3 1Fatores familiares associados ao desenvolvimento do talento no esporte 
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Revista Brasileira de Psicologia do Esporte

 ISSN 1981-9145

Rev. bras. psicol. esporte v.3 n.1 São Paulo jun. 2010

 

 

O perfil psicológico de atletas baseado na teoria do individualismo e do coletivismo

 

The athlete’s psychological profile based on individualism and collectivism theory

 

El perfil psicológico de atletas basado em la teoria del individualismo y del colectivismo

 

 

Gislane Ferreira de Melo; Adriana Giavoni

Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil psicológico de atletas, classificados em grupos tipológicos segundo a teoria do Individualismo-Coletivismo. O Modelo Interativo foi utilizado como metodologia para a classificação das atletas em grupos tipológicos. Participaram do estudo 274 atletas universitários. Foram utilizados os inventários Perfil I-A, IFEGA e o IMEGA. Análises descritivas e inferenciais (Manova) foram realizadas. Os resultados demonstraram que o grupo Heteroidiocêntrico orienta-se para as metas pessoais, buscam a auto-realização, poder e fama. Os Heteroalocêntricos tendem a ser mais sensíveis ao contexto social e prestam mais atenção às necessidades dos outros e os Isocêntricos apresentam traços tanto do idiocentrismo quanto do alocentrismo, o que resulta em atitudes igualitárias. Conclui-se que todos os grupos apresentam perfis ideais, os quais podem se adequar melhor para determinadas modalidades esportivas, em situações específicas do jogo e em diferentes posições em quadra.

Palavras-chave: Individualismo, Coletivismo, Personalidade, Atletas, Modelo Interativo.


ABSTRACT

The Athlete’s Psychological Profile Based on Individualism and Collectivism TheoryThe purpose of this study was to evaluate the athlete’s psychological profile classified in typological groups based on Individualism-Collectivism theory. The Interactive Model’s methodology was used to classify the athletes in typological groups. The sample was composed by 274 athletes. It were used Perfil I-A, IFEGA and IMEGA inventories. Descriptive and inferential analyses (Manova) were performed. The results showed that the Heteroidiocentric group is self oriented, searching for self-realization, power and fame. The Heteroalocentric group tends to be more sensitive to social context and pay more attention to the needs of others and the Isocentrics showed both Idiocentric and Alocentric traits, which results in egalitarian attitudes. In conclusion, all groups have ideal profiles that can be better adjusted in specific sports, in specific situations during the game and in to different play positions.

Keywords: Individualism, Collectivism, Personality, Athletes, Interactive Model.


RESUMEN

El Perfil Psicológico de Atletas basado em la Teoria del Individualismo Y del ColectivismoEL objetivo de este trabajo fue evaluar el perfil psicológico de atletas, clasificados en grupos tipológicos según la teoria del Individualismo-Colectivismo. El Modelo Interactivo fue utilizado como metodologia para la clasificación de las atletas en grupos tipológicos. Participaron del estudio 274 atletas universitários. Fueron utilizados los inventários Perfil I-A, IFEGA y el IMEGA. Análisis descriptivas y diferenciales (Manova) fueron realizadas. Los resultados demostraron que el grupo Heteroidiocêntrico se orienta para las metas personales, buscan la auto-realización, poder y fama. Los Heteroalocêntricos tienden a ser mas sensibles al contexto social y prestan mas atención a lasnecesidades de los otros y los Isocêntricos presentan trazos tanto del idiocentrismo cuanto del alocentrismo, lo que resulta en actitudes igualitárias.Se Concluye que todos los grupos presentan perfiles ideales, los cuales puedenadecuarse mejor para determinados desportes, en situaciones específicas de juego y en diferentes posiciones en cuadra.

Palabras-llave: Individualismo, Colectivismo, Personalidad, Atletas, Modelo Interativo.


 

 

Introdução

A Psicologia do Esporte vem demonstrando que as principais diferenças entre os atletas não mais se encontram nos âmbito físico, técnico e/ou tático, mas sim na capacidade de enfrentamento de situações específicas, e muitas vezes estressantes, geradas durante as competições (Bara Filho & Ribeiro, 2005).

Atualmente, tem-se caracterizado o estresse agudo como uma característica inerente e persistente do esporte competitivo (Anshel, Porter, & Quek, 1998), onde “estratégias efetivas de enfrentamento são responsáveis pelo sucesso na performance esportiva e estratégias ineficientes são prejudiciais tanto para a performance quanto para a satisfação do competidor” (Anshel & Sutarso, 2007). A capacidade de lidar com o estresse agudo, entretanto, está relacionada tanto com características individuais quanto situacionais (Anshel & Sutarso, 2007; Anshel, Jamieson, & Raviv, 2001), ou seja, engloba desde o estilo cognitivo do atleta até características próprias da situação.

Neste sentido, compreender o estilo cognitivo do atleta torna-se importante para traçar futuras inferências a respeito de seu comportamento em situações de competição. Entretanto, esta preocupação com relação ao estilo cognitivo dos atletas não é recente no âmbito da Psicologia do Esporte, pois muitos estudos buscaram encontrar um perfil psicológico ideal para os atletas, ou seja, estruturas de personalidade mais ajustadas aos eventos do contexto esportivo (Bara Filho, Ribeiro, & Garcia, 2005; Bueno & Di Bonifácio, 2007; Deschamps & Rose Junior, 2006; Schneider, Schneider, Da Cunha, & Kalinine, 2007; Vaz, 2006).

Muitas controvérsias, porém, foram detectadas ao se traçar esta relação. Gouveia (2001) afirma que a relação entre personalidade e performance desportiva é fraca, uma vez que os estudos ainda não conseguiram revelar a existência de uma personalidade específica para as diferentes modalidades. Isto se deve, segundo a autora, a problemas metodológicos e interpretativos. Vanek, Hosek, Rychtecky e Slepicka (1975) afirmam que a personalidade do desportista constitui-se de uma incógnita, pois cada atleta é único, sendo impossível uma generalização.

Estas afirmações encontram respaldo em Casal (1998), o qual relata que a busca de um perfil ideal de personalidade, onde o atleta obtenha sucesso profissional, levou alguns pesquisadores a escolherem instrumentos inadequados, uma vez que os mesmos não resultavam de uma teoria e não estavam adaptados aos contextos específicos do esporte. Estes fatores somados a outras variáveis intervenientes, tais como, tempo de prática no esporte, volume e intensidade de treinamento acabaram produzindo uma série de inferências e interpretações errôneas a respeito das similaridades e diferenças nas personalidades dos atletas.

Bara Filho e Ribeiro (2005, p. 103) complementaram esta lista de variáveis sugerindo que ao se avaliar as características de personalidade de atletas, deve-se considerar a “interação com a modalidade praticada, a posição no jogo em um esporte coletivo ou à distância em um individual, juntamente como o nível de performance e possibilidade de sucesso no esporte”.

Não desmerecendo a utilização de instrumentos de avaliação da personalidade e respeitando às limitações de cada instrumento, alguns pesquisadores continuam a avaliá-la a fim de encontrar um perfil para os atletas. Assim, estudos vêm comparando atletas com não-atletas (Bara Filho, et. al., 2005), dividindo-os por sexo (Bara Filho, 2005a; O´Sullivan, Zuckerman, & Kraft, 1998), comparando esportes coletivos e individuais (Paim, Pereira, & Villis, 2006; Samulski, 2002; Santos & Pereira, 1997; Schurr, Ashley, & Joy, 1977;), atletas iniciantes e profissionais (Gomes & Cruz, 2001; Kitsantas & Zimmerman, 2002; Scopel, Andrade, & Levandowski, 2006), esporte competitivo e recreativo (Gat & McWhirter, 1998), esportes de contato e não contato (Bara Filho, et. al., 2005b), dentre outros.

De uma forma geral, estes estudos revelam que dentre os traços mais característicos encontram-se a extroversão, dominância, agressividade, controle emocional, baixa ansiedade, autoconfiança e a orientação ao rendimento. Para Rossum (1996), grandes atletas devem apresentar traços como autoconfiança, desejo de vencer, concentração, persistência e competitividade, todas independentes do sexo. Ao se analisar os traços que caracterizam os atletas, entretanto, pode-se questionar se os mesmos não poderiam ser agrupados em dimensões de tal forma que os atletas pudessem vir a ser estudados a partir destas dimensões e, talvez assim, fosse possível delinear um perfil ou perfis psicológicos diferenciados para os mesmos em função das modalidades, posições em jogo, etc. Esta, portanto, foi a proposta do presente estudo.

Os traços de personalidade apresentados pelos estudos supracitados enquadram-se perfeitamente em duas grandes dimensões que vem caracterizando os estudos transculturais em psicologia, denominadas de Individualismo e Coletivismo. De uma forma geral, estudos vêem demonstrando que culturas Individualistas, típicas de países da Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia valorizam: a) a autonomia individual sobre a grupal em todos os aspectos, incluindo o cognitivo, afetivo e comportamental; b) a distância emocional dos grupos, implicando em distância de familiares e grupos ancestrais; c) a busca da auto-realização e do êxito; d) as metas pessoais sobre as grupais, o que lhe assegura relacionamentos do tipo contratual. Enquanto culturas Coletivistas, tais como países da África, China e Japão e Índia valorizam: a) as metas grupais sobre as individuais, na qual os indivíduos são a parte indispensável à sobrevivência dos grupos e b) apresentam fortes relações com membros do endogrupo, compartilhando dos mesmos interesses. Esta convivência grupal lhes assegura uma forte tendência à cooperação e ao cumprimento das obrigações (Earley, 1993, Gouveia, Andrade, Jesus, Meira, & Soares, 2002; Gouveia, Andrade, Milfont, Queiroga, & Santos, 2003; Marshall, 1997; Matsumoto, 1998; Singelis, 1994; Triandis, 1989, 1993, 1999, 2001, 2002).

Ao se verificar a constituição psicológica dos indivíduos inseridos nestas culturas, Kagitçibasi (1994) descreve que culturas individualistas tendem a produzir indivíduos individualistas, enquanto culturas coletivistas produzem indivíduos coletivistas. Triandis (1995), entretanto, detectou que em ambas as culturas existem indivíduos individualistas e coletivistas e Gouveia, et. al.(2002, p. 204) descrevem que “como são atualmente concebidos, o individualismo e o coletivismo podem coexistir em uma mesma pessoa ou cultura”.

Uma vez que as culturas apresentam tanto indivíduos individualistas quanto coletivistas, Triandis, Leung, Villareal e Clack (1985) sugeriam uma nova nomenclatura para diferenciar o Individualismo e o Coletivismo nos planos cultural e pessoal, denominando de Idiocêntricos aos indivíduos com predomínio de traços individualistas e de Alocêntricos àqueles com predomínio de traços Coletivistas.

Assim, indivíduos Idiocêntricos apresentam autoconceito independe de seus grupos de pertença e caracterizam-se pelo distanciamento emocional, cujos objetivos pessoais estão acima daqueles determinados pelo grupo, favorecendo para que suas relações sejam contratuais, ou seja, de interesse unilateral. Já os Alocêntricos apresentam um autoconceito interdependente, valorizando a integridade da família e os laços de solidariedade com o grupo de pertença, condicionam seus autoconceitos e comportamentos a esses grupos e os percebem como: harmoniosos, hierárquicos e homogêneos, dando ênfase à segurança, às boas relações interpessoais e a harmonia endogrupal (Chen, Wasti, & Triandis, 2007; Bontempo, Lobel, & Triandis, 1990; Triandis, et. al, 1985; Triandis, 1989, 2001; Triandis & Chan, 1995; Vijver & Watkins, 2006).

Utilizando, portanto a teoria do Individualismo-Coletivismo como embasamento teórico para diferenciar atletas quanto aos seus perfis psicológicos, estes foram agrupados segundo a metodologia do Modelo Interativo (Giavoni & Tamayo, no prelo). Desenvolvido para avaliar a síntese psicológica resultante da interação que se estabelece entre constructos com naturezas opostas, este modelo foi inicialmente aplicado aos esquemas de gênero (esquema masculino e esquema feminino), originando uma série de grupos tipológicos que apresentam percepções, cognições, afetos e comportamentos diferenciados em relação a um mesmo evento.

Devido à sua natureza matemática, resultam deste modelo três variáveis, denominadas de Ângulo, Distância e Síntese. A variável ângulo avalia a proporcionalidade entre os constructos enquanto a variável distância avalia o nível de desenvolvimento de cada constructo. Do cruzamento das variáveis ângulo e distância surge uma série de grupos tipológicos, os quais apresentam diferentes níveis de síntese psicológica.

Melo (2008) aplicou o modelo aos constructos de Individualismo e Coletivismo e definiu, com base nos campos formados pela variável ângulo, três grupos principais denominados de: a) Isocêntricos (ISO): atletas que apresentam equilíbrio entre os traços do individualismo e do coletivismo, b) Heteroidiocêntricos (HI) atletas com predomínio do idiocentrismo sobre o alocentrismo e c) Heteroalocêntricos (HA): atletas com predomínio do alocentrismo sobre o idiocentrismo. Assim, o propósito do presente estudo foi avaliar o perfil psicológico de atletas categorizados em grupos tipológicos segundo a teoria do Individualismo- Coletivismo.

 

Materiais e Métodos

AMOSTRA

A amostra feminina foi constituída por 115 mulheres atletas, com faixa etária média de 20,50 (DP = 3,17) anos e nível de escolaridade entre o segundo grau incompleto e o terceiro grau completo. Destas, 79% praticavam esportes coletivos. Em média, as atletas treinavam 5,40 (DP 2,21) vezes por semana, com duração de treino igual a 125,38 (DP = 43,5) minutos diários. Dentre todas as atletas, 63,3% já haviam participado de competições internacionais. A média de tempo de prática no esporte foi de 9,22 (DP = 3,41) anos.

A amostra masculina foi constituída por 159 atletas, com faixa etária média de 21,63 (DP = 4,01) anos e nível de escolaridade entre o segundo grau incompleto e o terceiro grau completo. Destes, 19% praticavam esportes individuais e 81% esportes coletivos. Em média, os atletas treinavam 5,23 (DP = 2,25) vezes por semana, com duração de treino igual a 124,24 (DP = 43,85) minutos diários. Dentre todos os atletas, 60,1% já haviam participado de competições internacionais. A média de tempo de prática no esporte foi de 10,07 (DP = 4,54) anos.

INSTRUMENTOS

a) Para a classificação das atletas em grupos tipológicos foi utilizado o Inventário de Perfil Idiocêntrico-Alocêntrico de Atletas (Perfil I-A), validado por Melo (2008) e composto por 27 itens, os quais se subdividem em três fatores para o Idiocentrismo: Auto-Realização & Competitividade (α = 0,79), Hedonismo (α = 0,74), Distância Emocional de Equipe (α = 0,76) e um fator de segunda ordem - Nível de Idiocentrismo (α = 0,81) e um fator para o Alocentrismo: Nível de Alocentrismo (α = 0,76). Os tipos psicológicos são obtidos a partir de uma relação entre os fatores Nível de Idiocentrismo e o Nível de Alocentrismo, análise esta que será descrita na seção resultados.

b) Para a avaliação do autoconceito das mulheres foi utilizado o Inventário Feminino dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (IFEGA) - (Giavoni & Tamayo, 2005). O IFEGA é um instrumento que avalia os esquemas masculino e feminino do autoconceito. É composto por 75 itens, onde 36 são representantes do esquema masculino (escala masculina) e 39 do esquema feminino (escala feminina). A escala masculina é composta pelos fatores Arrojamento, Egocentrismo e Negligência e a escala feminina pelos fatores Sensualidade, Inferioridade e Ajustamento Social. Os itens são avaliados através de uma escala de cinco pontos, onde o escore 0 (zero) indica que o item não se aplica ao respondente até o escore 4 (quatro), indicando que o item se aplica totalmente ao respondente.

Para avaliar o autoconceito dos homens utilizou-se o Inventário Masculino dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (IMEGA) (Giavoni & Tamayo, 2003). Semelhante ao inventário anterior, este instrumento é composto por 71 itens, sendo 41 representantes do esquema masculino (escala masculina) e 30 que compõem o esquema feminino (escala feminina). Os fatores da escala masculina são Egocentrismo, Ousadia, Racionalidade e os fatores da escala feminina são Integridade, Sensualidade, Insegurança e Emotividade. Os fatores Emotividade e Integridade resultam em um fator de segunda ordem denominado de Sensibilidade. Os itens são avaliados através de uma escala de cinco pontos similar à do IFEGA.

PROCEDIMENTOS

Os instrumentos foram aplicados pela própria pesquisadora em campeonatos brasileiros de esportes universitários, bem como, foram entregues aos técnicos de equipes de alto rendimento esportivo. Estes receberam pessoalmente da pesquisadora as instruções para a aplicação. Os envelopes também continham as instruções em impresso. No caso das competições em campeonatos brasileiros, foi solicitado aos técnicos que os instrumentos fossem aplicados no hotel, durante o repouso dos atletas. Os instrumentos aplicados nos clubes foram encaminhados via SEDEX, enquanto os instrumentos aplicados em campeonatos brasileiros foram entregues pelos técnicos na recepção do hotel, os quais foram devolvidos à própria pesquisadora.

ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Foram realizadas as análises descritivas da amostra (freqüências, médias e desvios-padrões) e análises inferenciais do tipo Análises de Variância Múltiplas (One Way MANOVA), utilizando os grupos tipológicos (Isocêntrico, Heteroidiocêntrico e Heteroalocêntrico) com variável independente e os fatores do IFEGA e do IMEGA como variáveis dependentes. Para estas análises foram utilizados testes post hoc Tukey ou Dunnett’C, respectivamente, de acordo com a presença ou não de homogeneidade de variância entre grupos. Em todas as análises foi estipulado erro de 5%. Como os instrumentos são específicos por sexo, as análises foram realizadas separadamente. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília, sob o N. CEP/ UCB 80/2007.

 

Resultados

a) Classificação dos atletas nos grupos tipológicos:

Para a classificação de cada atleta nos campos do Modelo Interativo foram utilizados os escores dos fatores Nível de Idiocentrismo (NI) e Nível de Alocentrismo (NA). A partir do posicionamento dos atletas nos campos do modelo, pôde-se através da expressão matemática â = 45° - arctg ê, onde tg ê = NI/NA, avaliar o desvio de cada atleta em relação à bissetriz.

Matematicamente, a bissetriz caracteriza a proporcionalidade entre os esquemas. Assim, o primeiro grupo delineado foi o Isocêntrico (ISO), o qual não apresenta diferença significativa entre NI e NA, diferença esta avaliada através do teste t pareado. Os atletas deste grupo posicionaram-se no intervalo -3,83° ≤ bissetriz ≤ +3,83°. Os Heteroidiocêntricos (HI) apresentaram desvios superiores -3,83° da bissetriz e os Heteroalocêntricos (HA) desviaram-se acima de 3,83° da bissetriz. A figura 1 apresenta os campos do Modelo Interativo que delimitam os grupos tipológicos.

 

 

Ao final a amostra feminina ficou constituída por 45 Isocêntricas, 18 Heteroidiocêntricas e 52 Heteroalocêntricas, enquanto para o sexo masculino foram encontrados 63 Isocêntricos, 34 Heteroidiocêntricos e 62 Heteroalocêntricos.

b) Avaliação do perfil psicológico dos grupos tipológicos femininos:

Os resultados da Manova revelaram que haviam diferenças significativas [F(12,192) = 4,53; p = 0,001] entre os grupos tipológicos (ISO, HI e HA) em relação aos fatores Arrojamento, Egocentrismo, Negligência, Sensualidade, Inferioridade e Ajustamento Social. A tabela 1 apresenta os escores F e os níveis de significância encontrados para cada fator.

 

 

O gráfico 1 apresenta as médias obtidas para os grupos tipológicos em relação a cada fator.

 

 

Observa-se no gráfico que em relação aos fatores Arrojamento e Egocentrismo, as médias das atletas Heteroidiocêntricas (HI) foram significativamente mais elevadas do que as das atletas Heteroalocêntricas (HA), não havendo diferenças entre as primeiras e as Isocêntricas (ISO). Entretanto, para o fator Negligência, o grupo HI apresentou média inferior ao grupo HA, mas não apresentou diferenças em relação às Isocêntricas (ISO).

Estes resultados são condizentes com o fato do Idiocentrismo apresentar-se positivamente correlacionado com a masculinidade (Fan & Zigang, 2004; Thanzami & Archer, 2005). No caso, atletas que apresentam alto desenvolvimento do constructo Idiocentrismo, tendem a se sobressair em relação aos fatores Arrojamento e Egocentrismo, presentes no esquema masculino do autoconceito. Assim, estas atletas tenderão a valorizar a auto-realização, o sucesso pessoal, fama, poder e competitividade, tendendo a atingir suas metas através de traços como a racionalidade, objetividade, praticidade, ousadia, determinação, agressividade, autoritarismo e insensibilidade, características presentes nestes fatores. Como característica geral, o fator Arrojamento avalia a tendência individual a buscar o novo e o inusitado, a satisfação dos objetivos, metas e prazeres pessoais. Já o fator Egocentrismo avalia a focalização do eu como centro de todo o interesse, um amor tão exclusivo a si que acaba por implicar na subordinação dos interesses dos outros ao do próprio indivíduo (Giavoni & Tamayo, 2005). Assim, estes indivíduos caracterizam-se por não aceitarem condições, atitudes e opiniões divergentes das suas, buscam originalidade, liderança e suas metas pessoais.

Observa-se, entretanto, que as HIs e ISO apresentaram menores níveis de Negligência do que as HAs. Como característica geral, este fator focaliza aspectos negligentes do self, tanto em relação a si como em relação às coisas em geral. Este fator avalia o nível de desorganização, descuido de si e da imagem, desleixo e preguiça demonstrando que grupos com Idiocentrismo desenvolvido tendem a se preocupar mais consigo, com sua imagem e com aspectos do dia-a-dia quando comparadas ao grupo HA.

Este perfil se confirma ao se verificar os resultados obtidos para a Escala Feminina, onde as HIs apresentaram médias superiores para o fator Sensualidade quando comparadas aos demais grupos. Como característica geral este fator avalia a auto-imagem e sua influência na interação com os outros. Assim, este grupo tenderá a apresentar avaliações mais positivas de si, tanto em relação aos aspectos sensoriais do self (sensualidade, charme, sedução) quanto em relação aos aspectos somáticos (beleza física, atratividade, estética). Estes dados demonstram que o predomínio do Idiocentrismo parece favorecer uma melhor autoestima por parte destas atletas.

Estes resultados induzem ao Modelo de Masculinidade proposto por Marsh e Byrne (1991), os quais afirmam que a sociedade moderna está determinada pela presença da masculinidade. Jones, Chernovertz e Hansson. (1978) também descrevem que nas sociedades que valorizam características instrumentais, indivíduos que endossam altos níveis destas características tenderão a apresentar maior ajustamento, quando comparados aos demais indivíduos.

Entretanto, a afirmação de maior ajustamento proposta por Jones, Chernovertz, e Hansson (1978) não se confirma ao se observar os resultados obtidos para os grupos em relação ao fator Inferioridade. Inversamente do que preconiza os autores, observa-se que as HIs apresentaram médias superiores para o fator Inferioridade, quando comparadas aos demais grupos. Ao contrário do que se esperava, este resultado parece revelar que as condutas das HIs, nesta busca por se sobressair e destacar-se seja decorrente e motivada por um forte sentimento de inferioridade.

Outra questão interessante reside no fato dos grupos não apresentarem diferenças em relação ao fator Ajustamento Social, contrariando mais uma vez a afirmação de Jones, et. al (1978) de que indivíduos instrumentais tendem a apresentar maior ajustamento social.

Quanto às HAs observa-se que estas apresentam baixos escores em Arrojamento e Egocentrismo, o que descreve sua baixa valorização na busca dos prazeres e metas pessoais em favor das grupais. Seus baixos escores em Sensualidade e Negligência parecem indicar que este grupo não necessita de recorrer aos atributos sensoriais (sensualidade, charme e sedução) e somáticos (beleza física, atratividade) para atingir seus objetivos pessoais, uma vez que a percepção de si é reflexo da percepção e projeção de seu próprio grupo.

Estes dados parecem se confirmar no fato dos grupos não apresentarem diferenças quanto ao fator Ajustamento Social, refletindo que por possuírem percepções e, portanto, cognições, afetos e comportamentos diferenciados em função do predomínio dos constructos, todos os grupos apresentam ajustamento social, cada qual relativo à sua forma de perceber o mundo.

c) Avaliação do perfil psicológico dos grupos tipológicos masculinos:

A tabela 2 apresenta os resultados significativos obtidos para a MANOVA [F(16, 294) = 3,00; p = 0,001] em relação aos fatores Egocentrismo, Ousadia, Racionalidade, Integridade, Sensualidade, Insegurança, Emotividawde, Sensibilidade.

 

 

Observa-se no gráfico 2 que em relação aos fatores Ousadia, Racionalidade e Sensualidade não houveram diferenças entre os grupos. Entretanto, em relação ao fator Egocentrismo observa-se que os HIs apresentaram médias superiores em relação aos ISOs e HAs. Os ISOs, por sua vez, também diferem dos HAs.

 

 

Como característica geral, o fator Egocentrismo avalia o eu como centro de todo interesse, no qual tende a subordinar o interesse dos demais ao seu próprio. Observa-se, portanto, que os grupos que possuem o Idiocentrismo desenvolvido tendem a apresentar um foco maior em si e em suas necessidades individuais. Estes dados são corroborados pelos estudos de Alagna (1982), Klein e Willerman (1979) e Nix, Lohr e Stauffacher (1980) que afirmam que a masculinidade encontra-se relacionada com a dominância, competitividade e assertividade, traços avaliados por este fator e representativos do esquema masculino.

Em relação ao fator Insegurança nota-se que os HAs apresentaram médias inferiores, revelando que conforme dito anteriormente para a amostra feminina, o fato destes atletas se sentirem integrantes de um grupo, aumenta o seu sentimento de segurança por pertencer e ser aceito por um grupo. Particularmente, este fator avalia o medo à rejeição, a subordinação às opiniões dos outros, a timidez e a introversão.

Estes resultados parecem revelar que principalmente para os HIs, o fato de não apresentarem afiliação social faz com que se sintam vulneráveis às situações, exigindo que os mesmos sempre busquem a superioridade como forma de se precaver de um sentimento de rejeição e inferioridade.

Com relação aos fatores Integridade, Emotividade e Sensibilidade, os resultados demonstraram que os HAs apresentaram médias superiores em relação aos demais grupos, sendo que os ISOs também diferem dos HIs. Estes fatores caracterizam-se por avaliar a lealdade, honestidade, respeito, gratidão, bondade, compartilhamento de emoções, preocupações com o bem-estar dos demais, dentre outros, características que prevalecem nos Heteroalocêntricos e que corroboram os estudos de Triandis, et. al (1985), Triandis e Chan (1995), Triandis (2001, 2002), confirmando a grande necessidade dos HAs de pertencer a um grupo e se subordinar às metas impostas pelo mesmo.

 

Conclusão

Os resultados permitem concluir que os grupos tipológicos de idiocentrismo-alocentrismo apresentam perfis psicológicos distintos. Assim, atletas, de ambos os sexos, com perfil Heteroidiocêntricos valorizam a busca do poder, fama, competitividade e apresentam baixa necessidade a afiliação social/equipe. Estes atletas atingem suas metas utilizando-se de traços como racionalidade, objetividade, egocentrismo, praticidade e determinação, além de procurar se destacar através da sensualidade, beleza e atratividade física. Estes últimos aspectos são utilizados como instrumento de poder, através do qual estabelecem suas relações interpessoais com os grupos. Entretanto, as mulheres idiocêntricas apresentam altos índices de inferioridade, assim como, os homens idiocêntricos possuem altos índices de insegurança, revelando que esta tendência a buscar se sobressair, ser independente, autônomo e famoso seja, muito possivelmente, motivado pelo complexo de inferioridade.

Este resultado complementou os estudos de Triandis (2002), no qual o autor cita a forte relação existente entre o individualismo e a auto-estima, onde indivíduos de culturas individualistas tendem a apresentar maior auto-estima do que os de culturas coletivistas. Isto se confirma neste estudo, muito embora não se soubesse que a motivação do comportamento destes atletas fosse resultado do seu complexo de inferioridade.

Já atletas Heteroalocêntricos apresentaram um self interdependente, com grande preocupação pela coesão e bem-estar da equipe. Lealdade, fidelidade, submissão, responsabilidade e resignação são alguns traços valorizados por estes atletas. Da mesma forma que os primeiros, estes atletas sentem-se ajustados socialmente e apresentam níveis mais altos de negligência, revelando que o fato de se sentirem integrantes de um grupo, acaba por reduzir a necessidade de utilizar artifícios físicos e psíquicos para impressionar e se destacar diante dos demais. É a glória refletida, na qual o fato de ser membro de uma equipe já resulta em aumento da auto-estima e do autoconceito.

Enquanto o poder do Idiocêntrico se encontra na auto-imagem e realizações pessoais resultantes de sua conduta individualista, o do Alocêntrico encontra-se na realização do próprio grupo, tornando-se mais submissos à medida que aumenta o Nível de Alocentrismo. Cabe ressaltar que com o aumento da submissão, estes indivíduos podem passar a servir de amparo emocional dos membros da equipe. É o doarse sem se mostrar indiretamente, o fato de conhecer aspectos afetivos privados e íntimos de cada membro do grupo resulta em poder. Assim, pode-se inferir que indivíduos com muito predomínio de Alocentrismo sobre o Idiocentrismo, exerçam um poder indireto sobre os membros de seu grupo de pertença.

Com relação aos Isocêntricos observa-se que estes apresentaram uma conduta intermediaria em relação aos outros dois grupos. Por apresentarem equilíbrio entre os constructos, este grupo possui traços tanto dos Heteroidiocêntricos quanto do Heteroalocêntricos. Muito possivelmente, estes indivíduos apresentem atitudes mais igualitárias em relação às suas metas e àquelas pertinentes aos membros da equipe.

Os resultados demonstram que o sentido de pertencer ou não a um grupo exerce grande efeito na conduta destes indivíduos. Assim, a não afiliação social apresentada pelos HIs reforça comportamentos e atitudes para que estes venham a se sobressair, de tal forma que possam ser aceitos nas diferentes situações sociais, evitando, com isso, o fracasso nas suas relações interpessoais e reduzindo o risco à rejeição.

Já para o grupo HA, traços como submissão, dependência, conformidade, lhes assegura relações sociais positivas em relação ao seu grupo de pertença, refletindo uma menor insegurança, pois se sentem acolhidos e protegidos por seus grupos. Isto significa dizer que enquanto os primeiros apresentam uma atitude confiante e determinada em relação aos segundos, estando esta motivada por sentimentos de inferioridade e vulnerabilidade diante dos contextos sociais; os últimos sentem-se confiantes e determinados quando os seus sentimentos de pertença encontram-se satisfeitos, mesmo que a priori apresentem traços como submissão, dependência, resignação e obediência.

Neste sentido, pode-se concluir que não existe um perfil psicológico ideal para atletas. Os diferentes perfis podem se adequar melhor a uma ou outra, dependendo do perfil de cada modalidade esportiva. Além disso, os perfis adequam-se diferentemente ao posicionamento em quadra/campo (esportes coletivos), ao tipo de prova (no caso dos esportes individuais) e à situação de jogo. Pode-se afirmar, portanto, que não existe um único perfil psicológico, mas diversos que necessitam ser descriminados.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Campus I, QS 07, lote 01, EPCT, Bloco G, sala 114, Águas Claras,
Brasília - Distrito Federal. CEP 71966-700.
Telefone 55 61 3356 9233 / 55 61 9280 0222
E-mail: gmelo@ucb.br

 

 

Sobre os autores

Gislane Ferreira de Melo
Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasil.

Adriana Giavoni
Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasil.

Sobre o trabalho

Trabalho derivado de Tese.
Agradecimento a Confederação Brasileira de Esporte Universitário.

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