Serviços Personalizados
Journal
artigo
Indicadores
Compartilhar
Revista Mal Estar e Subjetividade
versão impressa ISSN 1518-6148
Rev. Mal-Estar Subj. vol.10 no.3 Fortaleza set. 2010
EDITORIAL
O mal-estar entre a dor e o laço social
Este número apresenta uma série de textos distribuídos entre a dor manifesta pela via dos sintomas exibidos pelo sujeito e a insistência na manutenção do laço social, por ser um tema que preocupa a todos que vivemos em sociedade, atualmente.
De um lado o corpo, as sensações, os atos que se apresentam ao sujeito mediante a dor narcísica irreparável, deflagrada com o aborto, a passagem da angústia ao suicídio, as tecnologias reprodutivas que afetam a este corpo, o excesso de medicamentos para suprimir a dor física.
De outro, o sujeito com o permanente impasse entre o corpo e a linguagem, deflagrado pela angústia e que provoca na atualidade crises de identidade, lançadas sobre o uso do corpo, exaltando os limites entre a loucura, o saber e a transgressão.
No plano das relações sociais, a sociedade, o lugar onde se vive as produções socioculturais com toda a pujança e o resvalamento da objetividade do sujeito no cotidiano, é nela que se colocam em cena as várias manifestações da criatividade do que fazer com este impasse.
São obras, políticas, discursos que são postos em circulação para dar sentido à tarefa de existir, apesar da dor. Uma dor que, ainda que apareça no corpo, reclama pela subjetividade de cada ser em sociedade, um sentido para si, algo que preserve a singularidade no espaço do coletivo.
É nesta tarefa áurea de se fazer valer o sujeito na sociedade que vamos encontrar textos que tratam da aprendizagem para adultos em um contexto de ócio, situam a dimensão do ciberespaço, tomando o sujeito entre a linearidade e a espacialidade, repensando a cidade como um espaço de lazer e convívio. Enfim, trabalhos que localizam o cidadão na relação que guardam entre o espaço objetivo da cidade e a dimensão subjetiva da escrita e da representação da subjetividade do existir.
É sob esta lente que o leitor encontrará neste número um fio condutor reflexivo sobre o que nos atormenta hoje. Boa leitura e profícuos desdobramentos para o campo da pesquisa na ciência da subjetividade.
Henrique Figueiredo Carneiro
Editor e organizador