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Revista da ABOP

versão impressa ISSN 1414-8889

Rev. ABOP v.2 n.1 Porto Alegre  1998

 

 

O BBT como instrumento diagnóstico em orientação profissional - uma abordagem psicodinâmica

 

 

Lucy Leal Melo-Silva6; Manoel Antônio dos Santos7

Universidade de São Paulo - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Riberão Preto - Riberão Preto, São Paulo

 

 


RESUMO

Este estudo analisa um procedimento complementar ao BBT &– Teste de Fotos de Profissões, através de uma metodologia de estudo de caso. Tendo por base um sistema de avaliação elaborado especificamente para esse fim, as duas histórias das cinco fotos preferidas foram comparadas de acordo com as seguintes categorias de análise: identificação dos personagens, capacidade de manejo do conflito profissional, desfecho (solução do conflito), sentimento de identidade e organização defensiva. A comparação entre as duas narrativas produzidas permitiu verificar que o procedimento utilizado favorece um maior clarificação do conflito vivenciado pelo orientando na definição de um projeto de vida.

Palavras-chave: Orientação vocacional, Aconselhamento profissional, Diagnóstico de orientabilidade, Técnica projetiva.


ABSTRACT

A procedure complementary to the BBT &– Professional Photo Test &– was analyzed by a case-study method. On the basis of an evaluation system specifically elaborated for this purpose, the two stories of the five preferred photos were compared according to the following analysis categories: character identification, capacity to manage the professional conflict, outcome (solution of the conflict), feeling of identity and defensive organization. Comparison of the two narrations produced permitted us to determine that the procedure used favors a better clarification of the conflict experienced by the counselee in the definition of a life project.

Keywords: Vocational guidance, Professional counseling, Orientability diagnosis, Projective technique.


 

 

A demanda crescente de atendimento em clínicas-escola e serviços de saúde têm gerado a necessidade de sistematização de dados relativos ao atendimento. Nessa perspectiva, estudos vêm sendo realizados com o objetivo de conhecer o perfil do usuário do serviço e avaliar a resolutividade do atendimento oferecido (Santos e Melo-Silva 19, 20), descrever programas baseados em novos modelos de intervenção (Kiselica e Murphy 6) e, sobretudo, os procedimentos e instrumentos utilizados em diferentes contextos para a realização do processo diagnóstico em orientação profissional (Gimenez 4; Melo-Silva e Jacquemin 13, 14; Souza 24; Oliveira 18; Sbardelini 21).

Independentemente da abordagem teórica e técnica que se utiliza, a finalidade do processo de orientação é fornecer uma compreensão mais profunda dos conflitos relacionados ao processo de decisão quanto à escolha da carreira profissional e propor formas de minimizar os efeitos negativos dos conflitos dele advindos. Um dos desafios que o orientador profissional encontra na sua prática consiste em discriminar se a indicação do atendimento é para esta área ou para psicoterapia. Freqüentemente, o limiar entre esses dois tipos de encaminhamento é muito tênue.

Considerando que a identidade profissional é um dos alicerces da identidade pessoal, dificuldades na definição da carreira podem ser compreendidos como problemas de personalidade (Bohoslavsky 3). O conhecimento dos fatores de personalidade que intervém no comportamento de escolha e na tomada de decisão sobre a carreira é fundamental para orientar qual é a melhor estratégia de intervenção a ser adotada para facilitar o acesso do orientando a uma identidade profissional, a tal ponto que podemos falar que existe uma psicodinâmica da escolha profissional (Levenfus 12).

Quando se atua dentro de um enfoque de orientação profissional e vocacional que considera mais amplamente os aspectos dinâmicos, em suas múltiplas interações com o espaço social no qual o sujeito vive, o orientador freqüentemente depara em sua prática com certas situações nas quais é difícil definir a indicação mais adeqüada (encaminhamento para OP ou para tratamento psicoterápico). Em alguns casos, a busca de ajuda a partir de uma solicitação de orientação profissional encobre a necessidade de um atendimento psicoterápico (Souza 24). Muitas vezes esse questionamento surge somente quando o processo já se encontra em andamento. Para melhor discriminação da necessidade da demanda freqüentemente torna-se necessário o auxílio de instrumentos de avaliação diagnóstica.

No Serviço de Orientação Profissional (SOP), da Clínica Psicológica do Centro de Psicologia Aplicada da FFCLRP-USP, um dos instrumentos utilizados como recurso diagnóstico é o BBT - Teste de Fotos de Profissões de Martin Achtnich (Achtnich 1), um método para a clarificação da inclinação profissional. Este método, que começa a ser difundido em nosso meio (Jacquemin e Pasian 5), tem sido empregado durante o processo de atendimento com o intuito de verificar como os conflitos vocacionais se apresentam e de apreender mais adeqüadamente os dinamismos internos que mobilizam o orientando na tomada de decisão e escolha.

Uma das etapas do processo de orientação profissional desenvolvido no SOP, em atendimentos individuais e em grupo, consiste na aplicação do BBT, em sua forma original, seguida da solicitação de uma história sobre as cinco fotos preferidas. Ao término da intervenção, as fotos preferidas são reapresentadas, com o objetivo de se solicitar uma segunda versão da história narrada, agora projetada para o futuro, sugerindo-se dentro de dez anos.

Em observações empíricas dos resultados da aplicação deste procedimento complementar, obtidos com dez adolescentes atendidos nos anos de 1994 e 1995 (Melo-Silva e Jacquemin 13), as diferenças constatadas entre as duas histórias chamaram a atenção. Ao se compararem as narrativas, verificou-se que estas diferenças merecem estudos mais sistematizados, pois podem fornecer indicadores relevantes para a compreensão e avaliação da escolha (ou não-escolha) realizada pelo adolescente no processo de orientação profissional e, particularmente, como se verá nesse caso, a necessidade de psicoterapia.

Desta forma, pode-se inferir que, através deste procedimento complementar desenvolvido pelos autores mencionados anteriormente, é possível tornar mais claro o processo de escolha, tanto do ponto de vista do orientador como do orientando. Em geral, mesmo quando o jovem ainda não foi capaz de definir sua carreira, ele relata sua possibilidade de decidir sozinho.

No presente estudo, pretende-se enfocar este procedimento diagnóstico complementar, a segunda história das fotos preferidas, desenvolvido a partir do procedimento original proposto pelo autor da técnica.

O objetivo desta investigação é apresentar, através de uma metodologia de estudo de caso, os resultados obtidos com o emprego da técnica em um caso de orientação profissional, dentro de um enfoque psicodinâmico.

 

Método

Sujeito:

Trata-se de um adolescente de 17 anos, do sexo masculino, que durante a avaliação se encontrava cursando a 3ª série do 2º grau em uma escola particular, tendo realizado o 1º grau em uma escola pública. O sujeito é o filho caçula de uma família composta por quatro irmãos. O pai tem nível superior de escolaridade, enquanto a mãe cursou até o 1º grau. A renda familiar declarada foi de 17 salários mínimos.

O adolescente apresentou como motivo de procura do Serviço dúvidas entre seguir as carreiras de engenharia mecânica, administração, contabilidade e medicina veterinária. Sua expectativa inicial com relação ao atendimento era a de que seriam realizados testes e fornecidas informações profissionais. Além das dificuldades em relação à tomada de decisão profissional, relatou dificuldades na vida social. Referiu que os pais “dão palpites” em sua vida. Das características do pai e da mãe mencionou que gostaria de ter “todas”, não havendo nenhuma que não gostaria de ter. Em sua percepção, o pai é uma pessoa determinada, que gosta de ler e praticar esportes. Sobre seus próprios interesses, mencionou gostar de ler livros e a Folha de São Paulo, e ter aptidões para as atividades de raciocínio, área de exatas e esportes.

Procedimento de coleta de dados:

De 1994 a 1996, foram atendidos no SOP 205 jovens, em atendimentos grupais e individuais, na maioria dos quais aplicou-se o BBT. Destes participantes, selecionou-se um caso, considerado ilustrativo da parcela da clientela que necessita de orientação profissional e que, no decorrer do processo, constatou-se a necessidade de encaminhamento para tratamento psicoterápico.

Os dados foram obtidos através de um estudo retrospectivo dos registros do prontuário do cliente. Entre os instrumentos utilizados consta o Roteiro de Entrevista de Triagem, aplicado na entrevista inicial, base para a definição de sua elegibilidade para o atendimento em orientação profissional.

O processo do qual este adolescente participou foi realizado em grupo e ocorreu em 12 encontros de duas horas de duração, sendo que o sujeito compareceu a 11 delas. Durante o processo foi aplicado o Questionário de Vida Confidencial, o BBT e realizadas diversas técnicas grupais, de acordo com as normas preconizadas pela literatura.

O presente estudo tem por objetivo analisar um procedimento complementar ao BBT, que consiste na solicitação de uma história das cinco fotos preferidas, articulando-as entre si. Esse procedimento de avaliação consistiu na solicitação dessa história, aplicada em dois momentos do processo de orientação profissional.

A primeira história foi contada no decorrer do processo, quando realizou-se a aplicação completa do BBT. Ao término do atendimento, apresentou-se novamente as cinco fotos preferidas e solicitou-se que o sujeito contasse uma história com uma visão de futuro, dentro de dez anos8, e desse um título a ela.

Procedimento de análise dos dados:

A metodologia empregada é o estudo de caso, uma das modalidades de pesquisa qualitativa9 (Minayo 6). As narrativas foram submetidas a uma análise de conteúdo. Para Bardin (2), o recurso à análise de conteúdo é freqüentemente necessário na prática do psicólogo, quando se trabalha com pesquisas que envolvem diagnóstico, aconselhamento e psicoterapia.

Para a sistematização dos dados obtidos, elaborou-se uma proposta de análise, que será pormenorizada em seguida.

As narrativas foram submetidas a uma análise de conteúdo. A análise do registro escolhida foi o discurso por escrito do sujeito. Para tanto, utilizou-se a técnica sistematizada por BARDIN (Id. Ibid.). O procedimento de análise incluiu as seguintes etapas: pré-análise, exploração do material para categorização e tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

Os critérios adotados no presente estudo para a interpretação dos resultados baseiam-se em uma leitura psicodinâmica das narrativas, que visa identificar as inter-relações presentes nos diferentes elementos de identificação representados nas histórias. Como referencial teórico-técnico, utiliza-se a abordagem psicanalítica, notadamente a teoria das relações objetais desenvolvida por Melanie Klein, em particular sua análise do papel dos mecanismos de defesa primários na formação do pensamento simbólico, e as relações deste com o processo de luto e integração das pulsões ao ego (Klein 7, 8, 9, 10, 11) e Segal (22).

Tendo por base um sistema de avaliação elaborado especificamente para esse fim, o conteúdo das histórias produzidas foram comparados, utilizando-se, para tanto, as seguintes categorias de análise: (1) identificação dos personagens, (2) temporalidade nas duas histórias, (3) capacidade de manejo do conflito profissional, (4) desfecho (solução do conflito), (5) sentimento de identidade,(6) organização defensiva,e(7) títulos atribuídos às histórias.

 

Resultados e Discussão

Os resultados permitem inferir que, enquanto a primeira narrativa (Quadro 1) é concluída em tom de desesperança e desamparo, a segunda (Quadro 2) revela a percepção de alternativas de solução dos conflitos pessoais e profissionais. Com a ansiedade melhor controlada, o orientando demonstra ser capaz de estabelecer um maior contato com a realidade, tanto externa como interna, podendo, então, fazer uso do pensamento e da lógica para decidir os rumos de sua busca relativa à carreira profissional.

QUADRO 1: Primeira versão da história das cinco fotos preferidas do BBT, de Martin Achtnich.

 

Fui até a estante com dificuldade auxiliado pela cadeira de rodas, encontro uma antiga foto recoberta por poeira. Vejo rostos amigos, todos já mortos pela desgraçada 2ª Guerra Mundial; lágrimas percorrem o chão. Começo a lembrar da Guerra e como participei dela, tento resistir desta lembrança, mas não consigo.

Tudo começou em 1940, quando tinha 23 anos, recém-formado em arqueologia, profissão que achava a melhor. Já exercia a profissão, mas além desta trabalhava em um hospital veterinário, mesmo não formado nesta área, ajudava o ­­­­­­­­­­médico-veterinário, Marcelo, a cuidar de seu hospital. Pensava em fazer a faculdade de veterinária para exercer a profissão legalmente e todas suas funções. Junto da faculdade de Arqueologia, fiz um curso profissionalizante em relação à equipamentos elétricos e outro envolvendo a química, para o desenvolvimento de certas substâncias que ajudavam (ou não?) a humanidade. Fui recrutado para integrar o exército brasileiro, para lutar na Europa junto com os aliados, fiquei numa base na Inglaterra, cuja cidade não lembro o nome.

Não fui recrutado para tornar-me um soldado, fui para trabalhar em atividades que aqueles cursos profissionalizantes me enquadraram. Na Inglaterra integrei-me a um grupo de cientistas para desenvolver tecnologia para a guerra, com isto, trabalhei em um local fechado (super secreto), com os instrumentos mais avançados do mundo.

Estava ocorrendo tudo certo, ainda a cidade não havia sido atacada, mas um dia a sorte se acabou. A cidade foi bombardeada e o laboratório destruído, então fui remanejado para Portugal, em Lisboa, onde me integrei agora a cientistas da parte de química e biologia, cujo objetivo era desenvolver certas substâncias para ajudar na guerra. Durante esta minha estadia comecei a elaborar uma substância (fator laranja), que depois foi aperfeiçoado e utilizado na Guerra do Vietnã. Este trabalho não me deixa feliz, pois estaria construindo máquinas e criando substâncias que iriam matar milhares de pessoas, isso me dava uma sensação de que era eu que tinha praticado a ação, deixando-me um enorme remorso. Durante toda minha estadia, tanto em Portugal ou Inglaterra, fiz grandes amigos, mas a maioria eu vi morrer, fazendo sentir-me pior do que já estava.

Por ordens superiores fui remanejado de Lisboa para Madri, onde trabalhei num aeroporto de aviões bombardeiros. Trabalhei na sala de comando do aeroporto, através deste (utilizando-se de computadores) controlava a “entrada” e “saída” de aviões. No ano de 1943, um avião alemão bombardeou o aeroporto. A única cena que eu lembrei, antes da explosão, foi a de um “raio” ter caído na pista. Depois, só caí em mim quando acordei no hospital com a notícia de que minhas pernas seriam amputadas.

Guardo a foto, enxugo as lágrimas e saio do cômodo.
Apagam-se as luzes.

(Título: A capacidade de destruir)

 

QUADRO 2: Segunda versão da história das cinco fotos preferidas do BBT, de Martin Achtnich.

 

Saio da fábrica, olho para trás e vejo a indústria da cana-de-açúcar. Pergunto-me se era isto que eu queria, se sou feliz. Às vezes acho que é a profissão mais gratificante possível, mas outras vezes não acho. Então sempre tento melhorar, fazer outros cursos para que eu vá me realizando. Só desta forma eu me sinto melhor, pois se eu ficasse apenas com uma profissão eu estaria infeliz, mas será que eu sou feliz? Depois de quatro anos de formado já fiz vários cursos de especialização referentes a Engenharia Mecânica, ano passado ingressei na faculdade de Administração, para tentar saciar a minha sanha de conhecimento.

Andando pela rua, voltando para casa, discuto se esta minha tentativa de descobrir várias profissões para me realizar não possa ser prejudicial. Explico. Esta procura denuncia que eu não esteja tão realizado na profissão e assim procure outra, mas o medo é de procurar e nunca encontrar a profissão ideal. Pessimismo. Tento tirar esta idéia da cabeça, sei que encontrarei a minha vocação, mas enquanto não encontro irei procurar.

Entro em casa mais aliviado, mas outro problema surge...

(Título: Pessimismo?Não sei...)

Os resultados indicam que:

(1) Identificação dos personagens:

Quanto aos personagens retratados, o orientando coloca-se como protagonista em ambas as histórias, o que denota a possibilidade de assunção do papel central.

Há uma projeção acentuada de sentimentos disfóricos associados às relações interpessoais: “Durante toda minha estadia, tanto em Portugal ou Inglaterra, fiz grandes amigos, mas a maioria eu vi morrer, fazendo sentir-me pior do que já estava.” O sujeito parece ficar a mercê dessas intensas vivências de destruição, perda e desamparo.

(2) Temporalidade nas duas histórias:

Nota-se que a primeira narrativa situa-se no passado, mais especificamente, durante a 2ª guerra mundial e a guerra do Vietnã, o que parece denotar a dificuldade na resolução de conflitos primitivos, impedindo a percepção dos conflitos atuais. Desse modo, o adolescente se defende da atualização dos sentimentos despertados na adolescência (Oliveira 18). Já a segunda história ocorre inteiramente no tempo presente, indicando capacidade de focalizar sentimentos atuais. A utilização de verbos mais diretos, no presente do indicativo, em um texto mais conciso quando comparado à primeira narrativa, indica que o adolescente já é capaz de vislumbrar uma possibilidade de lidar com os conflitos profissionais, operando o deslocamento temporal no sentido do futuro, o que lhe permite elaborar um projeto de vida (lembrando que o significado etimológico da palavra projeto é, justamente, lançar-se para frente, ir ao encontro do porvir).

Ao introduzir a perspectiva de aferir a variável temporalidade, o procedimento de teste-reteste empregado é coerente com a noção de que a escolha profissional é um processo dinâmico e, como tal, permeado pela dimensão temporal. Afinal, como assinala Silva (23), se o desenvolvimento vocacional é um aspecto integrante da vida, a decisão vocacional não pode limitar-se a um determinado momento estanque, já que depende de um longo processo de maturação e aprendizagem.

(3) Capacidade de manejo do conflito profissional:

No que concerne ao conflito profissional, na primeira versão o sujeito apresenta várias profissões que competem entre si, revelando dificuldade em estabelecer uma hierarquia entre elas. Já na segunda versão, ele se mostra capaz de definir uma profissão, embora permaneça uma perspectiva de busca constante.

Na primeira narrativa, o ego se mostra fragilizado e, incapaz de tomar uma decisão, se submete às pressões do ambiente: “Não fui recrutado para tornar-me um soldado, fui para trabalhar em atividades que aqueles cursos profissionalizantes me enquadraram.” É marcante a insatisfação com as atividades profissionais exercidas, incrementando vivências depressivas e dolorosas: “Este trabalho não me deixa feliz, pois estaria construindo máquinas e criando substâncias que iriam matar milhares de pessoas, isso me dava uma sensação de que era eu que tinha praticado a ação, deixando-me um enorme remorso.

O personagem retratado parece vivenciar intensos sentimentos de desajustamento e deslocamento, à medida que não consegue se identificar plenamente com nenhuma das atividades e situações em que se vê colocado.

(4) Desfecho (solução do conflito):

Na primeira versão, a tonalidade emocional predominante do início ao fim da história é de cunho francamente depressivo, centrando-se na temática da perda e da morte, com desfechotrágico para o conflito vivenciado. Esse dado demonstra incapacidade de resolução satisfatória dos conflitos. Na segunda versão, o personagem central continua buscando soluções para os conflitos profissionais e pessoais vivenciados, porém de uma maneira mais ordenada, provavelmente graças a uma maior integração do ego.

(5) Sentimento de identidade:

Na primeira história, a identidade apresenta-se fragmentada, em decorrência da regressão induzida pela utilização maciça de mecanismos de defesa imaturos, como a cisão e a projeção dos impulsos sádico-anais e destrutivos (no relato construído, o personagem fica mutilado fisicamente, após ter sofrido grave acidente). Suas capacidades intelectuais parecem ser tolhidas pela inibição decorrente de sua imaturidade afetiva, o que o impede de lidar com situações novas, dificultando o processo de aprendizagem e a assimilação de novas aquisições e conquistas no plano cognitivo.

Para Melanie Klein, o desenvolvimento emocional se realiza com base em um constante processo de introjeção e projeção. Quando não é possível manter o equilíbrio entre esses dois mecanismos básicos, devido por exemplo ao excesso de projeção, como se observa nesse caso, o ego se enfraquece acentuadamente, muito embora faça esforços para manter o controle (“controlava a ‘entrada’ e ‘saída’ de aviões”). Não podendo discriminar adeqüadamente entre os seus aspectos positivos e negativos, o sujeito é incapaz de usar suas potencialidades e recursos adaptativos para organizar suas experiências afetivas, ficando vulnerável a sentimentos de vazio que acentuam suas vivências de desproteção e desamparo, já que ele fica completamente entregue, por um lado, à ação descontrolada dos “aviões bombardeiros” que representam as forças mortíferas de seu mundo interno, e por outro lado, aos imperativos de um superego extremamente rígido e cruel (“Por ordens superiores, fui remanejado...”), que não tolera sua carga agressiva e o ameaça com retaliação (“...só caí em mim quando acordei no hospital com a notícia de que minhas pernas seriam amputadas”).

Já na segunda versão, há maior coesão no sentimento de identidade vivenciado, obtida graças a um melhor controle dos impulsos, que podem agora ser melhor discriminados pelo sujeito, proporcionando uma maior capacidade de contato tanto com a realidade interna como externa. A possibilidade de antepor a reflexão à ação parece contribuir para aumentar a tolerância à frustração, propiciando um maior desenvolvimento do pensamento simbólico.

Assim, enquanto a primeira narrativa permite-nos situar o adolescente, do ponto de vista de seu funcionamento mental, na posição esquizoparanóide, a narrativa obtida após o processo de intervenção indica claramente sua possibilidade de superação, mediante a integração dos aspectos mais desorganizados da personalidade. O ingresso na posição depressiva, com sua temática característica (culpa e reparação), evidencia a ação benéfica dos mecanismos reparatórios atuando sobre a expressão da auto-imagem, permitindo um fortalecimento do ego, que agora pode se dedicar mais livremente às suas funções específicas (percepção, raciocínio lógico, síntese, atenção, memória, etc.), e se lançar à tarefa de formular um plano de vida que possa nortear os processos de tomada de decisão quanto ao futuro.

Desse modo, assim, a energia psíquica pode ser direcionada para o processo de constituição do Eu e para a aquisição da identidade.

(6) Organização defensiva:

Na primeira narrativa, em seus esforços no sentido de controlar a ansiedade paranóide suscitada pela situação de escolha, o orientando recorre ao uso de mecanismos de defesamais primitivos, tais como: negação dos conflitos, cisão, projeção maciça e identificação projetiva. Na segunda narrativa, com a possibilidade de melhor delimitação do conflito, pode-se constatar que, ainda que a situação de escolha permaneça como fonte de ansiedade, predominam mecanismos de defesa mais evoluídos no enfrentamento da mesma, tais como a repressão e o controle racional dos afetos, prevalecendo a ansiedade depressiva, que permite ao orientando delinear um projeto de vida e projetá-lo no futuro.

Melo-Silva e Jacquemin (13, 14) observaram que na primeira versão da história das cinco fotos preferidas, os jovens, em sua maioria, referem-se ao personagem principal através do pronome pessoal na terceira pessoa do singular (ele, ela) e através de um nome dado ao personagem. Por vezes a narrativa é impessoal, não há um personagem, o discurso se fixa sobre o trabalho ou a vida. A narrativa mostra as dúvidas entre várias carreiras, entre profissões universitárias tradicionais e carreiras artísticas. A maior parte dos adolescentes relata conflitos nos quais as carreiras tradicionais, de maior prestígio social, competem com as artísticas como música e dança. A maioria das narrativas apresentam desfecho feliz e associados à esperança de conseguir tomar a melhor decisão. Algumas, como a do presente estudo, são concluídas com um desfecho trágico.

Já na segunda versão da história das cinco fotos preferidas, as referências ao personagem principal são feitas através do uso do pronome na primeira pessoa do singular (eu). O personagem deixa de ser fictício, as referências passam a ser feitas em relação ao seu futuro, aos seus sonhos e aspirações. Nesse contexto, os sentimentos de incerteza vivenciados em relação ao futuro podem ser discriminados e expressos de maneira franca e direta, emergindo não mais como ansiedades confusionais, mas sob a forma de questionamentos dirigidos a escolhas que já puderam ser feitas: “Pergunto-me se era isto que eu queria, se sou feliz. Às vezes acho que é a profissão mais gratificante possível, mas outras vezes não acho.

Uma nova condição psíquica parece ter sido adqüirida, proporcionando um maior contato com a realidade, que permite o reconhecimento dos conflitos e um exame de alternativas de resolução: “Então sempre tento melhorar, fazer outros cursos para que eu vá me realizando. Só desta forma eu me sinto melhor, pois se eu ficasse apenas com uma profissão eu estaria infeliz, mas será que eu sou feliz?” O sujeito valoriza a aprendizagem de novas tarefas e procura adaptar-se às situações novas, podendo usar melhor seus recursos para alcançar seu equilíbrio.

(7) Títulos atribuídos às histórias:

O aumento da auto-estima permite novas possibilidades de lidar com as dolorosas (e inevitáveis) vivências de dúvida e com a perspectiva de arrependimento devido à escolha de opções menos adeqüadas. Isso fica patente a partir da comparação dos títulos das duas narrativas (o título atribuído à primeira história é “A capacidade de destruir”, e o da segunda narrativa é “Pessimismo? Não sei...”). No primeiro título, o ego se mostra fragilizado diante da ameaça de aniquilamento, ao passo que no segundo o sujeito já é capaz de enfrentar seus próprios sentimentos de impotência frente à realidade que, embora ainda temida, parece agora ser encarada como algo menos ameaçador.

A existência de conflitos, em vez de ser vista como uma força intrinsecamente desagregadora, parece se transformar em desafio a ser enfrentado: “Pessimismo. Tento tirar esta idéia da cabeça, sei que encontrarei a minha vocação, mas enquanto não encontro irei procurar.” Essa nova maneira de experienciar a realidade traz alívio, à medida que aplaca a ansiedade persecutória, graças a um melhor funcionamento do ego (“Entro em casa mais aliviado”). O que permite ao sujeito perceber que a resolução de um conflito não elimina a possibilidade de outros surgirem ao longo da vida (“...mas outro problema surge...”), o que pode ser visto como uma visão mais amadurecida da vida, além de uma nova disposição para enfrentar obstáculos sem recair no “pessimismo” sem saída (visão derrotista que permeia a primeira história). O sujeito demonstra, assim, poder utilizar as experiências passadas para resolver problemas que se colocam no presente, em vez de manter-se fixado ao passado, adotando padrões de conduta regressiva. Por outro lado, favorece-se também um olhar prospectivo sobre a realidade: também o futuro pode ser agora vislumbrado, como uma dimensão temporal discriminada do presente e do passado.

Neste segundo momento, o sujeito parece apontar para uma maior capacidade de lidar adeqüadamente com os conflitos e de situar-se ativamente em uma situação social, superando em parte suas inibições. O personagem exerce uma profissão e chega a especificar a área de atuação e até o local de trabalho, embora ainda encontre alguma dificuldade de “saciar” sua “sanha de conhecimento”, o que sugere que a situação de escolha talvez ainda seja eliciadora de ansiedade. No desfecho final, o personagem está certo de que poderá encontrar sua vocação, mas ainda não se sente maduro para tanto. Em todo caso, pode-se inferir que já é capaz de avaliar criticamente suas possibilidades, e as várias alternativas e restrições vocacionais que têm pela frente. Ainda que ao final do processo ele ainda não emerja plenamente enquanto sujeito livre, consciente dos determinismos que o cerceiam, parece ter consciência da necessidade de transcendê-los, buscando amadurecer uma atitude que, no futuro, pode ser de autonomia, baseada na liberdade e na responsabilidade de decisões.

A capacidade de julgamento está menos alterada, provavelmente em função de que os fatores emocionais já não ocasionam baixa discriminação entre a realidade externa e a realidade subjetiva. Conseqüentemente, aumenta a capacidade reflexiva e de auto-análise, favorecendo a capacidade de introspecção, que permite um maior contato com suas próprias necessidades, incluindo a necessidade de ser útil e se inserir dentro do contexto social mais amplo:

“...Andando pela rua, voltando para casa, discuto se esta minha tentativa de descobrir várias profissões para me realizar não possa ser prejudicial. Explico. Esta procura denuncia que eu não esteja tão realizado na profissão e assim procure outra, mas o medo é de procurar e nunca encontrar a profissão ideal.

 

Conclusões e Implicações

Na avaliação do processo de orientação profissional pelo qual passou o adolescente, os objetivos foram considerados parcialmente atingidos pelos responsáveis pelo atendimento. Entretanto, os resultados sugerem que ele beneficiou-se da OP, mostrando-se, ao final da mesma, bem mais estruturado, do ponto de vista psicológico, para enfrentar um processo psicoterápico no futuro, caso sinta-se motivado para tanto.

A comparação das narrativas realizadas mostra que, ao término do processo, o orientando visualiza possíveis aquisições que podem auxiliá-lo na construção da nova identidade, tornando-o mais confiante em si mesmo e na sua capacidade de poder enriquecer a sociedade com a sua participação. Começa, assim, a vislumbrar os ganhos que poderá obter com a aquisição de um novo corpo e de uma nova identidade, o que é essencial para que se possa evoluir de uma situação de absoluta dependência para uma situação de autonomia (interdependência) relativa que caracteriza a vida adulta.

Pode-se postular, com base nesses dados, que o processo de orientação profissional acaba funcionando, em casos como o aqui avaliado, como um preparo do jovem para a psicoterapia, à medida que favorece o contato com seus conflitos e objetos internos, ligados à sua indecisão quanto à escolha da carreira. Assim, o procedimento utilizado parece favorecer o refinamento da indicação para diferentes modalidades de intervenção psicológica. Ainda que seja um instrumento aplicado basicamente no contexto da orientação profissional, constatou-se pelos dados coletados que ele pode ser eficaz para elucidar aspectos dinâmicos da personalidade, mostrando possibilidades de aplicação em outros campos de atendimento psicológico, o que requer uma maior sistematização das informações a serem proporcionadas através de novos estudos. Acreditamos que experiências positivas com o uso de instrumentos em orientação profissional devem ser encorajadas e que os testes e técnicas de avaliação psicológica precisam ser mais utilizados e estudados pelo orientador, que deve saber reconhecer o valor diagnóstico e complementar desses procedimentos, independentemente da abordagem que emprega.

O procedimento descrito não substitui a aplicação convencional do BBT, nem possui um estatuto de teste psicológico, capaz de isoladamente avaliar a personalidade do indivíduo. A história das cinco fotos preferidas funciona apenas como um procedimento auxiliar às entrevistas e demais procedimentos de avaliação utilizados, que, ao permitir captar os psicodinamismos do orientando, contribui para explicitar e apreender os significados singulares que ele atribui à realidade objetiva e subjetiva. Como tal, o procedimento das histórias deve ser visto como um esquema de compreensão clínica da personalidade, que ajuda o orientando a desenvolver novas percepções sobre si mesmo e sobre a sua vida, tanto em termos pessoais como profissionais.

Na prática de orientação profissional e vocacional o psicólogo deve oferecer instrumentos que favoreçam a tarefa de promover o autoconhecimento de seus orientandos, a fim de que estes possam optar de forma mais consciente pelos campos de atuação profissional que mais se coadunem com suas tendências de personalidade e que sejam mais adeqüadas e coerentes com seu contexto de vida.

 

Referências Bibliográficas

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Endereço para correspondência: Lucy Leal Melo-Silva - Departamento de Psicologia e Educação - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras USP. Av. Bandeirantes, 3900 - Monte Alegre - CEP 14040-901 &– R. Preto &– SP. Tel. (016) 602-3789 / 602-3739 Fax. (016) 602-3632. E-mail: lucileal@ffclrp.usp.br.
6 Lucy Leal Melo-Silva - Profa. da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de R.P - SP.
7 Manoel A dos Santos - Profr. da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de R.P - SP.
8 Esta solicitação baseia-se na instrução dada para a aplicação do teste Visão de Futuro, descrito por Sílvia Gelván de Veinsten. Trata-se de uma técnica projetiva gráfico-verbal que “consiste em fantasiar-se com relação ao futuro, como se fosse um sonho despertado”. Na instrução deste teste solicita-se que o jovem imagine-se no futuro, especificando um tempo &– dentro de 10 anos, por exemplo (Müller 17).
9 A pesquisa qualitativa, como o próprio nome indica, não pretende medir a quantidade de pessoas que são atingidas por um determinado fenômeno, mas captar o que essas pessoas pensam e como reagem às transformações.

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