Introdução
Ao pensar sobre a transexualidade no cenário atual, verificamos a patologização da condição trans enquanto transtorno descrito nos manuais diagnósticos e, no que tange à psicanálise, a inserção da transexualidade no campo das psicoses. A 5.ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V) enquadra os fenômenos relativos à transexualidade na categoria “disforia de gênero”, descrevendo-a como “sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero designado de uma pessoa” (APA, 2014, p. 451).
O DSM-V trata a questão do transexual como um componente patológico, isto é,
[...] a identidade de gênero, nesse sentido, vem traçar a fronteira entre o normal e o patológico (Lattanzio; Ribeiro, 2017, p. 73).
Observa-se aí que a relação de continuidade entre sexo biológico e gênero é um determinante social, de tal forma que passa a ser índice na díade saúde/doença. Essa questão pode ser explicada pelo domínio do discurso biologizante, que considera a anatomia determinante do sexo, em seus variados sentidos, além de transformar sujeitos e sintomas singulares em categorias diagnósticas passíveis de cura.
No contexto psicanalítico, muitas vezes, a psicose surge como um diagnóstico apressado. Contudo, para além desses diagnósticos apressados, a psicanálise trabalha a partir de uma condição peculiar que considera o sintoma, o sofrimento e o mal-estar como condições estruturais dos sujeitos, não obrigatoriamente tendo o estatuto de uma patologia. Portanto, não pode ter seu sentido homogeneizado.
[...] o sintoma, enquanto uma formação do inconsciente que oculta a verdade do sujeito ao mesmo tempo que aponta para um modo singular de satisfação pulsional (Teodoro; Silva; Couto, 2019, p. 467).
Além disso, a singularidade do sofrimento impede que ele seja descrito manual e o mal-estar, por sua vez, não é necessariamente signo de uma doença, mas elemento irredutível e ineliminável da condição humana.
Assim, na perspectiva de trabalhar com a transexualidade, considerando todo o preconceito vivido pelas pessoas trans, questionamo-nos como a psicanálise poderia auxiliar a compreender a angústia de se transformar em outro gênero e os destinos possíveis para construção desse corpo, sem nos valermos apressadamente do diagnóstico da patologia ou da psicose.
Desse modo, objetivamos refletir sobre as aproximações e os distanciamentos do tornar-se mulher no fenômeno da transexualidade e num caso de psicose. Para tal, recorremos à articulação analítica entre o longa-metragem A garota dinamarquesa, do diretor Tom Hooper (2015), e o famoso Caso Schreber, sobre o qual Sigmund Freud ([1911] 1996) teceu considerações a partir do livro Memórias de um Doente dos Nervos, escrito pelo próprio Schreber.
Um fenômeno de transexualidade: o tornar-se mulher da Garota dinamarquesa
O longa-metragem A garota dinamarquesa é baseado na história real de Lili Elbe (Eddie Redmayne), nascida biologicamente como homem e batizada de Einar Mogens Wegener, uma das primeiras pessoas do mundo a se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo. O filme narra, de maneira bastante sensível, o percurso de Lili pelos labirintos da sexualidade, seu sofrimento ao se perceber habitando um corpo estranho e sua sutil descoberta como possuidora de uma alma feminina em meados de 1920, época ainda fortemente marcada pelas certezas absolutas da ciência positivista e pelas delimitações binárias de gênero (homem/mulher) de uma sociedade austera e burguesa.
A história demonstra a complexidade que envolve as questões da transexualidade, da identidade de gênero e o que disso reverbera no discurso social hegemônico, que, por meio do rechaço, do preconceito e da violência, incide sobre o corpo de Lili com o intuito de silenciá-lo. Trazendo essa problemática para a cena atual, um dos grandes representantes do discurso hegemônico é a medicina psiquiátrica e seus manuais diagnósticos, que servem à sociedade como dispositivos de poder sobre corpos que, em suma, precisariam ser docilizados.
A classificação da transexualidade, nos termos de uma psicopatologia encaixada no DSM-V, denuncia considerável engessamento teórico de quem se posiciona na linha de um discurso a-teórico, além de se configurar enquanto uma tentativa de encobrimento da esfera subjetiva daquele que enfrenta o não reconhecimento do corpo que habita. É enxergar Lili como signo de uma doença que, por não celebrar o não dito das normas sociais, necessita ser extinta; e não como belíssima descoberta de um novo discurso que, ao ser escutado, dá corpo ao sintoma e rearranja o sofrimento de Einar.
