6 2Entrevista com Gilberto Velho, professor titular e decano do Departamento de Antropologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, concedida em 20 de julho de 2006 a Gisela Verri de Santana* e Leonardo Cruz da Silva 
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Estudos e Pesquisas em Psicologia

 ISSN 1808-4281

Estud. pesqui. psicol. v.6 n.2 Rio de Janeiro dez. 2006

 

HOMENAGEM

 

Nossos agradecimentos à Meg

 

 

Deise Mancebo

Professora Titular do Instituto de Psicologia da UERJ

Endereço para correspondência

 

 

Margarete de Paiva Simões Ferreira, psicóloga formada pela UERJ, mestre em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ, faleceu no dia 3 de dezembro de 2006, vitimada por um câncer contra o qual lutou por 10 anos.

Na realidade, a luta e a construção coletiva marcou sua vida, desde a juventude! Ainda na universidade, fundou e integrou o Centro Acadêmico do Instituto de Psicologia da UERJ, em tempos muito difíceis. Envolveu-se, assim, na luta contra a ditadura militar e participou ativamente da criação do Partido dos Trabalhadores, no Rio de Janeiro, onde militou, mas aliando-se sempre aos que valorizavam a discussão democrática, a organização “pela base” e a radicalidade das lutas contra a dominação em suas diversas facetas.

Na Psicologia, participou das discussões e das lutas em prol da Reforma Psiquiátrica, valendo destaque para o trabalho desenvolvido em Jurujuba, entre 1986 e 1992, onde experiências inovadoras foram exercitadas, sempre marcadas por uma postura profissional que aliava dedicação, crítica ao modelo hospitalar de atendimento e defesa dos princípios da cidadania para a loucura.

Atuou ainda no Conselho Federal de Psicologia e na desgastante, mas necessária, intervenção no Conselho Regional de Psicologia da 5ª Região, gestões nas quais o compromisso social da Psicologia e a defesa intransigente da ética na profissão fizeram-se presente.

Nos últimos anos, notabilizou-se pela participação em programas de prevenção à AIDS. Esta faceta de sua vida teve início na Secretaria Estadual de Saúde, em 1992, e teve continuidade no Instituto de Pesquisa Clínica (IPEC) da FIOCRUZ, onde trabalhou nos últimos tempos em pesquisa de abordagem inédita que envolvia casais sorodiscordantes. Neste campo, era conhecida e querida por diversos grupos, em especial, pela postura crítica que a movia, pelo movimento que desenvolvia à sua volta, mas também pela postura acolhedora e carinhosa que a caracterizavam. Especificamente por essa frente de trabalho, Meg (como era conhecida) foi homenageada em 1º de dezembro de 2006, no Dia Mundial de Luta contra a AIDS, no ato organizado pelas entidades envolvidas nas campanhas de combate à epidemia, na Cinelândia.

Meg era alegre, gostava de festas, confraternizações e da vida! Morreu cedo, aos 48 anos, em sua casa, na Tijuca, ao lado do marido, nosso colega e professor da UERJ Ademir Pacelli Ferreira, e de seus filhos Daniel e Janaína.

Deixou-nos um rastro de existência exemplar e uma saudade intensa, muito intensa!

 

 

Endereço para correspondência
E-mail: deise.mancebo@gmail.com

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