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Psicologia: teoria e prática

versão impressa ISSN 1516-3687

Psicol. teor. prat. vol.13 no.1 São Paulo  2011

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Paternidade: vivência do primeiro filho e mudanças familiares

 

Paternity: existence of the first child and familiar changes

 

Paternidad: vivencia del primer hijo y cambios familiares

 

 

Márcia Elisa Jager; Cristiane Bottoli

Centro Universitário Franciscano, Santa Maria - RS - Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo objetivou entender como os homens percebem a volta para casa com seu bebê e as implicações desse fenômeno na vida familiar. Participaram deste estudo quatro pais que vivenciavam pela primeira vez a paternidade, sendo entrevistados no período de até 15 dias após o parto. Suas respostas foram examinadas por meio da análise de conteúdo. Os resultados apontaram para uma busca de inclusão paterna nos cuidados ao bebê, porém timidamente, já que as questões de gênero marcaram as falas dos pais. O sentimento de distanciamento afetivo entre o casal apareceu como fator significativo desse período, e as responsabilidades masculinas, predeterminadas socialmente, como a educação dos filhos e o desempenho do papel de provedor na família, sobressaíram no momento que se perceberam pais. Conclui-se, assim, que existe uma paternidade tradicional desempenhada por esses pais, já que a atuação deles durante esse período é determinada por questões de gêneros ainda instituídas na sociedade.

Palavras-chave: Paternidade, Maternidade, Família, Gravidez, Gênero.


ABSTRACT

This study aimed to understand how men feel upon arrival of their new baby at home, after delivery and the implications of this phenomenon in the familiar life. Four fathers participated of this study that experienced for the first time the paternity. Father’s were interviewed up to the 15th day after delivery and answers were analyzed based on described content. The results indicate that fathers want to feel included in the baby’s care, but shyly, because issues of gender influenced the discurse of the fathers. The feeling of affective detachment between the couple appeared as a significative factor of this period and the male responsibilities pre-determined by the society, like kid’s education and role as financial head of the house were their main concerns at the moment they become fathers. These results made us conclude the existence of a tradicional parenthood carried out by these fathers, since their performance during this period is dictated by gender values still instituted by the society.

Keywords: Paternity, Maternity, Family, Pregnancy, Gender.


RESUMEN

El propósito de este estudio fue entender como se sienten los hombres con la llegada de su nuevo bebé y sus implicaciones en la vida familiar. Participaran cuatro padres del estudio que vivenciaron la paternidad por la primera vez. Se realizaron entrevistas a padres hasta el dia 15 despues de el nacimiento del bebé, se analizaron las respuestas basadas en el contenido descrito. Los resultados indicaron que los padres querían sentirse incluidos en el cuidado del bebé, aunque tímidamente, sendo que las cuestiones de género marcaron el discurso de los padres. El sentimiento de distanciamento afectivo entre la pareja apareció como factor significativo de este periodo y, las responsabilidades masculinas, pre-determinadas por la sociedad, por ejemplo, la educacion de sus hijos y cumplir el modelo de sosten financiero de la casa son sus preocupaciones principales en el momento en que son padres. Estos resultados nos hacen concluir que la existencia de una paternidad tradicional desempeñada por estos padres, sendo que la actuación durante este periodo son dictados por cuestiones de géneros aunque instituidas en la sociedad.

Palabras clave: Paternidad, Maternidad, Familia, Gravidez, Género.


 

 

Introdução

A volta para casa, após o nascimento de um filho, e todas as novas situações com as quais o casal vai deparar marcam uma situação transformadora, no que diz respeito à vida a dois. Essas questões são mais intensificadas em casos em que o casal está esperando seu primeiro filho (CARTER; GOLDRICK, 1995).

Segundo Ramires (1997), a maternidade e paternidade são vividas de maneira diferente. Na relação delicada da mãe com seu filho, em que a atenção e emoção da mulher estão inteiramente implicadas, existe um terceiro componente, muitas vezes deixado de lado - o pai. Dessa forma, o homem-pai, que é espectador dessa situação, pode ter a percepção de que está ficando de lado.

Assim, procurou-se principalmente entender como os homens percebem o momento da chegada do primeiro filho no ambiente familiar e como vivenciam sua paternidade, com o propósito de identificar suas percepções em um período de até 15 dias após o nascimento do bebê. Da mesma maneira, o trabalho interessou-se em perceber impactos desse momento no relacionamento do casal.

O presente estudo mostra-se importante por procurar perceber como os companheiros compreendem esse novo momento da vida familiar e proferem seus sentimentos. A partir disso, a reflexão sobre novas formas de pensar a subjetividade paterna viabiliza-se, otimizando relações familiares mais saudáveis.

Da mesma maneira, pela escassez de material em psicologia sobre os sentimentos do pai na gravidez, justifica-se a presente pesquisa. Isso foi percebido com base em leituras sobre o estado da preocupação materna primária, tendo como focos científicos, quase que exclusivamente, sentimentos maternos. Desse modo, emergiram dúvidas acerca dos sentimentos dos homens nesse período. A literatura foca desde aspectos mais amplos da maternidade até minúcias, tendo a figura paterna como coadjuvante na espera e chegada do primogênito. Percebe-se ainda que a literatura, ao dedicar um espaço maior para a vivência materna, subestima, talvez, a presença e os sentimentos dos pais, que, de forma inquestionável, fazem parte do processo e influenciam na qualidade dessa relação.

Segundo Klaus e Klaus (2001), após os meses de preparação para o nascimento do bebê, ele chega trazendo sentimentos como a felicidade e a admiração. O bebê, estando nos braços dos pais, em sua família, já na primeira semana leva-os a passar por mudanças emocionais.

Nessa perspectiva, conforme Eizirik (2001), tornar-se pai e mãe é um dos acontecimentos mais marcantes no ciclo de vida de qualquer indivíduo, já que ocorrem profundas alterações na personalidade do sujeito. Os novos pais deparam com uma realidade completamente diferente, jamais vista antes. Eles necessitam fazer muitas renúncias, tanto da vida social quanto da própria condição de filho ou filha, pois, como pai e mãe, reverterão suas próprias experiências infantis, assumindo um novo papel perante seu próprio filho, ou seja, passam a ter uma adequação psicológica a cumprir.

Pincus e Dare (1987) também mostram que ocorre uma mudança tanto psicológica quanto social com o casal, uma vez que o nascimento de um filho é cheio de mistério. Existem medos e fantasias de ambas as partes. Nesse novo cenário da etapa da vida do casal, existem duas partes importantes: o recém-nascido e a mãe. O pai, de certo modo, sente-se excluído porque terá que lutar com o sentimento de perda até que a família possa encontrar um lugar para ele, criando um novo relacionamento a três. Isso ocorre porque, para o homem, o medo maior de perder sua mulher pode ser, de fato, o seu temor de perder a exclusividade do amor da companheira.

Mesmo nas clínicas pré-natais ou em cursos preparatórios para gestantes, por mais que, atualmente, exista uma abertura maior para o homem, a ênfase sempre é dada para a mãe, com pouca oportunidade para o pai explorar seus próprios sentimentos. Dessa maneira, ele fica na expectativa e sempre tenta participar, pois estabelecer uma união com o bebê é muito importante e somente assim o pai poderá apoiar sua mulher, não havendo culpa ou ressentimento (PINCUS; DARE, 1987).

Nota-se, evidentemente, que, quando a mulher permite maior participação do pai no cuidado do bebê e este sente prazer nisso, menos provável é o isolamento da mãe e maior será a felicidade da nova família. Assim, conforme Staudt e Wagner (2008), percebe-se que a mulher possui um papel importante como incentivadora da demanda por um homem mais envolvido e interessado, a fim de torná-lo mais participativo nas questões subjetivas das relações, o que otimiza a qualidade de vida familiar.

Desse modo, o crescente reconhecimento do papel do pai contribuiu para novos direcionamentos das relações da família como um todo. Assim, esses direcionamentos levam a reconsiderar as interações dos pais entre si, como casal, e o modo como a chegada do bebê modifica o equilíbrio conjugal e conduz à ascensão de novos papéis (WENDLAND, 2001).

Segundo Papalia e Olds (2000), tanto homens quanto mulheres sentem-se ambivalentes em relação a tornarem-se pais, mas ambos sentem uma imensa ansiedade sobre a nova responsabilidade de cuidar de uma criança. Nota-se também que a satisfação conjugal diminui caracteristicamente durante os anos de criação dos filhos, e as expectativas e a divisão de tarefas podem colaborar para a deterioração ou melhora do casamento.

O papel do pai na família é pouco pesquisado, em que o foco das pesquisas, na maioria das vezes, se dá em um grupo social mais amplo e/ou familiar, e não especificamente na paternidade. Na literatura científica sobre a gestação e o período puerperal, em geral, o tema enfocado é a maternidade e a relação da díade mãe-bebê, com suas características, perturbações, distorções e peculiaridades. Assim, a paternidade é, de certa forma, deixada de lado para dar espaço ao monopólio “mãe” que parece liderar completamente a criação dos filhos (RAMIRES, 1997).

Existe de fato uma demanda paterna menor que a materna no período gestacional/puerperal, mas a gravidez também acarreta para o pai uma gama de processos psicológicos. Estes, por sua vez, influenciam desde sua relação conjugal até o vínculo que o pai estabelecerá com seu filho (BORNHOLDT; WAGNER, 2005).

Então, com o nascimento do primogênito, as transformações e adaptações da vida conjugal tornam-se indispensáveis, já que o casal deve preparar-se para estabelecer novos papéis e relações. A inserção de um primogênito no sistema familiar é uma mudança de valor significativo para a vida a dois e toca na subjetividade de cada um dos cônjuges. De certa forma, a gestação e o nascimento de um filho são compreendidos como uma crise esperada, pois esta é caracterizada como um momento de mudanças intrínsecas e inevitáveis ao relacionamento conjugal (DESSEN, 1994).

Reforçando o que foi anteriormente citado, Houzel (2004) afirma que, desde os anos 1980, os papéis parentais estão reagrupados na designação de parentalidade. Esse conceito poderia ser entendido como algo além do ter filhos, ser genitor e ser designado como pai. Para atingir uma parentalidade é preciso “tornar-se pai”, o que é feito por intermédio de um processo complexo que implica níveis conscientes e inconscientes de funcionamento mental. Esse autor, quando realizou o estudo sobre a parentalidade por meio de grupos de pesquisa, chegou à conclusão de que seria necessário considerar três eixos e, em torno destes, poderia ser articulado o conjunto das funções adquiridas pelos pais. O primeiro deles se refere ao exercício da parentalidade, o qual define um domínio que transcende o indivíduo, a sua subjetividade e os seus comportamentos, e organiza a parentalidade situando cada sujeito no seu papel parental em associação com seus direitos e deveres. O segundo eixo, a experiência da parentalidade, remete à experiência subjetiva, consciente e inconsciente, que deriva do fato de vir a ser mãe/pai e de preencher os papéis parentais. No último, mas não menos importante eixo, temos a prática da parentalidade que engloba as experiências diárias que os pais têm com as crianças.

Esse processo de parentificação, no entanto, também é estudado na sua profundidade no que tange às questões da maternidade. As explorações das modificações psíquicas que se produzem nos pais acontecem somente na sua transição para a paternidade (HOUZEL, 2004).

Sabe-se que os pais também podem sofrer angústias e ter fantasias como as mulheres. Contudo, tais alterações mostram-se menos intensas, embora também existam relatos de casos de distúrbios psicopatológicos nos pais nesse período gestacional e puerperal, como a síndrome de couvade. Essa síndrome é caracterizada por um conjunto de sintomas que podem aparecer nos homens durante a gestação: eles expressam psicologicamente a gravidez, apresentam sensações semelhantes às da companheira grávida e podem engordar e ter enjoos, desejos, crises de choro ou mesmo depressão (MALDONADO, 2002).

Entretanto, deve-se considerar que a presença do pai nem sempre foi assim. Para Houzel (2004), o relacionamento pai/filho era mais distante, em que a função restringia-se ao sustento, bastante limitado à função de gênero, implicando-se afetivamente de uma maneira distante. Porém, atualmente, percebe-se o pai como participante mais ativo no processo gestacional e puerperal de sua companheira, envolvendo-se mais no desenvolvimento da parentalidade.

Apesar de esse envolvimento paterno nos períodos gestacional e puerperal ser mais presente, isso ainda acontece de maneira tímida. Dessa maneira, o tornar-se pai é algo além do procriar, é implicar-se de forma significativa no processo da paternidade (HOUZEL, 2004).

Assim, reitera-se, mais uma vez, a importância e relevância deste estudo, com base no pressuposto de que ele oferece subsídios para clarificar a subjetividade masculina em um momento ainda vivido com certa exclusividade feminina. Dessa maneira, viabilizam-se descobertas de intervenções que busquem a qualidade de vida desses homens-pais, potencializando a qualidade de relações familiares construídas a priori deste momento diferenciado vivido pelo casal: a chegada do primeiro filho.

 

Método

O presente estudo deu-se pela perspectiva da abordagem qualitativa. Segundo a compreensão de Bauer e Gaskell (2002), o enfoque abrange o método interpretativo da realidade social.

Participantes

A amostra foi composta por quatro homens-pais, na primeira experiência da paternidade, casados ou vivendo em união estável com mulheres que também vivenciavam pela primeira vez a maternidade. Não se levou em consideração o sexo das crianças para a análise de dados. Apresentavam classe socioeconômica baixa e residiam em cidades do interior do Estado do Rio Grande do Sul. As entrevistas foram realizadas durante o período de até 15 dias após o nascimento do bebê. A amostra foi definida por conveniência, em que os participantes foram selecionados com base em indicações de pessoas que conheciam famílias que estivessem nas condições já descritas (GIL, 2007).

Instrumentos

Utilizaram-se entrevistas semiestruturadas, em que se adotou um roteiro-base com questões relacionadas a mudanças percebidas pelos homens-pais no relacionamento do casal após a chegada do primogênito, sentimentos emergentes dessas mudanças no relacionamento do casal, participação ativa no processo de cuidados ao bebê e sentimentos de tornar-se pai. A entrevista é uma técnica em que o investigador apresenta aos sujeitos de sua pesquisa perguntas com o objetivo de obter dados que interessem ao seu estudo (GIL, 2007).

Procedimentos

Os princípios éticos que deram base para a pesquisa encontram-se apoiados na Resolução nº 196/96. O projeto deste estudo foi apreciado pela Comissão de Ética do Centro Universitário Franciscano (Unifra), de Santa Maria-RS, e recebeu parecer favorável conforme nº 1.246. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, ficando uma cópia para eles e outra para a pesquisadora.

Os pais foram contatados, de forma individualizada, por meio de um primeiro contato com suas companheiras. Em seguida, foram entrevistados no período de até 15 dias após o nascimento do bebê. No primeiro contato, explicou-se o objetivo do estudo e leu-se com o participante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e, após, iniciaram-se as entrevistas.

As entrevistas foram gravadas em aparelho MP3, com o consentimento dos participantes, e transcritas para serem analisadas, garantindo assim a fidedignidade das informações. Após a transcrição, o material foi apagado na íntegra.

No aspecto referente à preservação da identidade dos participantes, adotaram-se nomes fictícios.

• Júnior, 31 anos, entrevistado aos 12 dias após o nascimento do bebê.

• Fernando, 35 anos, entrevistado aos 15 dias após o nascimento do bebê.

• César, 37 anos, entrevistado aos 14 dias após o nascimento do bebê.

• Eduardo, 20 anos, entrevistado aos 15 dias após o nascimento do bebê.

Análise dos resultados

Com base na leitura e interpretação dos dados obtidos, surgiram quatro categorias. Utilizou-se a análise de conteúdo que, para Bardin (1977), é um conjunto de instrumentos metodológicos cada vez mais perspicazes e em inabalável aprimoramento que se aplica a conteúdos diferenciados, pois esse tipo de análise oscila entre o vigor da objetividade e a fecundidade da subjetividade. Analisaram-se as seguintes categorias:

• Mudanças percebidas pelos homens-pais no comportamento das mulheres e no relacionamento do casal.

• Ajuda nos cuidados.

• Como é lidar com essas mudanças no relacionamento?

• Percebendo-se como pai.

 

Discussão de resultados

Mudanças percebidas pelos homens-pais no comportamento das mulheres e no relacionamento do casal

Abordam-se aqui as mudanças que os homens-pais entrevistados perceberam no comportamento de suas mulheres, no curto período do pós-parto, e as percepções deles sobre as mudanças no relacionamento do casal decorrentes do nascimento do primeiro filho e os impactos da convivência com ele em um ambiente intrafamiliar, agora constituído por mais um membro.

Bornholdt, Wagner e Staudt (2007) refletem sobre questões relativas à ampliação do subsistema conjugal ao parental, no sentido das consequências que o nascimento de um filho traz para a vida do pai e da mãe, tanto para eles como um casal quanto como homem e mulher, individualmente. Eles precisam estabelecer novos papéis e relações para que possam agregar um novo membro no grupo familiar, o que traz consequências para ambos.

Dois dos pais entrevistados trouxeram a questão da diminuição da irritabilidade como uma mudança no comportamento de suas mulheres, o que é exemplificado na fala a seguir:

Ela não tá mais assim tão irritada, tá mais calma... tá bem mais feliz... Corujona... só em roda do bebê... [...] ela fica só babando em roda... a avó dela também, né?... só em roda, só em roda... se desse pra ela ficar o dia todo com a bebê no colo, ela ficava (Júnior).

Há certo consenso na literatura de que, nas primeiras semanas após o parto, a irritabilidade é um afeto normalmente presente nas puérperas (SOIFER, 1980; FELICE, 2000; WINNICOTT, 1978), o que contrasta com os dados encontrados no relato desses dois pais. Essa questão é destacada na literatura, pois o período puerperal ainda é munido de diversas ansiedades e angústias, em que a mulher encontra-se em um estado debilitado por causa do parto e das condições em que este aconteceu. Além disso, podem surgir questões relativas aos sentimentos de incapacidade quanto a alguns cuidados com os filhos, como fadiga, acessos de depressão, confusão, entre outros (SOIFER, 1980).

No período puerperal, também encontramos o baby blues, que, segundo Harvey (2002), é um tipo de depressão “normal”, com sintomas de irritabilidade intensa, característica desse período. Segundo essa autora, o baby blues acomete de 50% a 80% das mães nas primeiras semanas após o parto, e os dez primeiros dias após o nascimento do bebê são considerados de maior vulnerabilidade para a ocorrência desse fenômeno. Com base nisso, podemos destacar que as mães desta pesquisa não desenvolveram o baby blues, portanto estão na porcentagem da população materna que não faz parte da maioria.

Outra questão importante destacada pelos pais refere-se ao envolvimento de suas mulheres com os cuidados do filho. Podemos supor que essas mães vivem o fenômeno descrito por Winnicott (1978) como preocupação materna primária, que, nas duas primeiras semanas após o parto, ainda se apresenta na mulher. De acordo com Winnicott (1978), o estado da preocupação materna primária caracteriza-se por um aumento da sensibilidade materna, sendo um momento de regressão para que as mães possam captar os sinais e necessidades de seu filho. Esse estado especial da mãe começa no final da gravidez e estende-se por algumas semanas após o nascimento do bebê.

Além disso, Stern (1997) fala de um estado psíquico particular vivido pelas mulheres na experiência da maternidade que também pode justificar esse envolvimento materno citado pelos pais entrevistados. Esse estado caracteriza-se por um funcionamento psíquico envolto de preocupações perante o bebê recém-nascido. Destaca-se aí a preocupação referente à vida e ao crescimento do bebê, em que a mãe encontra-se imersa em preocupações relacionadas a proporcionar condições de manter seu bebê vivo, a fim de promover seu desenvolvimento saudável.

No que diz respeito às mudanças no relacionamento do casal, as respostas se combinam no sentido de o casal disponibilizar a atenção ao filho, o que não originaria um sentimento de exclusão, por exemplo, dessa relação mãe-filho, ou talvez por uma busca dos pais entrevistados de se incluírem mais nesse processo, para que possam diminuir seus sentimentos de exclusão. Essa ideia pode ser exemplificada na fala do seguinte pai:

Não... tá normal, porque eu também tô dando mais atenção pra ele, porque ele é pequeno... porque mais tarde nós vamos ter esse tempo, né?... que nem agora o nenê precisa tá tomando remédio pra barriga... tem horários pra isso, e isso precisa se respeitado [...] (Eduardo).

De acordo com essa fala, os pais estão encontrando formas de participar desse processo de cuidado com os filhos, mostrando que esse momento está, a cada dia que passa, menos restrito ao universo feminino. Com esse movimento, os pais começam a refletir sobre a paternidade e podem questionar antigos valores e definições. Essa abertura autoriza uma nova concepção e nova forma de vivenciar esse papel (BORNHOLDT; WAGNER; STAUDT, 2007).

Um dos pais entrevistados referiu-se à diminuição do “apego” da mulher, que antes era mais intenso e direcionado a ele, e que no momento após nascimento voltou-se à criança, como uma mudança significativa no relacionamento do casal. Apesar de o pai referir que se sentia bem com esse relacionamento próximo e íntimo da mulher com a criança, parece existir aí, de forma implícita, um sentimento de ciúmes, no sentido de que agora ele está em segundo lugar. Se esse fato não significasse algo, ele não o mencionaria como uma mudança.

Bem... normal... [...] ela reclama um pouco que saio assim... que eu vô no futebol, porque eu gosto assim, né? [...] ela queria que eu ficasse mais ali, sempre, sempre, sabe?... com ela, com o bebê... [...] a única coisa que eu gosto de fazer assim é sair pra joga uma bola... aí, por isso, o cara tá menos presente, né? [...] e também antes ela era mais apegada a mim, né?... reclama quando eu não tava assim, sempre, sempre, e agora não mais tanto assim... ela agora é superapegada à pequena... e eu acho isso uma coisa boa. Eu gosto de vê que ela tá sempre junto do que vê ela deixa lá e dizer tipo ai... vai tu lá... não... qualquer coisinha ela levanta e vai lá vê... (Júnior).

Quando o pai entrevistado menciona a diminuição do “apego” que antes era destinado a ele e agora se mostra mais voltado para a criança, refere-se a um aspecto da preocupação materna primária. Felice (2000), ao falar sobre esse estado, traz a questão de que este envolve tanto um movimento de isolamento e introversão na puérpera, incluindo certo grau de distanciamento do marido, quanto um processo regressivo parcial, que possibilita à mulher uma facilitada identificação com as necessidades de seu bebê.

A fala desse pai, ao mencionar a preferência de sua mulher ao prestar cuidados ao bebê em vez de solicitá-lo a fazer isso, traz aspectos relativos aos gêneros. Segundo Bornholdt, Wagner e Staudt (2007, os cuidados com o bebê e a manutenção de seu bem-estar ficam sob a responsabilidade da mulher, e o pai participa de forma tímida, pois ainda não introjetou esses comportamentos como característicos de seu gênero.

Ajuda nos cuidados

Nessa categoria, apresenta-se a discussão acerca do envolvimento paterno nos cuidados com a criança e a ajuda que os pais entrevistados disponibilizam às mães. As respostas mostram que a mulher ainda é a responsável pelos cuidados destinados à criança, porém os pais tentam ajudar, mas alegam que esse papel ainda é das mulheres.

A questão da participação dos pais nos cuidados com o bebê é um processo que se inicia já na gestação. A postura da mãe como catalisadora desse processo é muito importante. Uma mãe que não possibilita a entrada do pai nesse processo não terá a ajuda deste, nem a implicação dele no processo de cuidados com o bebê. Isso vai de encontro com a ideia de Bornholdt, Wagner e Staudt (2007) quando afirmam que a mãe assume um papel muito importante nessa aproximação do pai com o filho. Esse papel é destinado a ela, pois, como é quem está diretamente envolvida nos cuidados com o bebê, pode facilitar ou dificultar a aproximação pai-bebê e, consequentemente, a criação do vínculo entre eles.

Sim, eu ajudo ela a dar banho, trocar as fralda, meio emburrado, podre de cansado, mas faço. Só a madrugada que não é pra mim... de dia até que vai... esses dias troquei ele de madrugada, meio dormindo, sabe?... demorei... (Eduardo).

No que diz respeito à fala desse pai que ainda está vivenciando um período final da adolescência, fica perceptível que ser pai confronta os jovens com a privação da liberdade, por terem que dar assistência ao recém-nascido, fazendo-os, muitas vezes, abdicar do papel adolescente (NUNES, 1998).

Ah... é ela que cuida mais dele... porque eu não tô muito em casa... quando eu tô a gente se divide um pouco, um pouco [risos]. Eu fico nervoso sabe, quando ele começa chorar demais... Eu fico preocupado, né?; a gente não sabe o que que ele tem, eles ainda não falam... às vezes, eu durmo até na sala pra não atrapalha ela e os cuidados dela com o nenê, sabe? [...] (Fernando).

Sobre esse depoimento, pode-se perceber que, conforme Bornholdt, Wagner e Staudt (2007), por mais que os pais participem de alguns cuidados com seus bebês em conjunto com a mãe, essa função ainda está muito ligada ao papel materno. As relações de homens e mulheres quanto ao desempenho de papéis na família, por mais que venham sofrendo transformações e ressignificações, ainda não se mostram como um processo consolidado. Muitas das tradicionais divisões de papéis ainda se mantêm de forma muito forte e se confundem com as novas relações que se estabelecem na atualidade.

Outro ponto que afirma ser essa naturalidade de cuidar das crianças uma característica do gênero feminino refere-se à questão já incorporada de que a maternidade se dá desde os primórdios da infância, quando as brincadeiras entre meninas estimulam esses cuidados. Elas, desde muito pequenas, já brincam de bonecas, exercendo fantasiosamente o papel materno. Os meninos não, o que caracterizaria, na visão dos pais, um maior preparo feminino para a parentalidade (LEVANDOWSKI; PICCININI, 2006).

Os pais entrevistados não chegaram a falar explicitamente de momentos de exclusão, porém, de forma implícita, essa ideia aparece em suas falas, quando não se incluem de maneira significativa no processo do cuidar do bebê. Sobre isso, Bornholdt, Wagner e Staudt (2007), na análise que fizeram de suas entrevistas quando pesquisaram a perspectiva paterna da gestação, constataram que alguns pais parecem explicar a sua exclusão trazendo à tona justificativas relacionadas às diferenças de gênero. Eles alegam uma maior facilidade das mulheres no cuidado com os filhos e indicam uma espécie de habilidade feminina. Pode-se notar isso na fala dos pais entrevistados nesta pesquisa.

Corroborando as ideias já citadas, Menendez (2004) apresenta uma crítica em relação a essa conduta do pai, ao referir que sua inclusão nesse processo acontece de forma progressiva e que cabe a ele entrar nessa relação com seu bebê, cuidar, pegar. O pai deve aceitar os limites de sua natureza de homem, mas procurar embalar o bebê, sustentá-lo e contê-lo. Essas experiências de cuidado, que assume com a mãe, permitirão ao pai não somente viver em estreita relação com o bebê, mas também tornar-se pai de “seu bebê”. A mãe assume um papel de facilitadora nesse processo, em que o pai deve reencontrar e reconhecer também as complexidades das tarefas maternas.

Como é lidar com essas mudanças no relacionamento?

Essa categoria transcorre sobre como os pais entrevistados procuraram lidar com as mudanças no relacionamento do casal, após a chegada do bebê. A fala do pai apresentada a seguir mostra certa irritação pela atenção, talvez excessiva, da mãe voltada à criança. O que nos faz pensar que foi muito mais fácil, para ele, dizer que sua irritação era porque a mãe estava dando mimos demais para criança do que dizer que ele estava se sentindo deixado de lado, em prol de cuidados “desnecessários” ao bebê.

Acho ótimo que a mãe dela ande sempre grudada nela praticamente... [...] até às vezes preciso meio que bronquiá com a mãe dela porque qualquer coisinha ela já tá em cima, sabe? [...] qualquer coisinha, a mãe tá lá... acho que ela precisa ter assim limites, né? [referindo-se a M.]. [...] e se a M. continua assim não... ela vai acabá precisando ficá sempre do lado... eu acho isso, né?... porque a criança é que nem um bichinho, né?... se tu ensina ele de um jeito, ele vai sê assim; se tu ensina de outro, ele vai de outro, né?... e criança é assim. Claro, depois que ela cresce, vai mudando a cabeça, mas, enquanto depende da gente, é assim [...] (Júnior).

A fala desse pai é corroborada por Menendez (2004), segundo o qual, no decorrer das primeiras semanas após o nascimento do bebê, é no voltar para casa que recomeça para os pais a aventura da descoberta de um novo ser que habita aquele ambiente. Essa nova etapa da vida familiar trará como consequência mudanças nos costumes, como a proximidade com os avós. Nessas semanas, em que quase tudo é novidade, existem momentos críticos em casa: quando o bebê chora e a mãe se estressa, é preciso que o pai pegue esse bebê, mesmo se não souber ao certo o que fazer.

Percebendo-se como pai

O desejo de ser pai, a representação que o homem faz de si mesmo como pai e o que o faz vir a ser pai são aspectos discutidos nessa categoria. Ele pode assegurar a função educativa, de provedor e o papel amoroso da esposa, mas alguma coisa se transforma no casal que faz com que a função parental (paterna) comece a acontecer (MENENDEZ, 2004), o que pode ser percebido na fala a seguir:

[...] Ah... eu tô bem feliz... eu tô muito feliz... ela é lindinha... nasceu bem, com saúde e tudo... eu tô muito feliz mesmo... [...] a gente pensa: “Será que eu vô consegui dá uma boa educação, dá isso, dá aquilo pra ela, né?” ... sempre tem... às vezes, a gente ficava conversando eu e a M., né?, bá, será que a gente vai consegui sê bons pais pra ela, né?, sempre tem... (Júnior).

Bornholdt, Wagner e Staudt (2007) mostram a ideia de modificações de aspectos com a chegada de mais um membro na família. Isso acontece devido à possibilidade para transformações de crenças e valores, que foi permitida pela avaliação de si mesmo, das responsabilidades e prioridades que envolvem a passagem para a paternidade, como podemos perceber na seguinte fala:

Ah, sei lá... eu tô tentando ficá mais sério, porque pai bem bobo... assim... isso tem seus momentos, mas eu estou procurando sê mais sério, mais responsável... normalmente assim, tu não acha um pai bobo, um pai tongo... Tu precisa tê os momentos de brincá, de sê sério, precisa sabê diferenciá isso. Eu sô novo... sô brincalhão... com amigos... mas também sô sério quando precisa, sabe? (Eduardo).

Em pais adolescentes, que é o caso dessa fala, é comum aparecer o aumento da responsabilidade como consequência significativa do fato de ser pai (LEVANDOWSKI; PICCININI, 2006).

Me sinto meio incomodado porque eu não posso ficá muito tempo em casa, só tenho o horário do meio-dia e de noite tô cansado pra fica parado ali olhando para ele, conversando, não tenho [...] daí eu fico muito tempo na oficina trabalhando e não tê em casa curtindo o bebê... daí, quando me perguntam, eu penso, bá, não tô em casa, sabe?... fico meio constrangido de dizê assim, bá, não sei como tá meu filho, porque preciso tá na oficina, trabalhando, pra sustentá as coisas... meio culpa, sabe?... Sei lá... mas, assim, quanto mais tempo eu fico lá, mais dinheiro entra em casa e melhor qualidade de vida posso proporciona pra eles, sabe? (Eduardo).

A fala desse pai, que é o mais jovem de todos (20 anos), revela a confusão que os futuros pais adolescentes sentem no que diz respeito à espera desse novo papel, precocemente delegado a eles. Tal confusão acontece por existir uma exigência de equilíbrio entre dois papéis opostos, o da adolescência e o da paternidade (LEVANDOWSKI; PICCININI, 2006).

A percepção de ser pai é enraizada na representação que o homem tem de si e de suas experiências passadas com seus próprios pais. Essa representação é individual, pois cada ser tem sua representação desse papel, que irá seguir fielmente, caso este tenha sido positivo, ou irá realizá-lo de maneira contrária, caso este tenha sido negativo. O que existe de comum nas representações acerca de ser pai é a questão social no que tange aos aspectos de gêneros, em que o homem-pai é responsável pelo apoio financeiro, pelo apoio amoroso à esposa, pela educação, pela preocupação com o futuro, entre outras responsabilidades características do gênero masculino. Isso, sim, parece ser universal, apesar das mudanças já ocorridas até hoje, em que o pai vem se mostrando mais presente no período gestacional e puerperal de suas companheiras.

 

Considerações finais

Com base nos dados, apesar de um curto caminho já ter sido percorrido pelos pais, na sua inserção ao papel ativo na tríade pai-bebê-mãe, muito ainda precisa ser feito. Trata-se de um trabalho árduo e de longo prazo, pois, como já relatado em alguns estudos sobre clínica pré-natal, os pais não participam de forma ativa desse processo e tendem a não se envolver nessas “coisas de mulheres”, que são os cuidados efetivos com o bebê. Dessa forma, nota-se que é fundamental proporcionar um espaço para que os pais falem sobre seus sentimentos, durante esse momento de mudanças na vida do casal, destituir a crença vendida pela sociedade e repassada transgeracionalmente de que o homem não se envolve nos cuidados de seus filhos. A devida intervenção, construída na conscientização familiar e em grupos de apoio com pais, tem muito a contribuir para a paternidade atual, no sentido da melhoria do relacionamento homem-mulher, o que consequentemente vai repercutir no desenvolvimento saudável dos filhos, na melhoria da qualidade da relação interfamiliar e no desenvolvimento da parentalidade.

Assim, não se almeja redesenhar a paternidade a partir desta pesquisa, até porque se obtiveram dados parciais por causa das limitações da metodologia utilizada, que não possibilitaram exploração mais detalhada dos dados fornecidos nas entrevistas. Porém, almeja-se, sim, contribuir para que a reflexão sobre essa prática seja feita, a fim de possibilitar questionamentos de modelos tradicionais seguidos por gerações e otimizar a vivência da paternidade e uma (re)criação da subjetividade paterna.

 

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Endereço para correspondência

Contato
Márcia Elisa Jager
e-mail: marciajager@yahoo.com.br

Tramitação
Recebido em dezembro de 2009
Aceito em fevereiro de 2011