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Avaliação Psicológica
versão impressa ISSN 1677-0471versão On-line ISSN 2175-3431
Aval. psicol. v.8 n.1 Porto Alegre abr. 2009
ARTIGOS
Associação entre bem estar subjetivo e personalidade no modelo dos cinco grandes fatores
Relationship between subjective well-being and personality within the big five personality model
Carlos Henrique S. NunesI, *; Claudio S. HutzII, **; Claudia H. GiacomoniIII, ***
I Universidade Federal de Santa Catarina
II Universidade Federal do Rio Grande do Sul
III Universidade Federal de Santa Maria
RESUMO
O objetivo do estudo foi investigar as relações entre Bem-Estar Subjetivo (BES) e os fatores Extroversão, Socialização e Neuroticismo definidos no modelo dos Cinco Grandes Fatores. BES é uma importante variável psicológica que se refere à forma como as pessoas julgam as suas vidas. Existem modelos explicativos concorrentes para BES, mas as principais propostas defendem que personalidade é um elemento central para a determinação dessa variável. A amostra foi composta por 357 estudantes universitários de ambos os sexos. Os resultados indicaram associações de BES com Extroversão, Neuroticismo e Socialização, que corroboram os principais achados na literatura internacional. As maiores correlações com BES foram encontradas para as facetas de Neuroticismo. Os resultados encontrados reforçam a hipótese de que a estrutura da personalidade é um elemento central para BES e detalham as associações de seus componentes com as facetas das escalas brasileiras para a avaliação dos fatores de personalidade englobados no estudo.
Palavras-chave: Bem-estar subjetivo, Cinco grandes fatores da personalidade, Extroversão, Socialização, Neuroticismo.
ABSTRACT
The objective of the present study was to investigate the relationship between Subjective Well-being (SWB) and Extraversion, Agreeableness, and Neuroticism within the Big Five Personality model. SWB is an important psychological variable that refers to the way people assess their lives. There are several models to explain SWB but there is agreement that personality structure plays a major role in its prediction. The participants were 357 university students. The results showed correlations between SWB and Extraversion, Agreeableness and Neuroticism which are in agreement with most published studies. The largest correlations with SWB were found for the Neuroticism subfactors. The results strengthen the hypothesis that personality structure is an important predictor of SWB and they also demonstrate specific relationships between SWB and the subfactors of the Brazilian scales developed to assess personality.
Keywords: Subjective well-being, Big-5 model of personality, Extraversion, Agreeableness, Neuroticism.
Introdução
A pesquisa sobre bem-estar subjetivo tem se desenvolvido exponencialmente nos últimos anos. Essa área da psicologia cobre estudos que têm utilizado as mais diversas nomeações, tais como felicidade, satisfação, estado de espírito e afeto positivo. De forma ampla, pode-se dizer que o tema foca como as pessoas avaliam suas vidas (Diener, 1996). Mais especificamente, este construto diz respeito a como e por que as pessoas experienciam suas vidas positivamente e como avaliam subjetivamente a sua qualidade de vida.
Pensadores ocidentais têm procurado compreender a "Felicidade" e, através da história, filósofos a consideraram como o bem maior e a principal motivação para a ação humana (Diener, 1994). Porém, até recentemente, psicólogos deram pouca atenção para o estudo do bem-estar subjetivo, preferindo investigar a infelicidade e o sofrimento humano. A partir da década de 1970, cientistas sociais e do comportamento passaram a estudar e trabalhar com o construto (ver, por exemplo, Snyder & Lopes, 2005, para uma revisão abrangente). No Brasil, as primeiras publicações aparecem no final da década de 1990, sendo o primeiro trabalho publicado em 1996 (Hutz, Koller & Bandeira, 1996). Atualmente, este construto tem sido freqüentemente utilizado nas áreas de saúde mental, qualidade de vida, gerontologia social, psicologia comunitária e tende a se estender por múltiplas áreas (Reppold & Hutz, 2002; Yunes, 2003). Uma revisão da literatura brasileira na área e dos instrumentos de avaliação que estão sendo usados foi recentemente publicada por Reppold, Giacomoni e Hutz (2007). O termo felicidade passou a ser indexado no Psychological Abstracts em 1973 e o periódico Social Indicators Research, fundado em 1974, começou a publicar um grande número de artigos sobre bem-estar subjetivo (Diener, 1984).
Diener (1984) agrupou as definições de bem-estar subjetivo e felicidade em três categorias. A primeira concebe o bem-estar através de critérios externos, tais como virtude ou santidade. Nessas definições normativas (porque definem o que é desejável), a felicidade não é pensada como um estado subjetivo, mas antes como o possuir alguma qualidade desejável.
A segunda categoria de definição de bem-estar, formulada por cientistas sociais, investiga o que leva as pessoas a avaliar suas vidas em termos positivos. Tem sido chamada de satisfação de vida e utiliza os padrões dos respondentes para determinar o que é a vida feliz. A terceira categoria de definição de bem-estar considera esse como sendo o estado que denota uma preponderância do afeto positivo sobre o negativo (Bradburn, 1969) e enfatiza a experiência emocional de satisfação ou prazer. Aponta o quanto a pessoa está experienciando emoções positivas ou negativas durante um período específico da vida, ou o quanto a pessoa está predisposta a essas emoções.
Nos últimos vinte anos, o estudo do bem-estar subjetivo tem sido guiado por duas concepções de funcionamento positivo. A primeira, iniciada pelo trabalho de Bradburn (1969), diferencia o afeto positivo do negativo e define a felicidade como o equilíbrio entre os dois. A segunda concepção, que vem ganhando atenção entre sociólogos, enfatiza a satisfação de vida como o principal indicador do bem-estar. A satisfação de vida é vista como o componente cognitivo que complementa a felicidade, dimensão afetiva do funcionamento positivo (Ryff & Keyes, 1995).
Ryff e Keyes (1995) apresentaram um modelo multidimensional de bem-estar composto por seis componentes distintos de funcionamento psicológico positivo: avaliação positiva de si mesmo e do período anterior de vida (auto-aceitação), um sentido de crescimento contínuo e desenvolvimento como uma pessoa (crescimento pessoal), acreditar que a vida possui objetivo (sentido) e significado (sentido de vida), possuir relações de qualidade com outros (relações positivas com outros), capacidade de manejar efetivamente a vida e o mundo ao redor (domínio do ambiente), e sentido de autodeterminação (autonomia).
Recentemente, tem-se considerado que Bem-Estar Subjetivo (BES) envolve um conjunto de categorias com componentes cognitivos e emocionais utilizadas pelas pessoas para avaliar sua própria vida. Não se trata de uma avaliação objetiva feita por observadores com relação à qualidade de vida de uma pessoa, mas da avaliação pessoal, subjetiva, de cada indivíduo sobre a qualidade de sua própria vida, sobre a satisfação experienciada no cotidiano. Assim, BES representa uma avaliação pessoal sobre quão feliz o indivíduo se sente, independentemente do contexto e condições sócio econômicas, saúde, sucesso e outras variáveis que poderiam permitir uma avaliação objetiva de qualidade de vida.
A pergunta "por que alguém é feliz" certamente não é nova. Com o desenvolvimento da pesquisa sobre Bem Estar Subjetivo, a procura de fatores e processos causais ou relacionados com a avaliação subjetiva da qualidade de vida (felicidade, satisfação) produziu uma extensa literatura. Variáveis sócio-demográficas (Argyle, 1999; Diener, Diener, & Diener, 1995; Diener, Suh, Lucas, & Smith, 1999), diferenças culturais (Diener, & Suh, 2000), personalidade, temperamento e eventos de vida (Diener, & Lucas, 1999; Hayes & Joseph, 2003), entre outras, vem sendo sistematicamente investigadas. Embora alguns estudos indiquem a existência de correlações pequenas ou moderadas entre BES e praticamente todas essas variáveis, fatores de personalidade têm se destacado como os principais preditores de BES, e o modelo de personalidade mais utilizado nessas pesquisas tem sido o dos Cinco Grandes Fatores (Ruiz, 2005).
O modelo dos Cinco Grandes Fatores (CGF) é uma versão moderna da Teoria de Traço que representa um avanço conceptual e empírico no campo da personalidade, descrevendo dimensões humanas básicas de forma consistente e replicável. Os cinco fatores não emergem apenas em instrumentos desenvolvidos com a finalidade de identificá-los. Os principais questionários e inventários de avaliação da personalidade, desenvolvidos com base em várias teorias da personalidade (por exemplo, o 16-PF, O MMPI, a escala de Necessidades de Murray, o California Q-Set, as escalas de Comrey, entre outros), quando submetidos a análises fatoriais, isoladamente ou em conjunto, produzem soluções compatíveis com o modelo CGF. Independentemente da teoria em que os autores se basearam para desenvolver objetivos de avaliação da personalidade, análises fatoriais desses instrumentos sistematicamente têm demonstrado que os fatores emergentes são consistentes com o modelo CGF (McAdams, 1992; McCrae & John, 1992).
No Brasil, os cinco fatores têm sido denominados Extroversão, Socialização (também chamado por alguns autores por Amabilidade), Realização (também denominado Conscienciosidade), Neuroticismo e Abertura (Hutz e cols., 1998; Nunes, & Hutz, 2002). Atualmente, existem escalas validadas e aprovadas no SATEPSI para a avaliação de Neuroticismo (Hutz, & Nunes, 2001), Extroversão (Nunes, & Hutz, 2007a) e Socialização (Nunes, & Hutz, 2007b).
As pesquisas sobre as relações entre Bem-estar subjetivo e o modelo dos CGF têm indicado que principalmente Extroversão e Neuroticismo associam-se a BES (Chico Libran, 2006; Diener, & Lucas, 1998; Headey & Wearing, 1989; Knyazev, 2004; Robinson, Solberg, Vargas, & Tamir, 2003). Porém, essa é uma área que requer mais pesquisa sistemática. Alguns estudos têm apontado que Socialização (Agreeableness) também é um fator importante na predição de BES e há resultados contraditórios envolvendo os demais fatores (DeNeve & Cooper, 1998; Furnham & Brewin, 1990; Hills & Argyle, 2001; Hayes & Joseph, 2003, entre outros).
Outros autores têm estudado o efeito dos CGF em relação a BES em estudos longitudinais. Costa e McCrae (1980), por exemplo, concluíram que Extroversão é um bom preditor de afeto positivo e Neuroticismo um bom preditor de afeto negativo ao longo de um período de cinco anos. Diener e Lucas (1998) concluíram que escores de Extroversão e Neuroticismo foram capazes de predizer o nível de satisfação de vida ao longo de um período de quatro anos. De acordo com esses autores, a avaliação da personalidade prediz, de forma mais consistente, a satisfação de vida do que os eventos de vida. Afirmam ainda que os fatores citados são os que melhor explicam Bem Estar Subjetivo. Resultados semelhantes foram encontrados em pesquisas realizadas no Brasil em uma amostra de estudantes do nível médio e universitários (Hutz, Nunes, Serra, Silveira, & Anton, 1999), indicando correlações significativas entre os fatores Neuroticismo e Extroversão com Bem Estar Subjetivo.
Considerando a relevância de um melhor entendimento de quais variáveis são associadas a BES, o presente projeto teve como objetivo verificar a correlação entre medidas de Bem-estar subjetivo e escalas brasileiras para a avaliação de Neuroticismo, Extroversão e Socialização no modelo dos CGF.
Método
Participantes
Participaram deste estudo 357 estudantes universitários de ambos os sexos, sendo que 39%, 44% e 27% destes eram homens, nas amostras da Escala Fatorial de Extroversão (EFEx), Escala Fatorial de Socialização (EFS) e Escala Fatorial de Neuroticismo (EFN), respectivamente. Todos os estudantes responderam à escala para mensuração de BES e somente a uma escala para avaliação da personalidade (EFEx, EFS ou EFN). Os grupos que responderam aos instrumentos para avaliação de Extroversão, Socialização e Neuroticismo foram compostos por 100, 59 e 198 participantes, respectivamente. O grupo que respondeu à EFN era de estudantes do estado do Rio Grande do Sul enquanto que os estudantes que responderam à EFE e EFS eram do estado da Bahia. A idade média das amostras que responderam à EFEx, EFS e EFN foi de 23,0 anos (DP=5,6), 21,4 anos (DP=2,9) e 22,4 anos (DP=6,9), respectivamente. Vale salientar que nos estudos de validação dos instrumentos utilizados, não foi encontrado efeito significativo sobre os escores das escalas em relação à região do país de onde eram os respondentes.
Instrumentos
Escala Fatorial de Neuroticismo - EFN
Neuroticismo representa as diferenças individuais para experienciar aflição, angústia, sofrimento, etc., e estilos cognitivos e comportamentais que seguem esta tendência (McCrae & John, 1992). Pessoas com altos níveis de Neuroticismo são propensas a vivenciar mais intensamente sofrimentos emocionais. Neuroticismo também inclui idéias irreais, ansiedade excessiva ou dificuldade para tolerar a frustração causada pela não saciação de um desejo e respostas de coping mal adaptadas.
A EFN (Hutz, & Nunes, 2001) foi criada e validada no Brasil para a mensuração do fator Neuroticismo, no modelo dos CGF. A EFN é composta por 82 assertivas, às quais o respondente deve indicar o quanto é adequada para descrever seus sentimentos, crenças ou atitudes em uma escala likert de 7 pontos. A Escala Fatorial de Neuroticismo apresenta quatro facetas ou subfatores, denominados Vulnerabilidade (N1), Desajustamento psicossocial (N2), Ansiedade (N3) e Depressão (N4) e apresentam consistência interna, avaliada por alfa de Cronbach de 0,89; 0,82; 0,87 e 0,87, respectivamente. A consistência interna da escala geral é de 0,94.
Vulnerabilidade é composta por itens que descrevem medo de críticas, insegurança, dependência às pessoas mais próximas, baixa auto-estima, dificuldades em tomar decisões, e características associadas. Desajustamento psicossocial contém itens de descrevem comportamentos sexuais de risco ou atípicos, consumo exagerado de álcool, hostilidade com pessoas ou animais, necessidade recorrente em chamar atenção, tendência à manipulação das pessoas, descaso com regras sociais, etc.
A faceta Ansiedade agrupa itens que descrevem sintomas somáticos de transtornos relacionados com ansiedade, irritabilidade, transtornos de sono, impulsividade, sintomas de pânico, mudanças de humor, etc. Já a escala de Depressão agrupa itens relacionados com sintomas de depressão, escalas de suicídio e desesperança. As afirmativas presentes nessa faceta descrevem pessimismo, sentimentos de solidão e falta de objetivos na vida.
Escala Fatorial de Extroversão - EFEx
Extroversão refere-se à quantidade e à intensidade das interações interpessoais preferidas, nível de atividade, necessidade de estimulação e capacidade de alegrar-se. Pessoas que são altas em Extroversão tendem a ser sociáveis, ativas, falantes, otimistas e afetuosas. Indivíduos com escores baixos em Extroversão tendem a ser reservados (mas não necessariamente inamistosos), sóbrios, indiferentes, independentes e quietos. Introvertidos não são necessariamente pessoas infelizes ou pessimistas, mas eles não são dados aos estados de espírito exuberantes que caracterizam os extrovertidos (Costa & Widiger, 2002).
A Escala fatorial de Extroversão (Nunes & Hutz, 2007a) é um instrumento de auto-relato composto por 57 itens, cujas respostas são dadas em uma escala likert de 7 pontos, que foram elaborados para avaliar quatro componentes do construto, a saber, Nível de Comunicação (E1), Altivez (E2), Assertividade (E3) e Interações Sociais (E4), que apresentam alfas de Cronbach de 0,90; 0,78; 0,78 e 0,83, respectivamente e a escala geral apresentou uma consistência interna de 0,91. Os estudos de validade de contruto e as tabelas normativas da EFEx foram realizados com uma amostra de 1.084 pessoas de ambos os sexos, sendo que 62,7% eram mulheres. A amostra foi coletada em cinco estados brasileiros, e idade média dos respondentes foi de 22,1 anos (DP=6,42).
A primeira faceta da EFEx, Nível de Comunicação, é composta por itens que descrevem o quão comunicativas e expansivas as pessoas acreditam que são. Pessoas com escores altos nessa escala usualmente apresentam facilidade para falar em público, gostam de falar sobre si mesmos e relatam ter facilidade para conhecer pessoas novas. Altivez é composta por itens que descrevem a percepção das pessoas sobre a sua capacidade e valor. Pessoas com níveis muito altos de altivez tendem a apresentar uma idéia grandiosa sobre si próprias, podendo essa característica interferir na forma como elas se relacionam com os demais, uma vez que crêem que merecem especial atenção e tratamento diferenciado.
A terceira faceta da EFEx, Assertividade, é composta por itens que descrevem características como iniciativa, liderança, nível de atividade e motivação. Pessoas altas nessa faceta tendem a ter facilidade para tomar decisões, desenvoltura para expressar e defender suas opiniões, e serem muito ativas. É importante notar que os traços cobertos por esse fator cobrem parte das características associadas com Empreendedorismo e, portanto, pode ser de especial interesse para avaliações no contexto organizacional e orientação profissional.
A quarta faceta da EFEx, Interações Sociais, descreve pessoas que buscam ativamente situações que permitam contato com outras pessoas, como festas, atividades em grupo, etc. Indivíduos com altos escores nessa escala tendem a ser gregários e esforçam-se para manter contato seus conhecidos. Além disso, têm uma busca ativa por situações estimulantes e lúdicas.
Escala Fatorial de Socialização - EFS
Socialização é uma dimensão interpessoal da personalidade que refere-se aos tipos de interações que uma pessoa apresenta ao longo de um contínuo que se estende da compaixão ao antagonismo. Pessoas que são altas em Socialização tendem a ser generosas, bondosas, afáveis, prestativas e altruístas. Ávidas para ajudar aos outros, elas tendem a ser responsivas e empáticas, e acreditam que a maioria das outras pessoas também é assim e irá agir da mesma forma que elas agiriam. Indivíduos que são baixos em Socialização tendem a ser pessoas cínicas, não cooperativas e irritáveis, podendo também ser pessoas manipuladoras, vingativas e implacáveis (Costa & Widiger, 2002).
A Escala fatorial de Socialização (Nunes, & Hutz, 2007b) é um instrumento de auto-relato composto por 70 itens, que seguem o formato adotado na EFN (Hutz & Nunes, 2001), e que foi elaborado para avaliar três facetas denominadas Amabilidade (S1), Pró-sociabilidade (S2) e Confiança nas pessoas (S3), que apresentam alfas de Cronbach de 0,91; 0,84 e 0,80 respectivamente. A escala geral apresenta consistência interna de 0,92. Os estudos de validade de construto e a construção das tabelas normativas foram realizados com uma amostra composta por 1.100 pessoas de ambos os sexos, sendo que 70,1% eram mulheres. A amostra foi coletada em cinco estados brasileiros, com idade média de 21,4 anos (DP=5,84).
Amabilidade agrupa itens que descrevem o quão atenciosas, compreensivas e empáticas as pessoas procuram ser com as demais. Além disso, indica o quão agradáveis buscam ser com os outros, observando suas opiniões, sendo educadas com eles e se importando com as suas necessidades. Pessoas altas em amabilidade tendem a ser atenciosas e amáveis com as demais, demonstrando sua preocupação com as necessidades alheias. Tendem a ser proativas para resolver os problemas das pessoas, bem como expor seu apreço por elas.
Pró-Sociabilidade agrupa itens que descrevem comportamentos de risco, concordância ou confronto com leis e regras sociais, auto e hetero-agressividade e padrões de consumo de bebidas alcoólicas. Pessoas com altos resultados em pró-sociabilidade tendem a evitar situações de risco, bem como atitudes consideradas transgressoras à leis ou regras sociais. Indivíduos com baixos escores em Pró-sociabilidade tendem a envolver-se em situações que podem colocá-las ou às demais pessoas em perigo. Também apresentam pouca preocupação em seguir regras, podendo ter uma visão que minimiza ou ignora a sua importância. Pessoas com baixos resultados em Pró-sociabilidade podem ser manipuladoras, agindo ativamente para que as demais pessoas façam o que desejam. Podem apresentar um padrão hostil de interação com os demais, tratando-os de forma desrespeitosa ou opositora, além de terem um padrão elevado de consumo de álcool, o que pode potencializar as situações de risco às quais se expõem (Nunes, 2007).
A terceira faceta da EFS, denominada Confiança, grupa itens que descrevem o quanto as pessoas acreditam nos demais e pensam que eles não as prejudicarão. Pessoas com altos escores em Confiança tendem a apresentar uma disposição a acreditar que os outros são honestos e bem intencionados. Casos com baixos escores nessa escala tendem a ser céticos e assumem que os outros podem ser desonestos ou perigosos. Uma descrição sumarizada dos fatores descritos no modelo CGF, bem como dos instrumentos para a sua avaliação pode ser encontrada em Nunes (2007).
Mensuração de Bem-Estar Subjetivo
A escala utilizada para avaliar BES foi adaptada e validada para o uso no Brasil por Hutz e Giacomoni (1997), e inclui avaliações de afeto positivo, afeto negativo e satisfação de vida. As duas primeiras escalas são compostas por 20 itens cada, que são palavras que descrevem estados emocionais. Os indivíduos são requisitados a indicarem o quanto têm vivenciado tais sentimentos ou emoções na data da aplicação, em uma escala que vai de 1 ("nem um pouco") até 5 ("extremamente"). Já a escala de Satisfação de Vida é composta por cinco frases que descrevem como o indivíduo julga a sua vida, a partir de indicadores globais. Para cada frase, é apresentada uma escala Likert de 7 pontos, sendo que quanto maior for a concordância com a frase, maior será a pontuação a ser marcada na escala.
Procedimentos
Os estudantes foram testados coletivamente, em sala de aula. Os objetivos da pesquisa foram apresentados e foi explicado que o sigilo dos resultados e o anonimato dos participantes seria mantido. A participação no estudo foi voluntária e não houve nenhum pagamento ou outras formas de indução para os participantes.
Foi solicitado aos participantes deste estudo a assinatura do termo de consentimento informado, obedecendo as regras de conduta ética na pesquisa com seres humanos. Todas as medidas necessárias para assegurar o sigilo e a confidencialidade dos dados foram tomadas.
Resultados e Discussão
Os escores das escalas administradas foram calculados seguindo as indicações dos seus manuais técnicos. Assim, em um primeiro momento, foi realizada a inversão dos itens indicados e o cálculo dos escores brutos dos participantes para as facetas das escalas que responderam. A seguir, os escores brutos obtidos na EFEx, EFS e EFN foram convertidos para escores Z considerando-se o sexo do respondente e a média e desvio padrão do grupo normativo para o mesmo. Esse procedimento foi adotado para a análise dos dados pois há evidências de que existem diferenças significativas nesses fatores da personalidade em função do sexo (Hutz e cols., 1998; Hutz, & Nunes, 2001; Nunes, & Hutz, 2007a; Nunes, & Hutz, 2007b).
Para verificar se a amostra avaliada apresentava o mesmo perfil que o das amostras normativas da EFEx, EFS e EFN, as suas médias foram comparadas com a realização de testes t de Student. A Tabela 1 apresenta, em escores Z, a média e desvio padrão para todas as medidas de personalidade usadas neste estudo, bem como o resultado do teste t. Em relação a EFS, a amostra apresentou uma média em Amabilidade aproximadamente um desvio padrão abaixo da observada no grupo normativo. A média de Pró-Sociabilidade também foi menor, mas aproximadamente meio desvio padrão. Já os resultados de Neuroticismo foram equivalentes aos encontrados no grupo normativo. Em relação à EFEx, a média de Assertividade foi menor na amostra deste estudo do que no grupo normativo, mas o tamanho do efeito pode ser considerado baixo. É importante notar que as amostras apresentaram uma variância equivalente às encontradas nas amostras usadas para validação dessas escalas de personalidade, o que é de grande interesse uma vez que estudos com amostras muito homogêneas, com pouca variância, podem apresentar correlações subestimadas entre suas medidas.
Foi realizada uma análise de variância para verificar se havia diferenças significativas em satisfação de vida, afeto positivo e negativo em função do sexo dos respondentes nos grupos avaliados. Os resultados indicaram que os escores de homens e mulheres eram similares em todos os componentes de BES, indicando que os escores brutos poderiam ser utilizados para as análises posteriores.
A seguir, foram verificadas as correlações entre as escalas para avaliação da personalidade e BES. A Tabela 2 apresenta as correlações entre as medidas das facetas da EFEx, seu resultado geral e os componentes de BES.
Das facetas de Extroversão, Interações sociais foi a que apresentou a maior associação com satisfação de vida (r=0,37; p<0,01) e afeto positivo (r=0,45; p<0,01). Esse resultado indica que as pessoas que tendem a ser mais gregárias, a buscarem ativamente por situações sociais e excitantes e tendem a avaliar a si mesmas como alegres apresentaram maiores níveis de satisfação de vida e afeto positivo. Esta faceta também apresentou correlação significativa negativa com afeto negativo, apesar da sua magnitude ser baixa (r=-0,22; p<0,01).
O escore total da EFEx apresentou correlações baixas, mas estatisticamente significativas com satisfação de vida (r=0,33; p<0,01) e afeto positivo (r=0,35; p<0,01). Esses resultados, quando considerados com a não ocorrência de correlação significativa entre o escore geral da EFEx e afeto negativo, dão suporte à hipótese sobre a independência dos fatores que influenciam afeto positivo e negativo proposta por alguns autores (Diener, & Lucas, 1999; Hayes & Joseph, 2003). Além disso, indicam que o nível de Extroversão das pessoas apresenta influência na forma como as pessoas avaliam cognitivamente suas vidas e vivenciam sentimentos positivos e vai ao encontro das definições dadas por Digman (2002) a esse fator.
A Tabela 3 apresenta as correlações entre as medidas de BES e a EFS. Entre os fatores da personalidade avaliados neste estudo, Socialização apresentou as menores associações com BES. As correlações mais altas ocorreram entre Confiança nas pessoas e satisfação de vida (r=0,39; p<0,01), indicando que pessoas que tendem a avaliar mais positivamente as intenções dos outros, acreditando que elas não buscam prejudicá-las e que podem contar com os demais apresentam níveis mais altos neste componente de BES. Amabilidade e afeto positivo também apresentaram uma correlação significativa (r=0,38; p<0,01), indicando que pessoas que tendem a ser mais empáticas com as demais, bem como dedicam mais tempo e energia na tentativa de ajudar as outras pessoas apresentam níveis mais altos de afeto positivo. Além disso, tendem a buscar uma relação cordial com as pessoas, tomando cuidado para não ofendê-las ou constrangê-las com situações ou comentários inapropriados para estas. É interessante notar que, da mesma forma que os resultados encontrados com a correlação entre a EFEx e BES, afeto negativo apresentou a menor associação com o escore geral da EFS.
A Tabela 4 apresenta as correlações entre a EFN e as medidas de BES. Dentre os fatores de personalidade abarcados por este estudo, Neuroticismo apresentou as correlações mais elevadas com BES, principalmente entre Depressão (N4) e satisfação de vida (r=-0,56; p<0,01), indicando que esse componente de BES tende a ser bastante comprometido em pessoas que apresentam altos níveis de depressão. Pessoas com esse perfil tendem a apresentar uma avaliação mais negativa sobre si mesmos, bem como vivenciam altos níveis de sofrimento psicológico, solidão e uma percepção de impotência para mudar os aspectos negativos das suas vidas. Em contrapartida, pessoas com baixos níveis de depressão tendem a apresentar altos níveis de satisfação de vida.
Em relação ao escore geral da EFN, foram encontradas correlações moderadas e significativas com satisfação de vida (r=-0,49; p<0,01) e afeto negativo (r=0,44; p<0,01). A associação encontrada entre Neuroticismo e afeto negativo vai ao encontro dos achados na literatura internacional (Chico Libran, 2006; Diener, & Lucas, 1998), que sugerem que os principais componentes da personalidade para explicar afeto positivo e negativo são, respectivamente, Extroversão e Neuroticismo.
Considerações Finais
O estudo de bem-estar subjetivo é de substancial importância para a psicologia em contextos variados. Quando políticos procuram entender como melhorar a qualidade de vida das populações, avaliações de bem-estar subjetivo são necessárias para complementar as medidas objetivas como os índices econômicos. Quando somente indicadores sociais objetivos (por exemplo, renda per capita e índices de violência) são medidos, indicadores de bem estar subjetivo não são verificados. Além disso, considera-se de extrema relevância o aperfeiçoamento de modelos explicativos para BES e, para tanto, é necessária a verificação de como esse construto relaciona-se com outras variáveis psicológicas.
O presente projeto visou verificar as associações entre bem-estar subjetivo e os fatores Extroversão, Socialização e Neuroticismo no modelo dos Cinco Grandes Fatores. O levantamento dos resultados das escalas para mensuração desses fatores a partir de seus resultados em escore z e a sua associação com as medidas de afeto positivo, negativo e satisfação de vida indicaram correlações significativas para muitas dessas medidas. As magnitudes das correlações encontradas indicam que personalidade é um importante componente para a explicação de Bem Estar Subjetivo, principalmente o fator Neuroticismo, que avalia aspectos relacionados com vulnerabilidade, hostilidade, ansiedade e depressão.
Os resultados encontrados na presente pesquisa indicam que a personalidade apresenta uma consistente relação com os componentes de Bem-estar Subjetivo e sugerem que a continuidade e aperfeiçoamento de pesquisas sobre o tema no Brasil podem ser proveitosos. A ampliação da amostra, com a inclusão de pessoas de outras regiões brasileiras, níveis variados de escolaridade e idade seria interessante para testar a estabilidade dos resultados encontrados em função dessas variáveis. Além disso, análises mais sofisticadas seriam possíveis com a avaliação simultânea de todos os fatores propostos no modelo dos CGF a todas as pessoas da amostra. Tal procedimento permitiria verificar, através de análises multivariadas, os efeitos de todos os fatores da personalidade sobre os componentes de BES. Neste sentido, com o avanço dos estudos de validação da Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) que estão sendo realizados, será possível a realização de estudos mais amplos sobre a relação entre esse construto e Bem Estar Subjetivo.
Referências
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Endereço para correspondência
E-mail: carloshnunes@mac.com
Recebido em Julho de 2008
Reformulado em Novembro de 2008
Aceito em Janeiro de 2009
Apoio institucional: Projeto financiado pelo CNPq e CAPES.
Sobre os autores:
* Carlos Henrique S. Nunes: Psicólogo, com mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina e colaborador com atividades de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade São Francisco. Suas linhas de pesquisa são na área da Avaliação Psicológica, com ênfase em avaliação da personalidade, inteligência, avaliação educacional e psicometria.
** Claudio S. Hutz: Psicólogo, com mestrado e doutorado na University of Iowa, USA, Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Suas linhas de pesquisa são na área da Avaliação Psicológica, com ênfase em personalidade e psicologia positiva.
*** Claudia H. Giacomoni: Psicóloga, com mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Maria e pesquisadora colaboradora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente encontra-se lotada no Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo. Suas linhas de pesquisa são na área da Avaliação Psicológica, com ênfase em psicologia positiva, bem-estar subjetivo e desenvolvimento infantil.