As abordagens psicoterápicas que incluem cognições operam com modelos teóricos complexos do funcionamento mental. A produção de conhecimento tem ajudado a ampliar e complementar intervenções, e por mais que se olhe para as diferenças, há que se reconhecer que aquilo que as abordagens compartilham fortalece o entendimento de que há muitas convergências sobre como os fenômenos psicológicos funcionam.
Um caminho importante para ajudar a avaliar as técnicas e intervenções que ajudam a aliviar o sofrimento humano, é a pesquisa empírica baseada em evidências. Ensaios clínicos randomizados são difíceis de serem conduzidos, mas são necessários para darmos passos seguros em direção a tratamentos eficazes, pois oferecem maior controle sobre os resultados obtidos.
Terapeutas precisam tomar decisões clínicas no tratamento que administram em seus clientes. Entender o funcionamento mental humano em sua complexidade e especificidades é crucial, o que inclui saber como as informações são processadas e como atuam os vieses (de terapeutas e clientes) nos variados contextos. O terapeuta precisa levar em consideração na sua tomada de decisão clínica aspectos e o escopo do cliente, bem como aquilo que as pesquisas indicam como sendo as melhores evidências disponíveis até o momento.
A pesquisa na clínica, a produção do conhecimento e a construção de intervenções eficazes estão imbricadas, e parece ser esse o caminho que leva o terapeuta a atender o paciente da melhor forma. Os artigos que aqui estão publicados sugerem, de certa forma, esse tipo de reflexão para as práticas psicoterápicas. O caminho do conhecimento é longo e vamos ter que compartilhar parte dessa trajetória com viajantes que abrem novos horizontes nessa mesma empreitada.
Angela Donato Oliva