EDITORIAL

Em 2008 a nossa Comissão executiva completa dois anos de trabalho na RBTCC. Momento para comemorar, fazer reflexões e tomar decisões. São muitos os motivos de comemoração, dentre eles, a bem sucedida empreita da edição sobre o comportamento verbal, o novo sistema de submissão eletrônica de artigos, a criação de uma equipe de tradutores, a inclusão de todos os números no PEPSIC, etc. O sucesso da revista pode ser aferido, por exemplo, pelo aumento vertiginoso do número de artigos submetidos. Tal aumento pode ser interpretado de diferentes formas, mas, sem dúvida, é um indicativo da confiança da comunidade construída paulatinamente a partir do trabalho de qualidade executado pelas editorias anteriores. Estamos convencidos de que a nossa revista ocupa um lugar de destaque no cenário da Psicologia brasileira e é, sem dúvida alguma, uma das principais fontes de pesquisa para terapeutas, pesquisadores, estudantes e professores interessados em assuntos relacionados ao comportamento humano.

Além de comemorar precisamos refletir sobre vários aspectos, dentre eles, as políticas editoriais no Brasil. Assim, nos afiliamos à ABECIP (Associação brasileira de editores científicos de psicologia) e à ABEC (Associação brasileira de editores científicos). As duas associações, em âmbitos diferentes, mas complementares, têm se constituído como legítimos fóruns de discussões sobre políticas editoriais no Brasil. Um outro ponto importante para refletir é a nova ficha de avaliação de periódicos CAPES/ANPEPP. Logo após a sua divulgação no Congresso da ANPEPP em Natal, em maio passado, nossa equipe se reuniu e, num esforço concentrado, fizemos algumas simulações de avaliação. Verificamos, ao final, que provavelmente a nossa revista continuará bem avaliada, mesmo com as mudanças na ficha. Podemos e devemos, contudo nos manter alertas para analisar os reais impactos, depois da primeira avaliação com a nova ficha. O convite à reflexão está aberto.

Depois das comemorações e das reflexões é hora de decisões sobre o futuro da revista. O que queremos para ela nos próximos dez anos? É importante ressaltar, então, o que pensamos sobre as publicações eletrônicas e em papel. Somos absolutamente favoráveis à democratização do acesso ao conhecimento. Acreditamos que a versão eletrônica disponibilizada pelo PEPSIC seja um dos principais espaços para tal acesso livre e gratuito. Contudo, é muito importante salientar que somos a favor da manutenção das publicações em papel, concomitantes à publicação eletrônica. O espaço é pequeno para tecer uma linha de raciocínio mais elaborada sobre a questão, mas, em poucas palavras: a edição eletrônica não substitui a versão em papel. Podemos nos perguntar: de quem deve ser a decisão final sobre o abandono ou a manutenção da edição em papel? A nossa opinião é que tal decisão deva ser cuidadosamente construída a partir do uso dos espaços democráticos de discussão nos quais sejam ouvidos os vários atores da complexa trama da qual é feita a revista, a saber, os autores, os pareceristas, os membros do conselho editorial, a comissão executiva, a diretoria da ABPMC, o conselho consultivo e, principalmente, os leitores. Assim, é com serenidade que abrimos o debate.

Mais uma vez, agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão de recursos, por meio do edital, MCT/CNPq-MEC/CAPES Nº 16/2007, que auxiliaram esta publicação.

Um forte abraço das Minas Gerais!

Sérgio Dias Cirino
Editor