Serviços Personalizados
Journal
artigo
Indicadores
Compartilhar
Psicologia: ciência e profissão
versão impressa ISSN 1414-9893
Psicol. cienc. prof. v.28 n.3 Brasília set. 2008
ARTIGOS
Percepções de adolescentes grávidas em relação a seus familiares e parceiros
Perceptions of pregnant adolescents related to their families and partners
Percepciones de adolescentes embarazadas con relación a sus familiares y compañeros
Geraldina Porto Witter*; Edna Araújo Guimarães**
Universidade Camilo Castelo Branco
RESUMO
Este trabalho objetivou verificar a percepção de adolescentes grávidas sobre familiares e companheiros. Participaram 22 adolescentes grávidas entre 14 e 16 anos. Um questionário específico foi aplicado às participantes. Os resultados mostram que poucas conversavam sobre sexo e gravidez em casa, e a maioria disse que aprendeu no lar algumas informações, mas 40% consideram que nada aprenderam. Houve a tendência de as mães das gestantes serem informadas sobre a gravidez pelas próprias filhas. A primeira reação dos pais foi negativa, mas depois aceitaram a situação. considerou-se que os parceiros tiveram atitudes positivas e se responsabilizaram pelo período de gestação. As famílias das garotas, especialmente as mães, deram suporte à maternidade. com a gravidez, houve mudanças na vida de 68,1% das participantes.
Palavras-chave: Gravidez na adolescência, Suporte familiar, Paternidade, Mães adolescentes.
ABSTRACT
It was objectified to study the perceptions pregnant adolescents related families and partners. Participants were 22 pregnant adolescents, 14 to 16 years old. One specific questionnaire was applied to the participants. The results showed there they had few conversation concerning sex and pregnancy at home, learning some informations, but 40 % considered they learned nothing. The mothers were informed about pregnancy by their dough. The first reaction of parents was negative one, but after a time they accept the situation. The partners are considered with positive attitudes and with co-responsible acts during gestation. The girls family, specially the mother, supported to mothering. In the life of 68,1% of participants every thing changed with the pregnany.
Keywords: Adolescent pregnancy, Familiar support, Paternity, Adolescent mothers.
RESUMEN
Este trabajo tuvo como objetivo verificar la percepción de adolescentes embarazadas sobre familiares y compañeros. Participaron 22 adolescentes embarazadas entre 14 y 16 años. Un cuestionario específico fue aplicado a las participantes. Los resultados muestran que pocas conversaban sobre sexo y embarazo en casa, y la mayoría dijo que aprendió en el hogar algunas informaciones, pero 40% consideran que nada aprendieron. Hubo la inclinación de las madres de las gestantes a ser informadas sobre el embarazo por las propias hijas. La primera reacción de los padres fue negativa, pero después aceptaron la situación. Se consideró que los compañeros tuvieron actitudes positivas y se responsabilizaron por el período de gestación. Las familias de las chicas, especialmente las madres, dieron soporte a la maternidad. con el embarazo, hubo cambios en la vida del 68,1% de las participantes.
Palavras clave: Embarazo en adolescencia, Sporte familiar, Paternidad, Madres adolescentes.
A sexualidade envolve pensamentos, ações e orientações eróticas, e tem na adolescência um papel forte que influi em outros aspectos do desenvolvimento. Isso explica o fato de esse ser um tema recorrente em Psicologia do desenvolvimento, na busca da identificação, das continuidades e das mudanças que ocorrem ao longo da vida das pessoas (Shaffer, 2005). conforme dados descritos pelo autor, nas sociedades industrializadas, vêm ocorrendo uma maturação precoce e maior crescimento corporal em decorrência das condições de vida, da estimulação e de diversas variáveis biopsicossociais.
A situação requer muitos estudos sobre a aprendizagem da sexualidade, de seus limites e riscos, a avaliação de estratégias de prevenção e o desenvolvimento de responsabilidade social e ética (Baum, 2006; Chalem et al., 2007; Goldenberg, Figueiredo, & Silva, 2005).
Nesse contexto, a família e os adolescentes merecem estudos específicos. cantone (2004), pesquisando adolescentes gestantes entre 15 e 16 anos, observou que as famílias das entrevistadas parecem possuir laços afetivos bastante precários e conflituosos. As configurações familiares apresentam, de modo geral, características que revelam um pai ausente e ou/fraco e uma mãe autoritária/ dominante, o que predisporia a uma gravidez precoce. Taquetti (1997) chegou a conclusões similares, tendo também encontrado famílias desestruturadas na origem de adolescentes gestantes e atribuído forte influência dessa situação ao estado das jovens.
De fato, a família tem um papel fundamental no desenvolvimento da sexualidade do adolescente, mas são poucas as pesquisas sobre sexualidade no âmbito familiar. Segundo Dubeux (1998), a família continua sendo uma instituição significativa no processo de socialização e um espaço privilegiado de transmissão de valores entre gerações, e podese dizer que há basicamente dois padrões de relacionamento entre pais e filhos, um conjunto de famílias que modernizou a educação sexual recebida em suas famílias de origem e um outro grupo que reproduziu essa educação quase integralmente como a recebeu. Não só a família como também toda a sociedade precisam dar amparo aos adolescentes para evitar que tenham uma visão distorcida a respeito da sexualidade e ao assumir a responsabilidade de ter filhos.
Dos pais, é esperado que criem um ambiente familiar propício ao desenvolvimento dos filhos. Bronstein (2006) destaca que é nesse contexto que começam a socialização e as relações de gênero. Os pais são apenas modelos, são pessoas que devem assumir papel importante na orientação sexual dos filhos. Segundo o estudo de Nogueira (2003), é valido ressaltar que não se pode desconsiderar a forte associação entre o nível de escolaridade e a probabilidade de uso de qualquer método contraconceptivo já na primeira relação sexual, e o autor destaca a importância das conversas sobre planejamento familiar mantidas com a mãe como forma de evitar uma gravidez indesejável na adolescência.
A mãe adolescente tem sido vista como incompetente na interação com seu bebê por estar, ao mesmo tempo, envolvida em dois processos igualmente complexos (Viçosa, 1997). No Brasil, apesar de a taxa de fecundidade ter diminuído, desde a década de 60, a gravidez entre as adolescentes aumentou consideravelmente, com discretas diferenças entre as regiões urbanas e rurais (Junqueira, 2000), o que torna o problema ainda mais preocupante.
Adolescência e maternidade são períodos que implicam uma série de transformações. Principalmente quando se trata de uma mãe adolescente, há uma série de mudanças tanto da parte da própria mãe adolescente como da família em geral. Para seus afazeres como mãe, a adolescente muitas vezes necessita de ajuda no cuidado com o bebê. É justamente nesse momento que se espera que as avós exerçam o papel de apoio. Em muitos casos de gravidez na adolescência, são elas que auxiliam no cuidado com o bebê desde os primeiros dias de vida, e posteriormente, em alguns casos, as mesmas assumem quase que por completo a maternagem em função do retorno da adolescente aos estudos e, em seguida, ao trabalho (Falcão & Salomão, 2005). Em alguns casos, quando essas adolescentes se relacionam com outro parceiro e esse relacionamento chega ao casamento, o filho fica sob os cuidados da avó, que assume quase que definitivamente a maternagem. Um dos fatores que criou condições para a maternagem pela avó é o aumento na longevidade humana. Em outros casos, as adolescentes não suportam a responsabilidade ocasionada pela maternidade, o que leva a avó a exercer tal papel, e o filho pode ser criado como irmão da adolescente. No último caso, verificaram que, por vezes, a avó registra o neto como filho, estabelecendo uma troca total de papéis.
Em parte influenciada pelo movimento feminista, a preocupação e a pesquisa sobre os papéis do homem na gestação, no relacionamento do casal e na assistência aos filhos expandiu-se nos anos 70 do século passado, nos Estados Unidos, e alcançou outros países nas décadas seguintes (Arilha, Unbehaum, & Medrado, 2001). Entretanto, conforme constataram Lyra (1997) e Medrado e Lyra (1997), no final do século, ainda era grande a carência de pesquisas relacionadas ao gênero masculino, notadamente aos pais jovens e adolescentes. Na realidade, tanto do gênero feminino como do masculino, a sociedade espera que assumam, no primeiro caso, a maternagem ou os cuidados de mães, e, no segundo caso, o papel de pais, de acordo com a cultura em que estão inseridos (Freitas, Coelho, & Silva, 2007; Nolasco, 1995). Apesar de haver uma tendência a valorizar a participação masculina desde o início da gravidez como apoio à mãe e como preparo para a paternidade e equilíbrio da vida do casal, não há estudos suficientes que enfocam a figura masculina (Guimarães, 2001).
Crepaldi, Andreani, Hammes, Ristof e Abreu (2006) realizaram uma pesquisa junto a 30 famílias tendo por objetivo verificar como as mães percebiam a participação dos pais nos cuidados com os filhos. A idade das mães variou de 16 a 39 anos, e a dos pais, de 19 a 42 anos. De um modo geral, os pais foram considerados participantes, tendendo a serem considerados como mais participantes, especialmente aqueles cujos filhos não estavam freqüentando creches.
Com o objetivo geral de estudar como adolescentes grávidas percebem as reações e a ajuda oferecida por seus familiares e parceiros, foram estruturados os objetivos específicos: (a) detectar como a gestante observou a reação dos pais quando souberam da sua gravidez ; b) verificar o envolvimento do seu parceiro com a gravidez e se ele estava assumindo o papel de futuro pai; c) apoios recebidos para seu papel de mãe e (d) mudanças que aconteceram em suas vidas em decorrência da gravidez.
Método
Participantes
Foram participantes desta pesquisa 22 adolescentes gestantes do primeiro filho, com idade média de 16,5 anos, desvio-padrão de seis meses e todas pacientes de postos de saúde. Sobre os pais das participantes, foram obtidas informações pela aplicação de questionário às parturientes. As mães tinham em média 40 anos, sendo o desvio-padrão de 6,7 anos. Os pais tinham idade média de 44 anos, rendo sido registrado desvio-padrão de 4,4 anos. Todas as famílias eram de classe média baixa e dependiam totalmente do serviço público para a solução de seus problemas na área da saúde.
Das adolescentes, 63,6% afirmou ter 16 anos de idade quando responderam ao questionário, 22,7% afirmou ter 15 anos, e 13,6% afirmou ter 14 anos. Referente à idade dos parceiros, observa-se que 95,2% informaram ter mais de 20 anos de idade, 4,7% relataram ter 17 anos de idade, com uma grande diferença de idade entre as adolescentes e os respectivos parceiros. A média de idade destes foi de 23,6, e o desvio padrão, 4,9 anos.
Material
A coleta de dados foi obtida por meio de um questionário composto por 15 perguntas abertas e fechadas bem como de caracterização das participantes e familiares e perguntas sobre a gravidez e os aspectos específicos relativos aos objetivos: se antes da gravidez havia abertura em casa para conversas sobre sexo e gravidez, o que foi aprendido com essas conversas, como seus pais ficaram sabendo da gestação, como eles reagiram, como foi e quando o namorado ficou sabendo da gestação, se ele estava acompanhando a gravidez, se as participantes se consideravam preparadas para exercer a maternagem, como estava ocorrendo essa preparação, quem a estava ajudando e o que a gravidez mudou em suas vidas. Trata-se de questionário elaborado especialmente para a pesquisa e pré-testado em cinco adolescentes parturientes que freqüentavam o mesmo posto de saúde. A partir das respostas obtidas, foram feitos ajustes na formulação de algumas questões. Os dados das participantes do préteste foram descartados.
Foram elaborados Termos de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em atenção aos princípios éticos (Lowman, 2006); foram elaborados termos específicos para pais, adolescentes e direção do centro governamental de assistência em que foi efetivada a coleta.
Procedimento
Obtida a autorização do comitê de Ética (Parecer nº 080/2005), foi solicitada a autorização do Secretário da Saúde de Município da Grande São Paulo e da direção dos postos de saúde para o TcLE. As participantes foram contatadas e, antes de responderem ao instrumento de coleta de dados, cada uma foi informada sobre seus direitos e sobre os objetivos do trabalho.
Em seguida, foi solicitada a autorização de um responsável e sua própria anuência.
A aplicação do instrumento foi individual, algumas entrevistas com roteiro feitas no próprio posto de saúde e outras, na residência da participante em espaço designado pelo responsável. Foi seguida a ordem: autorização do secretário da saúde, autorização do posto de saúde, autorização do responsável, autorização da adolescente e aplicação do questionário.
Resultados e Discussão
Os resultados foram analisados tendo por margem de erro p<0,05, tendo sido usada estatística não-paramétrica, em decorrência do tipo do instrumento usado, do número de participantes e da ausência de dados específicos sobre a distribuição dos aspectos estudados na população.
Em relação a conversar sobre sexo e gravidez com os pais, o maior percentual das adolescentes afirmou não ter conversado antes da gravidez com eles sobre sexo e gravidez, sendo essa porcentagem equivalente a 54,5%, e uma menor porcentagem, de 45,4% afirmou ter conversado com seus pais sobre sexo e gravidez antes da gestação.Quando aplicado o teste do Qui-Quadrado, observou-se que co2= 1,00 (cc2 3,84, n.g.l =1,e n.sig.=0,05) Ho não foi rejeitada e não existe diferença estatisticamente significativa, ou seja, é equivalente, no grupo estudado, às jovens que tiveram e não tiveram conversas sobre sexo com seus genitores.
A escassez de conversa sobre a matéria pode estar associada ao preparo insuficiente dos pais, pela pouca escolaridade, profissão exercida e falta de cursos que os orientem quanto a como cuidar de adolescentes em geral e, em particular, das questões sobre sexualidade. Sugere-se a necessidade de promover e testar programas voltados para os pais sobre o assunto usando recursos como grupos de estudo, palestra e material impresso. De acordo com a pesquisa de Zenevicz (2003), persistem diferenças de gênero na forma como as famílias enfocam a sexualidade. Isso pede também pesquisas mais específicas sobre o que ocorre no âmbito familiar no preparo dos dois gêneros e sobre as relações aceitáveis pelos pais.
Dos adolescentes, 40% afirmaram que não aprenderam nada com os pais sobre sexo e gravidez, o que é indício de possível falha nas conversas sobre o assunto, caso tenham ocorrido no ambiente familiar, porém 36% afirmaram ter aprendido com os pais como evitar a gravidez, 20% afirmaram ter aprendido como evitar as doenças sexualmente transmissíveis (D.S.T) e 4% não souberam explicar o que aprenderam. Aplicado o teste estatístico, este resultou em co2=1,74 (cc2= 5,99), portanto, não existe diferença estatisticamente significativa (foi excluída a categoria que não sabia explicar). Reitera-se a necessidade de oferecer programação para pais e filhos sobre a matéria, o que pode ser feito via centros de saúde ou escola, sendo passadas as informações necessárias, com o esclarecimento das dúvidas e a preparação sobre as formas de se tratar as questões com os adolescentes.
A necessidade de melhor preparo da família e das adolescentes no que concerne à gravidez e às relações sexuais fica evidente aqui, como no relato de Guimarães e Witter (2007). Mesmo conhecendo meios de prevenção, elas não fazem o uso esperado desses meios.
A pesquisa de Wagner, Falcke, Silveira e Mosmann (2002) refere-se à comunicação entre os pais e seus filhos adolescentes, e os resultados revelam que a mãe é a pessoa mais procurada para conversar com as adolescentes (49,8%), seguida pelo irmão mais velho (17,6%), pelo pai (12,2%) e pelo irmão mais novo (2,4%). A mesma tendência foi observada no presente trabalho. Os pais ficaram sabendo da gravidez porque 68,1% afirmou ter comunicado à mãe a gravidez, 18,1% afirmou que a mãe percebeu o estado, 9,0%, junto ao namorado, comunicou o fato, e 4% afirmou que a irmã comunicou aos pais o ocorrido. Não foi possível aplicar o teste do Qui-Quadrado devido à dispersão encontrada. Pela distribuição obtida, a mãe é certamente um personagem-chave, e há necessidade de preparála para cobrir as necessidades informacionais das adolescentes. A posição da mãe da gestante reflete dados como os de Lima et al. (2004), em que elas também foram os principais suportes. Entretanto, face ao nível educacional e cultural, parecem não ter as condições esperadas para a adequada orientação às filhas, mesmo que o façam com carinho e se esforcem para fazer o melhor. como muitas vezes as avós estão assumindo o papel de mãe, elas também podem carecer de apoio.
A reação dos pais, ao saberem da gravidez, foi, para 40,9% das adolescentes, vista como tendo reagido mal no começo, mas depois aceitaram; 36,3% relataram que os pais agiram de modo normal, 9,0% afirmaram que os pais reagiram bem e, com esse mesmo percentual, outras jovens afirmaram que os genitores ficaram nervosos ao saber da gestação; houve ainda 4,5% que acharam que os pais ficaram assustados ao saberem da gestação. Não foi possível efetuar o c2 pela dispersão de dados. Suas reações se assemelham às relatadas por Lima et al. (2004), tendendo a ir da negatividade à positividade ao longo do processo. Muitos dos problemas de comportamento dos filhos seriam evitados se os pais fossem orientados a garantir a qualidade das relações com os filhos, incluindo a identificação e a promoção de suas habilidades interpessoais, a assertividade, a expressão de sentimentos, a defesa dos próprios direitos e as habilidades de comunicação (Silva, Del Prette, & Del Prette, 2000).
O conhecimento do parceiro quanto à gravidez, segundo 54,5% das adolescentes, decorreu do fato de a própria adolescente comunicar-lhe a situação. 40,9% das participantes afirmaram que o namorado a acompanhou durante o exame e o conhecimento do resultado. Uma das jovens afirmou não se lembrar quando o namorado ficou sabendo da gestação. chegou-se ao seguinte resultado estatístico: cc2= 0,42 (cc2=3,84), o que significa que não existe diferença estatisticamente significativa entre as categorias. Foi excluída a resposta Não lembro. Pode-se concluir que não ocorre nenhuma categoria mais significativa do que outra quando se trata de informar ao companheiro a gravidez.
Em relação ao comportamento dos parceiros, 86,3% das adolescentes afirmaram que o namorado estava fazendo o acompanhamento da gravidez, e 13,6% disseram o contrário, que o namorado não o fazia. Não foi possível aplicar o teste estatístico face à baixa ocorrência da última categoria.
Pouca atenção tem sido dada ao pai adolescente no processo de gravidez e no cuidado para com os filhos, possivelmente por se considerar a gravidez/paternidade na adolescência um evento extemporâneo (Fonseca, 1997). Mesmo sendo uma gravidez precoce e, em conseqüência, indesejável, na atual pesquisa, verificou-se que maior porcentagem dos adolescentes estava assumindo, de alguma forma, o papel de futuro pai, o que demonstra a necessidade de mais ações que incentivem a participação responsável masculina na vida reprodutiva e familiar, com a reavaliação dos preconceitos em relação aos pais adolescentes e a oferta de condições para maior interação entre pai-mãe-filho (Fonseca, 1997). Este trabalho apresenta similaridade com o de Costa et al. (2005), que verificaram que cerca de 80% dos parceiros aceitou a gestação.
Também, em estudo mais profundo sobre a influência dos pais na vida de seus filhos tidos com mães adolescentes, acompanhados durante os seus primeiros 10 anos de vida, Howard, Lefever, Borkowski e Whitman (2006) analisaram 134 pais e seus envolvimentos com suas parceiras adolescentes e filhos. Verificaram que a maioria (59%) mantinha contato consistente com mães e filhos, o que estava associado ao bom desenvolvimento emocional, social e educacional. crianças com mais contato com o pai tendem a ter menos problemas comportamentais, ainda que o genitor não resida com elas. Há necessidade de trabalhos similares no Brasil.
A participação do companheiro na evolução do processo apresentou os seguintes percentuais: 66,6% das adolescentes afirmaram que os namorados estão fazendo o acompanhamento da gravidez e levando-as às consultas, 22,2% se preocupam com elas, e 9,0% confirmam esse acompanhamento por estarem morando juntos. Não foi possível aplicar o teste do Qui-Quadrado, mas, de alguma forma, todos os parceiros estão envolvidos, embora em níveis diferentes. Essa é uma parceria que merece estudos mais aprofundados e que pode estar refletindo um novo modelo de pai, conforme detectaram Freitas et al. (2007), mais positivo em termos de envolvimento com os filhos.
Considerando o impacto do pai ausente quer na criança, quer na mãe, quer no processo de maternagem, há necessidade de se analisar mais profundamente em que consiste e como deveria ser o acompanhamento da gravidez e a participação posterior do futuro pai. certamente eles também deveriam ter uma assistência psicológica para exercer com êxito e prazer os papéis que lhes cabem ao conviver com mulher e filhos (Rice & Else-Quest, 2006). O pai adolescente ainda representa o papel de provedor da família, havendo, porém, sinalizações de mudança na medida que esse pai adolescente revela indícios de nova dimensão da paternidade, ao vivenciar maior envolvimento afetivo com a gravidez de sua parceira sexual e a paternidade e abrir espaço para a construção de um novo homem, um novo pai. Os resultados obtidos apóiam a tendência positiva registrada na pesquisa de Costa et al. (2005).
De acordo com a percepção das jovens entrevistadas, é provável que muitos de seus parceiros continuem a acompanhar os filhos, como no estudo de Howard et al. (2006), o que poderá ser positivo e diminuir os riscos para os filhos. Todavia, há que se realizar estudos de acompanhamento, enfocando especificamente os tipos de relação e seu impacto no desenvolvimento das crianças.
Em relação à segurança que sentiam para cumprir a maternagem, de modo geral, 86,3% das adolescentes consideram-se preparadas para exercer as atividades decorrentes. Entretanto, 13,6% afirmaram que ainda não chegaram nesse estágio.
Mais especificamente, 38,09% das adolescentes estão se preparando para ser mães ouvindo os conselhos da família; com esse mesmo percentual (38,09%), estão se preparando para exercer a maternagem nas consultas doprénatal, 19,05% estão se preparando para ser mães cuidando de criar o lugar desse novo ser em suas vidas, e 4,76% acreditam que essa preparação só ocorrerá de fato quando o bebê nascer. Os resultados sugerem a necessidade de um bom preparo para a família, especialmente para a mãe da gestante, sobre como ajudar a jovem de forma mais efetiva.
Argüidas quanto à pessoa que estava prestando auxílio para que se capacitassem para a maternagem, 32,3% das participantes declararam ser as suas mães, e 22,6%, seu companheiros. Verificou-se que 38,8% responderam de forma genérica, indicando que eram os membros da família. Porém deve-se ressaltar que apenas em dois casos o companheiro não é o pai do bebê, e 3,2% afirma ser a sogra a pessoa que a está ajudando nessa preparação para exercer a nova função, e, com igual percentual (3,2%), que é a agente de saúde quem a está ajudando a exercer o papel de mãe. Novamente a família e o companheiro são os pares principais que devem merecer a atenção dos pesquisadores, de programas de preparo e de atendimento. considerando que todas freqüentavam a mesma unidade estatal de saúde, é preocupante a baixa indicação dos agentes da saúde como capacitadores para a maternagem. Parece necessário formá-los para que sejam mais influentes nesse sentido. Os psicólogos que atuam nessas unidades e os psicólogos escolares também poderiam fornecer orientações nesses casos, devendo ser preparados para tais situações. O teste estatístico mostrou não existir diferença significantiva co2=1,3 (cc2= 5,99) entre as categorias, ou seja, embora as mães e companheiros sejam mais citados, não o são com freqüência suficiente para cair na margem de significância.
O fato de estarem contando com o apoio materno confirma o que Bronstein (2006, citado por Rice & Else-Quest, 2006, p. 36) constatou ao rever comportamentos de pais e mães em relação a filhos; especialmente em relação às filhas adolescentes, as mães tendem a dar mais apoio ao desenvolvimento e à superação de dificuldades. As construções de maternidade pelas teorias psicológicas modernas fornecem um retrato inadequado das mães... Raramente se referem à maternagem (por exemplo, como se sentem como mães) e tenderam a falar mais das necessidades da criança do que das mães.
Os mitos socialmente criados e as construções teóricas e sem sustentação de dados complicam a situação, mesmo quando se pretende dar apoio às futuras mães.
A pesquisa de Pantoja (2003) revela mais uma vez a grande contribuição da mãe da adolescente, sendo relatado que a principal rede de apoio manifestada se ancora nas mães ou futuras avós das crianças que vão nascer. Na pesquisa de Souza (2001), os resultados mostram que, apesar das dificuldades, no início da gravidez, os momentos difíceis são superados pelo fato de se contar com o apoio de familiares, amigas e colegas de escola. Os resultados obtidos apresentam similaridades também com os registrados por Dias e Aquino (2006), o mesmo sendo válido quanto ao apoio para se tornarem mães.
Quanto às mudanças ocorridas em decorrência da gravidez, 68,1% das adolescentes afirmaram que a gravidez mudou tudo em suas vidas, 9,0% afirmaram que a gravidez não mudou nada, não mudou quase nada, mudou a responsabilidade, e, com o percentual de 4,5%, que mudou a relação com a família e a escola. É evidente que engravidar implicou mudanças diversas. Sobre as mudanças em função da gestação, a pesquisa de Pantoja (2003) mostra que, enquanto o projeto de vida era centrado no término dos estudos e no futuro profissional, a partir da gestação, passou a ser no futuro do filho, o que se confirma aqui. Os dados obtidos também estão consoantes com os de Esteves e Menandro (2005), que mostram efeitos ao longo da vida futura das jovens. Além disso, as mudanças relatadas correspondem também à observação feita por Menezes e Domingues (2004) e Magalhães et al. (2006) no que concerne a aspectos biológicos e aos dados demográficos de Kassar, Lima, Albuquerque, Barbieri e Gurgel (2006).
Uma das mudanças que ocorreram com a gestação diz respeito ao trabalho, no qual muitas jovens se inserem precocemente para ajudar na renda da família. Sobre o trabalho exercido pelas adolescentes e seus parceiros, chegaram-se aos seguintes resultados: o maior percentual foi de quem não trabalha, 72,2%, o que se justifica por estarem em uma menor faixa etária e, em alguns casos, não terem dado continuidade aos estudos em função da gravidez; portanto, são essas mesmas variáveis que justificam a pequena porcentagem de 27,2% de adolescentes que trabalham. Em se tratando dos companheiros, 68,1% trabalham, o que é justificado por eles serem mais escolarizados e terem mais idade. Mesmo com essas variáveis, o percentual de adolescentes que não trabalham é menor em relação ao percentual dos parceiros, que é de 31, 8%. No total, 52,2% dos participantes trabalham, e 47,7% não trabalham, o que é justificado pela faixa etária e pelo nível de escolaridade tanto das adolescentes quanto dos parceiros.
O Qui-Quadrado referente às adolescentes foi: co2= 4,54% (co2= 3,84%, n.g.l =1,e n.sig.=0,05), portanto, há diferença estatisticamente significativa e a hipótese nula foi rejeitada. Sobre os parceiros, foram obtidos os seguintes resultados: co2= 2,9 (cc2= 3,84, n.g.l =1,e n.sig.= 0,05), portanto não há diferença estatisticamente significativa e a hipótese nula foi rejeitada. Podese afirmar que há diferença entre as jovens, o que favorece o não exercício de atividade profissional, já que seus parceiros se distribuem equitativamente entre os que atuam e os que não o fazem no mundo do trabalho.
Quanto ao total da amostra, verificou-se que não houve diferença estatística entre os participantes referente ao trabalho, pois co2= 0,08 (cc2= 3,84, n.g.l =1,e n.sig.= 0,05), e a hipótese nula foi rejeitada. Aplicado o teste de correlação referente às adolescentes e aos seus parceiros, chegou-se aos seguintes resultados: ro = 1,00 (rc = 0,95), portanto, correlação estatisticamente significativa, ou seja, o envolvimento com o trabalho foi similar entre os dois gêneros.
Conclusões e Sugestões
A gravidez na adolescência é um fenômeno complexo que implica variáveis econômicas sociais, psicológicas, educacionais e biológicas. Dentro do recorte feito para viabilizar o presente estudo, foram destacadas as percepções que a adolescente grávida apresenta em relação ao que sua família e o co-responsável pela gestação consideram e fazem na situação enfocada.
Os resultados devem ser considerados e assimilados levando-se em consideração os próprios limites da coleta (número de participantes, instrumento, delineamento), mas podem fornecer subsídios para a prevenção, a assistência e a definição de políticas e programas de prevenção à gravidez precoce e suas conseqüências. Evidenciam a necessidade de estudos mais profundos e específicos dos papéis das avós nas circunstâncias de gestação precoce e de atenção à mãe adolescente e ao seu filho e dos efeitos de seu comportamento. Também é patente a carência de competência dos pais na prevenção de gravidez das filhas, havendo necessidade de programas efetivos para melhor capacitá-los, como já se fez menção. Seria relevante contar com programas de prevenção e de orientação à família nos centros de saúde e nas escolas.
No que concerne aos parceiros, há que se pesquisar com maior profundidade, com instrumentos mais discriminativos e profundos bem como com estudos observacionais. Não basta conhecer a opinião das jovens. É preciso dispor de dados sobre como realmente se efetivam as relações co-responsável-mãe adolescente-criança, não apenas durante a gestação e o parto mas também nos anos subseqüentes.
Reiterando os cuidados na generalização do presente estudo, foi possível concluir que a maioria das jovens não trabalha, mas que a maioria dos companheiros o faz, e eles tendem a ter melhor escolaridade do que elas, que tendem a abandonar o estudo devido à gravidez. Todavia, a legislação viabiliza a continuação dos estudos dessas adolescentes, cabendo à escola desenvolver estratégias que lhes permitam dar continuidade à vida acadêmica.
A opinião das jovens em relação aos pais mostrou equilíbrio entre ter ou não conversas sobre gravidez e sexo, mas não pareceram ser efetivas, suprir as necessidades de informação ou orientar o comportamento das jovens. A tendência foi a jovem informar a mãe sobre a gravidez, e as dificuldades de aceitação inicial são substituídas por maior aceitação e apoio, especialmente por parte da mãe.
No que concerne ao parceiro, a tendência foi uma percepção positiva de que ele aceitou e acompanhou todo o processo de várias maneiras, indícios de atitudes e comportamentos positivos ao assumir o papel de pai.
Para o desempenho da maternagem, algumas não se acham bem preparadas, mas a família das jovens, suas mães e os seus companheiros são as principais fontes de apoio. consideram, na maioria, que a gravidez afetou muito suas vidas, de modo geral, e em áreas específicas como a continuidade dos estudos.
A complexidade biopsicossocial do problema pede pesquisas interdisciplinares que enfoquem a questão concomitantemente sob vários prismas.
Referências
Arilha, M., Unbehaum, S. G., & Medrado, B. (Orgs.). (2001). Homens e masculinidades: outras palavras. São Paulo: ECOS. [ Links ]
Baum, W. M. (2006). Compreender behaviorismo: comportamento, cultura e evolução (2a ed. ampl. de 2005, M. T. Araújo Silva, trad.). Porto Alegre: Artmed. [ Links ]
Bronstein. A. S. (2006). The family environment: Why gender role socialization begins. In J. Worll & C. D. Goodheart, Handbook of girls and womens psychological health (chap. 8, pp. 262- 271). Oxford: Oxford University Press. [ Links ]
Cantone, A. D. (2004). Um estudo sobre aspectos da relação mãefilha na ocorrência da gravidez na adolescência. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade de São Marcos, São Paulo. [ Links ]
Chalem, E., Mitshiro, S. S., Ferri, C. P. Barros, M. C. M., Guinsburg, R., & Laranjeira, R. (2007). Gravidez na adolescência: perfil sociodemográfico e comportamental de uma população da periferia de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 23(1), 177-186. [ Links ]
Costa, M. C. O., Lima, I. C., Martins, D. F., Santos, C. A. de S. T., Araújo, F. P. O. de, & Assis, D. R. de (2005). Gravidez na adolescência e co-responsabilidade paterna: trajetória sociodemográfica e atitudes com a gestação e a criança. Ciência & Saúde Coletiva, 10(3), 719-727. [ Links ]
Crepaldi, M. A., Andreani, G., Hammes, P. S., Ristof, C. D., & Abreu, S. R. de (2006). A participação do pai nos cuidados da criança segundo a concepção de mães. Psicologia em Estudo, 11(3), 579-587. [ Links ]
Dias, A. B., & Aquino, E. M. L. (2006). Maternidade e paternidade na adolescência: algumas constatações em três cidades do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 22(7), 1447-1458. [ Links ]
Dubeux, C. R. (1998). Quando o assunto é sexo: um estudo geracional a respeito da transmissão de valores sobre sexualidade em famílias de camadas médias. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. [ Links ]
Esteves, J. R., & Menandro, P. R. M. (2005). Trajetórias de vida: repercussões da maternidade adolescente na biografia de mulheres que viveram tal experiência. Estudos de Psicologia, Natal, 10(3), 363-370. [ Links ]
Falcão, D. V. S., & Salomão, N. M. R. (2005). O papel dos avós na maternidade adolescente. Estudos de Psicologia, Campinas, SP, 22(2), 205-212. [ Links ]
Fonseca, J. L. C. L. (1997). Paternidade adolescente: uma proposta de intervenção. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. [ Links ]
Freitas, W. de M. F., Coelho, E. de A. C., & Silva, A. M. M. C. da. (2007). Sentir-se pai: a vivência masculina sob o olhar de gênero. Cadernos de Saúde Pública, 23(1), 137-145. [ Links ]
Goldenberg, P., Figueiredo, M. C. T., & Silva, R. de S. (2005). Gravidez na adolescência, pré-natal e resultados perinatais em Montes claros-Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 21(4), 1077-1086. [ Links ]
Guimarães, E. A., & Witter, G. P. (2007). Gravidez na adolescência: conhecimentos e prevenção entre jovens. Boletim da Academia Paulista de Psicologia, 27(2), 35-38. [ Links ]
Guimarães, E. M. B. (2001). Gravidez na adolescência: uma visão multidisciplinar. Pediatria Moderna, 37(edição especial), 29-32. [ Links ]
Howard, K. S., Lefever, J. E. B., Borkowski, J. G., & Whitman, T. L. (2006). Fathers influence in the lives of children with adolescent mothers. Journal of Family Psychology, 20(3), 468-476. [ Links ]
Junqueira, M. H. R. (2000). Formação de identidade e gravidez precoce. Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. [ Links ]
Kassar, S. B., Lima, M. de C., Albuquerque, M. de F. M. de, Barbieri, M. A., & Gurgel, R. Q. (2006). comparações das condições socioeconômicas e reprodutivas entre mães adolescentes e adultos jovens em três maternidades públicas de Maceió, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 6(4), 397-403. [ Links ]
Lima, C. T. B., Feliciano, K. V. de O., Carvalho, M. F. S., Souza, A. D. P. de, Menabó, J. de B. C., Ramos, L. S. et al. (2004). Percepções e práticas de adolescentes grávidas e de familiares em relação à gestação. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 4(1), 71-83. [ Links ]
Lowman, R. L. (2006). The ethical pravicec of psychology in organizations (2nd ed.). Washington, DC: American Psychological Association. [ Links ]
Lyra, J. L. C. (1997). Paternidade adolescente uma proposta de intervenção. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. [ Links ]
Magalhães, M. de L. C., Furtado, F. M., Nogueira, M. B., Carvalho, F. H. C., Almeida, F. M. L. de., Mattar, R., & camano, L. (2006). Gestação na adolescência precoce e tardia há diferença nos riscos obstétricos? Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetria, 28(8), 446-452. [ Links ]
Medrado, B., & Lyra, J. L. C. (1997). A adolescência desprevenida e a paternidade na adolescência: uma abordagem geracional e de gênero. Cadernos Juventude, Saúde e Desenvolvimento, (1), 230-248. [ Links ]
Menezes, H. C. F., & Domingues, M. H. M. da S. (2004). Principais mudanças corporais percebidas por adolescentes assistidas em serviços públicos de saúde de Goiânia. Revista de Nutrição, 17(2), 185-194. [ Links ]
Nogueira, M. J. (2003). O que você vai ser quando crescer: sexualidade, gênero e maternidade na adolescência. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. [ Links ]
Nolasco, S. (1995). O mito da masculinidade. Rio de Janeiro: Rocco. [ Links ]
Pantoja, F. C. (2003). A vivência da gravidez na adolescência. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade de Fortaleza, Fortaleza. [ Links ]
Rice, J., & Else-Quest, N. (2006). The mixed messages of motherhood. In J. Worrell & C. D. Goodheart, Handbook of girls and womens psychological health (Chap. 36, pp. 339- 349). Oxford: Oxford University Press. [ Links ]
Shaffer, D. R. (2005). Psicologia do desenvolvimento: infância e adolescência (6a ed. rev. e ampl., C. P. P. Cancissu, trad., A. C. A. Pereira, rev.). São Paulo: Pioneira/Thomson. [ Links ]
Silva, A. T. B, Del Prette, A., & Del Prette, Z. P. (2000) Relacionamento pais-filhos: um programa de desenvolvimento interpessoal em grupo 1. Psicologia Educacional, 3(3), 203- 215. [ Links ]
Sousa, L. C. (2001). Gravidez na adolescência: subsídios para proposta pedagógica. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. [ Links ]
Taquetti, S. R. (1997). Iniciação sexual da adolescente - O desejo, o afeto e as normas sociais. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. [ Links ]
Viçosa, M. G. R. (1997). A interação mãe/bebê na maternidade precoce. Dissertação de Mestrado, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. [ Links ]
Zenevicz, L. T. (2003). Sexualidade do adolescente e DST/AIDS: conhecimentos, atitudes e práticas em escolas de Concórdia- SC. Dissertação de Mestrado, Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS. [ Links ]
Wagner, A., Falcke, D., Silveira, L. M. B. O., & Mosmann, C. P. (2002). A comunicação em famílias com filhos adolescentes. Psicologia em Estudo, 7(1), 75-80. [ Links ]
Endereço para correspondência
Geraldina Porto Witter
End. Av. Pedroso de Morais, 144, ap. 302, Pinheiros
05420-000, São Paulo, SP, Brasil
E-mail: gwitter@uol.com.br
Recebido 16/08/2007
Reformulado 23/07/2008
Aprovado 24/07/2008
* Doutora em ciências, Livre-docente em Psicologia Escolar, Professora Emérita da UFPa e do UNIPÊ, coordenadora-geral da Pós-Graduação Stricto Sensu da UNICASTELO.
** Formou-se professora em 2002 no Centro Educacional Cenecista Cel. Raimundo Moreira Lima; em 2005, licenciou-se em Psicologia pela UMC. Tem freqüentado cursos e eventos científicos na área de Psicologia e tem se envolvido com pesquisas; elaborou e defendeu uma pesquisa para TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). E mail: ednamaracs2006@yahoo.com.br