EDITORIAL

Iniciamos o ano de 2014 compartilhando com os interessados em Avaliação Psicológica mais um número da revista que traz contribuições relevantes para a área. Importante salientar que nele estão congregados trabalhos de autores nacionais, de várias regiões brasileiras, e autores estrangeiros que se propuseram a usar o espaço editorial da nossa revista para divulgar os resultados de suas pesquisas. Agradecemos a todos os pesquisadores que veem a Avaliação Psicológica como uma alternativa para compartilhar com a comunidade científica suas importantes produções, tal como resumidas a seguir.

No primeiro artigo, Fabiano Koich Miguel e Ricardo Primi, intitulado "Estudo psicométrico do Teste Informatizado de Percepção de Emoções Primárias", tiveram como objetivo estudar as características psicométricas, mais especificamente a estrutura fatorial, índices de ajuste, precisão e DIF do teste. As análises indicaram adequação das estruturas de um e três fatores, o que é discutido em detalhes pelos autores.

A pesquisa relatada no artigo "Comportamentos de risco para transtornos alimentares em atletas: associação com diversas características", Leonardo de Sousa Fortes e Maria Elisa Caputo Ferreira, utilizaram o Eating Attitudes Test (EAT-26), Body Shape Questionnaire e a Commitment Exercise Scale para avaliar comportamento de risco para TAs, insatisfação com a imagem corporal (IC) e grau de comprometimento psicológico ao exercício (GCPE). Os resultados indicam que a imagem corporal é a variável que mais está associada aos transtornos alimentares.

No terceiro artigo "Propriedades psicométricas de instrumentos de avaliação do envolvimento paterno: revisão de literatura" de Lauren Beltrão Gomes, Carina Nunes Bossardi, Roberto Morais Cruz, Maria Aparecida Crepaldi e Mauro Luís Vieira são recuperados estudos científicos sobre o tema realizados entre 2000 e 2012. Os autores apontam a carência de métodos quantitativos para avaliar o envolvimento paterno.

Por sua vez, no quarto artigo, intitulado "Escala Baptista de Depressão (EBADEP-A): evidências de validade com o Big Five", os autores Cássia Aparecida Bighetti, Gisele Aparecida da Silva Alves e Makilim Nunes Baptista apresentam as evidências de validade da escala, mostrando a relação identificada entre os resultados por ela fornecidos e os obtidos com esse importante instrumento de avaliação da personalidade.

"Metodologias de estimação da Inteligência Pré-Mórbida na identificação do declínio cognitivo" é o título do trabalho de Lara Alves, Mário R. Simões e Cristina Martins, que apresenta uma abordagem histórica do desenvolvimento das várias metodologias de estimação da IPM, sistematizando e analisando a validade desses métodos, desde as primeiras abordagens qualitativas, às recentes estratégias mais quantitativas.

Patrícia Alvarenga e Maria Ángeles Cerezo elaboraram o artigo "Fidedignidade da versão brasileira do Sistema SOCIII para análise da interação mãe-criança". Os resultados oportunizaram a discussão de problemas relativos à estimação de níveis satisfatórios de fidedignidade em algumas categorias de comportamentos infantis e soluções que podem ser adotadas durante o treinamento para evitar tais problemas.

A investigação de Arielle Sagrillo Scarpati, Valeschka Martins Guerra e Camila Nogueira Bonfim Duarte, publicada sob o título "Adaptação da Escala de Aceitação dos Mitos de Estupro: evidências de validade" identificaram evidências de validade em uma amostra de estudantes de Direito. Também verificaram diferenças com relação ao gênero dos respondentes e associações com a desejabilidade social, idade e religiosidade. As autoras concluíram que a escala proposta apresenta parâmetros psicométricos aceitáveis para utilização em pesquisas futuras.

O objetivo do estudo "Avaliação da tomada de decisão utilizando questionários: revisão sistemática da literatura", de Laura Damiani Branco, Charles Cotrena, Caroline Oliveira Cardoso e Rochele Paz Fonseca, foi realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o uso de questionários para a avaliação dessa importante função executiva em adultos saudáveis. Os autores observaram uma escassez de questionários padronizados que possibilitassem sua avaliação da tomada de decisão em suas principais propostas teóricas.

Sob o título de "Características pessoais, familiares e escolares: estudo comparativo entre superdotados e superdotados underachievers", Vanessa Terezinha Alves Tentes e Denise de Souza Fleith demonstram que o reconhecimento da existência de superdotados underachievers tem implicações quanto à caracterização dos indivíduos superdotados e dos critérios para sua identificação.

No trabalho de Renato G. Carvalho e Rosa F. Novo "Personalidade e autoavaliação global como estudante: alguns indicadores com um modelo multimonial" é analisada a relação entre a personalidade e o modo como os adolescentes se autoavaliam como estudantes. Os resultados foram discutidos considerando o papel da organização da personalidade, não só nos padrões de comportamento observável, como também nas autoavaliações e percepções subjetivas dos indivíduos.

O estudo de Katya Luciane de Oliveira, Sandra Maieski, Andrea Carvalho Beluce, Gracielly T. de Oliveira e Andressa dos Santos denominado "Propriedades psicométricas de uma escala de motivação e estratégias para aprender", apresenta evidências de validade e índices aceitáveis de consistência interna. As autoras ressaltam a necessidade de aprofundamento, construção de novos itens ou reformulação daqueles já existentes.

"Construção e validação da escala de atributos desejáveis do(a) parceiro(a) ideal" é o título do trabalho de Valdiney Veloso Gouveia, Marina Pereira Gonçalves, Ana Isabel Araújo de Brito Gomes e Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho. Os autores chegaram à conclusão que a escala apresenta características psicométricas adequadas, podendo ser utilizada em estudos futuros.

"Evidências de validade da escala ‘Student Alienation and Trauma Survey – R", de Paloma Pegolo de Albuquerque e Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams, é uma pesquisa que procurou evidências de validade de conteúdo e de construto, apontando para a viabilidade da utilização do instrumento no contexto brasileiro. As autoras ponderam sobre a necessidade de estudos de validação externa

O objetivo do estudo "Parâmetros psicométricos da Escala Internacional de Inteligência Leiter-R para Crianças Pré-Escolares" de Tatiana Pontrelli Mecca, Daniela Aguilera Moura Antonio, Alessandra Gotuzo Seabra e Elizeu Coutinho de Macedo foi verificar as qualidades psicométricas da medida. Os resultados sugeriram sua adequação, visto que atende os requisitos básicos que atestam a qualidade do instrumento para uso nessa população.

Giovanna Wanderley Petrucci, Juliane Callegaro Borsa, Altemir José Gonçalves Barbosa e Sílvia Helena Koller elaboraram o artigo "Adaptação cultural e evidências de validade da Escala de Relacionamento Professor-Aluno". Os autores constataram que a versão adaptada da escala demonstra ser uma medida útil para a avaliação da qualidade da interação professor-aluno no contexto brasileiro.

Na nota técnica "Caracterização e Avaliação de um Procedimento de Coleta de Dados Online (CORP)", João Wachelke, Jean Natividade, Alexsandro de Andrade, Rafael Wolter e Brigido Camargo propõem um procedimento misto contendo características de abordagens por correio eletrônico, precedido por uma breve apresentação realizada pessoalmente em sala de aula. O procedimento realizado com esses parâmetros apresentou boa relação custo benefício para pesquisas com populações acadêmicas e escolares.

Vale lembrar que o conteúdo deste fascículo, bem como dos anteriores, está disponível integralmente no site do PePsic na BVS-Psi no link http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=1677-0471&lng=pt&nrm=iso.

Leiam e divulguem aos colegas!

Acácia Aparecida Angeli dos Santos

Editora responsável