O coração estava tão pesado que explodiu
No meio do asfalto cinza
Uma enorme poça de sangue
Anunciava como um espelho
Feito tela de cinema
Todas as dores refletidas
sob a luz do luar
Em cada célula, uma saudade
Uma conquista
Uma perda
O nome de alguém
Mas a lua teimosa, com seu brilho
Iluminava aquele monte de líquido
Que já nem parecia mais sangue
E sim, algum fluido alquímico.
E o dia amanheceu outra vez.
E toda a hemorragia da madrugada
Evaporou.
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Ide
versão impressa ISSN 0101-3106
Ide (São Paulo) vol.45 no.75 São Paulo jan./jun. 2023 Epub 02-Ago-2024
https://doi.org/10.5935/0101-3106.v45n75.19
Ateliê
MOURNING
Membro efetivo e prof. assistente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). São Paulo
1Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo