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Desidades

 ISSN 2318-9282

Desidades  no.19 Rio de Janeiro abr./jun. 2018

 

TEMAS EM DESTAQUE

 

Violência e namoro na adolescência: uma revisão de literatura

 

Violencia y noviazgo en la adolecencia: una revisión de la literatura

 

 

Thais Afonso AndradeI , Albenise de Oliveira LimaII

I Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre as Juventudes, Universidade Católica de Pernambuco (NEPEJ/UNICAP), Brasil.

II Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Brasil.

 

 


RESUMO

A violência no namoro é considerada um problema de saúde pública e refere-se à violência física, sexual, psicológica ou emocional, como também à perseguição, em um relacionamento amoroso. O presente artigo objetiva analisar a produção científica sobre a violência no namoro entre adolescentes nos idiomas português e espanhol no período que compreende os anos de 2006 a 2016 por meio de uma revisão sistemática da literatura especializada. Conclui-se que a temática ainda é pouco estudada no cenário científico brasileiro, além de apresentar aspectos que diferem da violência contra a mulher, por parceiro íntimo. Diante disso, sugere-se a realização de novos estudos de modo a contribuir com o aprofundamento e amplitude da temática em questão.

Palavras-chave: violência no namoro, adolescência, gênero.


RESUMEN

La violencia en el noviazgo es considerada un problema de salud pública y se refiere a la violencia física, sexual, psicológica o emocional, como también a la persecución, en una relación amorosa. El presente artículo tuvo como objetivo analizar la producción científica sobre la violencia en el noviazgo entre adolescentes en los idiomas portugués y español en el período que comprende los años 2006 a 2016 por medio de una revisión sistemática de la literatura especializada. Se concluyó que la temática aún es poco estudiada en el escenario científico brasileño, además de presentar aspectos que difieren de la violencia contra la mujer, por parte de su pareja íntima. Frente a esto, se sugiere la realización de nuevos estudios de modo que contribuyan con la profundización y amplitud de la temática en cuestión.

Palabras-clave: violencia en el noviazgo, adolescencia, género.


 

 

INTRODUÇÃO

O fenômeno da violência no namoro ainda é pouco estudado no Brasil ao se comparar com a produção da literatura internacional sobre a temática (Minayo; Assis; Njaine, 2011; Cecheto; Oliveira; Njaine; Minayo, 2016). O presente artigo objetiva analisar a produção científica sobre a violência no namoro entre adolescentes nos idiomas português e espanhol, no período que compreende os anos de 2006 a 2016.

O CDC (Centers for Disease Control and Prevention) dos Estados Unidos aponta que a violência no namoro entre adolescentes refere-se à: 1) violência física – ocorre quando o parceiro(a) utiliza a força física contra o outro; 2) sexual – forçar o parceiro(a) a relacionar-se intimamente sem consentimento; 3) psicológica ou emocional – ameaçar, insultar e controlar o parceiro(a) (esta pode ser denominada também de violência verbal ou verbal-emocional); e 4) perseguição – diz respeito a assediar sucessivamente o parceiro(a), provocando medo e ansiedade pela presença indesejada. A vivência de um namoro violento pode desencadear sintomas como: depressão, ansiedade, abuso de álcool e drogas, comportamentos antissociais e ideação suicida. Assim, é vista como um problema de saúde pública que apresenta consequências a curto e longo prazo para o adolescente em desenvolvimento (CDC, 2016).

No panorama nacional, a respeito dos impactos de perpetrar e ser vítima (ou ainda ambos os casos) de um namoro violento, as pesquisadoras brasileiras Diniz e Alves (2015) ressaltam que não se tem ainda, no país, conhecimento sobre as consequências em curto, médio e longo prazo desse tipo de violência na adolescência.

Uma pesquisa pioneira investigou a violência nas relações afetivo-sexuais, ficar ou namorar, entre adolescentes, no cenário nacional, em dez capitais brasileiras. Participaram do estudo 3.200 alunos na faixa etária de 15 a 19 anos de 104 escolas públicas e privadas entre os anos 2007 e 2009. A investigação aponta que a maioria das meninas e dos meninos, 76,6%, simultaneamente perpetra e sofre vários tipos de violência no relacionamento, dados que corroboram as pesquisas internacionais. Na violência verbal, esse número sobe para 96,9%. Na tipologia violência física, 64,1% dos estudantes agridem e também são agredidos fisicamente por seus parceiros(as) (Minayo et al., 2011). Nesse contexto, a violência no namoro entre adolescentes é considerada uma forma de violência de gênero, pois “envolve relações de dominação/subordinação determinadas pela construção histórica e social da masculinidade e feminilidade hegemônicas” (Brancaglioni; Fonseca, 2016, p. 953).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que a violência no namoro entre jovens é uma forma prematura da violência conjugal. Diante disso, aponta que os programas de prevenção da violência no namoro constituem uma das evidências para a prevenção da violência juvenil. Essas intervenções contribuem para o desenvolvimento de relações amorosas mais saudáveis com a utilização de estratégias para resolução de conflitos não violentos. Entretanto, grande parte dessas evidências é realizada em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Canadá (OMS, 2016).

É na adolescência que as relações de amizade e de namoro ganham maior importância, a família vai cedendo espaço para a construção de outros relacionamentos e interações. É nessa fase do ciclo do desenvolvimento que “o comportamento dos adolescentes resulta de uma interação complexa entre processos pessoais, relacionais, transgeracionais e sociais” (Diniz; Alves, 2015, p. 39). Dessa forma, diante da relevância do tema, torna-se significativo conhecer as pesquisas realizadas sobre o assunto.

 

METODOLOGIA

O presente artigo é uma revisão sistemática do conhecimento científico acerca do fenômeno violência no namoro na adolescência, contemplando estudos publicados no idioma português e espanhol, em periódicos, nas seguintes bases de dados bibliográficas: SciELO, PePSIC, LILACS e Periódicos CAPES. A revisão sistemática é uma investigação com foco em uma questão definida que objetiva selecionar, avaliar e compilar os estudos disponíveis acerca de determinado tema. Trata-se, assim, de estudos secundários, que encontram, nos estudos primários (artigos científicos), sua fonte de dados (Galvão; Pereira, 2014; Castro, 2001).

A revisão foi realizada através da busca eletrônica de artigos indexados nas bases acima citadas, a partir dos descritores previamente selecionados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde): “violência” e “adolescência”. Empregou-se também o termo livre “namoro”, não encontrado no DeCS, mas de extrema relevância para a pesquisa. Os descritores equivalentes em espanhol utilizados foram “violencia”, “adolescencia” e “noviazgo1. Para otimizar a busca dos artigos, os descritores acompanharam o termo livre e, em seguida, apenas o termo livre. Como complemento da estratégia de busca, foi utilizado o operador booleano “AND”. Dessa forma, apresentaram-se as seguintes combinações: “violência and namoro”; “adolescência and namoro”; “namoro” e “violencia and noviazgo”; “adolescência and noviazgo”; “noviazgo”.

O período definido para a produção deste estudo compreendeu as publicações dos anos entre 2006 e 2016, limitando-se até o dia 12 de dezembro de 2016. Os artigos pesquisados poderiam estar sob a ótica de diferentes abordagens teóricas da psicologia e de qualquer área do conhecimento, como exemplo, saúde pública, enfermagem, educação entre outras.

Os critérios adotados para a inclusão foram: qualquer tipologia de violência ocorrida no âmbito do namoro de adolescentes; violência no namoro retratada em qualquer área do conhecimento; e o público-alvo da pesquisa compreendendo a faixa etária entre 10 e 19 anos. Os artigos publicados fora do período selecionado, artigos de revisões teóricas ou análise documental, além de artigos que não compreendiam a idade limite de 19 anos foram os critérios adotados para a exclusão dos artigos.

 

RESULTADOS

A princípio, encontraram-se 545 publicações nas quatro bases de dados pesquisadas. Considerando inicialmente o período selecionado para a revisão, as repetições dos artigos, as revisões de literatura, bem como as investigações que não contemplavam o tema, restaram 118 artigos, que tiveram os resumos lidos para que fosse possível aplicar os critérios de inclusão e exclusão. Após essa leitura inicial e tomando como base os critérios propostos, foram selecionados 59 artigos nos dois idiomas: 17 em português e 42 em espanhol, que foram submetidos à leitura na íntegra. Entretanto, após tal leitura, observou-se que 41 investigações não correspondiam totalmente aos critérios de inclusão. Dessa maneira, restaram 18 artigos para a discussão. Nota-se que mais da metade das publicações selecionadas para a leitura foi produzida no idioma espanhol de países como Chile, Espanha, México e Costa Rica. Houve uma pesquisa realizada no Canadá, publicada em revista espanhola.

 

Gráfico 1 - Distribuição dos 18 artigos selecionados por ano de publicação

 

 

Verificou-se, ainda, que oito artigos, quase a metade dos estudos selecionados, retratam o fenômeno da violência no namoro entre adolescentes pelo viés da teoria de gênero, conforme Murta; Moore et al.(2016), Cecchetto et al. (2016), Brancaglioni; Fonseca (2016),Gómez; García; Vicario (2015), Ruiz (2014), Murta; Santos et al.(2013), Wolf et al.(2011) e García; Farré (2010). Outro aspecto identificado foi que nenhuma das investigações retrata a violência no namoro ou “ficar”, especificamente, com casais homossexuais.

Para a análise dos artigos selecionados, criou-se um quadro com as informações relevantes da produção científica encontrada, a saber: autor/ano de publicação; método do estudo; população pesquisada/país onde ocorreu a pesquisa; objetivo e os principais resultados encontrados.

 

Quadro 1 - Informações dos estudos selecionados

 

Área de Conhecimento

Método

Amostragem/País

Objetivo

Principais Resultados

Barreira et al. (2013)

Saúde pública

Quantitativo

302 adolescentes entre 15 e 19 anos. (Brasil)

Estimar a prevalência de perpetração de violência física e psicológica entre adolescentes namorados de Recife.

Para os adolescentes,  vivenciar violência na comunidade e em relacionamentos de mais de um ano de duração apresenta maiores chances de perpetrar violência psicológica.

Enquanto sofrer violência física do pai, entre irmãos e em namoros anteriores, além de ter perpetrado violência verbal em relacionamentos anteriores, foram variáveis que aumentaram a chance de perpetração de violência física e psicológica no namoro.

Barreira et al. (2014)

Saúde pública

Quantitativo

 355 adolescentes entre 15 e 19 anos. (Brasil)

Estudar a violência física e psicológica entre namorados adolescentes com relação aos perfis de direcionalidade – apenas o homem perpetra, apenas a mulher perpetra, e bidirecional, ou seja, ambos perpetram violência.

A violência é bidirecional na maioria das formas estudadas. A violência praticada nas relações no namoro apresenta um padrão onde os parceiros se agridem mutuamente, tanto física como psicologicamente.

Murta et al.(2016)

Psicologia

Quanti-Qualitativo

45 adolescentes entre 15 e 17 anos. (Brasil)

Avaliar os efeitos de uma intervenção para prevenção à violência no namoro sobre intenções de enfrentamento a esse tipo de violência.

Houve redução significativa em crenças que apoiam a restrição emocional como característica masculina no grupo experimental, ao passo que intenções de enfrentamento à violência no namoro e regulação emocional não sofreram mudanças significativas em nenhum dos grupos.

Oliveira et al. (2014)

Saúde pública

Quantitativo

3.205 adolescentes entre 15 e 19 anos. (Brasil)

Avaliar a perpetração de violência psicológica no relacionamento afetivo-sexual atual de adolescentes do sexo masculino e feminino e sua relação com violência psicológica vivenciada em outros contextos de suas vidas: família, relacionamento com amigos e com parceiros afetivo-sexuais anteriores.

O aumento do número de eventos de violência psicológica perpetrada pelos adolescentes em seus relacionamentos íntimos está relacionado à mais elevada agressão verbal da mãe e do pai; e à mais frequente vivência de violência psicológica entre pais, irmãos, amigos e àquela presente nos namoros anteriores. Reforçam a noção de circularidade da violência psicológica nos diversos contextos de socialização do adolescente e destacam a continuidade do comportamento agressivo em outras relações de namoro, entre irmãos, na família e amigos.

Beserra et al. (2015)

Saúde

Quantitativo

260 adolescentes entre 12 e 18 anos. (Brasil)

Estimar a prevalência da violência no namoro na adolescência.

A prevalência da violência no namoro foi de 19,2%. Verificaram-se associações significativas entre o sexo e as questões (vítima ou agressor), observando-se mais adolescentes agressoras (14,3%). Após a agressão, 40% responderam que não sentiu nada e 28% achou normal.

Brancaglioni; Fonseca (2016)

Enfermagem

Quantitativo

111 adolescentes ente 15  e 19 anos.(Brasil)

Analisar a violência por parceiro íntimo na adolescência na perspectiva de gênero e geração

91% dos participantes perpetraram e 90,1% sofreram, no mínimo, uma das naturezas de violência. A violência por parceiro íntimo na adolescência constitui uma forma de violência de gênero, e as construções de gênero determinaram as agressões sofridas e perpetradas, possivelmente determinando também a naturalização e legitimação de tais agressões.

Cecchetto et al. (2016)

Saúde Pública

Qualitativo

257 adolescentes entre 15 e 19 anos. (Brasil)

Analisar os significados da violência no namoro percebida por adolescentes brasileiros do sexo masculino.

Os significados atribuídos ao fenômeno da violência no namoro são recortados por representações rígidas de papéis de gênero, correspondendo às expectativas em relação ao desempenho de homens e mulheres nas relações afetivo-sexuais.

Matos et al.(2006)

Psicologia

Qualitativo

 250 adolescentes entre 14 e 19 anos. (Portugal)

Promover a aquisição de conhecimentos acerca do fenômeno.

 As ações desenvolvidas têm efeitos positivos para ambos os sexos, traduzindo-se numa menor tolerância dos participantes face à violência.

Murta et al. (2013)

Psicologia

Quanti-Qualitativo

 60 adolescentes entre 15 e 18 anos. (Brasil)

Avaliar os efeitos de uma intervenção preventiva sobre a intenção de enfrentamento à violência no namoro e crenças sexistas e homofóbicas entre adolescentes.

A intenção de enfrentamento à violência no namoro foi similar entre as condições experimentais, com aumento em intenção de negociação e redução em intenção de resignação e violência.

Soares et al. (2013)

Saúde Pública

Quanti-Qualitativo

283 adolescentes entre 15 e 19 anos. (Brasil)

Analisar a busca por serviços de atenção e a rede de apoio referida pelos adolescentes do ensino médio das redes pública e privada de Porto Alegre-RG.

Apenas 5% dos adolescentes solicitaram ajuda para problemas decorrentes de violência e, quando o fizeram, procuraram, principalmente, amigos e família. Os profissionais de saúde foram pouco citados.

Gómez et al. (2015)

Educação

Qualitativo

 156 adolescentes entre 14 e 17 anos. (Chile)

Fornecer evidências sobre o modo como os adolescentes estabelecem as suas relações de namoro e determinar se, nessas relações, existem indícios de violência de gênero exercida contra a mulher adolescente.

No namoro, há um número significativo de violência de gênero, especialmente a violência psicológica, na qual aparece uma clara esquematização rígida desses papeis culturalmente assimilados e onde os valores de força, poder e domínio aparecem como valores próprios da identidade masculina. Em contrapartida, a identidade feminina forma-se com os atributos de fraqueza e necessidade de proteção.

Fernandez-Fuertes et al. (2011)

Psicologia

Quantitativo

 601 adolescentes entre 15 e 19 anos. (Espanha)

Conhecer a porcentagem das (dos) adolescentes que comentem ou sofrem agressõesverbais-emocionais, físicas e sexuais em seus namoros.

As agressões verbais-emocionais constituem o tipo de agressão mais característica neste grupo. Destaca-se a alta porcentagem de participantes que admitiram ter cometido ou sofrido os três tipos de violência no seu namoro. Os adolescentes afirmaram cometer violência verbal e sexual ou apenas a violência verbal em seus relacionamentos. Já a maior parte das adolescentes perpetrava apenas a violência verbal contra o namorado.

Ruiz (2014)

Psicologia

Qualitativo

 457 adolescentes entre 13 e 18 anos. (Espanha)

Conhecer como as redes sociais influenciam a perpetuação do ideal romântico entre adolescentes.

O resultados apontam que 7 em cada 10 meninos(as) entre 13 e 16 anos acreditavam que o ciúme é uma prova de amor. 3 em cada 10 já sofreram algum  insulto, comentários maldosos ou humilhações por meio das redes sociais.

Wolfe et al. (2011)

Educação

Qualitativo

 1.722 adolescentes entre 13 e 17 anos. (Canadá)

Determinar se um currículo que integra a prevenção da violência no namoro entre adolescentes com temas como relacionamentos saudáveis, saúde sexual e consumo de substâncias reduz a violência no namoro entre adolescentes dois anos depois.

A inclusão de conteúdos curriculares sobre relações sociais saudáveis, assim como habilidades para evitar situações de violência física nas relações de namoro entre adolescentes, pode reduzir esse tipo de violência, bem como aumentou o uso de preservativos pelos meninos.

García; Farré (2010)

Psicologia

Quantitativo

122 adolescentes entre 15 e16 anos. (Espanha)

Conhecer as condutas de maus tratos nos relacionamentos identificados pelos (as) adolescentes de uma escola de Córdoba;

É considerável o número de alunos que não identifica a violência no namoro, sendo as condutas de maus tratos físicos as que são mais facilmente identificadas. Evidencia-se que a experiência de violência no namoro se produz com uma frequência considerável, sendo as mais comuns as do tipo sexual e psicológico.

Moyeda et al. (2013)

Psicologia

Quantitativo

198 adolescentes entre 13 e 15 anos. (México)

Identificar os estilos de amor no início da adolescência, caracterizar a violência presente nas relações de namoro dos adolescentes.

 Os estilos amorosos predominantes foram Storge e Eros. Os homens cujo estilo foi Ludus apresentam mais possibilidades de receber violência e as mulheres cujo estilo predominante foi Ágape sofrem e perpetram mais violência em suas relações amorosas.

Fernandez-Fuertes et al.(2015)

Psicologia

Quantitativo

797 adolescentes entre 15 e 18 anos. (Costa Rica)

Fortalecer o conhecimento sobre o comportamento agressivo em casais adolescentes da Costa Rica.

A maioria dos participantes perpetrou ou sofreu alguma agressão do parceiro, especialmente as verbais-emocionais ou verbais-emocionais e sexuais (baixa frequência). Verifica-se a existência de dificuldades por parte dos adolescentes de resolver de forma saudável os conflitos que se apresentam em suas relações.

Lazarevich et al. (2013)

Saúde Mental

Quantitativo

729 adolescentes entre 17 e 19 anos. (México)

Avaliar a violência no namoro, os sintomas depressivos e a autoestima em estudantes universitários.

Há elevada prevalência de violência entre jovens universitários, particularmente a verbal-emocional (75%). As agressões foram de caráter bidirecional, tanto homens quanto mulheres cometeram e sofreram violência. A conduta violenta se associou à baixa autoestima nas mulheres e a sintomas depressivos em ambos os sexos.

 

DISCUSSÃO DOS DADOS

Para a discussão dos resultados, foram levantadas três categorias de análise:

a) objetivos e desenho dos estudos; b) instrumentos utilizados; c) programas de prevenção indicados.

 

a) Objetivos e desenho dos estudos

No que diz respeito aos estudos de prevalência da violência no namoro entre adolescentes, a pesquisa de Barreira et al. (2013) objetivou estimar a prevalência de perpetração de violência física e psicológica entre namorados adolescentes. O estudo também visou a identificar os fatores associados e a coocorrência de ambos os tipos de violência. Alguns resultados demonstram que, como prevalência, 19,9% cometeu algum tipo de violência física e 82,8% deles, de violência psicológica em seus namoros. Nesse estudo, também ficou evidenciado que, geralmente, há a coocorrência da violência física com a psicológica.

As maiores chances de se perpetrar violência psicológica foram identificadas entre os adolescentes que vivenciaram violência na comunidade, os quais apresentam quatro vezes mais chances de perpetrar esse tipo de violência no namoro e, ainda, em relacionamentos com mais de um ano de duração. Além disso, sofrer violência física do pai, entre irmãos e em namoros anteriores, além de ter cometido violência verbal em relacionamentos anteriores, foram variáveis que aumentaram a chance de perpetração de violência física e psicológica no namoro. A relação entre sofrer violência verbal no âmbito familiar pelos genitores e o aumento do número de violência psicológica no namoro também foi revelado no estudo de Oliveira et al. (2014), com 3.205 adolescentes entre 15 e 19 anos.

Neste mesmo sentido, Brancaglioni e Fonseca (2016) apontam que 95,7% das meninas e 83, 3% dos rapazes já haviam perpetrado pelo menos uma tipologia de violência em suas relações de namoro. No aspecto de vitimização, o estudo revelou que 94,2% das meninas e 83,3% dos meninos já sofreram ao menos um tipo de violência. A violência psicológica foi perpetrada por 90% dos participantes.

O estudo de Fernández-Fuertes et al. (2011) analisou a incidência de comportamento agressivo nas relações de namoro e encontrou resultados similares. A violência verbal-emocional (psicológica) foi a que obteve maior porcentagem de vitimização e perpetração entre os participantes, enquanto a violência física apresentou número reduzido. Em investigação realizada com adolescentes entre 15 e 18 anos, cujo objetivo era fortalecer o conhecimento sobre o comportamento agressivo em casais adolescentes na Costa Rica, foi observado que a porcentagem de meninas que havia cometido um ou mais tipos de agressões físicas foi significantemente superior aos meninos (Fernández-Fuertes; Orgaz-Baz; Lima-Silva, 2014).

Por outro lado, Cecchetto et al. (2014) analisaram as visões e experiências de 257 rapazes sobre a violência em seus relacionamentos íntimos e concluíram que os adolescentes desqualificam a violência física perpetrada pelas moças, além de relatarem que a traição feminina provoca a violência por parte do parceiro. Assim, os sentidos conferidos aos episódios de violência no namoro são evidenciados por representações dos papéis de gênero quanto ao que se espera do desempenho de homens e mulheres nas relações íntimas. Gómez et al. (2015), em estudo semelhante, com 156 participantes de ambos os sexos, buscaram fornecer evidências sobre o modo como os adolescentes estabelecem as suas relações de namoro e determinar se nessas relações existem indícios de violência de gênero exercida contra a mulher adolescente. Os resultados revelam que, nas primeiras relações amorosas dos participantes investigados, ficou evidenciada a presença da violência de gênero, sobretudo, a violência psicológica. Os valores da identidade masculina apontados foram força, poder e domínio. No entanto, para a identidade feminina, foram assinalados atributos como fraqueza e necessidade de proteção.

Na pesquisa que objetivou estudar a violência física e a psicológica entre namorados adolescentes com relação aos perfis de direcionalidade, Barreira et al. (2014) apontam que 83,9% dos adolescentes que participaram da pesquisa perpetrou violência, ou seja, ela é bidirecional, ambos os parceiros agridem-se simultaneamente. Destaca-se que este padrão é o mais aceito e encontrado na literatura internacional. No entanto, os autores salientam que a bidirecionalidade da violência no namoro, em outras palavras, a violência simultânea entre os parceiros, necessita de um aprofundamento e mais estudos, pois esses achados não corroboram os números da violência contra a mulher adulta nas relações íntimas.

Ruiz (2014), no estudo sobre as implicações do uso de redes sociais em relação ao incremento de violência de gênero entre adolescentes, concluiu que a perpetuação das desigualdades e o aumento da violência de gênero apresentam relação com o discurso de amor romântico na juventude. Outro aspecto encontrado na pesquisa é o de como a crença no discurso do amor romântico se relaciona e se justifica com formas de controle do parceiro, uma vez que as redes sociais oferecem a possibilidade de estar conectado o tempo todo.

 

b) Instrumentos utilizados nos estudos

Nas pesquisas analisadas, nove estudos utilizaram como instrumento de coleta de dados a escala Conflict in Adolescent Dating Relationships Inventory (CADRI). A escala foi adaptada e validada para o português por Minayo et al. (2011). Trata-se de um instrumento para o público adolescente, autoaplicável, com 70 itens que aferem a vitimização e a perpetração de violência sexual, psicológica e física, assim distribuídos: 25 questões mensuram a violência perpetrada; 25 avaliam a violência sofrida; e os outros 20 itens não são avaliados na escala por apresentarem conteúdos que não retratam a temática da violência no namoro (Fernandez-Fuertes et al., 2011; Wolf et al., 2011; Soares et al.,2013; Barreira et al., 2013; Lazavevich et al., 2013; Barreira et al., 2014; Oliveira et al., 2014; Fernandez-Fuertes et al., 2015; Brancaglioni; Fonseca, 2016).

Outros instrumentos utilizados na pesquisa de Moyeda et al. (2013), para a investigação da violência no namoro entre casais adolescentes, foram o Cuestionario sobre Violencia em el Noviazgo (CVN) e a Escala de Actitudes Amorosas (EAA).

Beserra et al. (2016) utilizaram o questionário autoaplicado Violência na Escola, no qual foram acrescidas sete questões relacionadas sobre violência no namoro. Matos et al.(2006) utilizaram a Escala de Crenças sobre a Violência Conjugal (E.C.V.C).Trata-se de um instrumento autoaplicável com 25 itens de sentenças pontuadas de 1 a 5.

Murta; Moore et al. (2016) aplicaram um instrumento qualitativo que contém seis sentenças incompletas, as quais abordam situações de vitimização e perpetração de violência nas relações de namoro, chamado de Sentenças Incompletas acerca de Intenção de Enfrentamento à Violência no Namoro. O participante foi convidado a completar as sentenças de modo livre. Em estudo anterior, Murta; Santos et al. (2013) desenvolveram as Sentenças Incompletas para Avaliação de Crenças Sexistas e Homofóbicas e Intenção de Enfrentamento à Violência no Namoro, contendo 12 sentenças incompletas com questões referentes a papéis de gênero, homossexualidade e violência no namoro para serem completadas livremente.

Oliveira et al. (2014) utilizaram, além da CADRI, o instrumento Conflict Tactics Scale validado para a população brasileira. Essa escala mensura a violência familiar de pais contra os filhos. No artigo, foi utilizada uma subescala de seis itens, cujo objetivo é o de avaliar a agressão verbal exercida pela mãe e pelo pai contra o adolescente participante.

 

c) Programas de prevenção da violência no namoro

As pesquisas sobre programas de intervenção da violência no namoro para adolescentes ainda são escassas no Brasil. Salienta-se que as duas pesquisas brasileiras que abarcam a presente revisão foram desenvolvidas no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília. Outros dois estudos, um português e um canadense, também desenvolveram pesquisas sobre os programas de prevenção com casais de namorados adolescentes. Observou-se que os quatro estudos foram realizados em contexto escolar.

Nesse cenário, Murta; Santos et al. (2013) realizaram um estudo com 60 adolescentes divididos em dois grupos: Condição Intervenção (CI), com 27 adolescentes, e Condição Controle (CC), com 33 adolescentes em condições experimentais. O objetivo era o de avaliar a repercussão de uma intervenção preventiva relacionada ao enfrentamento à violência no namoro e crenças sexistas homofóbicas. Os resultados em intenção de enfrentamento à violência no namoro foram similares entre as condições experimentais, com aumento em intenção de negociação e redução em intenção de resignação e violência. Contudo, os resultados do estudo não são conclusivos e podem ser comparados com novas pesquisas a fim de corrigir limitações apontadas pelos autores.

Mais recentemente, Murta; Moore et al. (2016) pretenderam avaliar, em uma escola pública, os efeitos de um programa de prevenção à violência no namoro. Como no estudo anterior, 45 adolescentes foram separados em grupo experimental e grupo controle. Os resultados demonstraram redução significativa em crenças que apoiam a restrição emocional como característica masculina no grupo experimental, ao passo que intenções de enfrentamento à violência no namoro e regulação emocional não sofreram mudanças significativas em nenhum dos grupos. Os autores apontam que outros estudos de caráter longitudinal são necessários para esclarecer esses resultados.

Matos et al. (2006) destacam resultados eficazes para os adolescentes que participaram do programa de prevenção à violência no namoro, resultando em uma menor tolerância a episódios de violência por parte dos participantes. Tais resultados foram avaliados nas possíveis mudanças de atitudes e crenças percebidas no pré e pós-teste. Após a realização do pré-teste, houve a sensibilização dos alunos para temas relacionados ao fenômeno da violência no namoro, definição dos conceitos de maus-tratos nas relações íntimas, orientações a respeito de como agir numa situação de violência, entre outros. A pesquisa compreendeu dois ensaios exploratórios que foram conduzidos no decorrer dos anos letivos de 2000/2001 e 2002/2003 em duas escolas, somando 250 participantes no total.

Os pesquisadores Wolfe et al. (2011) desenvolveram o chamado La Cuarta R: Habilidades para las Relaciones entre los Jóvenes, que objetiva a promoção de relacionamentos saudáveis e a prevenção da violência. Trata-se de um programa de intervenção com vinte e um temas implementados na grade curricular de vinte escolas de Ontário, no Canadá. Os conteúdos eram ministrados pelos próprios professores da disciplina Saúde e Educação Física, que receberam um treinamento especializado sobre a temática da violência no namoro e relações saudáveis. Os pais dos alunos também foram envolvidos na intervenção, por meio de reuniões da escola e através do recebimento de quatro folhetos que descreviam os temas tratados nas aulas. Observou-se que a inclusão de temas nas escolas, tais como relações saudáveis e formas de como se evitar situações de violência no namoro entre casais adolescentes, permitiu a redução de casos de violência. Outro resultado curioso foi relacionado aos adolescentes que se envolveram menos em práticas sexuais de risco, ou seja, os meninos fizeram mais uso da camisinha.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio deste estudo, que objetivou analisar a produção científica sobre a violência no namoro entre adolescentes, pode-se inferir que pesquisas sobre o fenômeno desse tipo de violência entre adolescentes ainda são incipientes no cenário brasileiro. Entretanto, a magnitude do impacto de vivenciar situações que envolvem sofrer ou perpetrar violência, nesse contexto, pode acarretar consequências variadas para o desenvolvimento dessa idade etária, em direção à vida adulta.

Evidenciou-se, também, que a violência no namoro apresenta características que diferem da violência contra a mulher por parceiro íntimo, particularmente no que diz respeito a incidências estatísticas que destacam apenas a mulher como vítima. Salienta-se que a violência aqui estudada pode ser um preditor da violência conjugal.

Os programas de prevenção desenvolvidos em contexto escolar, internacionais, são apontados como uma importante ação interventiva para a prevenção precoce das relações violentas no namoro entre adolescentes. Em contrapartida, os resultados das investigações nacionais ainda são incipientes e apresentam resultados inconclusivos.

Os trabalhos revisados e aqui analisados debruçaram-se, em sua maioria, sobre as teorias de gênero. Diante disso, sugerem-se novas possibilidades de estudos que dialoguem com outras teorias, de modo a contribuir com o aprofundamento e amplitude da temática em questão.

 

 

Referências Bibliográficas

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Data de recebimento: 22/05/2017
Data de aceite: 17/01/2018

 

 

1 Palavra traduzida como namoro ou noivado.

 

 

I Thais Afonso Andrade: Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre as Juventudes (NEPEJ/UNICAP), Brasil. E-mail: t.afonsoandrade@yahoo.com

II Albenise de Oliveira Lima: Doutora em Saúde e Família pela Universidade de Deusto, Espanha. Professora da graduação em Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Membro fundadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre as Juventudes (NEPEJ/UNICAP), Brasil. E-mail: albenise@unicap.br

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