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Revista de Psicologia da IMED

 ISSN 2175-5027

Rev. Psicol. IMED vol.9 no.1 Passo Fundo jan./jun. 2017

https://doi.org/10.18256/2175-5027.2017.v9i1.1616 

ARTIGO DE REVISÃO NÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

 

Drogadição na Adolescência: Família como Fator de Risco ou Proteção

 

Drug Addiction in Adolescence: Family as Risk or Protection Factor

 

 

Jana Gonçalves ZappeI; Fabiana DapperII

IPsicóloga, Mestre (UFSM) e Doutora em Psicologia (UFRGS). Psicóloga da Prefeitura Municipal de Santa Maria e da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul. Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Adolescência (NEPA/UFRGS). Professora da Especialização em Dinâmica das Relações Conjugais e Familiares - Faculdade Meridional (IMED), Passo Fundo, RS. E-mail: janazappe@hotmail.com
IIGraduada em Serviço Social pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Pós-graduada em Dinâmica das Relações Conjugais e Familiares, pela Faculdade Meridional (IMED), Passo Fundo, RS. E-mail: fabi.dapper@hotmail.com

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O uso de drogas na adolescência é um problema complexo e multifatorial que sofre influência de aspectos individuais, familiares, do grupo de pares e contextuais. A família tem sido um aspecto destacado na literatura, tanto pela importância em oferecer condições para um desenvolvimento saudável na adolescência quanto pela necessidade de participar de intervenções visando à superação de dificuldades. Este trabalho apresenta uma revisão sistemática de estudos que investigaram as relações entre o uso de drogas na adolescência e aspectos familiares. Foram consultadas duas bases de dados - Scielo e Redalyc - com as palavras de busca adolescência, drogadição e família. Foram selecionados 22 artigos, que foram analisados através de distribuições de frequência e análise de conteúdo. Os resultados indicaram que a família tem sido considerada como fator de risco ou de proteção para o uso de drogas na adolescência, conforme o modo como desempenha seu papel. Aspectos como o diálogo, o monitoramento familiar e o uso de drogas por amigos ou familiares são aspectos destacados na literatura. Em conclusão, salienta-se a importância da participação da família em intervenções de prevenção ou enfrentamento ao uso de drogas na adolescência.

Palavras-chave: Adolescência, Drogas, Família, Fator de Risco, Fator de Proteção


ABSTRACT

Drug use in adolescence is a complex and multifaceted problem that is influenced by individual, familiar, peer group and contextual aspects. The family has been a highlighted aspect in the literature, both due to its importance in providing conditions for a healthy development in adolescence as to the need of participating on interventions aiming to overcome difficulties. This paper presents a systematic review of studies which investigated the links between drug use in adolescence and family aspects. Two databases were consulted - Scielo and Redalyc - searching for the terms adolescence, drug addiction and family. Were selected 22 articles, and they were analyzed using frequency distributions and content analysis. The results indicated that the family has been considered a risk or protection factor for drug use in adolescence, according to how its role is played. Aspects such as dialogue, family monitoring and the use of drugs by friends or family are aspects highlighted in the literature. In conclusion, the importance of family participation on prevention interventions or coping with drug use in adolescence is emphasized.

Keywords: Adolescence, Drugs, Family, Risk Factor, Protective Factor


 

 

Introdução

A adolescência é um momento do desenvolvimento humano marcado por mudanças, conflitos, perdas e medos, sendo um período difícil tanto para os próprios adolescentes quanto para as famílias, mas também é um momento de descobertas e novas experiências que levam ao desenvolvimento da personalidade adulta. Para compreender o processo de desenvolvimento na adolescência, é preciso investigar características pessoais (individuais, psicológicas e biológicas), familiares e contextuais, considerando o adolescente como um sujeito ativo, produto e produtor do seu desenvolvimento, em permanente interação com o contexto em que se desenvolve (Senna & Dessen, 2012).

Nesta perspectiva, a adolescência corresponde a um fenômeno biopsicossocial em que a interação entre aspectos psicológicos e sociais se manifestam através de rupturas, aprendizados e questionamentos dos valores e das normas familiares e sociais, possibilitando a descoberta dos limites e potencialidades de cada um e levando à independência individual e integração social. Em termos de sentimentos, o adolescente pode considerar que não é compreendido por seus pais, professores, e demais pessoas que fazem parte de suas vidas, sendo típica a ocorrência de conflitos e problemas de relacionamento, o que também é importante para o processo de desenvolvimento pois contribui para a conquista da autonomia e da independência (Pratta & Santos, 2007a).

No contexto do desenvolvimento durante a adolescência, o uso de drogas tem sido considerado como um problema complexo e multifatorial, sendo que aspectos individuais, familiares, do grupo de pares e contextuais influenciam na aquisição e manutenção deste e de outros comportamentos de risco. A família tem sido um aspecto destacado na literatura, tanto pela importância em oferecer condições para um desenvolvimento saudável na adolescência quanto pela necessidade de participar de intervenções visando à superação das dificuldades manifestas (Cavaggioni, Gomes, & Rezende, 2017; Souza, Rezende, & Vizzotto, 2016; Teixeira, Guimarães, & Echer, 2017).

A família é um sistema formado pelo conjunto de relações estabelecidas entre seus membros que está em permanente processo de adaptação às transformações internas e externas a este sistema (Pratta & Santos, 2007a). Embora a família tenha sofrido mudanças quanto à sua estrutura e funcionamento nos últimos anos, ela continua sendo a principal base de segurança e bem-estar de seus membros. Em função destas mudanças, são múltiplas as possibilidades de arranjos familiares, sem que seja possível indicar um arranjo específico como típico ou ideal, considerando-se que a família pode ser definida como um grupo social especial, caracterizado pela existência de vínculos baseados na intimidade, na afetividade e nas relações intergeracionais (Dessen, 2010).

Neste sentido, a família é um contexto propício para o desenvolvimento de seus membros, especialmente durante a infância e a adolescência. Os processos de desenvolvimento durante a adolescência acabam por envolver não apenas o próprio adolescente, mas todos os membros da família e o próprio sistema familiar, geralmente acarretando importante impacto. Em geral, os pais passam a enfrentar o desafio de alternadamente oferecer proteção e liberdade para os filhos adolescentes, que estão desenvolvendo sua capacidade de efetuar escolhas de forma mais autônoma (Pratta & Santos, 2007a). Atualmente os adolescentes enfrentam diversos desafios e escolhas negativas podem acabar prejudicando o desenvolvimento saudável, por isso é fundamental que a família esteja preparada para enfrentar estas situações (Senna & Dessen, 2012). Neste processo, escolhas que envolvem a adoção de comportamentos de risco tornam-se uma preocupação importante, sendo especialmente relevante o problema do uso e abuso de drogas.

Estudos epidemiológicos descrevem um quadro preocupante, pois o uso abusivo de substâncias psicoativas tem início cada vez mais precoce e ocorre de forma acentuada, tanto no Brasil como no mundo. As bebidas alcoólicas ocupam o topo da lista das substâncias psicoativas mais utilizadas, sendo alto o consumo entre crianças e adolescentes de 9 a 19 anos (Brasil, 2010). A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar revelou que 66,6% dos escolares pesquisados já haviam experimentado bebida alcoólica, sendo esse indicador maior nas Regiões Sul (76,9%) e Centro-Oeste (69,8%) e menor nas Regiões Norte (58,5%) e Nordeste (59,6%) (Brasil, 2013). Recente estudo de revisão também evidenciou o contato precoce de adolescentes com bebidas alcoólicas e a presença de risco elevado no comportamento de beber (Pereira et al., 2016).

Diante disso, compreende-se que a adolescência é um período de especial vulnerabilidade para a experimentação e o uso de substâncias (Roehrs, Lenardt, & Maftun, 2008). O abuso de álcool e drogas tem aumentado entre os adolescentes, conforme atendimentos em prontos-socorros, sendo que as substâncias que eles mais consomem são álcool, inalantes e cocaína, entre outras (Scivoletto, Boarati, & Turkiewicz, 2010). A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar identificou em 2009 que a experimentação de drogas ilícitas foi de 8,7% para o conjunto dos alunos pesquisados nas capitais brasileiras, já em 2012 foi de 9,9%, representando um ligeiro aumento (Brasil, 2013).

Neste contexto, destaca-se a pertinência de compreender o uso de drogas na adolescência, considerando os aspectos familiares envolvidos, dada a importância da família para o desenvolvimento humano. Partindo disso, realizou-se uma revisão de literatura com o objetivo de identificar a produção científica nacional sobre as relações entre o uso de drogas na adolescência e os aspectos familiares. Os resultados deste estudo contribuirão para sistematizar o conjunto de conhecimentos que atualmente estão disponíveis, e poderão ser úteis tanto para o planejamento de novas pesquisas quanto para o desenvolvimento de intervenções profissionais que possam prevenir ou enfrentar a problemática do uso de drogas na adolescência.

 

Método

Após a definição do problema de pesquisa, foram definidas as palavras de busca que melhor o representam: adolescência, drogas e família, sendo as mesmas utilizadas conjuntamente para consulta (adolescência and drogas and família). A bases de dados consultadas foram Scielo e Redalyc. A Scientific Electronic Library Online - Scielo é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros, e o Sistema de Informação Científica Redalyc é uma rede de revistas científicas em acesso aberto da América Latina e do Caribe, Espanha e Portugal. A busca no Scielo apresentou 34 referências e no Redalyc foram recuperadas 51 referências, totalizando 85 trabalhos. Para realizar a seleção, foram analisados o título e o resumo dos artigos, sendo definidos como critérios de inclusão: 1) ter como foco drogadição na adolescência e família; 2) ter sido publicado entre 2006 e 2016; 3) disponibilizar o texto completo em português. Os critérios de exclusão foram: 1) disponibilizar o texto completo somente em inglês ou espanhol, indicando produção internacional; 2) Não contemplar algum dos temas de interesse. Também foram excluídos os artigos que estavam repetidos nas bases de dados. A Figura 1 apresenta o processo de seleção dos artigos conforme os critérios de exclusão e inclusão.

 

Resultados e discussão

Os artigos selecionados foram agrupados e analisados quantitativamente, sendo observadas as distribuições de frequências com relação ao ano de publicação, objetivo, método, participantes e instrumentos utilizados nos estudos empíricos. Com relação ao ano de publicação, foi identificado que a maior parte foi publicada entre 2007 e 2010 (63,84%), com três ou quatro artigos publicados a cada ano. Em 2006 e a partir de 2011, foi publicado apenas um artigo por ano, exceto em 2015, quando foram publicados dois artigos.

Os objetivos dos artigos analisados foram agrupados conforme as temáticas abordadas. Predominaram artigos que buscaram investigar a relação entre aspectos das relações familiares, tais como estilos e práticas educativas parentais, por exemplo, e o uso de drogas, correspondendo a 36,36% do total de artigos analisados. Em 27,27% dos artigos, o objetivo foi investigar concepções, representações, percepções, significações e motivações relacionadas com o uso de drogas e violência; 22,73% dos artigos buscaram investigar fatores associados ao uso de álcool e/ou drogas, envolvendo tanto fatores de risco quanto fatores de proteção, e apenas 13,64% dos artigos abordou aspectos da intervenção direcionada ao uso de drogas na adolescência. Assim, observou-se um predomínio de estudos compreensivos em detrimento de aspectos da intervenção.

Com relação ao método utilizado nas pesquisas, predominaram estudos qualitativos (40,91%) e quantitativos (27%), conforme pode ser observado na Figura 2.

 

 

Os instrumentos mais utilizados nos estudos empíricos foram questionários, entrevistas e atividades em grupo, tais como grupo focal, método sociodramático, observação participante e discussões em sala de aula. A distribuição dos artigos, conforme os instrumentos utilizados, pode ser conferida na Figura 3.

 

 

A maioria dos estudos teve adolescentes como participantes, incluindo adolescentes escolares, adolescentes acessados em serviços de saúde e adolescentes em situação de risco (em situação de rua e institucionalizados). Apenas um estudo teve como participantes os pais com filhos adolescentes e outros analisaram filmes e materiais bibliográficos. A distribuição dos artigos conforme os participantes pode ser conferida na Figura 4. Com relação a isso, ressalta-se a escassez de estudos que tenham as famílias como participantes, sendo esta uma importante lacuna na literatura sobre o tema.

 

 

Os resultados dos estudos foram submetidos a uma análise de conteúdo temática (Bardin, 2009) e foram agrupados em 4 categorias: 1) Família como fator de risco ou proteção; 2) Percepções de adolescentes e famílias relacionadas ao uso de drogas; 3) Aspectos sociais e dos grupos de pares relacionados ao uso de drogas na adolescência; 4) Aspectos das intervenções.

1 Família como fator de risco ou de proteção

Nesta categoria, foram agrupados os resultados dos estudos que buscaram identificar quais aspectos familiares podem ser considerados como fatores de risco ou como fatores de proteção para o uso de drogas na adolescência. A família pode ser considerada fator de risco ou de proteção para o envolvimento com substâncias psicoativas porque os pais são figuras importantes na vida dos filhos e, por meio de suas atitudes, influenciam ou não os filhos ao consumo, o que varia a partir do modo como as relações familiares se estabelecem e se mantêm (Broecker & Jou, 2007; Costa, Camurça, Braga, & Tatmatsu, 2012; Gabatz et al., 2013; Malta et al., 2014; Matos, Carvalho, Costa, Gomes, & Santos, 2012; Paiva & Ronzani, 2009).

Uma revisão sistemática de literatura identificou a associação entre estilos e práticas parentais de socialização e o consumo de substâncias psicoativas entre adolescentes, revelando que diferentes estilos parentais, com autoridade, autoritário, negligente e indulgente foram amplamente relacionados com uso de substâncias psicoativas. Os resultados desta revisão apontaram que os adolescentes que recebem maior monitoramento parental são os que apresentam menores taxas de envolvimento com drogas, sendo o monitoramento percebido como uma prática parental muito significativa para o menor consumo de álcool, cigarro e outras drogas entre os adolescentes. Outras duas práticas parentais que também apresentaram resultados significativos contra o consumo de drogas foram o suporte e o envolvimento parental, as quais estão relacionadas à capacidade dos pais em responder às demandas dos filhos, sendo presentes de maneira mais construtiva entre os pais que adotam um estilo parental "com autoridade", propiciando um clima emocional que transmite aos seus filhos o apoio necessário para a resolução dos problemas por eles vivenciados. A ausência de suporte parental pode colocar o adolescente sob maior vulnerabilidade para o uso abusivo de drogas, especialmente porque aumenta a probabilidade de envolvimento com pares usuários. Alguns resultados também apontaram a importância de uma adequada comunicação entre pais e filhos e as expectativas dos pais com relação ao uso de álcool como fatores determinantes para o não-consumo entre os jovens. Este conjunto de práticas parentais adotadas - monitoramento, suporte e comunicação - está associado aos diferentes estilos empregados pelos pais. Assim, os estilos parentais "com autoridade" e não permissivo foram relacionados com o menor consumo de álcool e drogas entre os adolescentes (Paiva & Ronzani, 2009).

Estes aspectos também foram evidenciados em estudo que avaliou a percepção de adolescentes dependentes químicos e sem dependência química sobre as práticas educativas parentais, revelando quais podem ser consideradas como fator de risco ou de prevenção. Foram consideradas como fatores de risco práticas educativas como intromissão e controle através da culpa e autoridade, pois estas práticas estão associadas com a falta de um relacionamento afetuoso entre pais e filhos, o baixo interesse dos pais em saber sobre as atividades que os adolescentes realizam durante o dia e a falta de espaço para o adolescente se expressar, pois tendem a ser comandados pelos pais, que exigem sua obediência passiva. As práticas educativas que podem proteger os filhos adolescentes do uso de drogas estão relacionadas com a sensibilidade para os sentimentos dos filhos, a presença de envolvimento positivo, de controle positivo da disciplina e de divisão da tomada de decisões. Além disso, a presença de afeto, apoio e compreensão no relacionamento entre pais e filhos permite que os adolescentes sintam-se aceitos, seguros e valorizados, aspectos que contribuem para o desenvolvimento positivo e também protegem do envolvimento com a drogadição (Broecker & Jou, 2007).

Estudo referente à exposição ao álcool entre escolares e fatores associados apontou que o âmbito familiar pode influenciar de diversas maneiras o aumento de uso de álcool entre adolescentes escolares, tais como faltar as aulas sem o conhecimento dos pais, os quais também não sabem que atividades os adolescentes realizam no seu tempo livre, fazer poucas refeições juntos, falta de preocupação dos pais mesmo vendo seus filhos bêbados, etc. (Malta et al., 2014).

O estudo de Costa et al. (2012) investigou qualitativamente a percepção de adolescentes que viviam em áreas de risco e demonstrou que os próprios adolescentes reconhecem que a família pode interferir no uso de drogas a partir de diversas formas, sendo possível que ofereça proteção ou risco. Os adolescentes mencionaram que os pais podem servir de exemplo quando eles próprios são usuários de drogas, favorecendo que os filhos adotem os mesmos comportamentos, e também consideraram que a presença de conflitos familiares e relacionamento ruim com os pais podem desencadear o uso de drogas na adolescência, o que está relacionado com a presença de um ambiente desarmônico de vida. Por outro lado, os adolescentes indicaram que, quando a família consegue desempenhar seu papel orientando e educando os filhos, pode mantê-los afastados do uso de drogas, sobretudo quando há diálogo entre pais e filhos, apoio em momentos difíceis e maior contato com a rotina diária.

Em conjunto, estes resultados demonstram que há amplo consenso a respeito da ideia de que aspectos familiares podem ser considerados como fatores de risco ou como fatores de proteção para o uso de drogas na adolescência. Esta concepção encontra apoio na literatura científica (Paiva & Ronzani, 2009) e em estudos com adolescentes tanto através de métodos quantitativos (Broecker & Jou, 2007; Matos et al., 2012) quanto qualitativos (Costa et al., 2012; Gabatz et al., 2013). No entanto, poucos estudos avaliaram estes aspectos considerando a perspectiva dos familiares, o que se constitui como uma importante lacuna na literatura sobre o tema, uma vez que a família tem sido amplamente reconhecida em sua importância no desenvolvimento dos filhos. O único estudo que faz parte desta revisão e abordou familiares demonstra que os pais não reconhecem a ideia de que a família pode atuar oferecendo proteção, pois consideram apenas a possibilidade de oferecer risco através do exemplo, caso sejam usuários de drogas lícitas ou ilícitas (Brusamarello, Sureki, Borrile, Roehr, & Maftum, 2008).

2 Percepções de adolescentes e famílias sobre adolescência e uso de drogas

Através de estudos de revisão sistemática de literatura agrupados nesta categoria, verificam-se diferentes percepções de adolescentes e também de suas famílias a respeito da adolescência e do uso de drogas. A adolescência é identificada como uma fase boa, mas a exposição a riscos é grande nesse período, de forma que a informação sobre o uso drogas é considerada como importante para a prevenção e viver em um ambiente onde existe o uso de drogas pode influenciar ou não o uso da mesma (Brusamarello et al., 2008; Costa et al., 2012; Faria Filho, Queiros, Medeiros, Rosso, & Souza, 2015; Macedo & Conceição, 2015; Melo, Barros, & Almeida, 2011; Sanchez, Oliveira, Ribeiro, & Nappo, 2010).

No que diz respeito à percepção sobre a adolescência, no estudo de Macedo e Conceição (2015) os adolescentes consideram uma fase boa pela qual devem passar, e por meio de referências procuram construir suas relações. Salientam a importância de orientações para fazerem suas escolhas e se preocupam em identificar os fatores de risco e proteção presentes. Apontam que os relacionamentos sociais e o apoio da família auxiliam para pensarem criticamente em suas decisões e esperam que os adultos não deixem de cumprir seu papel de orientar, pois mesmo diante de conflitos com os pais eles são considerados como um suporte fundamental.

Adolescentes estudantes em escola pública, na sua maioria trabalhadores informais não usuários de drogas, apontam a adolescência como uma fase de aprendizagens, mudanças e investimento nas relações interpessoais, sendo esses aspectos positivos, porém também estão expostos a riscos, entre eles o uso de drogas aparece como um grande aspecto negativo desse período (Melo et al., 2011).

Conforme a percepção de adolescentes e familiares em relação ao uso de drogas, a droga provoca sentimentos negativos. Identifica-se pelas falas que os pais de adolescentes estudantes têm pouco conhecimento sobre o assunto das drogas e o que sabem é porque ouviram na mídia, porém a mídia tem uma postura alarmista em relação à prevenção do uso de drogas. Alguns adolescentes também citam que a mídia influencia o consumo de drogas, já outros falam o oposto. Os pais dizem utilizar exemplos de pessoas que eram usuários de drogas para prevenir que os filhos se envolvam com as mesmas (Brusamarello et al., 2008; Costa et al., 2012).

Adolescentes que vivem em ambientes onde existe o consumo de drogas salientam vários motivos que não os tornaram usuários. Relatam a informação sobre as drogas, bom relacionamento e apoio dos familiares, ser uma pessoa com perspectivas e aspectos culturais como fatores de proteção ao uso de drogas, e da mesma forma os usuários relataram que a presença desses fatores poderia ter impedido eles a usar drogas. A informação aparece para ambos como um aspecto fundamental para ter conhecimento sobre as drogas, assim como também o interesse e preocupação dos pais com os adolescentes são importantes. Segundo adolescentes usuários de drogas, estar em situação de risco, ou seja, viver diante do consumo de drogas estimula o seu consumo, já para os não usuários essa realidade afasta eles do uso (Sanchez et al., 2010).

Adolescentes escolares quando questionados sobre as drogas relatam que seu uso significa doença, crime ou imoralidade (Faria Filho et al., 2015). Quando questionados a respeito do tema violência os adolescentes mostraram ter conhecimento sobre as diversas formas existentes da mesma, porém a maioria relata não ter sofrido violência, apontam que as causas da mesma podem estar relacionadas ao ódio, más influências, entre outras, mas a que foi mais citada foi o uso de drogas e para enfrentá-la uma das estratégias seria o maior policiamento nas ruas (Melo et al., 2011).

Essa categoria demostra que os adolescentes e seus familiares têm percepções semelhantes em relação à adolescência e ao uso de drogas, pois relatam que a adolescência tem aspectos positivos e também negativos, sendo destacado por ambos o uso de drogas como algo negativo. Na percepção dos pais e também dos adolescentes a informação é um aspecto de grande relevância para a prevenção, porém fica claro que nem sempre o assunto sobre drogas é abordado e aprofundado adequadamente na mídia. Também faz parte destas percepções a ideia de que viver em um ambiente onde existe o uso de drogas pode estimular o adolescente a se tornar usuário de drogas e também afastar o mesmo, dependendo da percepção adotada. Apenas um estudo abordou a percepção de familiares e evidenciou que os pais têm pouco conhecimento sobre o assunto do uso de drogas, por isso não sabem muitas vezes como orientar seus filhos adolescentes. Além disso, os pais não reconhecem os aspectos protetores que podem oferecer com relação ao uso de drogas pelos filhos, por exemplo através da oferta de apoio, monitoramento e do estabelecimento de uma boa comunicação. Por outro lado, os adolescentes destacam a importância dos pais para seu desenvolvimento saudável de modo integral. Assim, identifica-se a necessidade de desenvolver mais estudos que investiguem percepções das famílias, bem como de planejar intervenções que ofereçam informação e oportunizem o desenvolvimento de habilidades parentais acerca das relações entre família, adolescência e uso de drogas.

3 Influência dos pares e outros aspectos contextuais ao uso de drogas na adolescência

Nesta categoria, foram incluídos os resultados de estudos que apontaram a relação entre o uso de drogas na adolescência e fatores dos grupos de pares, assim como aspectos contextuais relacionados à escola, lazer, religiosidade, mídia e comunidade, entre outros (Cavalcante, Alves, & Barroso, 2008; Costa et al., 2012; Faria Filho et al., 2015; Gabatz et al., 2013; Penso & Sudbrack, 2009; Pratta & Santos, 2007 b; Sanchez et al., 2010; Silva et al., 2008; Zappe & Dell'Aglio, 2016).

Diversos estudos apontaram que os grupos sociais podem influenciar e também proteger contra o uso de drogas, sendo importante o afastamento de amigos com influências negativas. Diferentes grupos de adolescentes foram investigados, por exemplo adolescentes usuários de crack, os quais relatam que o uso de drogas aconteceu através da influência das amizades e da curiosidade. Adolescentes que vivem em áreas de risco apontaram dificuldades de buscar uma vida diferente daquela que caracteriza sua realidade proximal, e adolescentes escolares apontam que existe a presença do uso de drogas na escola e que o fácil acesso e a pressão dos colegas podem influenciar o uso da mesma (Costa et al., 2012; Gabatz et al., 2013; Sanchez et al., 2010).

A influência do grupo de pares é um aspecto destacado nos estudos, pois os grupos de pares são de suma importância para os adolescentes, especialmente para aqueles que estão vivendo em famílias nas quais sua existência foi de alguma forma negada. Nestes casos, é no grupo de pares que encontram um espaço e uma nomeação, ainda que como usuário de drogas, sentindo-se assim considerados e aceitos naquele contexto (Penso & Sudbrack, 2009). Estes aspectos também foram demonstrados nos resultados do estudo de Pratta e Santos (2007b), através dos quais foi verificado que os adolescentes usuários de substâncias psicoativas, em seu tempo livre, saem mais com os amigos em comparação aos não usuários, que saem mais com a família e praticam esportes em seu tempo livre.

Um estudo sobre as concepções de adolescentes escolares da educação básica sobre drogas em geral e outro referente à necessidade de ações educativas na prevenção do uso de drogas entre adolescentes, revelam que o uso de drogas na adolescência está ligado ao envolvimento dos familiares e amigos com o álcool e drogas, criação apenas de pai ou mãe, falta de apoio dos pais, estímulo dos meios de comunicação, ausência de religião, pouca prática de esportes e aspectos do consumo como fácil acesso para comprar, preços baixos e falta de fiscalização para venda. Em conjunto, estes resultados apontam que o contexto social influencia o uso de drogas quando naturaliza seu consumo e expõe os adolescentes a outros fatores de risco (Cavalcante et al., 2008; Faria Filho et al., 2015).

Estudo sobre fatores de risco e proteção ao desenvolvimento de comportamentos de risco na adolescência identificou que o comportamento de risco ao qual os adolescentes estão mais expostos é justamente o uso de substâncias. As variáveis associadas ao uso de substâncias na adolescência incluem aspectos contextuais como a presença de violência tanto na família como na comunidade, ter familiares e amigos usuários de drogas e ter vivenciado eventos estressores em seu desenvolvimento (Zappe & Dell'Aglio, 2016).

Um estudo sobre o conteúdo de filmes que abordam a relação entre drogas, adolescência e família analisou que os filmes mostram diferentes famílias com sentimentos e reações semelhantes ao uso de drogas tanto lícitas quanto das ilícitas, destacando-se a angústia e a dificuldade das famílias em lidar com o uso de drogas. Muitas vezes os pais são usuários de drogas lícitas, mas não as identificam como drogas e nem seus prejuízos, mas o uso de drogas ilícitas pelos adolescentes e sua descoberta no âmbito familiar causa fortes impactos e conflitos no âmbito familiar (Silva et al., 2008).

Em conjunto, os resultados aqui agrupados indicam a importância dos grupos de pares e outros aspectos contextuais, sendo que a sociedade em geral exerce importante influência quando considera normal o uso de drogas e oferece outros fatores de risco. Quando o adolescente tem amigos ou pessoas próximas que usam drogas, a chance de se tornar usuário é muito grande, ainda mais quando a falta de suporte e bom relacionamento familiar favorecem a busca por grupos de pares fora do contexto familiar.

4 Aspectos das intervenções

Nesta categoria foram agrupados os estudos que apresentam aspectos de intervenções preventivas ao uso de drogas na adolescência, assim como aspectos de outras intervenções presentes nas políticas públicas, em instituições sociais e na rede social de apoio (Cavalcante et al., 2008; Costa et al., 2012; Faria Filho et al., 2015; Pratta & Santos, 2007b; Pratta & Santos, 2007c; Sanchez et al., 2010).

Um estudo de caráter reflexivo indicou a necessidade de elaboração e implementação de programas para a promoção à saúde e a prevenção de danos aos adolescentes, buscando identificar precocemente fatores de risco para o uso de drogas e viabilizar o acesso dos adolescentes aos serviços de saúde e à informação. Existem políticas públicas de promoção à saúde e prevenção de doença destinadas aos adolescentes, mas ainda é um desafio trazer esse público para as unidades de saúde. Para conseguir aproximação com os adolescentes, a equipe precisa desenvolver estratégias na comunidade, com visitas domiciliares, eventos para divulgação de serviços e informações, além do estabelecimento de parcerias com famílias, grupos sociais e religiosos e escolas, saindo do espaço das unidades de saúde (Cavalcante et al., 2008).

Além das unidades de saúde, a escola é uma instituição importante para realizar intervenções e pode abordar nas aulas o tema das drogas, propondo discussões e oferecendo informações aos alunos. É necessário que projetos de prevenção ao uso de drogas sejam extensivos também aos pais e estejam garantidos no planejamento escolar (Costa et al., 2012; Sanchez et al., 2010).

Um outro aspecto enfatizado em termos de intervenção é a importância da rede de apoio social, que pode contribuir mostrando aos adolescentes que estes podem fazer escolhas positivas, incentivando o estudo, o trabalho, o desenvolvimento de atividades de lazer, esportivas e de profissionalização. As políticas públicas também devem buscar capacitar, educar e ocupar os jovens com atividades saudáveis (Costa et al., 2012; Faria Filho et al., 2015; Pratta & Santos, 2007c). É necessário buscar novas atividades de lazer que podem ser oferecidas aos adolescentes, não sendo as mesmas apenas uma forma de preencher o tempo do adolescente e sim oferecer oportunidades de crescimento pessoal, que sejam prazerosas e despertem interesse (Sanceverino & Abreu, 2004, Pratta & Santos, 2007b).

De um ponto de vista mais amplo, alguns estudos sugerem que é necessária a elaboração de leis mais rígidas proibindo veiculação de propagandas que podem incentivar o consumo de bebidas alcoólicas, assim como maior fiscalização para que seja cumprida a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade (Faria Filho et al., 2015).

Embora poucos estudos abordem a temática da intervenção direcionada ao uso de drogas na adolescência, os mesmos apontam vários direcionamentos possíveis, enfatizando o papel das instituições de saúde, da escola e da rede de apoio social neste contexto. A importância de desenvolver intervenções preventivas é destacada, assim como a importância de direcionar ações não apenas aos adolescentes, mas também a suas famílias e à rede de apoio mais ampla.

 

Considerações finais

Durante a adolescência, a família é essencial para o desenvolvimento saudável do adolescente, e esta revisão demonstrou claramente que os aspectos familiares podem ser fatores de risco e também de proteção ao uso de drogas na adolescência, dependendo do modo como se estabelecem e se mantêm as relações familiares. Salienta-se a importância do diálogo e do monitoramento no âmbito familiar, do acesso a informações sobre uso de drogas e de intervenções que envolvam adolescentes, famílias, instituições de saúde, escolas e a rede de apoio social.

Os resultados desta revisão se constituem tanto como contribuições à produção científica, sistematizando o conhecimento existente e apontando lacunas, quanto contribuições para a atuação profissional, pois podem se materializar em ações concretas de prevenção e promoção de saúde. Uma lacuna importante refere-se ao fato de terem sido encontrados poucos estudos cujos participantes sejam as famílias, encorajando-se que sejam realizadas pesquisas futuras com este delineamento. Com relação à intervenção profissional, salienta-se a importância de ações que envolvam as famílias e possam promover o reconhecimento de sua função protetiva.

Por fim, indicamos as limitações deste estudo de revisão no sentido da limitada abrangência, uma vez que foram selecionados apenas estudos nacionais e foram consultadas apenas duas bases de dados. No entanto, oferece uma sistematização da produção nacional a respeito da relação entre drogas, adolescência e família e oferece implicações práticas e para a área de conhecimento.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Jana Gonçalves Zappe
Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul
Centro de Atendimento Sócio Educativo Regional de Santa Maria. Rodovia BR-158, 11105, 97095080
Santa Maria, RS - Brasil

Recebido: Out. 28, 2016
Aceito: Set. 16, 2017

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