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Aletheia
versão impressa ISSN 1413-0394
Aletheia n.20 Canoas dez. 2004
ARTIGOS DE PESQUISA
Percepção de alunos de graduação em psicologia sobre a conduta ética dos psicólogos
Perception of psychology graduation students on the ethical conduct of psychologists
João Fernando Rech Wachelke1; Alexsandro Luiz de Andrade2; Jean Carlos Natividade3
Universidade Federal de Santa Catarina. Curso de graduação em psicologia
RESUMO
Com base no entendimento de que as experiências nos cursos de graduação em psicologia constituem uma influência relevante na formação das representações dos alunos, que por sua vez guiarão seus comportamentos futuros, o presente estudo centrou-se nas percepções de futuros profissionais de psicologia sobre a conduta ética dos psicólogos, buscando verificar se essas percepções diferem nas fases iniciais e finais do curso. Participaram da pesquisa 96 estudantes de psicologia de uma universidade federal, agrupados em dois segmentos: estudantes dos períodos iniciais do curso e estudantes dos períodos finais. Os sujeitos indicaram num questionário os graus em que consideravam que os psicólogos apresentavam alguns comportamentos pautados pelos princípios do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Os resultados apontaram graus de concordância diferenciados em relação à percepção sobre os psicólogos: os alunos do fim do curso apresentam visão mais pessimista do psicólogo quanto à sua conduta ética.
Palavras-chave: Percepção sobre psicologia, Ética, Formação em psicologia.
ABSTRACT
Considering that the experiences in graduation courses of psychology constitute a relevant influence in the formation of students’ representations, which on their turn will guide their future behaviours, the present study was centered on the perceptions of future professionals about psychologists’ ethical conduct, seeking to verify if those perceptions differ in the initial and final stages of the course. Ninety-six (96) psychology students from a federal university took part on the study, divided in two segments: students from the initial classes of the course and from the final ones. Subjects indicated on a questionnaire the degrees in which they considered that psychologists presented some behaviors in agreement with the Psychologist’s Professional Ethics Code. Results point to different degrees of agreement in terms of the perception on psychologists: end of course-students presented a pessimistic view of the psychologist concerning his ethical conduct.
Key words: Perception on psychology, Ethics, Formation in psychology.
Introdução
A atuação de profissionais ligados à psicologia pode causar impressões das mais variadas na população. Conhecer as maneiras pelas quais a profissão e o profissional de psicologia são percebidos pela população em geral é importante por algumas razões. Considerando que as características dessas percepções são fortemente influenciadas pelas experiências vividas por indivíduos junto a psicólogos ou profissionais vinculados à psicologia, saber o que a população pensa do psicólogo permite inferir acerca dos serviços prestados à sociedade pela psicologia, tanto no que se refere às características das intervenções realizadas, quanto ao público que vem sido atendido pelos profissionais de psicologia. Essa informação possibilita, portanto, a obtenção de uma visão mais global sobre a maneira como a psicologia está interagindo com a sociedade. Além disso, conhecer as percepções da sociedade sobre aspectos relativos à psicologia é relevante sobretudo se for considerado que esse conhecimento serve como base para guiar os comportamentos das pessoas frente aos psicólogos. Trata-se de um ponto de vista que vai ao encontro da perspectiva sócio-cognitiva de Moscovici (2003), que afirma que as representações produzidas e mantidas por grupos sociais são variáveis independentes, determinando tanto estímulos quanto respostas.
A literatura apresenta diversos estudos que têm por finalidade investigar as características do conhecimento da população brasileira sobre a psicologia. Almeida (1982), baseando-se em estudos sobre o estereótipo profissional, concluiu que “observador” é uma qualidade que se sobressai quando da descrição do psicólogo. Leme, Bussab e Otta (1984) encontraram entre alunos ingressantes num curso de psicologia as percepções de que a psicologia possui a clínica como principal atividade, as atribuições do psicólogo não têm contornos claros e seu trabalho é atender a poucas pessoas “problemáticas”. Santos (1989) obteve resultados semelhantes e verificou que estudantes primeiranistas de um curso de psicologia concebiam a psicologia atrelada a um modelo médico de atuação. Os psicólogos, assim, são considerados profissionais clínicos que trabalham em consultórios e buscam ajustar os indivíduos desviantes à sociedade. Evidenciou-se a imagem de que a profissão não possui importância social significativa, voltando-se apenas para uma elite privilegiada que busca os serviços psicológicos por conta própria.
Ribeiro e cols. (1997) também estudaram a percepção de estudantes calouros de psicologia, e depararam-se com um entendimento de que o psicólogo ajuda e aconselha as pessoas e estuda a mente e o comportamento. Por sua vez, Weber (1991) averiguou como a população de Curitiba representava os psicólogos e descobriu resultados semelhantes aos que seriam posteriormente encontrados por Ribeiro e cols. (1997): um profissional que ajuda os outros, aconselha-os e trabalha na resolução de problemas em clínicas e hospitais psiquiátricos. No que tange à psicologia, a área caracteriza-se como estudo comportamento humano e da mente.
Souza e Trindade (1990) realizaram uma pesquisa para conhecer as representações das atividades do psicólogo mantidas pelas classes média e popular de Vitória. Seus achados no que diz respeito à classe média confirmaram o que traz a literatura: os indivíduos desse segmento consideram o psicólogo um profissional liberal que resolve problemas por meio de conversas e testes. Por outro lado, poucos indivíduos pertencentes à amostra de menor nível sócio-econômico foram capazes de afirmar algo sobre as atividades dos psicólogos, por não terem tido contato com a psicologia. Esse dado sugere que a percepção da psicologia como profissão elitista, presente em algumas das mencionadas pesquisas, pode não estar distante da realidade, pelo menos em sua configuração atual.
Um importante determinante das percepções que estudantes universitários (e posteriormente, profissionais de psicologia) têm sobre essa ciência e campo de atuação profissional é sua formação em psicologia (Carvalho, 1984; Weber, Rickli & Liviski, 1994). Afinal, é no contexto desse curso de cinco anos que os graduandos aprendem (ou pelo menos deveriam aprender) o que é psicologia e como atuar como psicólogos. Weber, Rickli e Liviski (1994) investigaram as representações sobre psicologia de alunos de graduação em psicologia de Curitiba em diferentes momentos de seus cursos e descobriram que ao ingressar no curso os alunos possuem percepções semelhantes às do público leigo, passando posteriormente a conceber a psicologia de maneira mais ampla e questionadora pelos idos do terceiro ano de formação. Contudo, próximo à conclusão da graduação, os estudantes verbalizaram representações novamente semelhantes às da população em geral, um retrocesso que indica a direção preocupante em que se dá a influência da formação nas representações sobre psicologia de futuros profissionais.
O presente estudo insere-se no contexto dos estudos que tratam da interferência da formação em psicologia na percepção sobre aspectos referentes à ciência e à profissão psicológica. No entanto, seu foco não é a percepção geral sobre psicologia ou sobre os profissionais da área, mas sim um aspecto específico relacionado à psicologia: a conduta ética dos psicólogos.
A ética profissional do psicólogo é um assunto de suma importância para os psicólogos, visto que devem basear suas práticas profissionais no respectivo código de conduta elaborado e fiscalizado pelo Conselho Federal de Psicologia. De acordo com o próprio código, o sistema ético proposto “... permitirá uma atuação profissional engajada social e politicamente no mundo, e não um profissional a serviço exclusivo do indivíduo” (CFP, 2002, p. 7).
Embora fosse desejável que todos os profissionais respeitassem as orientações do código, sabe-se que isso nem sempre ocorre. Os princípios fundamentais que regem o código de ética do psicólogo são pilares que norteariam a atuação profissional, mas nem sempre são cumpridos em sua totalidade. Alguns profissionais, como ocorre em todos os campos de atuação, utilizam-se dos conhecimentos e do estatuto proporcionados pela psicologia para benefício próprio, em detrimento do bem-estar da sociedade.
Algumas profissões são concebidas pela população em geral de forma extremamente negativa, como por exemplo, políticos e advogados, que são protagonistas de chistes e comentários irônicos provenientes do senso comum sobre sua reputação profissional; outro exemplo dessa ordem está nos policiais, considerados por muitos como “piores que os bandidos”. Inversamente, poucos julgariam negativamente a conduta de categorias como assistentes sociais e enfermeiros.
E os psicólogos? Seriam eles percebidos como profissionais que atuam de acordo com princípios éticos, de modo geral?
Visando a obter alguns dados acerca dessa questão, nosso tema de investigação foi a percepção de alunos de graduação em psicologia sobre a conduta ética profissional dos psicólogos. Entendemos que a experiência no curso possibilita aos alunos obter informações e vivências sobre o fazer do psicólogo, e possivelmente constitui uma forte influência acerca dessa percepção sobre a ética profissional. Portanto, nosso objetivo com este estudo foi responder à seguinte questão: alunos de psicologia de diferentes períodos do curso percebem de forma diferenciada a conduta ética dos profissionais de psicologia? Na medida em que essa pergunta possa ser respondida, poder-se-á refletir sobre a maneira como a psicologia se apresenta para esses alunos, e quais reflexos isso pode ter no próprio exercício da profissão.
Método
Sujeitos
Participaram da pesquisa 96 estudantes de psicologia de uma universidade federal de Santa Catarina, agrupados em dois grupos: estudantes dos períodos iniciais do curso e estudantes matriculados nos períodos finais. Essa amostra corresponde a aproximadamente um quarto da quantidade de alunos matriculados regularmente no curso de graduação em psicologia dessa instituição, que à época do estudo totalizavam 410. Compuseram o Grupo de estudantes de turmas Iniciais (GI) 48 sujeitos do primeiro, segundo e terceiro períodos de psicologia, sendo a maioria deles do primeiro período, conforme apresentado na Tabela 1. Como esperado, a maioria dos sujeitos era do sexo feminino: 39. A idade média dos sujeitos desse grupo foi de 20 anos e 9 meses (ver Tabela 2).
O Grupo de estudantes das turmas Finais (GF) do curso foi formado por 48 sujeitos do oitavo (19 sujeitos), nono (17 sujeitos) e décimo (10 sujeitos) períodos. A proporção de homens para mulheres foi de um homem para cada três mulheres. A idade média dos sujeitos do grupo foi de 23 anos e 2 meses.
Instrumento
O instrumento para coleta de dados foi um questionário com respostas objetivas. As primeiras três perguntas estavam relacionadas à caracterização dos sujeitos no que dizia respeito ao sexo, idade e turmas em que estavam matriculados no curso.
Os outros sete itens tinham formato de escala do tipo Likert de 5 pontos, e eram adaptações de seis dos sete princípios fundamentais do Código de Ética Profissional do Psicólogo (CFP, 2002), presentes na página 9 do documento. As sentenças que constituíam os mencionados princípios foram alteradas, passando o sujeito do singular para o plural (por exemplo, “os psicólogos”, em vez de “o psicólogo”) e o tempo verbal do futuro para o presente (por exemplo, “os psicólogos colaboram” em vez de “o psicólogo colaborará”). O princípio VII não foi contemplado no questionário, por estar relacionado diretamente a um documento cujo conteúdo não estava presente no código: a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Além disso, o princípio V foi desdobrado em dois itens para possibilitar maior clareza de entendimento, uma vez que ele versa sobre dois elementos diferentes – a atualização sobre o conhecimento psicológico e o estudo das ciências afins.
Para completar esses itens, os sujeitos deveriam expressar por meio da atribuição de um escore numérico sua concordância quanto ao grau de realidade das situações e condições comunicadas pelos itens, sendo que poderia haver variação de 1 (significando discordância plena) a 5 (concordância plena). Como todos os itens expressavam princípios éticos, valores abaixo do ponto médio 3 significavam discordância quanto aos psicólogos seguirem esses princípios, enquanto valores acima disso expressavam concordância quanto à sua consecução.
Adicionalmente, foram realizados cálculos de confiabilidade para verificar se esses itens poderiam constituir uma escala unifatorial sobre a percepção de comportamentos profissionais dos psicólogos regidos por princípios éticos. O alfa de Cronbach obtido teve valor satisfatório (0,83) sugerindo que os itens podem ser utilizados em conjunto como uma medida.
Procedimento
Os sujeitos foram contatados pessoalmente em sala de aula, após pedido de permissão para os professores responsáveis. Foi-lhes perguntado se desejariam participar do estudo, após breve explicação sobre o conteúdo do questionário e finalidades do trabalho. Aqueles que responderam afirmativamente responderam ao instrumento na própria sala de aula. Os pesquisadores estiveram à disposição para quaisquer esclarecimentos durante a coleta de dados.
Resultados e discussão
Os estudantes, considerados como dois grupos (GI e GF), apresentaram graus de concordância muito diferenciados em relação à percepção sobre conduta dos psicólogos. Como mostra a Tabela 3, em seis dos sete itens foram observadas diferenças significativas nas médias dos dois grupos após teste t para comparar amostras independentes. Em todos esses casos, o grupo de alunos iniciantes apresentou média superior ao do grupo de alunos próximos da conclusão do curso. No único item cuja diferença entre os grupos não foi estatisticamente significativa no nível de 5% a média dos alunos iniciantes também foi superior.
Em síntese, pode ser dito que os alunos do início do curso apresentam tendência a perceber o psicólogo como um profissional que leva a ética em consideração enquanto exerce suas atividades. No entanto, isso é mais percebido em alguns aspectos que em outros, como o expresso no item referente ao princípio II do código de ética, sobre trabalhar para o bem-estar do indivíduo e da comunidade. A medida da percepção da conduta ética profissional do psicólogo sobre estar atualizado quanto ao conhecimento psicológico proveniente de pesquisas apresentou-se próxima do ponto médio 3, sugerindo uma percepção menos positiva quanto ao psicólogo seguir este princípio. Já os alunos do fim do curso apresentam visão mais pessimista do psicólogo em sua relação com a ética, expressando descrença acerca do psicólogo manter-se atualizado e estudar ciências afins da psicologia, o que é indicado pelas médias inferiores a 3 nas respostas a esses dois itens.
Considerando os resultados referentes à utilização dos itens do questionário como uma escala também são encontradas diferenças estatisticamente significativas, confirmando os resultados apresentados anteriormente. A média de todos os itens, apresentada pelo Grupo de Iniciantes, é superior (3,88) à do Grupo de alunos das turmas Finais (3,31): t(94) = 3,643; p <0,01.
Em síntese, conjugando as idéias de que a formação possui influência nas representações mantidas pelos alunos que serão os futuros profissionais (Carvalho, 1984; Weber, Rickli & Liviski, 1994) e de que as representações mantidas pelas pessoas possuem papel importante para determinar a ocorrência de práticas (Moscovici, 2003), constata-se uma situação um tanto preocupante no que diz respeito à psicologia. Os futuros psicólogos, após passarem por anos de graduação, passam a considerar os comportamentos profissionais de seus colegas de profissão menos éticos em relação ao que pensavam anteriormente.
É pertinente assinalar, contudo, que a maior parte dos resultados relativos aos dois grupos não permitem dizer que o psicólogo é visto de forma negativa absoluta quanto a seu comportamento ético, uma vez que as médias apresentaram-se superiores ao ponto médio e portanto voltadas para a concordância acerca do respeito aos princípios éticos apresentados. As exceções foram dois itens julgados pelo grupo de alunos das turmas finais, referentes ao psicólogo estar a par de pesquisas atuais e ser um estudioso de outras disciplinas relacionados à psicologia. De todo modo, é evidente pelos resultados que os alunos de graduação em psicologia julgam a conduta ética do psicólogo de forma diferente
Como os julgamentos de alunos iniciantes mostraram-se mais otimistas em relação a esses princípios serem obedecidos na realidade, torna-se importante conhecer o que faz essas avaliações tornarem-se mais negativas com o passar dos anos, o que não é possível fazer com os dados coletados no presente estudo. Embora sejam necessários outros esforços de pesquisa que envolvam considerável complexidade para que os fatores que influenciam essa mudança de percepção possam ser enumerados e descrito, algumas hipóteses podem ser formuladas e inspirar futuras investigações.
É possível que no início do curso os alunos ingressem nas universidades com um entendimento equivocado e idealizado sobre o que seja o curso de psicologia ou a profissão de psicólogo, ilusão que se desfaz à medida que se avança no curso. Ou então essa tendência pessimista pode dizer respeito às condições cada vez mais precárias a que é submetido o ensino superior público brasileiro, o que tem impacto na forma como o curso de graduação se estrutura e opera, e interfere na experiência universitária de alunos de graduação. Também não há razões para descartar o fato de que o próprio curso e seu funcionamento podem não ter relação direta com essa mudança de julgamento, uma vez que durante a graduação os alunos voltam seus interesses para suas futuras profissões, e provavelmente passam a conviver mais com a realidade profissional e pensar sobre ela; em não gostando do que vivenciam ou descobrem, sua percepção pode alterar-se. Especulações de caráter ainda mais severo incluiriam exemplos de condutas pouco éticas por parte dos próprios professores do curso.
As decorrências de uma percepção dos psicólogos enquanto profissionais pouco éticos são graves e numerosas. Em primeiro lugar, são estimuladas relações de desrespeito e desconfiança rumo aos pares, o que pode empobrecer a atuação profissional de psicólogos e enfraquecer a classe profissional de modo geral. Outra possibilidade, mais remota mas até mesmo mais preocupante, seria a instalação de uma atmosfera de permissividade entre os psicólogos frente a comportamentos anti-éticos; pensar que, ao deparar-se com situações delicadas do ponto de vista do dever-ser psicológico os profissionais tenham crenças tais como “os psicólogos agem assim mesmo”, ou então que “isso é normal”, que acabem por pautar uma conduta inadequada. Finalmente, não se deve esquecer também que há relação entre as representações mantidas por psicólogos e pela sociedade em geral; ambas repercutem entre si, estando fortemente inter-relacionadas. Leme, Bussab e Otta (1989) verificaram que a maioria dos alunos de psicologia entrevistados numa pesquisa em São Paulo considera que a população concebe o psicólogo de maneira negativa. Se os próprios psicólogos não possuem uma boa imagem de si próprios, por que haveria a sociedade de pensar diferente?
De qualquer forma, as diferenças encontradas sugerem que o contexto educacional pode estar diretamente envolvido com essa maior descrença quanto à conduta ética dos psicólogos. Estudos acerca das representações sociais desses tipos de comportamentos dos profissionais podem fornecer dados complementares que viabilizem uma compreensão mais ampla do fenômeno, preenchendo algumas das lacunas emergentes a partir dos resultados deste estudo. Pode também ser pertinente a realização de estudos semelhantes nos contextos de outros cursos de graduação, verificando se há ou não uma generalidade na ocorrência do fenômeno, o que pode implicar um problema não só para o ensino de psicologia, mas para todo o ensino superior brasileiro. É necessário que os cursos de graduação em psicologia busquem formar profissionais que saiam da universidade dotados de mais que conhecimento teórico e capacidade técnica para atuar. É preciso que os profissionais de psicologia possuam sólida formação ética, e os resultados do presente estudo indicam que não se descarta a possibilidade de a graduação em psicologia apresentar deficiências também nesse departamento.
Referências
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Endereço para correspondência
R. Octavio Lebarbenchon 69
Santa Mônica, Florianópolis, SC. CEP 88037-290. Telefone: (48) 233-3785
e-mail: wachelke@yahoo.com
Recebido em 07/2004
Aceito em 09/2004
1 Fernando Rech Wachelke – Acadêmico do curso de graduação em psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina
2 Alexsandro Luiz de Andrade – Acadêmico do curso de graduação em psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina
3 Jean Carlos Natividade - Acadêmico do curso de graduação em psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina