Serviços Personalizados
Journal
artigo
Indicadores
Compartilhar
Temas em Psicologia
versão impressa ISSN 1413-389X
Temas psicol. vol.17 no.1 Ribeirão Preto 2009
ARTIGOS
Wilhelm Wundt e a fundação do primeiro centro internacional de formação de psicólogos
Wilhelm Wundt and the foundation of the first international training center for psychologists
Saulo de Freitas Araujo
Universidade Federal de Juiz de Fora - MG - Brasil
RESUMO
A fundação do Laboratório de Psicologia Experimental da Universidade de Leipzig, em 1879, é geralmente celebrada na literatura como o marco inicial da psicologia científica. No entanto, essa celebração raramente vem acompanhada de um maior esclarecimento acerca do significado daquela realização institucional para o desenvolvimento histórico da psicologia. O objetivo do presente trabalho é indicar alguns fatores histórico-culturais relacionados à fundação do referido Laboratório, enfatizando a influência de Wilhelm Wundt na formação e no treinamento de toda uma nova geração internacional de psicólogos. É possível compreender, assim, que a importância do Laboratório não reside exatamente no fato de ele ter sido o primeiro em seu gênero, mas sim no fato de ele ter se tornado o primeiro centro internacional de formação de psicólogos.
Palavras-chave: Wilhelm Wundt, História da psicologia, Formação de psicólogos.
ABSTRACT
The setting up of the Laboratory for Experimental Psychology at the University of Leipzig in 1879 is often described, in the secondary literature, as the starting point for scientific psychology. However, such accounts are seldom followed by a careful explanation of the significance of the Laboratory 's foundation for the historical development of psychology. This essay will indicate some historical-cultural factors related to its foundation, and will emphasize the influence of Wilhelm Wundt on the training of a whole generation of young psychologists. In this way, it 's possible to comprehend that the importance of the Laboratory does not rest on the fact that it was the first of its kind, but that it became the first international training center for psychologists.
Keywords: Wilhelm Wundt, History of psychology, Training of psychologists.
Wilhelm Wundt (1832-1920) é geralmente celebrado nos manuais de história da psicologia como o fundador da psicologia científica. Como data para esta fundação, é freqüentemente citado o ano de 1879, quando ele inaugurou o Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig, supostamente o primeiro em seu gênero. É preciso notar, no entanto, que a importância desse laboratório não reside exatamente no fato de ele ter sido o primeiro em seu gênero - pois realmente não o foi, visto que o próprio Wundt já tinha fundado em Heidelberg um laboratório para realizar seus experimentos psicológicos (Wundt, 1920) -, mas sim no fato de ele ter se transformado no primeiro centro internacional de formação de psicólogos. Desde o início de suas atividades como diretor do Laboratório, Wundt orientou e treinou toda uma geração de psicólogos experimentais das mais diversas nacionalidades, que, de volta aos seus países de origem, procuraram fundar novos laboratórios de psicologia com base no Laboratório de Leipzig. Com isso, o perfil do psicólogo experimental constituiu uma das primeiras formas de identidade na formação dos novos psicólogos.
O objetivo do presente trabalho é esclarecer o contexto de fundação e o funcionamento deste Laboratório, de forma que sua relevância possa ser mais bem compreendida e avaliada. Para tanto, vamos mostrar alguns aspectos sócio-culturais das universidades alemãs, ressaltando aí a inserção e as particularidades da Universidade de Leipzig na época de Wundt. Além disso, destacaremos as principais atividades realizadas no Laboratório juntamente com uma pequena lista contendo os nomes de alguns dos orientandos mais famosos de Wundt e seus países de origem. Finalmente, serão discutidas algumas conseqüências históricas dessa formação oferecida por Wundt.
A universidade alemã e a institucionalização da psicologia
A universidade alemã surgiu como alternativa intermediária entre os modelos inglês e francês. Embora tenha uma longa tradição, que se inicia com a fundação da Universidade de Heidelberg em 1385, foi somente a partir do século XVIII, com a penetração e disseminação da filosofia e da ciência modernas, que ela começou a assumir um papel fundamental na esfera cultural alemã. Foi, contudo, no século seguinte que ela alcançou seu apogeu, passando a exercer uma influência decisiva na vida da nação como um todo (Paulsen, 1895).
Desde o início, a universidade alemã foi organizada em torno de quatro faculdades: de um lado, as chamadas faculdades superiores (teologia, medicina e direito), cujo objetivo central era formar profissionais em suas áreas respectivas; de outro, a faculdade inferior (filosofia), que também incluía as artes e as ciências naturais e tinha como meta principal servir de preparação para as demais faculdades. Entretanto, com a fundação da Universidade de Berlim, em 1809 - que se deu no seio de amplas reformas educacionais na Prússia -, surge uma concepção renovada de universidade, que servirá de modelo para todas as instituições alemãs de ensino superior durante todo o século XIX e início do XX, exercendo uma profunda influência na vida intelectual e cultural da Alemanha. Em primeiro lugar, a Faculdade Filosófica (Philosophische Fakultät) deixa de ser um mero apêndice das faculdades superiores e passa a ser o próprio coração da nova universidade, baseada no ideal de uma formação humanista integral (Bildung). Além disso, trata-se de garantir não só o famoso princípio da liberdade de ensino (Lehrfreiheit), mas, sobretudo, o de vinculá-lo à pesquisa científica, criando uma indissociabilidade entre ensino e pesquisa e uma identidade entre o professor e o pesquisador (Ringer, 2000). Com isso, as universidades alemãs deram um salto na frente das demais, tornando-se as instituições de ensino superior mais respeitadas do século XIX e atraindo para suas fileiras estudantes de todo o mundo.
É nesse contexto de amplas reformas na educação superior alemã que se dá a primeira institucionalização da psicologia, muito antes da existência do Laboratório de Wundt. Em 1824, o governo prussiano, após já ter decretado que a Faculdade Filosófica seria responsável também pela formação de um profissional - o professor das escolas estatais (Gymnasium) - e instituído como requisito obrigatório um exame estatal, incluiu entre as disciplinas obrigatórias para este último a "psicologia", pensada como fundamento para a ação pedagógica dos novos professores ginasiais. A idéia era a de que eles deveriam ter um conhecimento elementar dos fatores psicológicos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem (Gundlach, 2004). Isso significa que, pelo menos no caso alemão, foi pela via do ensino que a psicologia alcançou primeiramente sua institucionalização universitária, sem que houvesse aí qualquer vínculo necessário com a realização de pesquisas empíricas.
Ainda nesse cenário das reformas educacionais, há, contudo, um segundo fator fundamental na dinâmica institucional das universidades alemãs, que nos leva à segunda institucionalização da psicologia - desta vez, o surgimento e o estabelecimento de investigações experimentais da vida psíquica. Retomando aquela orientação primária da educação superior para a pesquisa científica, não é de se estranhar que em todas as áreas surgisse um impulso para ampliar cada vez mais os limites do conhecimento humano. Mais especificamente, é preciso levar em consideração a criação dos Institutos de Pesquisa (Forschungsinstitute) com seus respectivos laboratórios, que introduziram a pesquisa básica experimental na universidade alemã e obtiveram enorme sucesso tanto na Faculdade de Medicina quanto na de Filosofia (na área das ciências naturais). Entre os diversos centros de pesquisa criados no século XIX, dois merecem destaque, devido à sua contribuição para o desenvolvimento da psicologia: o de Johannes Muller (1801-1858), na Universidade de Berlim, e o de Hermann von Helmholtz (1821-1894), na Universidade de Heidelberg. Ambos tornaram-se não só modelos da nova fisiologia que começava a surgir, mas também um dos principais estímulos para a expansão das pesquisas sobre a percepção sensorial, atraindo um enorme número de pesquisadores de várias partes da Alemanha e do mundo, e culminando na formação de uma "psicologia experimental" como área de investigação própria (Dobson & Bruce, 1972; Bringmann, Bringmann, & Ungerer, 1980).
Levando em consideração os dois fatores acima expostos, é possível compreender por que a institucionalização e o rápido progresso da psicologia se deram primeiro na Alemanha. Foram as inovações introduzidas nas universidades alemãs, sobretudo a partir do século XIX, juntamente com a formação de um ideal de educação universal, que deram à nação alemã uma posição de destaque na cultura ocidental moderna.
Wundt e a fundação do Laboratório de Psicologia em Leipzig
A Universidade de Leipzig é uma das mais antigas universidades alemãs e européias. Fundada em 1409, goza até hoje de grande prestígio, embora isso de forma alguma signifique que na sua trajetória não tenha havido períodos difíceis. Mas foi no século XIX que ela viveu seu grande esplendor, especialmente na sua segunda metade, quando a vida acadêmica e científica teve um grande desenvolvimento (Blecher & Wiemers, 2004).
Antes de chegar a Leipzig, em 1875, Wundt já tinha passado por quatro universidades: Tübingen, onde começou a estudar medicina; Heidelberg, onde se formou e depois lecionou por vários anos; Berlin, onde foi estudar fisiologia, logo após ter se formado; e Zurique, onde assumiu em 1874, pela primeira vez, um cargo de professor ordinário. Isso significa que ele já havia trabalhado em dois dos mais importantes institutos de pesquisa experimental do século XIX: em Berlin, sob a orientação de Johannes Müller e de Emil Du Bois-Reymond (1818-1896), e em Heidelberg, como assistente de Helmholtz (Wundt, 1920). Não foi, contudo, na Faculdade de Medicina que Wundt se tornou professor ordinário, mas sim na Faculdade de Filosofia: primeiro em Zurique e depois em Leipzig.
Para se entender a nomeação de Wundt, é preciso não só considerar o impulso geral da pesquisa científica nas universidades alemãs, mas também a situação específica da Faculdade Filosófica em Leipzig. A cadeira de Filosofia, que estava vaga desde 1866, foi oferecida ao renomado filósofo alemão Kuno Fischer (1824-1907), que estava em Heidelberg e não aceitou o convite. Decidiu-se, então, dividir a cadeira em duas partes: uma voltada para a tradição histórico-filológica e a outra direcionada para a relação da filosofia com as ciências naturais. E, ao invés de um grande nome, resolveram contratar dois professores jovens e relativamente desconhecidos. Foi assim, quase por acaso, que Wundt - indicado e apoiado com entusiasmo pelo astrônomo Friedrich Zöllner (1834-1882), que o havia conhecido em Zurique - assumiu a parte da filosofia mais ligada às ciências naturais (Wundt, 1920; Kossakowski, 1966; Bringmann, Bringmann, & Ungerer, 1980).
A fundação do Laboratório de Psicologia Experimental faz parte dos esforços de Wundt para, de um lado, dar continuidade ao programa de pesquisa que ele tinha iniciado em Heidelberg; de outro, consolidar seu projeto de uma psicologia científica livre de especulações metafísicas a priori. Como vimos acima, Wundt chegou em Leipzig, em 1875, já com uma longa experiência em laboratórios de pesquisa experimental. E muito embora tenha sido colocada à sua disposição, desde o início, uma pequena sala para que ele pudesse guardar seus aparelhos e instrumentos experimentais, foi somente a partir do segundo semestre de 1879, como ele próprio relata, que alguns estudantes começaram a realizar ali seus primeiros experimentos (Wundt, 1909). Além disso, apenas quatro anos mais tarde é que o Instituto de Psicologia Experimental foi oficialmente reconhecido e listado entre os demais institutos daquela universidade, um fato de forma alguma incomum na tradição universitária alemã (Bringmann & Ungerer, 1980).
A organização e o funcionamento do laboratório obedeciam ao plano de trabalho esboçado por Wundt. As atividades eram de dois tipos: de um lado, um curso introdutório para os novatos, com duração de um semestre, cujo objetivo era familiarizá-los com os instrumentos, métodos e técnicas experimentais; de outro, as atividades especiais dos membros antigos. No início de cada novo semestre, Wundt se reunia com esses membros para fixar os temas a serem investigados, levando em consideração o interesse de cada um pelos respectivos assuntos. Em seguida, os participantes eram divididos em grupos, cada grupo ficando responsável por um tema. Mas a adesão a um grupo era voluntária e cada membro podia participar de mais de um grupo. Para cada um dos grupos assim constituídos, era designado um líder - em geral um membro mais antigo do instituto, que já tinha mostrado sua capacidade em semestres anteriores -, cuja função era preparar os experimentos e, sempre que possível, redigir o relato final para publicação. Para tanto, Wundt criou um periódico especial, inicialmente chamado Estudos Filosóficos (1883-1903) e, posteriormente, Estudos Psicológicos (1905-1918). Por fim, a abrangência das investigações realizadas no laboratório pode ser facilmente apreendida, se levarmos em conta suas principais áreas de pesquisa: intensidade das sensações, sensações táteis, psicologia do som, sensações de luz, gustação, olfação, percepções espaciais, curso das representações, estética experimental, processos atencionais, sentimentos e afetos, processos de associação e memória, etc. (Wundt, 1909)
Grande parte das investigações realizadas pelos estudantes de Wundt estava atrelada a teses de doutoramento que ele orientava. De acordo com o levantamento aproximado de Tinker (1932), a partir da fundação do laboratório, o número de teses psicológicas orientadas por Wundt foi maior do que as puramente filosóficas. Mas havia também pessoas que estudaram sem obter o referido título ou que queriam apenas conhecer mais de perto o trabalho ali realizado, sem falar nos inúmeros visitantes que lá estiveram.
Além de estudantes alemães, Wundt atraiu para Leipzig uma enorme quantidade de estrangeiros, que vinham das mais variadas partes da Europa e do mundo. É isso que confere a seu laboratório o título de "primeiro centro internacional de formação de psicólogos". De fato, ele orientou e treinou toda uma geração de psicólogos experimentais, que, de volta aos seus países de origem, fundaram novos laboratórios de psicologia, disseminando, de certa forma, o modelo wundtiano. Entre seus mais ilustres estudantes, estão figuras como Oswald Külpe (1862-1915), Emil Kraepelin (1856-1926), Hugo Münsterberg (1863-1916), Edward Titchener (1867-1927), James McKeen Cattell (1860-1944), Vladimir Bekhterev (1857-1927), James Rowland Angell (1869-1949) e Charles Spearman (1863-1945), muitos dos quais relataram posteriormente seu respeito e admiração em relação ao mestre (Baldwin, 1921; Titchener, 1921; Sokal, 1980).
Wundt e a psicologia do Século XX
O sucesso e o impacto de Wundt na expansão da psicologia parecem hoje inegáveis. Diversos tipos de estudos, utilizando diferentes metodologias, têm revelado a enorme extensão de sua influência, que abrange desde os EUA até países com pouca tradição acadêmica (Anderson, 1980; Bejat, 1980; Marshall, 1980; Misiak, 1980; Miyakawa, 1980; Piryov, 1980; Popplestone & McPherson, 1980). Mas se esse foi então o caso, por que a psicologia do século XX não foi acentuadamente wundtiana em suas feições gerais? Antes de responder a essa questão, alguns esclarecimentos precisam ser feitos.
Em primeiro lugar, é preciso notar que só em vida Wundt foi verdadeiramente influente. Logo após a sua morte, esta influência declinou rapidamente até chegar ao abandono e ao esquecimento (Brozek, 1980; Rieber, 2001). Em segundo lugar, nem mesmo no século XIX sua influência foi absoluta, pois havia muitos programas de pesquisa rivais, como os de Hermann Ebbinghaus (1850-1909), George Elias Muller (1850-1934), Oswald Külpe, entre outros (Danziger, 1979; Haupt, 2001; Benetka, 2002). Além disso, sua influência precisa ser mais bem delimitada. Em outras palavras, o seu laboratório e, sobretudo, os aparelhos e técnicas experimentais foram assimilados e reproduzidos ou adaptados às condições específicas de cada país, mas não o seu sistema teórico como um todo, que era bem mais abrangente e complexo do que era transmitido nas atividades experimentais.
Como procuramos demonstrar alhures (Araujo, 2010), o projeto psicológico de Wundt está fundamentado em pressupostos filosóficos e é parte integrante de seu projeto filosófico - que tem como objetivo último a formulação de uma nova Weltanschauung (Wundt, 1889) - só adquirindo seu pleno significado no interior do mesmo. A psicologia é apenas uma das disciplinas científicas que se ocupam de uma parte da experiência (a experiência imediata) e serve de complemento às ciências da natureza, que se ocupam da experiência mediata. Nesse contexto, a psicologia tem como tarefa investigar de forma complementar os processos psicológicos individuais (psicologia experimental) e os produtos culturais coletivos - como a linguagem, os mitos e a religião (psicologia dos povos ou Völkerpsychologie) - para que a mente possa ser compreendida em todos os seus aspectos. Tomada isoladamente, a psicologia experimental perde a sua significação mais profunda. Ora, foi exatamente isso o que aconteceu na maior parte das vezes com os estudantes de Wundt, especialmente os que fundaram os laboratórios americanos. Eles apreenderam e/ou se preocuparam apenas com os métodos e técnicas experimentais, deixando de lado o grandioso sistema de pensamento que os iluminava. Com isso, toda a parte da relação entre psicologia e cultura (psicologia dos povos) e de sua filosofia foi ou diminuída ou explicitamente abandonada, resultando na imagem simplificada de Wundt como experimentador.
A partir do que foi dito acima, podemos apresentar ao menos uma resposta parcial para a questão anteriormente formulada. A psicologia do século XX não foi wundtiana em suas feições gerais simplesmente porque o projeto psicológico de Wundt não foi levado adiante e tomado como base para futuras investigações, mas sim mutilado e adaptado a interesses específicos bem diversos de cada um dos seus estudantes. Ele não deixou discípulos e nem chegou a fundar uma escola de psicologia propriamente dita. Em outras palavras, o sistema de Wundt como um todo não foi nem discutido nem refutado pelos psicólogos do século XX, mas simplesmente abandonado e esquecido.
Referências
Anderson, R. (1980). Wundt's prominence and popularity in his later years. Psychological Research, 42, 87-101. [ Links ]
Araujo, S. F. (2010). O projeto de uma psicologia científica em Wilhelm Wundt: uma nova interpretação. Juiz de Fora: Ed. UFJF. [ Links ]
Baldwin, B. (1921).In memory of Wilhelm Wundt. Psychological Review, 28, 153-188. [ Links ]
Bejat, M. (1980). Wilhelm Wundt and the beginnings of experimental psychology in Romania. In Meischner, W., & Metge, A. (Ed.), Wilhelm Wundt - Progressives Erbe, Wissenschaftsentwicklung und Gegenwart. Wissenschaftliche Beiträge der Karl-Marx-Universität, (pp. 227-232). Leipzig: Karl-Marx-Universität. [ Links ]
Benetka, G. (2002). Denkstile der Psychologie. Das 19. Jahrhundert. Wien: WUV-Univ.-Verl. [ Links ]
Blecher, J., & Wiemers, G. (2004). Die Universität Leipzig 1409-1943. Erfurt: Stutton Verlag. [ Links ]
Bringmann, W., Bringmann, N., & Ungerer, G. (1980). The establishment of Wundt's laboratory: An archival and documentary study. In W. Bringmann, & R. Tweney (Orgs.), Wundt Studies: A centennial collection (pp. 123-157). Toronto: C.J. Hogrefe. [ Links ]
Bringmann, W., & Ungerer, G. (1980) The foundation of the Institute for Experimental Psychology at Leipzig University. Psychological Research, 42, 5-18. [ Links ]
Brozek, J. (1980). The echoes of Wundt's work in the United States, 1887-1977: A quantitative citation analysis. Psychological Research, 42, 103-107. [ Links ]
Danziger, K. (1979). The positivist repudiation of Wundt. Journal of the History of the Behavioral Sciences, 15, 205-230. [ Links ]
Dobson, V., & Bruce, D. (1972). The German university and the development of experimental psychology. Journal of the History of the Behavioural Science, 8, 204-207. [ Links ]
Gundlach, H. (2004). Reine Psychologie, Angewandte Psychologie und die Institutionalisierung der Psychologie. Zeitschrift für Psychologie, 212(4), 183-199. [ Links ]
Haupt, E. (2001) Laboratories for experimental psychology: Göttingen's ascendancy over Leipzig in the 1890's. In R. Rieber, & D. Robinson (Orgs.), Wilhelm Wundt in History: the making of a scientific psychology (pp. 205-250). New York: Kluwer Academic/Plenum. [ Links ]
Kossakowski, A. (1966). Wilhelm Wundt und sein wissenschaftliches Erbe. Wissenschaftliche Zeitschrift der Karl-Marx-Universität Leipzig. Gesellschafts- und Sprachwissenschaftliche Reihe, 15(4/5), 717-726. [ Links ]
Marshall, M. (1980). The influence of Wundt's students in Canada: August Kirschmann. In Meischner, W., & Metge, A. (Ed.), Wilhelm Wundt - Progressives Erbe, Wissenschaftsentwicklung und Gegenwart. Wissenschaftliche Beiträge der Karl-Marx-Universität, (pp. 233-243). Leipzig: Karl-Marx-Universität. [ Links ]
Misiak, H. (1980). Leipzig and Louvain University in Belgium. Psychological Research, 42, 49-56. [ Links ]
Miyakawa, T. (1980). Wilhelm Wundt in Japan - Was ermöglicht uns, das Progressive in seinem Erbe zu finden? In Meischner, W., & Metge, A. (Ed.), Wilhelm Wundt - Progressives Erbe, Wissenschaftsentwicklung und Gegenwart. Wissenschaftliche Beiträge der Karl-Marx-Universität, (pp. 223-226). Leipzig: Karl-Marx-Universität. [ Links ]
Paulsen, F. (1895). The German universities: Their character and historical development. New York: Macmillan and Co. [ Links ]
Piryov, D. (1980). Wilhelm Wundt and Bulgarian psychology. In Meischner, W., & Metge, A. (Ed.), Wilhelm Wundt - Progressives Erbe, Wissenschaftsentwicklung und Gegenwart. Wissenschaftliche Beiträge der Karl-Marx-Universität, (S. 203-209). Leipzig: Karl-Marx-Universität. [ Links ]
Popplestone, J., & McPherson, M. (1980). The vitality of the Leipzig Model of 1880-1910 in the United States in 1950-1980. In W. Bringmann, & R. Tweney (Orgs.), Wundt Studies: A centennial collection (pp. 226-257) Toronto: C. J. Hogrefe. [ Links ]
Rieber, R. (2001). Wundt and the Americans: from flirtation to abandonment. In R. Rieber, & D. Robinson (Orgs.), Wilhelm Wundt in History: the making of a scientific psychology (pp. 145-160). New York: Kluwer Academic/Plenum. [ Links ]
Ringer, F. (2000). O declínio dos mandarins alemães. São Paulo: EDUSP. [ Links ]
Sokal, M. (1980). Graduate study with Wundt: Two eyewitness accounts. In W. Bringmann, & R. Tweney (Orgs.), Wundt Studies: A centennial collection (pp. 210-225). Toronto: C.J. Hogrefe. [ Links ]
Tinker, M. (1932). Wundt's doctorate students and their theses 1875-1920. American Journal of Psychology, 44, 630-637. [ Links ]
Titchener, E. (1921). Wilhelm Wundt. American Journal of Psychology, 32, 161-178. [ Links ]
Wundt, W. (1889). System der Philosophie. Leipzig: Engelmann. [ Links ]
Wundt, W. (1909). Das Institut für experimentelle Psychologie. In Festschrift zur Feier des 500 jährigen Bestehens der Universität Leipzig (p. 118-133). Leipzig: Hirzel. [ Links ]
Wundt, W. (1920). Erlebtes und Erkanntes. Stuttgart: Alfred Kröner. [ Links ]
Endereço para correspondência:
Saulo de Freitas Araujo
Caixa Postal, 611
Juiz de Fora, MG. CEP: 36001-970
E-mail: saulo.araujo@ufjf.edu.br
Enviado em Abril de 2009
Revisado em Janeiro de 2010
Aceite final Abril de 2010
Publicado em Junho de 2010