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Revista da SBPH
versão impressa ISSN 1516-0858
Rev. SBPH vol.19 no.2 Rio de Janeiro dez. 2016
ARTIGOS
Repercussões biopsicossociais do diagnóstico de câncer colorretal para pacientes oncológicos
Biopsychosocial repercussions of colorectal cancer in diagnosed patient's life
Juliana Monteiro Costa1,I,II; Gabriela Menezes Finco2,I; Rayssa Lidya Guerra Souza3,I; Waleska Carvalho Marroquim Medeiros4,I; Maria Cecília Mendonça Melo5,I
IFaculdade Pernambucana de Saúde (FPS)
IIHospital Militar de Área do Recife (HMAR)
RESUMO
Objetivo: Compreender as repercussões do diagnóstico e tratamento de câncer colorretal na vida dos pacientes oncológicos. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada com sete pacientes que estavam em tratamento quimioterápico endovenoso no Setor de Oncologia Adulto de um hospital filantrópico na cidade de Recife-PE. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista individual semiestruturada composta de questões abertas e, posteriormente, submetida à Técnica de Análise de Conteúdo. Resultados e Discussão: O diagnóstico foi vivenciado pelos pacientes como algo sofrido e doloroso, predominando entre eles sentimentos de ansiedade, dúvida, tristeza, medo e aproximação da morte. Verificou-se, também, que a forma como o diagnóstico foi transmitido pelo médico teve influência na compreensão e tratamento da doença. Ademais, espiritualidade, o suporte da família e de amigos estiveram presentes como estratégias de enfrentamento frente ao processo de adoecimento. Conclusão: A vivência do câncer traz repercussões biopsicossociais na vida do paciente oncológico, sendo fundamental fortalecer a comunicação entre paciente, família e equipe de saúde, visando oferecer maior autonomia, participação ativa e singularidade do paciente e de todo o sistema envolvido nesse processo.
Palavras-chave: câncer colorretal (CCR); diagnóstico; repercussão biopsicossocial.
ABSTRACT
Objective: Understand the implications of the diagnosis and treatment of colorectal cancer in the life of oncological patients. Method: It's a qualitative research made with seven patients in chemotherapeutic intravenous treatment at the Adult Oncology Sector of a philanthropic hospital in Recife, Pernambuco, Brazil. For data collection, it was used an individual semi-structured interview composed of open-ended questions and, after, submitted to Content Analysis Technic. Results and Discussion: The diagnosis was experienced by the participants as something suffering and painful, the feelings of anxiety, doubt, sadness, fear and closeness to death predominated among them. Was verified, also, that the way in which the diagnostic were transmitted by the doctor had influenced the comprehension and the treatment of the illness and that spirituality, family and friend support were present face to the process of getting sick. Conclusion: The experience of the cancer bring biopsychosocial repercussions in the life of the oncologic patient, being fundamental to get stronger the communication between patient, family and the health team, aiming to offer an greater autonomy, active participation and singularity of the patient and of all the system evolved on this process.
Keywords: colorectal cancer (CRC); diagnosis; biopsychosocial repercussion.
Introdução
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Dividindose rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos que podem se espalhar para outras regiões do corpo. As causas do câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo (INCA, 2014a).
O câncer colorretal tem como definição tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente. A taxa de sobrevida desse tipo de câncer em cinco anos é de até 50% (INCA, 2014a). De acordo com Justino (2011), apesar do avanço dos meios de comunicação na sociedade moderna, bem como o avanço das tecnologias e da medicina, muitos estigmas ainda envolvem a palavra câncer.
Maruyama e Zago (2005) apontam que cada pessoa irá interpretar e reagir à doença de acordo com seus próprios estigmas relacionados ao conhecimento pessoal. O câncer é uma doença que não traz efeitos apenas fisiológicos, como deformidades, mutilações e a própria dor, mas também provoca um grande impacto psicológico, gerando sentimentos como medo, ansiedade, angústia, dúvidas e raiva (Salci & Marcon, 2010). Do diagnóstico ao tratamento, diversas alterações físicas e fisiológicas são experimentadas em nível emocional, social, cultural e espiritual.
Sujeitos com câncer convivem diariamente com sentimentos de temor decorrentes da própria doença, além de lidar com receio do isolamento social e o medo da degeneração física que pode levar à perda da capacidade de executar seus afazeres, o que é considerado um ataque à dignidade pessoal (Sales et. al, 2003). O momento do diagnóstico gera repercussões biopsicossociais para o paciente e seus familiares, exigindo uma reorganização da dinâmica familiar. Desta forma, as reações frente à doença devem ser compreendidas levando em conta a história de cada sujeito envolvido neste momento, bem como os contextos socioeconômico e cultural no qual estão inseridos (Carvalho & Lustosa, 2008).
Para lidar com o processo de adoecimento, algumas estratégias de enfrentamento são utilizadas pelos pacientes acometidos por câncer colorretal, sendo as mais comuns: a espiritualidade, suporte familiar, reflexão sobre o problema, medidas de autocontrole e atividades relacionadas ao autocuidado (Oliveira, Oliveira & Schnaider, 2012). O acolhimento humanizado aos pacientes acometidos por este tipo de doença é essencial no momento da comunicação do diagnóstico, pois estes poderão sofrer um impacto vindo a perdurar ao longo de todo o tratamento. Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi compreender as repercussões do diagnóstico e tratamento de câncer colorretal na vida dos pacientes oncológicos.
Método
Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada com pacientes oncológicos em acompanhamento no Setor de Oncologia Adulto de um hospital filantrópico na cidade de Recife-Pe. Com relação ao número de participantes, o critério utilizado foi o de saturação, onde o pesquisador decide encerrar sua coleta de dados à medida que novas falas passam a ter acréscimos pouco significativos em vista dos objetivos inicialmente propostos (Turato, 2008). A escolha dos participantes se deu de forma proposital, que também é denominada intencional ou deliberada. Por esse critério o pesquisador escolhe deliberadamente os participantes que irão compor o estudo de acordo com os objetivos, desde que possam fornecer as informações referentes ao mesmo.
Foi utilizado como procedimento de coleta de dados uma entrevista individual semiestruturada de questões abertas, realizada em local reservado, sendo gravada mediante autorização prévia dos entrevistados e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido conforme Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O material coletado foi transcrito na íntegra e guardado em local seguro, além disso, os participantes foram identificados por nomes que eles próprios sugeriram, a fim de garantir o sigilo e anonimato.
Leituras sucessivas do material coletado foram realizadas para o delineamento dos principais temas. Estes, por sua vez, foram transformados em categorias para efeito de uma análise mais abrangente e sem perda dos aspectos mais profundos que foram observados. Os dados coletados foram analisados a partir da Técnica de Análise de Conteúdo (Minayo, 2004).
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade Pernambucana de Saúde, através do CAAE número 35774214.5.0000.5569.
Resultados e Discussão
Realizaram-se sete entrevistas, das quais participaram quatro homens e três mulheres. A faixa etária dos entrevistados foi de 28 a 67 anos. Embora a literatura aponte que a incidência do câncer colorretal é prevalente entre pessoas do sexo feminino (INCA, 2014b), na pesquisa foram encontrados mais homens acometidos por esse tipo de câncer. Em relação à idade, a estatística mostra que a faixa etária em que esse tipo de câncer é mais frequente é a partir dos 50 anos (INCA, 2014b), no entanto, um dos pacientes entrevistados tinha 28 anos de idade. Com relação ao tempo do diagnóstico, houve variação de cinco meses a três anos. Dos sete entrevistados, cinco eram casados e apenas um encontrava-se divorciado. No que se refere à escolaridade, a maioria possuía nível superior. Os participantes apresentavam histórico de câncer na família e todos relataram acreditar em Deus, sendo a maioria pertencente à religião católica.
A partir da análise de conteúdo das sete entrevistas, quatro categorias foram identificadas: 1) Revelação do diagnóstico; 2) Repercussões do diagnóstico de câncer colorretal; 3) Rede de suporte psicossocial ao longo do tratamento; 4) Estratégias de enfrentamento diante da doença.
A seguir, serão apresentados e discutidos detalhadamente os resultados da pesquisa, buscando realizar sempre uma interlocução com a literatura consultada.
Revelação do Diagnóstico
Transmitir uma má notícia como o diagnóstico de câncer é uma questão complexa e exige preparo e sensibilidade por parte do profissional de saúde (Suborne, 2004; Friedrichsen, Strang & Carlsson, 2000). Durante muito tempo o processo de comunicação esteve sob o foco de atenção de diversos estudiosos interessados neste assunto, no entanto foi somente nos últimos dez anos que esse debate proliferou. O interesse nessa forma específica de comunicação surgiu devido à forte implicação física, psíquica e social que pode levar a inúmeros conflitos, afetar os sintomas, o comportamento, os relacionamentos sociais, o prognóstico, a autopercepção do paciente e dificuldade nas relações familiares.
Parece ser unânime o entendimento de que todo ser humano tem o direito de ser informado sobre as suas condições de saúde e doença bem como de suas possibilidades terapêutica (Silva, Silva & Silva, 2001). Não obstante, a revelação ou não do diagnóstico ainda continua sendo um dilema vivido com frequência pela equipe de saúde. Antes de 1970, quase 90% dos médicos norte-americanos preferiam não revelar a verdade no diagnóstico; entretanto, na última década, a opinião a respeito do assunto mudou sensivelmente e, hoje, a grande maioria já o faz, apesar de ainda existir uma forte resistência cultural por parte de alguns grupos de profissionais e familiares para a comunicação do mesmo (Mystakidou et. al, 2004; Suborne, 2004).
Estudos indicam que a maioria dos profissionais da equipe de saúde sente-se incomodada e relativamente despreparada para este momento, destacando a importância do desenvolvimento de treinamento para essa comunicação (Booth, Maguire & Hillier, 1999; Dickson et. al, 2002; Dosanjh, Barnes & Bhandari, 2001; Suborne, 2004). Por outro lado, grande parte dos pacientes com câncer deseja ser informado a respeito do seu diagnóstico. Pesquisas indicam que 96% de pacientes ingleses (Meredith et. al, 1996), 90% de americanos e 85% de portugueses (Pimentel et. al, 1999) gostariam de conhecer a verdade sobre a sua própria doença, bem como sobre as chances de cura (Friis, Elverdam & Schmidt, 2003).
No Brasil, estudos que retratam essa realidade ainda são escassos. Em 2001, duas pesquisas evidenciaram que 90% e 95% dos seus sujeitos consideraram que o ideal seria receber a notícia da doença pelo médico (Francesconi et. al, 2001; Pinto, 2015) e 86% que o médico deveria revelar o diagnóstico quando lhe fosse perguntado (Francesconi et al., 2001). Um outro estudo realizado com 363 pessoas no estado de São Paulo com objetivo de verificar o desejo do paciente ser informado sobre o diagnóstico de câncer e de Aids, evidenciou que 96,1% dos homens e 92,6% das mulheres tinham o desejo de ser comunicado (Gulinelli et. al, 2004). As falas de Seu Francisco e Seu Jorge corroboram com a literatura, quando relatam ter recebido o diagnóstico de câncer pelo médico de maneira correta, clara, compreensiva, suave e respeitosa.
Olhe, eu recebi da maneira correta [...] Eu acho que não tinha outra maneira melhor de ter sido apresentado aquilo ali pra mim, não [...] A doutora chegou uma tarde na sala, puxou uma cadeira e sentou perto de mim [...] Botou um bocado de prontuário que ela trouxe debaixo do braço e botou em cima da minha cama [...] Ela trabalhou muito bem meu psicológico primeiro, pra poder me falar isso [...] Eu acho que ela foi muito feliz por ter agido assim [...] Ela se saiu muito bem [...] Eu acho que não tinha outra maneira melhor de comentar aquele assunto comigo (Seu Francisco, 60 anos).
O médico explicou todos os meus sintomas, como eu ia me tratar, como eu ia fazer o tratamento [...] Claro que receber um diagnóstico desse é muito difícil, mas ficou tudo muito claro (Seu Jorge, 59 anos).
De modo diferente, Seu José recebeu a notícia através da esposa, mas deixou claro no seu depoimento o desejo de que o médico tivesse dado o diagnóstico. Essa atitude, por parte do médico pode vir a minimizar as incertezas e dúvidas do paciente, à medida que o mesmo recebe informações sobre sua doença, tratamento e prognóstico.
Eu gostaria de ter recebido a notícia do que eu tinha pelo meu médico [...] Assim, eu sempre acho que o profissional é quem deve dizer [...] Agora dizer de uma forma clara e mais aberta, porque eu conheço muitos detalhes desse meu tratamento, desse meu tumor, mas foi através da internet [...] Não vou dizer que eu estou desinformado, mas acho que a forma certa era eu ter sabido pelo médico, e de uma forma adequada (Seu José, 28 anos).
No processo de adoecimento, o respeito à vontade do paciente em conhecer ou não o seu estado clínico e a verdade sobre a evolução da doença e possíveis tratamentos devem ser priorizados. Nesse sentido, a escuta do profissional torna-se fundamental para auxiliar o paciente na elaboração de sentimentos e fantasias relacionadas à doença, como também na participação ativa do tratamento.
Repercussões do Diagnóstico de Câncer Colorretal
Em geral, o impacto da doença foi muito forte para todos os participantes: Seu Francisco sentiu o mundo acabando, uma verdadeira sentença de morte; Seu Severino acreditava estar com um atestado de óbito em mãos; Dona Flora sentiu um "supapo", um susto, uma dor muito grande; Seu Jorge ficou muito ansioso e nervoso; Dona Deby sentiu o chão fugir dos seus pés e Seu José sentiu um profundo medo de ficar estéril e não poder ter filhos.
Foi terrível, o mundo acabou pra mim. [...] Chorei muito, me preocupei muito [...] A notícia veio como uma bomba na minha cabeça. Na hora eu achava que ia morrer do dia pra noite, de uma hora pra outra eu morreria, tá entendendo? [...] Na hora que veio aquela notícia eu desabei pelo amor que tenho às pessoas, pelo amor que tenho aos meus amigos, meus filhos, meus netos (Seu Francisco, 60 anos).
Todo mundo criou uma expectativa assim [...] E eu também [...] Como se eu já estivesse com um atestado de óbito nas mãos (Seu Severino, 60 anos).
Nossa, eu acho que ninguém gostaria de receber esse diagnóstico [...] Dá uma tristeza mesmo. Mesmo sabendo que eu não era a primeira, nem a última a receber essa notícia, mas dá uma dor muito grande, eu senti uma dor muito grande [...] É um verdadeiro "supapo", a pessoa leva um susto muito grande (Dona Flora, 64 anos).
Na hora eu fiquei muito ansioso, muito nervoso mesmo (Seu Jorge, 59 anos).
Foi um choque grande [...] Senti o chão fugir dos meus próprios pés (Dona Deby, 67 anos).
Dá um choque na gente, né? [...] Tem a questão também que eu não tenho filhos, aí comecei a pensar assim "ah, não vou poder devido à quimioterapia", que deixa a gente estéril momentaneamente [...] Então esses pensamentos foram assim [...] Digamos que me deixando um pouco entristecido com a realidade (Seu José, 28 anos).
Todo adoecimento significa uma ruptura na vida, nos projetos, na perspectiva de futuro; dessa forma, o indivíduo necessita buscar formas de enfrentamento para essa nova situação. É um processo inserido na história de vida da pessoa que adoece e, portanto, está vinculado a uma dinâmica em que os pensamentos, emoções e ações atreladas a sua condição biopsicossocial e espiritual vão permear as possíveis maneiras de lidar com o agravo à saúde.
A pessoa que convive com câncer vive simbólica e corporalmente esses processos contraditórios de saúde e doença, que exigem se perceber e se constituir como protagonista na direção da construção de projetos de vida, pessoais e coletivos, que expressem qualidade de vida e que encerram, em si mesmos, uma complexidade que precisa ser considerada diante do fenômeno de saúde e doença. A complexidade, ao ser considerada, abre portas para que se pense o sujeito na singularidade de seu processo.
Para além das mudanças que ocorrem fisiologicamente, ao receber o diagnóstico de câncer, o indivíduo vivencia também um grande impacto psicológico, o que gera sentimentos como medo, ansiedade, angústia, dúvidas e raiva (Salci & Marcon, 2010). Nesse momento, uma avalanche de alterações é experienciada em nível emocional, social, cultural e espiritual. A confirmação do diagnóstico é um momento difícil de ser enfrentado pelo sujeito, pois ele passa a conviver não apenas com o estigma da morte que o câncer carrega consigo culturalmente, mas também com os efeitos que o tratamento poderá lhe causar (Sales et. al, 2003). Dessa forma, o câncer é uma doença que ainda hoje é relacionada à dor, sofrimento e degeneração, igualando-se a um atestado de óbito e à crença de que a morte é sempre um processo bastante doloroso (Kovács, 1992).
A convivência com o câncer muda permanentemente o cotidiano do sujeito, constituindo um dos momentos mais críticos da vida de uma pessoa, por implicar um sistema complexo de análise e reflexão da própria biografia, cujos significados foram construídos ao longo das suas experiências vividas (Maruyama & Zago, 2005).
Rede de Suporte Psicossocial ao Longo do Tratamento
A família é o primeiro grupo social no qual o indivíduo está inserido e é considerada a unidade primária de cuidado, local onde o sujeito vive suas primeiras experiências interpessoais. Ela é caracterizada por ser um sistema intercomunicante e de relações de reciprocidade, ou seja, cada membro exerce influência sobre os outros, e qualquer mudança que ocorre com um componente afetará os demais. Desse modo, quando um membro familiar é acometido por uma enfermidade, isso faz com que ocorram modificações na vida de todos os envolvidos, de ordem afetiva, econômica e social (Souza & Gomes, 2012).
A necessidade de internação incita um processo de adaptação constante às mudanças decorrentes do adoecimento e de uma nova rotina: a hospitalar. Essas transformações ocorrem das mais diversas formas, podendo ir da submissão às normas e regras do hospital ao diálogo estabelecido com os profissionais de saúde. Sendo assim, o adoecer e a consequente necessidade de cuidados são fatores potenciais de estresse para o sujeito e para a família (Carvalho & Lustosa, 2008). Além disso, quando o indivíduo necessita de hospitalização, a dinâmica familiar altera-se e algumas repercussões ficam mais notáveis. A família passa, então, a conviver com a estrutura hospitalar, algo novo em sua realidade cotidiana.
Diante do processo de adoecimento e internação de um membro, a família depara-se com dificuldades no enfrentamento da situação. O momento vivenciado pelo paciente e família constitui-se de estresse permanente, sofrimento interno, elevação de ansiedade, medo do desconhecido e apreensão quanto às decisões e situações a enfrentar (Lustosa, 2007).
Minuchin (1990), psiquiatra e um dos fundadores da Terapia Familiar, considera a família como um grupo natural que, através dos tempos, tem desenvolvido padrões de interação. Esses padrões constituem a estrutura familiar que, por sua vez, governa o funcionamento dos membros da família, delineando sua gama de comportamento e facilitando sua interação. Sendo assim, acredita-se que uma forma viável de estrutura familiar é necessária para desempenhar suas tarefas essenciais e dar apoio para a individualização, ao mesmo tempo em que prevê um sentimento de pertença.
Segundo Nichols e Schwartz (2007), a organização e a dinâmica familiar são essenciais para o desenvolvimento do indivíduo. Nesse sentido, a Teoria Sistêmica não compreende a família como um conjunto de pessoas com características, valores e personalidades distintas; mas como uma complexa teia de relações e interdependência entre os vários subsistemas envolvidos (Melo et. al, 2005).
O apoio dos familiares no momento da descoberta e durante todo o tratamento da doença auxilia os pacientes a enfrentar de forma mais amena este período de adoecimento. Observa-se nas falas de Dona Deby, Dona Maria, Seu Severino, Seu José e Seu Francisco o quanto a família funciona como suporte físico e emocional ao membro adoecido, seja acompanhando as consultas médicas e sessões de quimioterapia ou dando o encorajamento necessário quando os mesmos precisavam.
Com quem eu mais tenho contado nesse momento é com a minha família! (Dona Deby, 68 anos).
Ai de mim se não fosse minha família [...] Nem sei o que teria sido de mim durante esse tempo todo com essa minha doença! (Dona Maria, 65 anos)
Minha mulher em todos os momentos tem estado comigo muito forte [...] Meu filho também, que hoje é médico, tem sido muito duro comigo, mas me apoia muito [...] Esses dois basicamente são os meus maiores apoiadores! (Seu Severino, 60 anos).
O que tem me ajudado, primeiro é a minha esposa, que está sempre comigo, tá sempre caminhando pra lá e pra cá nessas consultas [...] A família está sempre ali por perto, sempre torcendo! (Seu José, 28 anos).
Primeiramente eu posso contar com minha família, eu recebo um apoio bom deles [..] Isso é muito bom! (Seu Francisco, 60 anos).
De acordo com Minuchin (1990), como sistema social, espera-se que a família cumpra seu propósito de proteger, orientar e preservar a espécie, organizando seus membros na forma de pensar e agir em todas as situações, inclusive as de perigo e conflito, como é o caso da exposição a fatores de risco para doenças. Guareschi, Jovchelovitch e Duveen (1994) assinalam que a doença, em primeiro lugar, não é uma representação física, mas sim a retratação e manifestação do meio social e suas relações. Dessa forma, podese dizer que as significações culturais são mais abrangentes sobre o corpo adoecido. Pode-se ver, através da fala de seu Jorge, o quanto suas filhas e esposa se preocupam com a sua saúde e bem-estar, ajudando-o inclusive a não desistir do tratamento.
Minhas filhas e minha esposa me dão muita força [...] Elas ficam comigo nas horas das necessidades, me trazendo aqui, vindo aqui comigo no hospital [...] Às vezes, eu penso até em desistir do tratamento, mas elas me ajudam e me dão muita força! (Seu Jorge, 59 anos).
Além da família, os amigos também foram mencionados por Seu Francisco e Seu Severino como figuras importantes e facilitadoras no processo de lidar com o adoecimento.
Os meus amigos da igreja me visitam sempre. Quando não me visitam, eles ligam. Quando eu tô aqui na quimioterapia, eles ligam [...] Eles me visitam, procuram saber como eu estou [...] Eles não me deixam, não se esquecem de mim [...] Então eu me acho muito acolhido! (Seu Francisco, 60 anos).
Tem as outras pessoas que oram muito por mim [...] É uma infinidade de pessoas que me procuram e diz: estou orando por você! (Seu Severino, 60 anos).
Diante da categoria apresentada, o suporte é uma das funções da rede social, sendo o cuidado um tipo específico com vários benefícios para o bemestar do indivíduo adoecido, exercendo influências sobre a saúde física, psíquica, social e espiritual. O suporte relacionado ao cuidado com a doença é esperado pelo paciente como sendo proporcionado pela família e por amigos. Nesse contexto, o envolvimento de pessoas do círculo interno de amizade do paciente acometido por câncer colorretal ajuda no enfrentamento da doença.
Estratégias de Enfrentamento Diante da Doença
Sujeitos com câncer convivem com sentimentos de temor, que são decorrentes da doença. Com receio de isolamento e da possibilidade de não poder mais participar da vida social, essas pessoas temem a degeneração física e a perda da capacidade de executar seus afazeres, o que é considerado um ataque à sua dignidade (Sales et. al, 2003). Diante disso, diferentes estratégias de enfrentamento são utilizadas, como forma de auxiliar no modo de lidar e compreender a doença.
A reflexão sobre o problema, que consiste em uma maneira eficiente de modificar as pressões internas, na tentativa de remover ou atenuar a fonte estressora, possibilitando a procura para a resolução da doença é uma das estratégias de enfrentamento utilizada por pacientes oncológicos (Costa & Leite, 2009).
A espiritualidade também é bastante utilizada por pacientes com câncer que referem rezar e fazer promessas como maneiras de expressar sua fé em Deus, na tentativa de melhor se ajustar à situação de doença. Guimarães e Avezum (2007) definem a espiritualidade como uma propensão humana que busca significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível: um sentido de conexão com algo maior que si próprio, que pode ou não incluir uma participação religiosa formal. Diz respeito à busca pelo sentido, que transcende o sofrimento enfrentado na vida. A religião seria posterior à espiritualidade, pois está relacionada a um conjunto de crenças e práticas rituais que caracterizam um grupo que procura dar um significado às situações vivenciadas (Guimarães & Avezum, 2007; Bertachini & Pessini, 2010).
A palavra espírito deriva do hebraico ruah, que significa "sopro", literalmente associado ao sopro de vida. A espiritualidade é subjetiva, diferente para cada indivíduo, pois está ligada ao autoconhecimento, além da conexão pessoal a uma força maior e propósito de vida (Bertachini & Pessini, 2010; Silva, 2011).
A doença desencadeia a procura de significados, na busca de compreensão dessa vivência avassaladora. As crenças espirituais e religiosas oferecem suporte emocional e social e motivação, além de promover estilos de vida mais saudáveis. Nesse sentido, conhecer as crenças do paciente e seus familiares é fundamental para que o profissional de saúde compreenda de forma mais profunda suas necessidades (Bousso et. al, 2011).
A espiritualidade e sua ligação com a saúde tem se tornado um claro paradigma a ser delimitado na prática médica diária. A doença continua como entidade de grande impacto sobre os vários aspectos existentes, desde a fisiopatologia básica até sua complexa relação social, psíquica, cultural e econômica. Portanto, torna-se relevante reconhecer que esses diversos aspectos estão correlacionados em múltipla interação (Guimarães & Avezum, 2007).
Cientificamente, já foi comprovada a influência da espiritualidade no prognóstico de pacientes portadores de doença crônica, influenciando em diversos aspectos como a adesão ao tratamento, a reação frente ao diagnóstico e a manutenção da qualidade de vida ao longo do tratamento (Szaflarski, 2013). Após o diagnóstico, o paciente tende a tornar-se vulnerável às diversas condições que poderão influenciar a evolução da doença. É comum o aparecimento de distúrbios psicológicos, tais como: depressão, angústia, transtornos de ansiedade e até mesmo pensamentos suicidas, os quais são visivelmente diminuídos em pessoas que possuem um maior contato com sua espiritualidade (Szaflarski, 2013).
A espiritualidade pode fortalecer a fé e com isso propiciar pensamentos mais otimistas, possibilitando amenizar a tensão interna decorrente da fonte estressora (Costa & Leite, 2009). Foi possível perceber nas falas de Dona Deby, Seu José, Seu Francisco, Dona Maria e Dona Flora o quanto o apego à espiritualidade foi fundamental para fortalecê-los e seguir adiante com o tratamento de câncer.
O que tem me ajudado é a fé. A fé me dá vontade de ficar boa (Dona Deby, 67 anos).
[...] Eu recorro mais para o lado espiritual, leio a bíblia [...] Eu acho que é um ponto de equilíbrio para mim, que sinceramente, essa minha enfermidade, devido a esse refúgio que encontro no lado espiritual, não tem me tirado noites de sono, não tem me deixado estressado ou mal humorado [...] O que mais me auxilia é essa questão espiritual, é onde tenho meu maior apoio (Seu José, 28 anos).
Eu sou um homem de fé, tudo é permissão de Deus [...] Essa doença pode ter cura ou não, mas eu estou confiante em Deus. Confio em Deus primeiramente, depois no que Deus ensinou aos homens (Seu Francisco, 60 anos).
Fé é tudo! Não consigo me imaginar sem a fé nesse meu Deus que tudo pode! Tudo posso naquele que me fortalece! (Dona Maria, 65 anos).
As orações é o que tem me ajudado. Porque quando eu estou muito angustiada, às vezes chego até chorar, aí sento em um canto e vou fazer minhas orações, vou ter esse diálogo com Deus e isso me alivia bastante (Dona Flora, 64 anos).
A fé constitui um sentimento de confiança de que o indivíduo alcançará o seu desejo, um modo de pensar construtivo. Cada indivíduo reage de forma diferente ao diagnóstico, uma vez que estão envolvidas questões diversas, inclusive, o seu momento de vida. Outras estratégias de enfrentamento como manter-se calmo, procurar não sofrer por antecipação e minimizar o problema, diminuindo a carga de estresse ocasionada por ele também são utilizadas por pacientes oncológicos (Oliveira, Oliveira & Schnaider, 2012).
Atividades relacionadas ao autocuidado - reeducação alimentar, cuidados com o estoma, abandono de vícios antigos, técnicas de relaxamento, busca de informações sobre sua doença em livros, sites ou através dos profissionais de saúde, distração com programas de televisão, cuidado com as plantas e diálogo com outras pessoas - foram pontuadas em uma pesquisa como estratégias para lidar com a doença (Oliveira, Oliveira & Schnaider, 2012). A forma que seu Severino encontrou para lidar com a doença foi realizando atividades de autocuidado, procurando informações sobre a doença, praticando yoga, fazendo acupuntura, meditação e seguindo uma boa dieta.
Eu procurei ler muito na internet e em outros meios sobre a doença [...] Em uma das minhas consultas o médico disse que era bom fazer acupuntura, então eu corri pra fazer acupuntura [...] É bom fazer yoga, aí eu já tinha feito antes e voltei [...] É bom meditar, então fui fazer meditação [...] Peguei revistas de saúde e vi quais alimentos eu estou podendo comer e sigo aquela dieta [...] Faço também minhas caminhadas que é muito bom para o câncer de cólon (Seu Severino, 60 anos).
Percebe-se que, apesar de existirem várias formas de estratégias de enfrentamento que são utilizadas de acordo com o estilo de vida e momento que o indivíduo está passando, foi notável a presença da espiritualidade como uma das modalidades mais marcantes no que diz respeito ao enfrentamento da doença. Ressalta-se que em nossa cultura, a fé em Deus é um sentimento arraigado e tão necessário quanto outros modos de enfrentamento, sendo comum ela estar presente mesmo quando outras atividades já estão sendo realizadas, tendo em vista que a mesma ajuda a amenizar a dor e o sofrimento provocados pelo impacto do diagnóstico (Oliveira, Oliveira & Schnaider, 2012).
Considerações Finais
A palavra câncer tem um sentido sociocultural de uma doença que traz consigo uma sentença de morte. Mesmo com todos os avanços tecnológicos que contribuem para melhores tratamentos e diminuição da taxa de mortalidade entre os pacientes acometidos por essa enfermidade, o estigma de ser uma doença dolorosa e que mata lentamente ainda é forte. Realizando uma leitura transversal das categorias de análise, percebeu-se que os entrevistados consideraram o momento do diagnóstico como algo muito sofrido e doloroso, predominando entre eles o sentimento de ansiedade, dúvida, tristeza, medo e aproximação da morte. Verificou-se, também, que a forma como o diagnóstico foi transmitido pelo médico teve influência na compreensão e tratamento da doença e que espiritualidade, o suporte da família e de amigos estiveram presentes como estratégias de enfrentamento frente ao processo de adoecimento. A vivência do câncer traz repercussões em vários níveis, tanto na vida do sujeito quanto da família que o acompanha durante o percurso que vai do diagnóstico ao tratamento. Faz-se necessário, portanto, estimular o fortalecimento da comunicação entre paciente, família e equipe de saúde, visando oferecer maior autonomia, participação ativa e singularidade do paciente e de todo o sistema envolvido nesse processo.
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1 Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP); Docente da Graduação e Pós-Graduação da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e Psicóloga do Hospital Militar de Área do Recife (HMAR) – Recife – Pernambuco. E-mail: jullymc@hotmail.com
2 Psicóloga graduada pela Faculdade Pernambucana de Saúde - Recife – Pernambuco. E-mail: gabrielamfinco@gmail.com
3 Psicóloga graduada pela Faculdade Pernambucana de Saúde - Recife – Pernambuco. E-mail: rayssalidya.rl@gmail.com
4 Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco; Docente da Graduação da Faculdade Pernambucana de Saúde – Recife – Pernambuco. E-mail: waleskacmm@yahoo.com.br
5 Mestre em Educação Matemática e Tecnológica pela Universidade Federal de Pernambuco; Docente da Graduação da Faculdade Pernambucana de Saúde - Recife – Pernambuco. E-mail: ceciliamendoncamelo@gmail.com