SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.71 número2Produção da Psicologia no Brasil sobre mulheres rurais: revisão sistemáticaRepresentações sociais da deficiência física na revista Veja (1968-2016) índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Arquivos Brasileiros de Psicologia

versão On-line ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.71 no.2 Rio de Janeiro maio/ago. 2019

https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2019v71i2p.179-192 

ARTIGOS

 

Impacto de personalidade e empresas juniores para estimular potenciais empreendedores

 

Impact of personality and junior enterprise to stimulate potential entrepreneurs

 

Impacto de personalidad y empresas junior para estimular potenciales empresarios

 

 

Pedro Afonso CortezI; Heila Magali da Silva VeigaII; Ana Paula SalvadorIII

IDoutorando em Psicologia. Programa de Pós-graduação em Psicologia. Universidade São Francisco (USF). São Paulo. Estado de São Paulo. Brasil
IIDocente. Instituto de Psicologia. Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Uberlândia. Estado de Minas Gerais. Brasil
IIIMestranda em Psicologia. Programa de Pós-graduação em Psicologia. Universidade São Francisco (USF). São Paulo. Estado de São Paulo. Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O empreendedorismo afirma-se como alternativa de inserção profissional em um contexto de precarização social do trabalho. Por isso, o objetivo geral da investigação foi identificar os fatores de personalidade e experiências acadêmicas capazes de predizer o desenvolvimento do potencial empreendedor estudantil. Foram analisados o potencial empreendedor, a personalidade (Big Five) e as experiências acadêmicas de 323 estudantes universitários. Os fatores conscienciosidade, extroversão, abertura para experiências e amabilidade, conjuntamente às experiências em empresas juniores, se apresentaram como preditores positivos do potencial empreendedor. O fator neuroticismo apresentou relação negativa. Ressalta-se a importância dos fatores de personalidade e das experiências de nível superior no desenvolvimento do potencial empreendedor. Sugerem-se ainda ações para maximizar a autorregulação dos alunos e experiências voltadas às empresas juniores, com o intuito de estimular o potencial empreendedor estudantil.

Palavras-chave: Personalidade; Empresa Júnior; Educação Empreendedora; Empreendedorismo; Inovação.


ABSTRACT

Entrepreneurship is relevant because it is a professional alternative in a precarious labor market. For that, we aimed to explore the impact of psychological and contextual variables to maximize entrepreneurship. We identified the personality factors and academic experiences capable of predicting the development of student entrepreneurial potential. We also analyzed entrepreneurial potential, personality (Big Five) and academic experiences of 323 undergraduate students. Results showed that the factors conscientiousness, extroversion, openness to experiences and amity, with the experiences in junior enterprise, presented positive prediction in entrepreneurial potential. The factor neuroticism presented a negative relation. We evidenced that personality factors and higher education experiences are important to develop entrepreneurial potential. For that, we suggested interventions to maximize self-regulation and academic experiences like junior enterprises to stimulate students' entrepreneurial potential.

Keywords: Big five; Junior Enterprise; Entrepreneurial Education; Entrepreneurship; Innovation.


RESUMEN

La iniciativa empresarial se afirma como alternativa de inserción profesional en un contexto de precarización social del trabajo. Por eso, el objetivo general de la investigación fue identificar los factores de personalidad y experiencias académicas capaces de predecir el desarrollo del potencial emprendedor estudiantil. Se analizaron el potencial emprendedor, la personalidad (Big Five) y las experiencias académicas de 323 estudiantes universitarios. Los factores de concienciación, extroversión, apertura para experiencias y amabilidad, conjuntamente a las experiencias en empresas junior, se presentaron como predictores positivos del potencial emprendedor. El factor neuroticismo presentó una relación negativa. Se resalta la importancia de los factores de personalidad y de las experiencias de nivel superior en el desarrollo del potencial emprendedor. Se sugiere además acciones para maximizar la autorregulación de los alumnos y experiencias dirigidas a las empresas junior, con la intención de estimular el potencial emprendedor estudiantil.

Palabras clave: Personalidad; Empresa Júnior; Educación Empresarial; Iniciativa Empresarial; Innovación.


 

 

Introdução

O estudo do empreendedorismo apresenta-se como um campo de investigação abordado por diversas correntes teóricas, que se mostra relevante em um contexto de precarização social do trabalho. Em contextos precarizados, a quantidade de empregos formais torna-se menor e os vínculos dos indivíduos com as organizações se mostram instáveis e não duradouros, razão pela qual o empreendedorismo pode se afirmar como alternativa ocupacional (Thebaud-Mony, 2012). Para compreender as variáveis condicionantes do processo empreendedor - iniciar o próprio negócio e desenvolvê-lo -, diferentes abordagens são propostas ao tema abrangendo explicações sociais, econômicas e psicológicas (Politis, 2005; Valentini, Teodoro, & Balbinotti, 2009). Na abordagem psicológica, fortemente influenciada por McClelland (1965), o empreendedorismo se apresenta como um campo de estudo no qual se buscam explicações intraindividuais para o que levam os indivíduos a criar o próprio negócio. Neste campo, o sujeito empreendedor é compreendido como portador de características pessoais como personalidade, atitudes, competências e valores que podem favorecer a geração de ideias, a criação e o desenvolvimento do próprio negócio.

No presente estudo, enfatiza-se a compreensão psicológica do fenômeno tendo em vista que, com as constantes alterações no mundo do trabalho por conta da globalização, tem crescido o interesse nos aspectos psicológicos que estimulam os indivíduos empreender dada que a inserção das pessoas no trabalho tornou-se incerta e flexível (Natividade, 2009; Fuller, Liu, Bajaba, Marler, & Pratt, 2018). Nesse contexto de incerteza e precarização, busca-se compreender de que forma é possível impactar positivamente nos aspectos intraindividuais para maximizar o potencial empreendedor dos sujeitos, como intuito de otimizar as alternativas ocupacionais (Baum, Frese, Baron, & Katz, 2007). O potencial empreendedor é compreendido como características intraindividuais em estado latente que habilitam o indivíduo a criar o próprio negócio de forma mais efetiva (Hornaday, & Aboud, 1971; Krueger Junior, & Brazeal, 1994; Cortez, & Veiga, 2018).

No escopo desta investigação, as características pessoais abrangeram o modelo Empretec (Empreendedorismo e Tecnologia) da ONU (Organização das Nações Unidas), cujo foco é maximizar aspectos intraindividuais associados à geração e desenvolvimento do próprio negócio (Grossman, 2005; Arángo, 2014; Costa, 2015). Na proposta Empretec, essas características intraindividuais foram agrupadas em três categorias de primeira ordem: 1) realização (busca de oportunidade e iniciativa, exigência de qualidade e eficiência, correr riscos calculados, persistência e comprometimento); 2) planejamento (estabelecimento de metas, busca de informações, planejamento e monitoramento sistemático) e 3) poder (persuasão e rede de contatos, independência e autoconfiança). A posteriori, serviram de inspiração para Santos (2008) desenvolver um instrumento de mensuração do potencial empreendedor abrangendo nove fatores (oportunidade, persistência, eficiência, informações, planejamento, metas, controle, persuasão e rede de relações). Para Santos (2008), o potencial empreendedor abarca características intraindividuais latentes que facilitam a geração do próprio negócio e que podem ou não serem desenvolvidas e expressadas na realidade em função de outros aspectos intraindividuais e contextuais.

Entre os elementos intraindividuais, evidências empíricas e metanálises demonstram o efeito positivo de fatores de personalidade como conscienciosidade, abertura para experiências, extroversão, amabilidade e o efeito negativo de neuroticismo (Zhao, & Seibert, 2006; Lounsbury, Smith, Levy, Leong, & Gibson, 2009; Shane, Nicolaou, Cherkas, & Spector, 2010;Brandstatter, 2011; Rizzato, & Moran, 2013). No aspecto situacional, os estudos destacam a influência de experiências acadêmicas pessoais e acadêmicas, desde que relacionadas à geração de negócios (Franke, & Lüthje, 2004; Kristiansen, & Indarti, 2004; Ismail et al., 2009; Chen, & Lai, 2010; Martins, Crnkovic, Pizzinatto, & Maccari, 2010Giarola, Fiates, Dutra, Martins, & Leite, 2013; Arángo, 2014; Barbosa, RabeloNeto, Moreira, & Bizarria, 2015; Costa, 2015; Leitão, & Diniz, 2015; Jain, & Chaudhary, 2017). Em síntese, as literaturas brasileira e internacional demonstram que a conjugação de variáveis situacionais e intraindividuais podem ser úteis na apreensão das condições de estimulação do potencial empreendedor (Grégorie, Noel, Déry, & Béchard, 2006; Canever, Carraro, Kohls, & Teles, 2010; Goulart, & Krüger, 2016).

A despeito da clareza proposta na literatura sobre a influência de personalidade e experiências pessoais e acadêmicas, nota-se a necessidade de explorar com maior detalhamento a relação entre personalidade, experiências acadêmicas e potencial empreendedor (Brandstatter, 2011; Zhao & Seibert, 2006), tendo em vista que há uma lacuna sobre a forma que essas variáveis se relacionam quando consideradas conjuntamente (Palma, Cunha, & Lopes, 2007; Chen, & Lai, 2010; Brandstatter, 2011). Em uma dimensão prática, analisar o impacto realizado pela personalidade e experiências acadêmicas no potencial empreendedor é importante para o desenvolvimento de políticas de nível superior com o intuito de fomentar o empreendedorismo, o qual, por sua vez, pode maximizar as condições ocupacionais e socioeconômicas, por meio da geração de renda pelo próprio negócio (Silva, & Patrus, 2017). Com vistas a prestar contribuições ao tema, o presente estudo objetivou analisar o impacto da personalidade e experiências acadêmicas de nível superior no potencial empreendedor.

 

Método

Participantes

Participaram 323 estudantes de instituições públicas de nível superior de Minas Gerais, sendo a maior parte dos gêneros feminino (54,8%) e masculino (44,9%) e a menor parte de outros gêneros (0,3%). Os estudantes tinham em média 21 anos (DP = 1,37), cursavam até o terceiro ano da graduação (64,8%), abrangendo as seguintes áreas do conhecimento: Ciências Humanas (Psicologia n = 67; Pedagogia n = 42), Engenharias (Mecatrônica n = 43; Mecânica n = 53; Biomédica n = 14), Ciências Sociais Aplicadas (Direito n = 30; Economia n = 39 e Relações Internacionais n = 35). Em relação às experiências no nível superior, os estudantes relataram: participação em programas de iniciação científica (52,6%), monitoria na graduação (50,3%), estágio obrigatório (48,1%), projetos de extensão (42,5%), estágio extracurricular (41,3%), empresas júniores (20,5%), programas de intercâmbio educacionais entre países (17,3%) e programas de educação tutorial (8,5%).

Instrumentos

Escala de Potencial Empreendedor (Santos, 2008): instrumento de autorrelato com escala de resposta do tipo Likert de dez pontos. Mensura o potencial empreendedor pelo modelo Empretec. A estrutura interna e consistência interna demonstraram níveis satisfatórios de evidências de validação empírica para a medida nos fatores: oportunidade (λ = 0,64~0,51; α = 0,72; ω = 0,73; por exemplo: "Vivo em estado de alerta para alguma oportunidade que possa surgir"); persistência (λ = 0,66~0,43; α = 0,82; ω = 0,84; por exemplo: "Quando levo um tombo levanto e continuo"); eficiência (λ = 0,75~0,52; α = 0,71; ω = 0,75; por exemplo: "Gosto de realizar meus trabalhos de forma correta e dentro dos prazos"); informações (λ = 0,66~0,32; α = 0,72; ω = 0,73; por exemplo: "O mundo é dinâmico e preciso acompanhá-lo buscando sempre novos conhecimentos"); planejamento (λ = 0,70~0,58; α = 0,81; ω = 0,82; por exemplo: "Só sei que estou acertando se tiver um planejamento das minhas atividades"); metas (λ = 0,85~0,59; α = 0,87; ω = 0,88; por exemplo: "Sei onde pretendo chegar e o quanto pretendo alcançar"); controle (λ = 0,64~0,51; α = 0,85; ω = 0,86; por exemplo: "Consulto meus registros antes de tomar decisões"); persuasão (λ = 0,78~0,42; α = 0,87; ω = 0,88; por exemplo: "Posso convencer pessoas a superar conflitos e atuar em equipe objetivando alcançar determinado resultado") e rede de relações (λ = 0,71~0,52; α = 0,88; ω = 0,89; por exemplo: "Procuro estabelecer uma boa rede de relacionamentos com conhecidos, amigos e pessoas que possam me ser úteis"). A confiabilidade para o fator geral (Potencial Empreendedor), incluindo todos os itens, também se mostrou satisfatória (α = 0,92; ω = 0,93).

Marcadores Reduzidos de Personalidade - Big Five (Hauck Filho, Machado, Teixeira, & Bandeira, 2012): instrumento de autorrelato com escala de resposta do tipo Likert de cinco pontos. Mensura a personalidade pelo modelo Big Five. A estrutura interna e consistência interna demonstraram níveis satisfatórios de evidências de validação empírica para o instrumento nos fatores: extroversão (λ = 0,81~0,31; α = 0,76; ω = 0,77; por exemplo: "Comunicativa"); amabilidade (λ = 0,72~0,46; α = 0,78; ω = 0,78; por exemplo: "Amável"); conscienciosidade (λ = 0,74~0,60; α = 0,78; ω = 0,80; por exemplo: "Dedicada"); neuroticismo (λ = 0,72~0,41; α = 0,77; ω = 0,77; por exemplo: "Aborrecida") e abertura para experiências (λ = 0,64~0,53; α = 0,53; ω = 0,55; por exemplo: "Filosófico"). A confiabilidade para o fator geral (Personalidade), incluindo todos os itens, também se mostrou satisfatória (α = 0,75; ω = 0,61).

Questionário Sociodemográfico: instrumento para caracterizar a amostra em função de gênero (questão objetiva - feminino, masculino e outros), idade (questão aberta), curso de graduação (questão aberta), semestre (questão objetiva - variando de 1º a 16º) e experiências acadêmicas (questão aberta). No caso das experiências acadêmicas, as instruções solicitavam que o aluno declarasse quais atividades de pesquisa, ensino, extensão e desenvolvimento profissional foram realizadas ao longo da graduação.

Procedimentos

O protocolo da investigação foi aprovado por Comitê de Ética Institucional (CAAE: 50447015.5.0000.5152). As aplicações foram realizadas presencialmente de forma coletiva em sala de aula nos intervalos das atividades escolares com duração média de 30 a 45 minutos pelos pesquisadores responsáveis.

Análise de dados

A inspeção do banco de dados foi realizada por meio do software estatístico SPSS Statistics versão 18. Foram verificadas previamente as estatísticas descritivas, a fim de identificar e corrigir erros de digitação e caracterizar a amostra (Hair, Black, Babin, Anderson, & Tatham, 2009). Em seguida, foram testados os pressupostos de normalidade e linearidade dos dados, o que implicou na exclusão de outliers univariados (z 3,29) e multivariados (distância de Mahalanobis, p < 0,01), a fim de adequar o banco de dados para a execução das análises (Pasquali, 2015).

Ainda no SPSS, as variáveis experiências acadêmicas e curso de graduação foram recodificadas em novas variáveis dummies (0 = ausência; 1 = presença), com o intuito de aplicá-las nas etapas seguintes. Entre as experiências acadêmicas foi selecionada para modelagem apenas a variável empresa júnior, pois foi a única que apresentou efeito significativo na compreensão do potencial empreendedor (t(8) = 2,28; p < 0,05; Cohen d = 1,61). No caso dos cursos de graduação, todas as variáveis foram inseridas, com o intuito de controlar o efeito no potencial empreendedor ocasionado por variações entre os cursos.

Os índices de consistência interna (alfa de Cronbach e ômega de McDonalds) e as correlações foram estimadas no software JASP versão 0,92. Na exploração do modelo empregou-se path analysis com estimador PLS Consistente, os níveis de significância estatística das estimativas foram gerados como uso de bootstraping para 500 reamostragens, por meio do software SmartPLS versão 3,21 (Dijkstra, & Henseler, 2015). As conversões das estimativas dos modelos para efeitos diretos, indiretos e totais foram realizadas por meio da plataforma Free Statistics Calculator versão 4,0 (Soper, 2018).

 

Resultados

Em média, os estudantes demonstraram níveis moderados de extroversão (M = 3,32; DP = 0,89) e abertura para experiências (M = 3,30; DP = 0,72) e níveis elevados de conscienciosidade (M = 4,24; DP = 0,67) e amabilidade (M = 4,14; DP = 0,67). Entre os fatores de personalidade, neuroticismo apresentou a menor média (M = 2,82; DP = 0,90). Nos fatores que integram o potencial empreendedor, os fatores planejamento (M = 6,35; DP = 2,07), metas (M = 6,82; DP = 1,79) e controle (M = 6,52; DP = 2,19) apresentaram as menores médias. Os fatores oportunidade (M = 7,19; DP = 1,44), persuasão (M = 7,32; DP = 1,64) e rede de relações (M = 7,78; DP = 1,77) apresentaram valores moderados. Por sua vez, persistência (M = 8,20; DP = 1,36), eficiência (M = 8,27; DP = 1,65) e informações (M = 8,37; DP = 1,10) foram os fatores de potencial empreendedor mais expressivos na amostra, tal como visualizado na Tabela 1.

As correlações entre o fator geral de personalidade mostraram-se significativas com os fatores extroversão (r = 0,66; p < 0,01), amabilidade (r = 0,50; p < 0,01), conscienciosidade (r = 0,37; p < 0,01), neuroticismo (r = -0,69; p < 0,05) e abertura para experiências (r = 0,44; p < 0,01). Em relação ao fator geral de potencial empreendedor, as correlações com os fatores oportunidade (r = 0,63; p < 0,01), persistência (r = 0,62; p < 0,01), eficiência (r = 0,56; p < 0,01), informações (r = 0,58; p < 0,01), planejamento (r = 0,56; p < 0,01), metas (r = 0,74; p < 0,01), controle (r = 0,70; p < 0,01), persuasão (r = 0,58; p < 0,01) e rede de relações (r = 0,58; p < 0,01) também se mostraram significativos. Entre os fatores gerais, a personalidade e potencial empreendedor também apresentaram correlação significativa (r = 0,47; p < 0,01). Destaca-se ainda que as correlações entre fatores de um mesmo atributo, de forma geral, foram superiores àquelas apresentadas entres fatores de construtos diferentes, conforme disposto na Tabela 2.

O modelo submetido a teste empírico foi delineado para analisar o impacto de personalidade e empresa júnior no potencial empreendedor obtendo 35,60% de variância explicada. Na análise das trajetórias preditivas propostas, o caminho entre personalidade e potencial empreendedor teve efeito positivo e significativo (β = 0,55; p < 0,01), assim como a trajetória direta de empresa júnior para potencial empreendedor também foi positiva e significativa (β = 0,12; p < 0,01). No caminho que apresenta efeito indireto de personalidade para empresa júnior, com o intuito de prever o potencial empreendedor, a relação mostrou-se baixa e não significativa (β = 0,001; p > 0,05). Salienta-se ainda que os fatores específicos representativos da personalidade e do potencial empreendedor demonstraram trajetórias significativas e superiores a 0,30 para os fatores gerais por meio do teste empírico realizado. Os diferentes cursos não impactaram diferenças no potencial empreendedor, sendo mantidos no modelo apenas para controle de variação residual, tal como apresentado na Figura.

Verificou-se ainda, ao se abarcar as trajetórias indiretas de mediação dos efeitos da personalidade por meio da variável empresa júnior, magnitude de efeito baixa (β = 0,0012; p > 0,05), sendo a maior parte do efeito total indireto (β = 0,5522; p > 0,05) obtido por meio da trajetória direta de personalidade para potencial empreendedor (β = 0,5510; p < 0,01). Na análise das trajetórias diretas, notou-se que o efeito direto de personalidade para potencial empreendedor (β = 0,5510; p < 0,01) foi superior ao efeito direto de empresa júnior para potencial empreendedor (β = 0,1220; p < 0,01), sendo a personalidade responsável pela maior parte do efeito total direto (β = 0,6730; p < 0,01). Em síntese, as trajetórias sem mediação apresentaram maior efeito de forma significativa, o que sugere a existência de efeito direto da personalidade e de empresa júnior na predição do potencial empreendedor (Tabela 3).

 

Discussão

O estudo verificou que tanto a personalidade quanto as experiências educacionais de nível superior são significativas e impactam na predição do potencial empreendedor. No que tange às experiências educacionais, destacam-se como significativas para o desenvolvimento do potencial empreendedor aquelas estritamente relacionadas ao ambiente de negócios, como empresas juniores. Também foi possível verificar que personalidade e experiências acadêmicas em empresas juniores impactam diretamente no potencial empreendedor, uma vez que as trajetórias diretas - sem mediação - apresentam maior efeito preditivo.

Especificamente sobre os aspectos de personalidade, a relação positiva dos fatores conscienciosidade, extroversão, amabilidade e abertura para experiências parece indicar que o potencial empreendedor se associa com uma tipologia individual voltada para a capacidade do indivíduo se relacionar com outras pessoas (Nunes, & Hutz, 2006), apresentar ideias criativas e fora do comum (Vasconcellos, & Hutz, 2008), controlar os próprios impulsos e direcionar os próprios comportamentos para objetivos (George, & Zhou, 2001), bem como expressar confiança, cooperação e altruísmo aos próximos (Costa Junior, & McCrae, 1995). Por outro lado, a relação negativa expressa pelo neuroticismo denota que características associadas à dificuldade no controle dos impulsos dificultam o desenvolvimento do potencial empreendedor, o que torna emergente a propagação de ações psicoeducacionais com foco na autorregulação, com o intuito de minimizar o neuroticismo e favorecer o desenvolvimento do potencial empreendedor (Ito, Gobitta, & Guzzo, 2007).

Ademais, observando-se o fato dos cinco fatores do modelo Big Five terem sido significativos na estrutura investigada, confirma-se a maior parte dos apontamentos da literatura acerca da relação entre empreendedorismo e personalidade, sendo os fatores abertura para experiências, conscienciosidade, amabilidade e extroversão preditores positivos e neuroticismo antecedente negativo do potencial empreendedor (Ismail et al., 2009; Valentini et al., 2009; Martins et al., 2010; Shane et al., 2010; Brandstatter, 2011; Rizzato, & Moran, 2013). Analisando-se o modelo resultante do presente estudo verifica-se maior importância dos fatores de personalidade, em detrimento às experiências pessoais em empresas juniores. Assim, ainda que evidências encontradas por Ismail et al. (2009), Lounsbury et al. (2009), Chen e Lai (2010) e Martins et al. (2010) apresentem maior poder de predição às experiências acadêmicas do que aos fatores de personalidade, essa relação não foi confirmada na presente investigação.

Contudo, cabe destacar que para dimensionar adequadamente a predominância desses fatores é preciso considerar a natureza da situação educacional vivenciada pelo discente (Robinson, Stimpson, Huefner, & Hunt, 1991;Ismail, 2015; Singh, Verma, & Rao, 2017). Nos modelos testados pelos estudos supracitados, as experiências educacionais tinham relação direta com o empreendedorismo, ao passo em que no modelo da presente investigação enfatizaram-se diversas experiências educacionais de nível superior, as quais não apresentam relação com a promoção do potencial empreendedor, excetuando-se as empresas juniores. Dessa forma, é possível hipotetizar que o efeito das experiências educacionais é maior quando estritamente relacionadas à promoção de ideias, negócios e práticas de gestão, cuja transposição ao campo do empreendedorismo se mostra facilitada (Kolshorn, & Tomecko, 1995; Hisrich, 2000). Salienta-se ainda que, pela influência das empresas juniores se manter positiva e significativa, controlando-se os efeitos indiretos de personalidade e a variação entre cursos no potencial empreendedor, estudantes de diferentes áreas do conhecimento e com características de personalidades distintas podem maximizar o potencial empreendedor ao participar desse tipo de experiência acadêmica.

 

Considerações finais

As contribuições geradas pelas evidências empíricas do presente estudo destacam que para favorecer o desenvolvimento do potencial empreendedor entre estudantes deve-se investir em experiências diretamente relacionadas com a proposição do próprio negócio e tarefas de gestão, tal como acontece por meio de empresas juniores. Ademais, considerando que a personalidade pode favorecer o desenvolvimento do potencial empreendedor estudantil quando aumentados os traços voltados à abertura para experiências, amabilidade extroversão e conscienciosidade e diminuídos os traços neuróticos, sugere-se a proposição de ações psicoeducacionais e assistenciais enfatizando a autorregulação dos estudantes. Assim, desenvolver maior estabilidade emocional por meio de psicoeducação e experiências educativas direcionadas ao empreendedorismo se propõem como uma possível agenda voltada para a otimização das condições de desenvolvimento do potencial empreendedor estudantil no nível superior.

Em macrocontextos, abrangendo indicações para a formulação de políticas públicas sobre o tema, também é fundamental considerar que nem todos os estudantes têm condições de vivenciar essas experiências por limitações estruturais das universidades - que não ofertam empresas juniores - e por razões socioeconômicas, que inviabilizam a permanência do aluno em longos períodos dentro do espaço acadêmico. Neste sentido, investir em maior financiamento estrutural ao nível superior e em condições para permanência do estudante na universidade se mostram fundamentais na difusão de uma agenda voltada ao fomento empreendedorismo. Abarcando-se microcontextos, também se faz preciso aprofundar em compreensões sobre interesses profissionais e alternativas ocupacionais, de forma que os alunos sejam direcionados às experiências acadêmicas por meio de orientação educacional e profissional capaz de maximizar o desenvolvimento pessoal e profissional. Afinal, nem todos os estudantes se interessarão pelo empreendedorismo, devendo, então, ser direcionados para experiências acadêmicas compatíveis com suas aspirações, ao passo que as vivências associadas à criação e geração de negócios sejam destinadas àqueles com maior interesse no tema.

Entre as limitações da corrente investigação destaca-se a natureza exploratória do modelo que não se aprofundou em variáveis associadas aos interesses profissionais e sociodemográficas da amostra que podem interferir na disponibilidade do estudante para participar das experiências acadêmicas. Reitera-se, portanto, a importância de abranger variáveis como trabalhar em período integral, ter filhos, ser responsável financeiramente pela família, interesses profissionais, intenção empreendedora entre outras que podem ser úteis para a compreensão do fenômeno de forma mais específica. Essa segmentação poderá favorecer modelos futuros sobre o tema, por meio da aplicação de profile latent class (LCA) e análises de cluster, as quais permitirão averiguar as relações com maior ênfase nas particularidades de cada perfil sociodemográfico.

Além dessas variáveis, investigações abrangendo interfaces entre empreendedorismo e condições econômicas (renda, estratificação social, forma de financiamento do próprio negócio) também se fazem necessárias para compreender de que maneira a conjuntura estrutural econômica impacta, conjuntamente aos aspectos intraindividuais, no potencial empreendedor e nas possibilidades de os sujeitos empreenderem. Algumas variáveis como condição econômica sazonal, facilidade para obtenção de empréstimos, políticas de incentivo ao empreendedorismo e educação empreendedora são apreendidas como capazes de influenciar positivamente na geração de novos negócios e, por isso, se propõem como uma agenda interdisciplinar de investigação sobre o tema que articule à Psicologia saberes de outras áreas capazes de abranger essas questões de forma mais apropriada.

Por fim, almeja-se que o presente estudo tenha contribuído para esclarecer o impacto da personalidade e das experiências educacionais de nível superior no desenvolvimento do potencial empreendedor em estudantes universitários. No entanto, além dos avanços proporcionados pelo estudo em questão, outros devem ser trazidos à literatura, uma vez que somente com maior compreensão acerca das características pessoais dos empreendedores será possível impactar substancialmente no potencial empreendedor e, consequentemente, despertá-lo como tônica nas políticas educacionais e ações a serem implementadas no nível superior brasileiro. Para tanto, faz-se mister novos estudos multimetodológicos e longitudinais sobre o tema.

 

Referências

Arángo, E. R. H. (2014). Avances de EMPRETEC® en Colombia, como programa para el fortalecimiento de las características del comportamiento emprendedor. Inventum, 9(16), 33-39. https://doi.org/10.26620/uniminuto.inventum.9.16.2014.33-39        [ Links ]

Barbosa, F. L. S., Rabelo Neto, A., Moreira, R. N., & Bizarria, F. P. A. (2015). Empresa júnior e formação empreendedora de discentes do curso de administração. Teoria e Prática em Administração, 5(2), 167-189. https://doi.org/10.21714/tpa.v5i2.25026        [ Links ]

Baum, J. R., Frese, M., Baron, R. A., & Katz, J. A. (2007). Entrepreneurship as an area of psychology study: An introduction. In J. R. Baum, M. Frese, & R. A. Baron (Eds.), The psychology of entrepreneurship (pp. 1-18). Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates.         [ Links ]

Brandstatter, H. (2011). Personality aspects of entrepreneurship: A look at five meta-analyses. Personality and Individual Differences, 51(3), 222-230. https://doi.org/10.1016/j.paid.2010.07.007        [ Links ]

Canever, M. D., Carraro, A., Kohls, V. K., & Teles, M. Y. O. (2010). Entrepreneurship in the Rio Grande do Sul, Brazil: The determinants and consequences for the municipal development. Revista de Economia e Sociologia Rural, 48(1), 85-108. https://doi.org/10.1590/S0103-20032010000100005        [ Links ]

Chen, Y. F., & Lai, M. C. (2010). Factors influencing the entrepreneurial attitude of Taiwanese tertiary-level business students. Social Behavior and Personality: An International Journal, 38(1), 1-12. https://doi.org/10.2224/sbp.2010.38.1.1        [ Links ]

Cortez, P. A., & Veiga, H. M. S. (2018). Características pessoais dos empreendedores: Clarificação conceitual dos construtos e definições da literatura recente (2010-2015). Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 9(3), 58-79. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2018v9n3p58        [ Links ]

Costa, R. A. T. (2015). A importância do treinamento empresarial para a formação de empreendedores: Um estudo com base no EMPRETEC-AMAPÁ. Estação Científica (Unifap), 5(1), 69-83.         [ Links ]

Costa Junior, P. T., & McCrae, R. R. (1995). Domains and facets: Hierarchical personality assessment using the revised NEO personality inventory. Journal of Personality Assessment, 64(1), 21-50. https://doi.org/10.1207/s15327752jpa6401_2        [ Links ]

Dijkstra, T. K., & Henseler, J. (2015). Consistent partial least squares path modeling. MIS Quarterly, 39(2), 297-316. https://doi.org/10.25300/MISQ/2015/39.2.02        [ Links ]

Franke, N., & Lüthje, C. (2004). Entrepreneurial intentions of business students: A benchmarking study. International Journal of Innovation and Technology Management, 1(3), 269-288. https://doi.org/10.1142/S0219877004000209        [ Links ]

Fuller, B., Liu, Y., Bajaba, S., Marler, L. E., & Pratt, J. (2018). Examining how the personality, self-efficacy, and anticipatory cognitions of potential entrepreneurs shape their entrepreneurial intentions. Personality and Individual Differences, 125, 120-125. https://doi.org/10.1016/j.paid.2018.01.005        [ Links ]

George, J. M., & Zhou, J. (2001). When openness to experience and conscientiousness are related to creative behavior: An interactional approach. Journal of Applied Psychology, 86(3), 513-524. https://doi.org/10.1037/0021-9010.86.3.513        [ Links ]

Giarola, P. G., Fiates, G. G. S., Dutra, A., Martins, C., & Leite, A. (2013). Empreendedorismo inovador gerado pelas universidades: Mapeamento da produção científica. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 7(2), 41-60. https://doi.org/10.12712/rpca.v7i2.171        [ Links ]

Goulart, C. S., & Krüger, C. (2016). Atitude empreendedora: Uma análise da produção científica na área de administração na web of science no período de 2005 a 2014. Revista Estudo & Debate, 23(1), 121-137.         [ Links ]

Grégorie, D. A., Noel, M. X., Déry, R., & Béchard, J. P. (2006). Is there conceptual convergence in entrepreneurship research? A co-citation analysis of Frontiers of Entrepreneurship Research, 1981-2004. Entrepreneurship Theory and Practice, 30(3), 333-373. https://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2006.00124.x        [ Links ]

Grossman, M. (2005). The impact challenge: Conducting impact assessments for the Empretec programme. Oxford: University of Oxford.         [ Links ]

Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Porto Alegre, RS: Bookman.         [ Links ]

Hauck Filho, N., Machado, W. L., Teixeira, M. A. P., & Bandeira, D. R. (2012). Evidências de validade de marcadores reduzidos para a avaliação da personalidade no modelo dos cinco grandes fatores. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 28(4), 417-423. https://doi.org/10.1590/S0102-37722012000400007        [ Links ]

Hisrich, R. D. (2000). Can psychological approaches be used effectively: An overview. European Journal of Work and Organizational Psychology, 9(1), 93-96. https://doi.org/10.1080/135943200398094        [ Links ]

Hornaday, J. A., & Aboud, J. (1971). Characteristics of successful entrepreneurs. Personnel Psychology, 24(2), 141-153. https://doi.org/10.1111/j.1744-6570.1971.tb02469.x        [ Links ]

Ismail, A. (2015). The entrepreneurial attitude and intentions of newly enrolled university students-Issues and policy implications. Journal of Research in Business, Economics and Management, 4(3). 2395-2210.         [ Links ]

Ismail, M., Khalid, S. A., Othman, M., Jusoff, H. K., Rahman, N. A., Kassim, K. M., & Zain, R. S. (2009). Entrepreneurial intention among Malaysian undergraduates. International Journal of Business and Management, 4(10), 54-.60 https://doi.org/10.5539/ijbm.v4n10p54        [ Links ]

Ito, P. C. P., Gobitta, M., & Guzzo, R. S. L. (2007). Temperamento, neuroticismo e auto-estima: Estudo preliminar. Estudos de Psicologia (Campinas), 24(2), 143-153. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2007000200001        [ Links ]

Jain, S. K., & Chaudhary, H. (2017). Impact of entrepreneurship education on entrepreneurial intentions of potential entrepreneurs in India. In M. J. Manimala, & P. Thomas (Eds.), Entrepreneurship education (pp. 289-303). Singapore: Springer.         [ Links ]

Kolshorn, R., & Tomecko, J. (1995). Understanding entrepreneurship and how to promote it. Eschborn: CEFE International.         [ Links ]

Kristiansen, S., & Indarti, N. (2004). Entrepreneurial intention among indonesian and norwegian students. Journal of Enterprising Culture, 12(1), 55-78. https://doi.org/10.1142/S021849580400004X        [ Links ]

Krueger Junior, N. F., & Brazeal, D. V. (1994). Entrepreneurial potential and potential entrepreneurs. Entrepreneurship Theory and Practice, 18(3), 91-104. https://doi.org/10.1177/104225879401800307        [ Links ]

Leitão, H. V., & Diniz, F. (2015). Empreendedorismo e inovação social na formação e desenvolvimento do capital humano: O caso do Banco Palmas. Investigación en Ciencia Regional, 6(1), 75-89.         [ Links ]

Lounsbury, J. W., Smith, R. M., Levy, J. J., Leong, F. T., & Gibson, L. W. (2009). Personality characteristics of business majors as defined by the big five and narrow personality traits. Journal of Education for Business, 84(4), 200-205. https://doi.org/10.3200/JOEB.84.4.200-205        [ Links ]

Martins, C. B., Crnkovic, L. H., Pizzinatto, N. K., & Maccari, E. A. (2010). Empreendedorismo feminino: Características e perfil de gestão em pequenas e médias empresas. Revista de Administração da UFSM, 3(2), 288-302. https://doi.org/10.5902/198346592378        [ Links ]

McClelland, D. C. (1965). N achievement and entrepreneurship: A longitudinal study. Journal of Personality and Social Psychology, 1(4), 389-392. https://doi.org/10.1037/h0021956        [ Links ]

Natividade, D. R. D. (2009). Empreendedorismo feminino no Brasil: Políticas públicas sob análise. Revista de Administração Pública, 43(1), 231-256. https://doi.org/10.1590/S0034-76122009000100011        [ Links ]

Nunes, C. H. S. S., & Hutz, C. S. (2006). Construção e validação de uma escala de extroversão no modelo dos cinco grandes fatores de personalidade. PsicoUSF, 11(2), 147-155. https://doi.org/10.1590/S1413-82712006000200003        [ Links ]

Palma, P. J. D., Cunha, M. P., & Lopes, M. P. (2007). Comportamento organizacional positivo e empreendedorismo: Uma influência mutuamente vantajosa. Comportamento Organizacional e Gestão, 13(1), 93-114.         [ Links ]

Pasquali, L. (2015). Delineamento de pesquisa em ciência: Fundamentos estatísticos da pesquisa científica. Brasília, DF: Vetor.         [ Links ]

Politis, D. (2005). The process of entrepreneurial learning: A conceptual framework. Entrepreneurship Theory and Practice, 29(4), 399-424. https://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2005.00091.x        [ Links ]

Rizzato, S. D. C., & Moran, M. C. (2013). Empreendedorismo e personalidade: O perfil em estudantes brasileiros. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 13(3), 279-291.         [ Links ]

Robinson, P. B., Stimpson, D. V., Huefner, J. C., & Hunt, H. K. (1991). An attitude approach to the prediction of entrepreneurship. Entrepreneurship Theory and Practice, 15(4), 13-32. https://doi.org/10.1177/104225879101500405        [ Links ]

Santos, P. C. F. (2008). Uma escala para identificar potencial empreendedor. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.         [ Links ]

Shane, S., Nicolaou, N., Cherkas, L., & Spector, T. D. (2010). Genetics, the big five, and the tendency to be self-employed. Journal of Applied Psychology, 95(6), 1154-1162. https://doi.org/10.1037/a0020294        [ Links ]

Silva, J. F., & Patrus, R. (2017). O "bê-a-bá" do ensino em empreendedorismo: Uma revisão da literatura sobre os métodos e práticas da educação empreendedora. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 6(2), 372-401. https://doi.org/10.14211/regepe.v6i2.563        [ Links ]

Singh, B., Verma, P., & Rao, M. K. (2017). Influence of individual and socio-cultural factors on entrepreneurial intention. In M. J. Manimala, & P. Thomas (Eds.), Entrepreneurship education (pp. 149-169). Singapore: Springer.         [ Links ]

Soper, D. S. (2018). Related calculators: Indirect effect for mediation Models [Software]. Recuperado de https://www.danielsoper.com/statcalc/related.aspx?id=32        [ Links ]

Thebaud-Mony, A. (2012). Precarização social do trabalho e resistências para a (re) conquista dos direitos dos trabalhadores na França. Caderno CRH, 24(no esp. 1), 23-55. https://doi.org/10.1590/S0103-49792011000400003        [ Links ]

Valentini, F., Teodoro, M. L. M., & Balbinotti, M. A. A. (2009). Relações entre interesses vocacionais e fatores de personalidade. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 10(2), 57-68.         [ Links ]

Vasconcellos, S. J. l., & Hutz, C. S. (2008). Construção e validação de uma escala de abertura à experiência. Avaliação Psicológica, 7(2). 135-141.         [ Links ]

Zhao, H., & Seibert, S. E. (2006). The big five personality dimensions and entrepreneurial status: A meta-analytical review. Journal of Applied Psychology, 91(2), 259-271. https://doi.org/10.1037/0021-9010.91.2.259        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
Pedro Afonso Cortez
cor.afonso@gmail.com

Heila Magali da Silva Veiga
heila.veiga@gmail.com

Ana Paula Salvador
salvador.anapaula@outlook.com

Submetido em: 27/07/2018
Revisto em: 12/12/2018
Aceito em: 31/12/2018

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons