Current Ethology
ISSN 2594-9985
DE OLIVEIRA, Elisabeth Spinelli; BRAGA, Ana P. MAGRINI, Leandro. Quo vadis?: Career of Brazilian ethologists earning a doctoral degree in 2010. Curr. Ethol. []. 2016, 15, 1, pp.14-29. ISSN 2594-9985.
Cinquenta e dois doutores(as) (22 ♂♂, 30 ♀♀) defenderam teses em Etologia em 2010, de acordo com um estudo prévio; 46 curricula vitae (21 ♂♂, 25 ♀♀), 88% do grupo inicial, forneceram informações a partir de consulta à base de dados da Plataforma Lattes, durante seis anos. A empregabilidade foi alta, de pelo menos 90% para ambos os sexos. 48% dos doutores(as) trabalham no setor público, e têm empregos estáveis; 40% são professores(as) em universidades públicas. Dez posições são ocupadas por bolsistas (19%), e o setor privado é responsável por nove empregos (17%); a maioria deles em universidades privadas (15%). Homens ocupam a maioria das posições nas universidades públicas (14 de 21, representando 67%), enquanto que a maioria das mulheres tem posição no setor privado ou são servidoras públicas não docentes (nove de 13, correspondendo a 69%). Setenta por cento dos pesquisadores bolsistas são mulheres. 96% supervisionaram ou estão supervisando trabalhos acadêmicos. A maioria (89%) é coautor(a) de pelo menos um artigo peer-reviwed: um total de 366 publicações (♂♂= 166, ♀♀= 170; 61 artigos.ano-1; 1,5 artigos.ano-1.autor-1). 56% dos doutores fizeram Pós Graduação em Instituições do sudeste brasileiro, onde a maioria dos programas de Pós Graduação está situada. Observa-se uma clara transferência regional de doutores quando se considera os empregos ocupados, nesse caso a participação do sudeste se reduz a 30%. Este dado indica que o sudeste pode ser considerado um disseminador de conhecimentos sobre comportamento animal dentro do Brasil. É possível se antever um futuro de relações de maior igualdade entre as regiões brasileiras em relação ao ensino superior de Etologia. Efeitos positivos são previstos com relação ao conhecimento de faunas muito particulares das regiões brasileiras, que são diversas e numerosas, além de majoritariamente pouco conhecidas do ponto de vista etológico. Na presente amostra as mulheres estão ligeiramente mais representadas em número do que os homens, e estão envolvidas em atividades de orientação e publicação, tanto quanto os homens. Entretanto, a maioria das doutoras trabalha em empregos menos estáveis (em instituições privadas ou como bolsistas temporárias), e provavelmente convivem com condições menos favoráveis tanto com relação à pesquisa e à remuneração. Não surpreendentemente este é o cenário visto em 30 dos 35 países da Organisation for Economic Co-operation and Development, inclusive em países como os Estados Unidos e a Alemanha. Não é suficiente, portanto, aumentar a acessibilidade; atenção especial deve ser dispensada de maneira a assegurar condições adequadas de trabalho para todos(as). Os dados também mostram um cenário favorável para a Etologia no Brasil, principalmente no sistema público de educação, que é isento de taxas e dependente de fundos governamentais. Cortes recentes no orçamento governamental da Ciência e Tecnologia podem interferir com a continuidade da expansão da Etologia no Brasil.
: Orientação acadêmica; Empregabilidade; Gênero; Universidade Pública; Regiões brasileiras.