou proteção ao uso de substâncias, mas exerce um papel importante(43).
Na análise bivariada, a "participação em projetos acadêmicos" apresentou associação com as duas variáveis desfecho: "uso na vida de tabaco e derivados" e "uso no ano de tabaco e derivados". Porém, após a realização da análise multivariada, a associação não se manteve. Apesar da não manutenção da associação, estudos apontam que a sobrecarga de atividades acadêmicas pode levar a um excesso de preocupação, fato que contribui para o aparecimento de, entre outras coisas, distúrbios de sono, ansiedade e estresse(44), e o estresse é visto como um fator associado ao tabagismo(45).
Conclusão
Os resultados encontrados dão subsídios para a criação de ações, políticas e programas de prevenção do uso indevido de álcool e tabaco entre universitários. Uma forma de prevenção, além de políticas e programas, seria a inclusão e/ou ampliação do tema na matriz curricular. Ao conhecer quais são os fatores que estão mais fortemente associados ao uso dessas SPAs, é possível aprofundar o estudo e, de forma mais assertiva, elaborar e transmitir informação aos universitários, visando sempre à prevenção e ao aumento de conhecimento dessa população em relação ao uso indevido de SPAs.
Por se tratar de uma abordagem transversal, não é possível estabelecer correlações entre o consumo de álcool e do tabaco com as variáveis associadas a eles, bem como não se pode generalizar os resultados para toda a população. Além disso, são necessários mais estudos para compreender, com nitidez, os resultados e as associações encontrados neste trabalho.
Agradecimentos
Ao Centro de Estudos e Pesquisa sobre Álcool e outras Drogas (CEPAD) pela oportunidade de realizar a pesquisa e aos integrantes do projeto Perfil do Uso de Substâncias Psicoativas entre universitários (PUSPA) pelo auxilio na realização desta pesquisa.
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Autor correpondente:
Marina Coelho de Pinho
E-mail: marina.pinho@hotmail.com
Recebido: 06.12.2018
Aceito: 06.06.2019
Contribuição dos autores: Concepção e desenho da pesquisa: Marina Coelho de Pinho, Rayane Cristina Faria de Souza, Flavia Batista Portugal, Marluce Mechelli de Siqueira. Obtenção de dados: Marina Coelho de Pinho, Rayane Cristina Faria de Souza. Análise e interpretação dos dados: Marina Coelho de Pinho, Flavia Batista Portugal, Marluce Mechelli de Siqueira. Análise estatística: Marina Coelho de Pinho, Flavia Batista Portugal. Redação do manuscrito: Marina Coelho de Pinho, Rayane Cristina Faria de Souza, Flavia Batista Portugal, Marluce Mechelli de Siqueira. Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Marina Coelho de Pinho, Rayane Cristina Faria de Souza, Flavia Batista Portugal, Marluce Mechelli de Siqueira.
Todos os autores aprovaram a versão final do texto.
Conflito de interesse: os autores declararam que não há conflito de interesse.
* Artigo extraído da dissertação de mestrado "Uso de álcool e tabaco entre universitários de Terapia Ocupacional de uma universidade pública", apresentada à Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil.