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Revista Psicologia Política

versão impressa ISSN 1519-549Xversão On-line ISSN 2175-1390

Rev. psicol. polít. vol.17 no.40 São Paulo set./dez. 2017

 

EDITORIAL

 

Revista Psicologia Política: perspectivas metodológicas críticas em psicologia política

 

Revista Psicologia Política: critical methodological perspectives in political psychology

 

Revista Psicologia Política: perspectivas metodológicas críticas en psicología política

 

Revista Psicologia Política: perspectives méthodologiques critiques en psychologie politique

 

 

Adolfo PizzinatoI; Aline Reis Calvo HernandezII; Conceição Firmina Seixas SilvaIII; Frederico Alves CostaIV; Frederico Viana MachadoV

IEditor. UFRGS. Brasil
IIEditor. UFRGS. Brasil
IIIEditor. UERJ. Brasil
IVEditor. UFAL. Brasil
VEditor. UFRGS. Brasil

 

 

Chegamos ao número 40 da Revista Psicologia Política, terceiro número de 2017. Completamos dois anos e seis números organizados por esta gestão, atravessando um contexto político e político-acadêmico bastante turbulento e agitado. Temos muito pouco pra comemorar no campo da política, dos direitos e da democracia, registramos muito mais retrocessos do que avanços. Exatamente por isso, reforçamos nossa aposta na Revista Psicologia Política como espaço de reflexão crítica sobre questões que nos são colocadas neste tempo histórico.

Este número é fruto de uma parceria com Ilana Mountian, Miriam Debieux Rosa e Viviani Catroli, pesquisadoras da Universidade de São Paulo que atuaram como editoras convidadas selecionando e conduzindo a revisão por pares destes processos editoriais. Esta é mais uma parceria editorial que em muito engrandece nosso editorial, pois a exce-lência do trabalho destas pesquisadoras aprimora a composição e a qualidade do material publicado nesta revista.

As editoras convidadas elaboraram um número especial que aglutina participantes do I Simpósio de Pesquisa em Psicologia Crítica, realizado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo em 2013, cujo tema era Psicologia crítica em foco: Estabele-cendo diálogos. Apesar de notarmos uma diversidade teórica fundamentando as contribuições deste número, vemos uma influência marcante da psicanálise, da análise do dis-curso, do pensamento foucaultiano e do marxismo. Correntes teórico-metodológicas que possibilitam reflexões psicopolíticas e que, neste número, se articulam para a produção de análises críticas na e da psicologia.

Na discussão de Freud sobre psicologia das massas, na qual ele retoma a obra de Gustave Le Bon, já se desenhavam as potencialidades analíticas da psicanálise para a Psicologia Política. A análise do discurso possibilitou a construção de reflexões críticas no campo das ciências humanas e sociais, podendo-nos destacar neste campo autores integrantes ou interlocutores do grupo Discourse Unit, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, os quais apresentam artigos neste número. Discussões sobre biopolítica, biopoder, governamentalidade, construídas a partir do pensamento foucaultiana, são outras importantes contribuições para o campo da psicologia política. O marxismo tem sido uma lente teórica que marca a produção da psicologia política, cabendo-nos destacar sua importância no pensamento crítico latino-americano.

Este número caracteriza-se pela presença de publicações de pesquisadoras e pesquisadores que são referências importantes no Brasil e no mundo e, sobretudo, pela riqueza dos trabalhos e seu enga-jamento na desconstrução das relações de poder por meio da elaboração de perspectivas metodológicas críticas para a psicologia. Este engajamento é marcante na psicologia política produzida na maioria dos países da América do Sul, cujos autoras e autores sempre estiveram às voltas com a reflexão sobre fenômenos políticos presentes nesta região como subdesenvolvimento, desigualdade e diferentes formas de violência.

Ano que vem teremos outro número temáticos, também organizado por editores convidados, idealizado em conjunto com nossa equipe editorial, que abordará um tema bastante atual da agenda política brasileira: a ideologia de gênero. Número que também explicitará a proposta da Revista Psicologia Política de debater o contexto político brasileiro, contribuindo para o acúmulo de reflexões sobre problemas sociais, contribuindo com pesquisas e produções teóricas nas pautas mais atuais e relevantes.

Importante informarmos que o Volume 17, que inclui os números 38, 39 e 40, foi revisado e diagramado por Rebeca Caeiro, que passou a integrar nossa equipe esse ano. Ela substitui a empresa Letras e Formas, à qual somos gratos por terem realizado a revisão de normas e a diagramação da RPP com bastante empenho por alguns anos. Além deste trabalho, contando com larga experiência editorial, Rebeca Caeiro está nos ajudando na elaboração de uma nova política editorial para a RPP, que trará novidades importantes para a organização do fluxo de manuscritos e para a qualificação do escopo editorial.

Boa leitura!

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