No que tange à leitura psicanalítica desse fenômeno, em consonância com sua clínica estrutural, Lattanzio e Ribeiro (2017) postulam que a literatura científica apresenta diversas produções que associam a transexualidade à manifestação da psicose, argumentando, em suma, acerca de quatro pontos, a saber:
(1) considerar a “certeza subjetiva de ser mulher prisioneira num corpo de homem” (Teixeira, 2003, p. 4), fenômeno elementar da psicose; (2) pensar que a transexualidade é uma psicose (a partir da hipótese da forclusão do Nome-do-Pai) na qual se confunde o pênis com o falo; (3) entender que tal condição se dá (ou se acentua) a partir da incidência do discurso da ciência e do capitalismo sobre o “envoltório formal” do sintoma psicótico; e (4) postular que na transexualidade o imaginário adquire a mesma importância e significado que apresenta nas outras psicoses (Lattanzio; Ribeiro, 2017, p. 73).
Contudo, entendemos que o fenômeno da transexualidade de Lili não se configura como uma psicopatologia tampouco parece se adequar à categoria das psicoses, uma das grandes classes estruturais tomadas pela psicanálise. Para dar seguimento a tal afirmação, apresentamos o fenômeno de tornar-se mulher a partir de duas perspectivas: Einar/Lili, na história d’A garota dinamarquesa, e o presidente Schreber, caso paradigmático de psicose, analisado por Freud em 1911.
Um caso de psicose: o tornar-se mulher do presidente Schreber
Por muito tempo, a psicose, mais especificamente a paranoia, esteve relacionada a uma defesa contra os desejos homossexuais, tese que Freud ([1911] 1996) apresenta em sua leitura do caso Schreber. Essa defesa foi posteriormente pensada por Lacan ([1972] 2003) em O aturdito como um “empuxo à mulher”, o que representava algo da passividade do psicótico em relação ao Outro.
Essas duas propostas se referem ao fato central na construção delirante de Schreber (2006), que o próprio jurista alemão apresenta detalhadamente ao longo de sua autobiografia. É o que Freud vai chamar de fantasias de emasculação [Entmannungsphantasie] e, algumas poucas vezes, de delírios de emasculação [Entmannungswahnes]. Vale lembrar que, nesse momento da teorização freudiana, neurose e psicose ainda não eram tão claramente diferenciadas no sentido nosológico. Tais fantasias de emasculação se apresentavam como uma lenta transformação do corpo de homem no corpo de mulher, que futuramente seria utilizado para dar à luz uma nova raça de homens, a partir da fecundação direta dos raios divinos.
Não há dúvida quanto ao caráter delirante das ideias de Schreber, não pela absurdidade do conteúdo de suas ideias, mas por aquilo que Freud diz ser próprio do mecanismo de defesa da paranoia - a projeção.
Nas palavras de Freud ([1911] 1996, p. 78),
[...] foi incorreto dizer que a percepção reprimida [unterdrückte] internamente é projetada para o exterior; a verdade é, pelo contrário, como agora percebemos, que aquilo que foi internamente abolido [Aufgehobene] retorna desde fora.
No Seminário 3: As psicoses, Lacan ([1955-1956] 2002, p. 22) propõe uma fórmula bem semelhante: “o que é recusado na ordem simbólica, no sentido da Verwerfung, retorna no real”.
Segundo Guerra (2010), a partir do caso Schreber, Freud apresenta dois dos maiores princípios que passaram a orientar o estudo das psicoses. O primeiro diz respeito ao mecanismo de defesa da estrutura psicótica, que se dá a partir de uma rejeição interna que é retornada “desde fora”; ponto que subsidiou as elaborações lacanianas acerca do conceito de foraclusão. O segundo concerne a uma oposição à interpretação psiquiátrica da psicose a partir da apresentação de seus fenômenos: Freud enxerga, na construção delirante de Schreber, uma tentativa psíquica de cura, ou seja, o delírio representa não a doença propriamente dita, mas uma estruturação singular, a fim de suportar a doença. A partir dessa constatação, Lacan pôde reconhecer que a estrutura psicótica requer não um tratamento para um déficit, mas a capacidade de produzir respostas.
Assim, a construção da realidade psíquica de Schreber, realizada por meio de um delírio que apontava para um quadro patológico, é, para Freud, uma busca de restabelecimento, algo da ordem de uma reconstrução. Portanto, onde se conjecturava uma patologia, desenrolava-se, na realidade, a cura.
Essa cura, conforme Guerra (2010, p. 23), difere do
[...] processo de adoecimento (que equivale à retirada do investimento nas pessoas e nas coisas e que acontece silenciosamente), é ruidosa no momento em que se realiza.
Ao que tudo indica, esse não parece ser o caso de Einar Mogens Wegener na sua (trans)formação em Lili Elbe, retratada no filme A garota dinamarquesa, como veremos a seguir.
Einar e Schreber: aproximações e distanciamentos
Na cena que se passa por cerca de três minutos, a partir dos 37 minutos do filme A garota dinamarquesa, Einar se encontra nu em frente ao espelho, observando e questionando a imagem corporal que ali se apresenta. O corpo é, naquele momento, representado também como um estranho, na medida em que se confunde no emaranhar dos registros, mas que, mesmo assim, não deixa de pintar a sua verdade. A identidade feminina de Lili, recalcada no inconsciente, retorna e dá vida ao corpo real e insuportável, marcando-o como “mulher” e devolvendo ao biológico o sentido da representação: o sangrar e as contrações mensais sentidas pela personagem.
Einar esconde seu órgão genital masculino e aprecia a nova imagem que reflete no espelho: a imagem da verdade de seu inconsciente, comprovando o que diz Lacan ([1975-1976] 2005, p. 145) no Seminário 23: O sinthoma sobre o sentido do corpo: “para alguns, chega a ser o sentido que dão ao inconsciente”. Dessa maneira, a imagem corporal tem a função não apenas de uma captação imaginária mas também de uma função significante que, como explica Bassols ([2014] 2016), fará ressoar um sentido nesse corpo ocupado por uma parcela pulsional.
Por esse viés, percebemos que a grande questão de Einar/Lili é a identidade de gênero; uma pessoa que nasceu homem, mas se reconhece como mulher, bem como a atração por outros homens, o que seria uma questão de orientação sexual. Assim, Einar se reconhece mulher, mesmo no corpo biológico de homem, e sua orientação sexual caminha da mulher para o homem ao longo da história. Ao fim, recorre à cirurgia para a redesignação de sexo, buscando a identidade entre o corpo e o nome próprio que constrói - Lili.
Em Schreber, tudo é diferente. Ele é homem no corpo de homem e será transformado em mulher, mesmo contra sua vontade, mas em conformidade com a “Ordem das Coisas”, para dar à luz a uma nova raça. Não há mudança em sua orientação sexual tampouco a necessidade de uma cirurgia de redesignação. Seu corpo será modificado por milagres divinos. Nesse ponto, faz-se necessário discorrer acerca da relação que Schreber estabelecia com Deus, com esse Outro absoluto da psicose.
Segundo Soler (2007), o laço que o paranoico faz com o Outro é um laço de gozo, nos moldes de que “Deus goza de mim”. Isso significa que, na paranoia, o gozo é colocado no lugar do Outro e é invasivo: invade o jurista à revelia de si, tocando e perturbando esse corpo na medida em que o transforma no corpo de mulher, a partir do delírio de emasculação. A (in) corporação do gozo do Outro no delírio do “doente dos nervos” estabeleceu um correlato com a sua própria realidade, de forma que é o Outro absoluto quem dita as regras - é Deus quem nomeia “és minha mulher” - fazendo com que Schreber consinta nesse chamado e compreenda o seu propósito no plano divino. A aceitação de sua transformação em mulher sustenta a afirmação freudiana de que o delírio aparece, nesse caso, como tentativa de cura, que procura reorganizá-lo na forma feminina.
Vale ressaltar que a estabilização de Schreber a partir do delírio não se deu no momento de seu desencadeamento, e exigiu uma construção em etapas para que a sua relação com o semelhante se fizesse possível nos moldes de sua realidade psíquica.
Quinet (2011, p. 24) nos ajuda a localizar duas fases no delírio do jurista. Na primeira delas, havia uma participação mais explícita de seu médico, o Dr. Flechsig, a quem Schreber designava a culpa pelo despedaçamento de seu corpo: os pulmões reabsorvidos, “seus órgãos genitais liquefeitos, o esôfago e o intestino volatizados, o osso da calota craniana pulverizado” e a traqueia engolida. Nesse momento do delírio, era Flechsig quem assumia a posição de comando do céu, de forma que subjugava todos, inclusive Deus. E, assim, na posição de Outro absoluto, era Flechsig quem ordenava a transformação de Schreber em mulher, modificando lentamente o seu corpo por meio de um processo de emparelhamento dos nervos.
A maneira como aqui o delírio se desenrola coloca Schreber na posição homossexualizante, mas isso não se configura como solução, uma vez que
[...] não apresentava elementos significantes suficientes para suprir a carência do Nome-do-Pai, ou seja, para formar a metáfora delirante em torno da qual ele pudesse construir um delírio e as coisas readquirirem uma certa consistência” (Quinet, 2011, p. 24-25).
No segundo momento do delírio, a posição do Outro absoluto desliza da figura do Dr. Flechsig para o próprio Deus que, segundo a construção delirante, a partir de uma revolução no céu, toma o poder e passa a exigir a transformação de Schreber em mulher, a fim de copular com ele, objetivando a procriação de uma nova raça de seres humanos. A partir dessa torção, Schreber passa de uma mulher qualquer para “A Mulher de Deus”, nomeação que aparece para dar conta do furo no simbólico causado pela foraclusão do Nome-do -Pai, de forma que instaura uma metáfora capaz de apreender o significante ausente do simbólico, fazendo-o retornar no Real, a partir da “procriação” (Quinet, 2011).
Somente a partir do momento em que o delírio se estrutura em torno de uma metáfora delirante, é possível enxergar a estabilização de Schreber, momento que a psiquiatria chama de delírio localizado. A metáfora da procriação compreende um ponto de basta, como um entrave que passa a controlar a errância desgovernada do sujeito psicótico, uma regulação. Isso permite que o jurista abandone o estado anterior de catatonia e sensação de morte e passe a estruturar a ordem simbólica à sua maneira, o que lhe possibilita, inclusive, assumir o papel de autor da própria realidade e escreva, nesse momento, as suas Memórias.
Há também, em outro filme que leva o nome da autobiografia de Schreber Memórias de um doente dos nervos, uma cena ilustrativa desse ponto em que se assemelha à cena d’A garota dinamarquesa, difere dela justamente naquilo que toca o corpo. A cena dura cerca de oito minutos e se inicia por volta dos 49 minutos do filme. Nela Schreber se despe e com os lençóis do hospital cria roupas femininas com as quais se veste. No filme de Hooper, Einar se despe dos grilhões das roupas/identidades masculinas para admirar a imagem do corpo que surge, agora apto a “figurar, como superfície de inscrição” (Miller, [2014] 2016, p. 5). É assim que, entre a carne de Einar e o corpo de Lili, uma figura feminina se inscreve e se presentifica.
Já Schreber se despe não para que algo de sua própria verdade possa ser significantizada no corpo, mas para vestir as roupas do gozo do Outro e, assim, defender-se de um saber absoluto e sem sujeito. As roupas femininas fabricadas com as cortinas do hospital possuem, para Schreber, portanto, a função de “tecer uma rede total e idealmente completa que proteja da demanda o sujeito” (Calligaris, 1989, p. 18).
Considerações finais
A descoberta da transexualidade de A garota dinamarquesa e a construção do delírio psicótico do Presidente Schreber, embora à primeira vista pareçam semelhantes, apresentam, na verdade, dois fenômenos distintos que buscamos aqui diferenciar:
Em Schreber há um retorno no Real daquilo que foi foracluído no Simbólico, ou seja, a sua passividade frente ao pai, longamente discutida no texto freudiano e revisitada diversas vezes por Lacan, retorna na forma do delírio de emasculação. Dito de outro modo, o foracluído no Simbólico diz respeito ao Nome-do-Pai, que retorna no Real “pela construção delirante de uma procriação, como resposta à invocação da função simbólica de pai” (Quinet, 2011, p. 24). Temos aí um franco caso de psicose.
Com Einar não parece haver esse mesmo movimento, e sim a questão de um não reconhecimento do próprio corpo (Imaginário), com uma busca de um nome que permita uma nova significação da própria existência (Simbólico), portanto algo do Imaginário que retorna no Simbólico. Cabe lembrar que, na interseção entre o Simbólico e o Imaginário, encontramos, no primeiro Lacan, a “realidade”, como podemos ver, por exemplo, no esquema R (do texto De uma questão preliminar... Lacan, [1957-1958] 1998), e posteriormente, no segundo Lacan, o “sentido”, no campo em comum ao Simbólico e ao Imaginário, como podemos ver na lição de 18/03/1975 do Seminário 22: RSI (Lacan, 1974-1975). Em Schreber, temos o delírio, uma reconstrução da realidade; em Einar, temos uma questão de identidade de gênero, uma busca pelo sentido.
Mas a simples questão de uma diferença entre um delírio e um possível sintoma não é suficiente para a despatologização da transexualidade. Até porque podemos encontrar transexuais de qualquer estrutura subjetiva. E não é a definição diagnóstica de uma estrutura num sujeito que indica uma patologia. Sobretudo, se pensamos a partir da lógica borromeana de Lacan, a proposta de suplências que permitam a amarração dos elos RSI com o auxílio de um quarto elo (Σ) de maneira distinta por cada sujeito, sugere uma invenção para dar conta do mal-estar e não necessariamente um adoecimento.
Tomemos, assim, O Seminário 23: O sinthoma (Lacan, [1975-1976] 2007), no qual podemos acompanhar o estudo sobre Joyce, situando-o como psicótico, mas em nenhum momento dizendo de uma patologização ou da necessidade de algum tratamento, mesmo analítico, por parte do escritor. Não podemos, portanto, confundir estrutura subjetiva com patologia, ainda que haja interseções entre elas.
Na fina fronteira entre o normal e o patológico, há que pensar nas saídas que cada um, em sua singularidade, pode apresentar ao mal-estar que o acomete. Tais defesas podem caminhar para situações desastrosas, assim como para grandes soluções pessoais. Apostar no segundo caminho deve ser o norte de todo analista.j BECOMING A WOMAN: