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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.15 n.3 São Paulo dez. 2005

 

EDITORIAL

 

 

Estamos terminando o 15º. ano da nossa RBCDH muito satisfeitos. De um lado, porque estamos recebendo mais e mais contribuições, vindas de diferentes regiões do país, de autores pertencentes a variadas instituições, com expressiva proporção de artigos originados de dissertações de Mestrado e teses de Doutorado, e com a participação de bolsistas de iniciação científica. De outro, porque a qualidade da revista, que vimos, ao longo do tempo, buscando sempre garantir e aprimorar, está sendo reconhecida: estamos classificados como Qualis C - Internacional na lista de periódicos da área da Saúde Coletiva, e continuamos Qualis A - Nacional na lista da área da Psicologia; mais ainda, temos tido material suficiente para mantermos a periodicidade quadrimestral, que (assim esperamos) em pouco tempo poderá passar a trimestral.

Este número começa com um artigo muito interessante sobre o conhecimento que mães primíparas têm sobre o desenvolvimento infantil. A maior escolaridade e melhores condições sócio-econômicas das mães correlacionou-se significativamente com um maior conhecimento das mães sobre cuidados parentais. A seguir, pesquisa feita na UFRGS mostrou significância entre o comportamento materno de compartilhamento de tópico e o reconhecimento da imagem de si em crianças autistas. Outro artigo gaúcho discute a evolução do conceito de coparentalidade e suas implicações para a pesquisa e a clínica, ampliando a díade mãe-criança para a tríade mãe-pai-criança. Outra interessante contribuição, que contou com a presença de professores do ensino médio na sua autoria, abordou a conceituação de cidadania e democracia, com alunos do ensino médio participando de sessões da Câmara de Vereadores e conhecendo a rotina do poder legislativo municipal e cumprindo-se assim importante meta: a educação cidadã.

Em interessante contribuição carioca, Pereira e Cardoso revisaram a literatura sobre a metodologia usada em estudos sobre prematuridade e família, verificando que predominam estudos quantitativos, analisados por testes estatísticos de distribuição de freqüência, Qui-quadrado, regressão logística e covariância; já aparecem diversos estudos que usaram metodologia qualitativa, com entrevistas com grupos focais, história de vida e observação participante. As autoras sugerem novas pesquisas para que os médicos conheçam a especificidade da metodologia qualitativa em gerar evidências significativas, além daquelas geradas em estudos quantitativos. Em estudo muito original, uma equipe paulista/paranaense utilizou o beijo como mobilizador para educação em saúde bucal, junto a adolescentes da 8ª série do primeiro grau de escolas públicas de Curitiba concluindo ser a abordagem efetiva, e a experiência satisfatória e motivadora no campo da Saúde Bucal. Artigo vindo de Brasília (um dos vários baseados em trabalhos de pós-graduação), elaborou reflexões, a partir da etnometodologia, sobre a realidade das crianças em situação de abrigamento, buscando compreender a função do educador nesse contexto, concluindo ser a qualificação das mães sociais o aspecto mais importante para oferecer cuidados adequados a crianças nessa situação.

Estudo baiano/paulista, qualitativo e exploratório sobre a resiliência em mulheres de um bairro popular de Salvador mostrou haver uma"resiliência de sobrevivência", alicerçada sobre o próprio desempenho das mulheres, em que as dificuldades tornaram-se meios para o sucesso como pessoa. Finalmente, outro interessante trabalho do Rio Grande do Sul, abordou as primeiras situações de separação mãe-bebê (no início, eu saía com o coração partido...) . Apesar das preocupações maternas diante das situações de separação, também relataram sentimentos de segurança, quando dispunham de apoios confiáveis.

Como se vê, todos os artigos, que abordaram temas bem diversos, trouxeram importante contribuição para o nosso grande assunto maior, o crescimento e o desenvolvimento do ser humano. Estamos confiantes de podermos receber muitas outras contribuições tão boas como as selecionadas para este número, e com isso fortalecer cada vez mais este democrático veículo de divulgação científica, a RBCDH.

 

Arnaldo Augusto Franco de Siqueira
Editor

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