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Avaliação Psicológica

versão On-line ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.13 no.1 Itatiba abr. 2014

 

 

Propriedades psicométricas de instrumentos de avaliação do envolvimento paterno: revisão de literatura

 

Psychometric properties of instruments for the assessment of father's involvement: literature review

 

Propiedades psicométricas de instrumentos de evaluación de la participación del padre: revisión de la literatura

 

 

Lauren Beltrão Gomes1; Carina Nunes Bossardi; Roberto Morais Cruz; Maria Aparecida Crepaldi; Mauro Luís Vieira

Universidade Federal de Santa Catarina

 

 


RESUMO

Este estudo teve como objetivo identificar a descrição das propriedades psicométricas de instrumentos de medida do envolvimento paterno em estudos científicos realizados entre 2000 e 2012, bem como caracterizar as pesquisas que utilizam tais instrumentos. Realizou-se uma busca nos sítios BVS psi e APA PsycNET e selecionaram-se 15 artigos científicos para a análise apresentada nesta pesquisa. Constatou-se que a maioria dos estudos oferece uma descrição limitada acerca das qualidades psicométricas dos instrumentos, referindo o número de itens, dimensões e escalas, sendo a referência ao alfa de Cronbach a mais divulgada. Conclui-se que a descrição dos instrumentos disponibilizada nos artigos torna difícil a apreciação acerca da validade e confiabilidade dos mesmos. Ademais, a variedade de instrumentos identificada, a falta de padronização de alguns, bem como a utilização de instrumentos não específicos pode indicar uma carência no que se refere a meios quantitativos de avaliar o envolvimento paterno.

Palavras-chave: envolvimento paterno; relações pai-criança; pesquisa quantitativa; instrumentos; medida.


ABSTRACT

This study aimed to identify the description of the psychometric properties of measurement instruments of paternal involvement in scientific studies conducted between 2000 and 2012, as well as characterize the studies that used such instruments. We conducted a search in the websites BVS psi and APA PsycNET and we selected 15 papers for the analysis presented in this research. It has been found that the majority of studies provides a limited description about the psychometric instruments including the number of items, dimensions and scales, with special reference to Cronbach's alpha. We concluded that the description of the instruments available in the articles makes difficult the assessment about the validity and reliability of these. Moreover, the variety of instruments identified, the lack of standardization of some, as well as the use of non-specific instruments may indicate a deficiency regarding the quantitative means of evaluating the paternal involvement.

Keywords: paternal involvement; father-child relations; quantitative research; instruments; measure.


RESUMEN

Este estudio tuvo como objetivo identificar la descripción de las propiedades psicométricas de los instrumentos de medición de la participación paterna en los estudios científicos llevados a cabo entre 2000 y 2012, así como caracterizar los estudios que utilizan estos instrumentos. Se realizó una búsqueda en los sitios de la BVS psi y APA PsycNET y se seleccionaron 15 documentos para el análisis que se presenta en esta investigación. Se encontró que la mayoría de los estudios proporciona una descripción limitada acerca de los instrumentos psicométricos, incluyendo el número de elementos, dimensiones y escalas, y el alfa de Cronbach es la información más divulgada. Llegamos a la conclusión de que la descripción de los instrumentos disponibles en los artículos dificulta la evaluación de la validez y fiabilidad de los mismos. Por otra parte, la variedad de instrumentos identificados, la falta de estandarización de algunos, así como el uso de instrumentos no específicos puede indicar una deficiencia en relación con los medios cuantitativos de la evaluación de la participación del padre.

Palabras-clave: participación del padre; relaciones padre-hijo; investigación cuantitativa; instrumentos; medida.


 

 

Transformações socioculturais iniciadas na década de 1960 levaram à ampliação das expectativas em relação ao papel do pai nos cuidados dos filhos, o que vem impulsionando o interesse de pesquisadores em compreender o exercício da paternidade diante das novas exigências das dinâmicas familiares (Pleck & Pleck, 1997) e em diferentes contextos culturais (Shwalb, Shwalb, & Lamb, 2013). O pai desempenha importante papel no desenvolvimento infantil, influenciando tanto os aspectos cognitivos quanto sociais da criança (Benzic, 2011). Estudos têm mostrado que a figura paterna tem função específica na socialização e no controle da agressividade na fase da primeira infância (Cia & Barham, 2009; Silva & Piccinini, 2007) e foram observados maior competência social, menor índice de transtornos de conduta e melhor saúde mental em crianças que tiveram o cuidado direto do pai (Aldous & Mulligan, 2002; Flouri & Buchanan, 2003). A utilização de instrumentos de medida fidedignos e eficazes para avaliar o envolvimento paterno pode contribuir para que se alcance uma melhor compreensão do papel do pai no desenvolvimento dos filhos e da família.

De acordo com Segabinazi et al. (2012), antes de abordar os instrumentos de medida é necessário definir o construto que está sendo investigado, pois a conceituação do fenômeno se caracteriza como etapa fundamental no processo de avaliação. O conceito de envolvimento paterno é recente e surgiu a partir da observação e descrição dos comportamentos do pai em relação às crianças e de seus efeitos sobre os filhos (Parke, 1996). A definição mais utilizada na literatura sobre o tema (Cabrera, Tamis-LeMonda, Bradley, & Lamb, 2000; Dubeau, Devault, & Paquette, 2009; Schoppe-Sullivan, McBride, & Ringo Ho 2004; Turcotte, & Gaudet, 2009) remete ao conceito de Lamb, Pleck, Charnov e Levine (1985), que define envolvimento paterno como um conjunto de comportamentos do pai dirigidos ao filho, com base em três dimensões: interação (envolve a experiência do pai no contato direto com o filho, por meio de cuidados e atividades compartilhadas), acessibilidade (refere-se à presença e disponibilidade do pai para com a criança) e responsabilidade (concerne ao papel que o pai exerce garantindo cuidados e recursos para a criança) (Lamb et al., 1985). A terminologia engajamento paterno também vem sendo empregada em alguns estudos como sinônimo de envolvimento paterno (Dubeau et al., 2009; Turcotte & Gaudet, 2009). No presente estudo optou-se pela utilização da expressão envolvimento paterno, tendo em vista tratar- -se do termo mais empregado em pesquisas nacionais e internacionais.

Diversos estudos têm enriquecido a investigação sobre fatores associados ao envolvimento paterno e tal conceito tem sido avaliado pela frequência de relacionamento com a criança (quanto tempo o pai gasta com a criança), pela natureza da relação com a criança (o que o pai faz com a criança) e pela qualidade do relacionamento com a criança (como o pai se envolve com a criança). Em levantamento bibliográfico de relatos de pesquisa realizados entre 2000 e 2007 sobre o tema paternidade, Souza e Benetti (2009) constataram a prevalência do uso da abordagem qualitativa. De um total de 353 artigos identificados, apenas 51 deles caracterizavam-se como estudos quantitativos, sendo nove nacionais e 42 internacionais. Portanto, constata-se a carência de estudos de natureza quantitativa. Acerca especificamente do envolvimento paterno, contata-se ainda que grande parte dos instrumentos utilizados para medi-lo foi criada para avaliar o comportamento da mãe, de forma que poucos deles são adequados para acessar diretamente o pai (Dubeau et al., 2009).

O enfoque quantitativo permite investigar um fenômeno por meio de instrumentos que possibilitam acessá- -lo de uma forma geral, com a utilização de análises e interpretações estatísticas. Os instrumentos de medida devem registrar dados que representem verdadeiramente os conceitos ou as variáveis que o pesquisador tem em mente. Nesse sentido, é preciso que os instrumentos de medida tenham sido construídos seguindo princípios teóricos, empíricos (experimentais) e analíticos (estatísticos) (Pasquali, 2003).

Um bom instrumento de medida deve dar indícios de validade e fidedignidade (Primi, Muniz, & Nunes 2009). Validade diz respeito à característica de ser congruente com a propriedade dos objetos que está sendo medida, ou seja, um instrumento é válido se de fato mede o que supostamente deve medir. Fidedignidade, precisão ou confiabilidade referem-se à exatidão, à qualidade de medir sem erros, de forma que o mesmo teste, avaliando os mesmos sujeitos em ocasiões diferentes, ou testes equivalentes, medindo os mesmos sujeitos na mesma ocasião, produzem resultados idênticos. A análise da precisão de um instrumento pode indicar se os resultados são confiáveis e se refletem a realidade do que está se propondo a medir (Pasquali, 2009). A fidedignidade é expressa, geralmente, por suas propriedades psicométricas e espera-se, portanto, que sejam encontradas informações sobre a construção, adaptação, validação e consistência interna (Sampieri, Collado, & Lúcio, 2006). Geralmente, o coeficiente de confiabilidade alfa de Cronbach é apresentado nas pesquisas, pois se refere a uma medida de precisão ou fidedignidade do instrumento, sendo utilizado para calcular a consistência interna dos itens. Altos valores obtidos nos alfas de Cronbach indicam que as escalas propostas são internamente consistentes e que são ferramentas fidedignas para a avaliação do fenômeno sendo, portanto, indicadas para uso em pesquisas futuras (Sampieri et al., 2006).

Dada a importância do envolvimento paterno para o desenvolvimento infantil e, portanto, a necessidade da utilização de instrumentos válidos e confiáveis para medi-lo, o presente estudo teve por objetivo investigar a descrição das propriedades psicométricas de instrumentos de medida do envolvimento paterno em estudos científicos nacionais e internacionais realizados entre janeiro de 2000 e junho de 2012, bem como caracterizar as pesquisas que utilizaram tais instrumentos. Buscou-se identificar os construtos teóricos que embasam os propósitos dos instrumentos, verificar se aqueles usados em pesquisas nacionais passaram por processos de adaptação ou validação e investigar a utilização de tais instrumentos de forma associada a outras variáveis de interesse que não o envolvimento paterno.

 

Método

O levantamento das publicações foi realizado a partir de buscas em plataformas de pesquisa nacionais e internacionais. Utilizaram-se as bases de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), The Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), todas elas indexadas no portal Biblioteca Virtual de Psicologia (BVS-Psi), e o portal APA PsycNET.

Os descritores selecionados para o rastreamento das publicações foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo foi composto pelos termos envolvimento paterno, engajamento paterno, paternidade e relações pai-criança e suas respectivas traduções na língua inglesa: paternal involvement, paternal engagement, paternity e father-child relations. Compuseram o segundo grupo os descritores pesquisa quantitativa, instrumento, medidas, validação, psicometria e suas respectivas traduções no inglês: quantitative research, instrument, measures, validation e psychometrics. A pesquisa foi realizada pela combinação de dois termos, sempre no mesmo idioma, um pertencente ao primeiro grupo e o outro pertencente ao segundo grupo, de forma que todas as 20 combinações em português e as 20 combinações em inglês foram feitas. Recorreu-se ao operador lógico "AND" para a combinação dos descritores utilizados no rastreamento das publicações.

Anteriormente à definição dos descritores, foi realizada consulta à Terminologia em Psicologia da Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia Brasil (BVS-Psi) e ao sítio de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), da BVS. No que tange aos termos constituintes do primeiro grupo, estavam indexados paternidade e relações pai-criança. Optou-se por agregar à busca os descritores envolvimento paterno e engajamento paterno em função de ambos fazerem referência específica à variável de interesse neste estudo. Acerca do segundo grupo, todos os descritores foram encontrados nos sítios de terminologias, com exceção do termo instrumento. Mais uma vez, decidiu-se por mantê-lo com base no entendimento de que o mesmo faz referência ao objetivo central desta pesquisa.

Segue-se a descrição das fases da pesquisa: (1) levantamento da produção científica em base de dados previamente selecionadas; (2) exclusão dos materiais que não correspondiam aos critérios referentes ao ano de publicação, disponibilização de texto completo e a obrigatoriedade de tratar-se de artigo científico; (3) leitura dos resumos e seleção dos artigos relacionados ao objetivo do presente estudo; (4) leitura dos artigos na íntegra para apreciação das categorias de análise; (5) exclusão de produções científicas que não apresentavam a utilização de instrumentos de avaliação do envolvimento paterno (6) caracterização dos instrumentos identificados, análise e articulação dos resultados obtidos nos estudos avaliados.

A caracterização dos instrumentos diz respeito à identificação de sua origem, construto(s) base, validação e/ou adaptação no Brasil, relação com outras variáveis de pesquisa, bem como identificação de suas propriedades psicométricas. Também se investigou acerca do objetivo do estudo e participantes, nacionalidade da pesquisa e ano de publicação. No que tange aos limites da busca, o período de publicação dos documentos foi delimitado entre os anos de 2000 e 2012, pois se pretendeu traçar um panorama abrangente acerca da temática aqui tratada desde o início do presente século. Os estudos selecionados para a análise compreenderam apenas artigos científicos com texto completo disponível, de forma que foram excluídos livros, capítulos de livros, resenhas, teses, dissertações, além dos artigos sem texto completo disponibilizado.

Os documentos foram selecionados e importados para o software End Note X4. Ocorreu então a retirada de trabalhos duplicados e a avaliação dos resumos com base em critérios previamente selecionados, a fim de realizar uma primeira varredura do material encontrado. Foram excluídos estudos não concernentes ao objetivo do presente artigo, ou seja, aqueles que não referiam a utilização de instrumento psicométrico de avaliação do envolvimento paterno. Nos casos de dúvida, o artigo passava para a fase de refinamento da busca, quando os artigos eram lidos na íntegra. Não foram consideradas pesquisas que utilizaram outras técnicas psicológicas para avaliar o envolvimento paterno, tais como entrevistas, técnicas de observação e filmagens.

Por meio das buscas nas plataformas de pesquisa selecionadas, foram encontrados, inicialmente, 1.350 trabalhos entre artigos publicados em periódicos científicos, teses, livros e capítulos de livro. Desse total, 81 foram resultantes da busca em bases indexadas no sítio BVS psi e 1.269 na APA PsycNET. Do montante de documentos encontrados, após o processo de exclusão de materiais conforme os critérios adotados por este estudo, restou um total de 82 artigos científicos cujos resumos foram avaliados. Deles, 41 foram excluídos na fase de apreciação do resumo, pois foi possível, já nessa análise, identificar que o estudo não contemplava os objetivos e critérios estabelecidos neste trabalho. Dessa forma, um total de 41 artigos (37 da APA e quatro da BVS Psi) passou para a etapa seguinte, qual seja, a leitura integral dos documentos, com a finalidade de identificar as categorias previstas. Foram então excluídos 26 artigos, tendo em vista que não utilizavam instrumentos para medir especificamente o envolvimento paterno ou contemplavam estudos observacionais da interação pais-crianças. Portanto, os dados e discussões apresentados baseiam-se na análise de um total de 15 artigos científicos com texto completo.

A apreciação dos artigos selecionados foi realizada de acordo com os seguintes tópicos: identificação do instrumento utilizado para medir o envolvimento paterno, objetivo do estudo, país de origem da pesquisa, dados sobre a construção do instrumento e acerca de sua composição (itens e dimensões), tipo de escala utilizada, e, por fim, informações psicométricas acerca do instrumento. Também foram identificados os construtos que embasam o instrumento e a associação do mesmo com outras variáveis, bem como a utilização de instrumento internacional em pesquisas nacionais.

 

Resultados

A Tabela 1 apresenta os instrumentos utilizados nos estudos analisados, conforme seus respectivos interesses e escopo de pesquisa.

 

 

Na Tabela 1 é possível verificar a diversidade de instrumentos utilizados para medir o envolvimento paterno, já que apenas um dos instrumentos se repetiu. O questionário "Who Does What?" foi utilizado em duas das 15 pesquisas indexadas, embora em versões diferentes (1990 e 1998). Percebe-se que, muitas vezes, o envolvimento paterno é medido por instrumentos que não foram construídos para medir especificamente tal construto, mas que utilizam itens ou escalas que correspondem ao fenômeno, como por exemplo, o Inventário de Práticas Parentais ou a escala HOME. Nesse sentido, foram encontrados instrumentos que utilizam itens (derivados ou não de outros instrumentos) relacionados ao envolvimento do pai em atividades de brincadeiras, educação, tarefas de casa e de cuidados prestados à criança.

A maioria dos respondentes dos instrumentos de medida foi constituída por casais, pais e mães de crianças. Houve estudos em que apenas um dos genitores, pai ou mãe, foi o respondente e em um deles os filhos adolescentes também foram interrogados (Sheeber et al., 2007). Com relação aos objetivos dos estudos, o envolvimento foi investigado em relação aos seguintes tópicos: seus determinantes, tais como as condições de trabalho do pai e a influência do suporte coparental e dos valores e práticas culturais, configuração familiar (pais residentes, não residentes e divorciados), transição para a paternidade, relação com a etnia do pai e aculturação, sua influência em sintomas depressivos da mãe e em aspectos do desenvolvimento da criança como a competência social.

Os estudos foram diversificados no que se refere à idade dos filhos e compreenderam investigações de pais e mães de crianças no período pré-natal, primeira infância, idade pré-escolar, escolar e adolescência. Destaque deve ser dado aos estudos que utilizaram abordagem longitudinal iniciando a coleta de dados ainda no período pré-natal (Doherty et al., 2006; Mezulis et al., 2004; Schoppe-Sullivan et al., 2008; Tremblay & Pierce, 2011). Também chama a atenção o interesse por estudos transculturais. As pesquisas que envolveram etnia e aculturação investigaram pais mexicanos, indianos, latinos, israelenses, palestinos (Cruz et al., 2011; Feldman & Masalha, 2010; Glass & Owen, 2010; Hossain & Anziano, 2008).

O ano de 2011 foi o de maior concentração de estudos (quatro artigos), seguido dos anos de 2010, 2008 e 2006 (três artigos cada ano). Os anos de 2007 e 2004 foram representados por um artigo cada. Identificou-se que a maioria dos estudos explicitava a utilização do construto apresentado Lamb et al. (1985), o qual envolve as dimensões de interação, acessibilidade e responsabilidade.

Os estudos que contemplam o envolvimento paterno geralmente utilizam instrumentos associados com outras variáveis de interesse. Dentre os artigos analisados, o fenômeno foi associado às seguintes variáveis: sociodemográficas (por exemplo, idade, escolaridade e ocupação profissional), transtornos de comportamento como depressão materna e em filhos adolescentes, estudos observacionais (interação social), transição para a parentalidade, coparentalidade, variáveis culturais (etnia e aculturação), aspectos do desenvolvimento infantil como a competência social e satisfação/conflito conjugal. Ressalta-se que as famílias biparentais foram foco na maioria dos estudos, seja para comparar o envolvimento de pai e mãe, para entender a família como um sistema ou para definir o envolvimento paterno, por meio das percepções de ambos os pais. Foram encontradas pesquisas de estudos observacionais envolvendo interação direta dos pais com as crianças e também que investigavam o papel dos valores culturais.

Seis estudos internacionais e um nacional utilizaram instrumentos com itens derivados das três dimensões de envolvimento paterno propostas por Lamb et al. (1985) (acessibilidade, responsabilidade e interação) ou adaptados de instrumentos baseados nas referidas dimensões (Cabrera et al., 2008; Cia & Barham, 2006; Coley & Hernandez, 2006; Cruz et al., 2011; Feldman & Masalha, 2010; Isacco et al., 2010; Rongfang & Schoppe- Sullivan, 2011). Destaca-se a utilização feita por Isacco et al. (2010) da Escala HOME, pois os autores afirmaram que se tratava de uma escala largamente utilizada em estudos envolvendo o contexto familiar e a relação parental e que, portanto, possuía subescalas que permitiam avaliar outros construtos além do envolvimento paterno. No referido estudo, os autores, alegando que a Escala HOME compreendia vários conteúdos, avaliaram a dimensão envolvimento paterno por meio de alguns itens da mesma, os quais foram complementados partindo-se do conceito proposto por Lamb et al. (1985).

Sete estudos internacionais e um nacional utilizaram instrumentos formalmente estruturados, ou seja, que possuíam escalas de respostas e dimensões: Inventário de Práticas Parentais; Children's Report of Parents' Behavior Inventory (CRPBI); Parental Responsibility Scale (PRS); Childrearing Practices Report (CRPR); Inventory of Father Involvement (IFI); Parent-Child Interaction Questionnaire (PCIQ) e Who Does What? Questionnaire em suas duas versões. Para fins de organização das análises realizadas, as pesquisas foram separadas em dois grupos referentes a sua origem (nacional ou internacional).

Instrumentos Nacionais

Foram identificados dois estudos, um deles publicado em 2011 e outro em 2006, nos quais foram utilizados dois instrumentos nacionais: o "Inventário de Práticas Parentais" (IPP) e a "Avaliação das condições de trabalho e do envolvimento do pai com seu filho – versão paterna", este último construído com base em instrumentos já existentes. Nos dois estudos, foram encontradas informações referentes ao número de itens e à pontuação da escala, bem como às dimensões investigadas.

Na pesquisa que fez uso do IPP é referido que suas propriedades psicométricas foram consideradas satisfatórias tanto no estudo piloto quanto em outra pesquisa. É explicitado que o IPP avalia o envolvimento parental em cinco áreas: envolvimento afetivo, envolvimento didático, envolvimento social, envolvimento disciplinar e responsabilidade. O instrumento é composto por 29 itens que se constituem em frases afirmativas e devem ser respondidas numa escala tipo Likert de cinco pontos. O alfa de Cronbach do estudo em questão foi de 0,90.

O instrumento "Avaliação das condições de trabalho e do envolvimento do pai com seu filho – versão paterna" é dividido em dois tópicos: o primeiro se refere às condições de trabalho do pai e possui 6 dimensões e o segundo ao relacionamento entre pai e filho contando com quatro escalas: Escala de comunicação (verbal e não verbal) indicada pelo pai, Escala de comunicação (verbal e não verbal) indicada pelo filho, Escala de participação do pai nos cuidados com o filho e Escala de participação do pai na realização de atividades escolares, culturais e de lazer com o filho. Acerca da origem do instrumento, são informadas as referências utilizadas para a construção do mesmo. Os dados dos questionários foram analisados estatisticamente segundo medidas de tendência central e dispersão. Para analisar os itens que poderiam compor uma escala e para avaliar a fidedignidade das medidas, verificou-se a consistência interna calculando o alfa de Cronbach da escala como um todo. Os alfas variaram entre 0,87 a 0,91.

Instrumentos Internacionais

Foram encontrados estudos que utilizaram instrumentos construídos e/ou adaptados a partir de outros instrumentos ou dimensões que envolvem o envolvimento paterno e também instrumentos propriamente ditos. Dentre aqueles resultantes de uma adaptação e construção de itens, foram informados nome do instrumento, estudo de origem ou conceito utilizado, bem como as subescalas e dimensões envolvidas. Todavia, não foi possível identificar maiores informações sobre o processo de construção e acerca dos itens de tais instrumentos. Dessa forma, serão evedenciados a seguir somente os instrumentos de medida que não resultaram de uma adaptação de itens ou que foram originados a partir de outros instrumentos. Ressalta-se que as informações acerca das propriedades psicométricas, origem, itens, dimensões e escala apresentadas são aquelas disponibilizadas no estudo em que foi utilizado o instrumento em questão.

Children's Report of Parents' Behavior Inventory (CRPBI): composto por 10 itens referentes ao relacionamento do pai com o adolescente. Utiliza uma escala de quatro pontos que explicitam a frequência de comportamentos na relação pai-adolescente. Não apresenta resultados acerca da consistência interna e de dimensões.

Parental Responsibility Scale (PRS): composto por 14 itens sobre tarefas de cuidados dispensados à criança que correspondem à dimensão responsividade, a fim de captar o consenso do casal em áreas de responsividade. Utiliza uma escala de cinco pontos (1 = sempre a mãe até 5 = sempre o pai) e o escore pode ir de 14 até 70 pontos, sendo que escores mais altos estão relacionados à maior responsividade paternal. Os alfas de Cronbach no estudo de validação foram de 0,77 e 0,79 para mães e pais, respectivamente, e no referido estudo o valor do alfa foi 0,70.

Childrearing Practices Report (CRPR): utilizado para medir o estilo paterno em termos dos fatores calor e controle. O instrumento original contém 91 itens. Entretanto, no estudo analisado foi utilizada uma versão curta, cujas propriedades psicométricas e tratamento fatorial foram informados. Numa escala de 1 a 7 foram administrados 28 itens. Na pesquisa analisada, a dimensão calor apresentou alfa de 0,77 e a dimensão controle, alfa de 0,59.

Inventory of Father Involvement (IFI): composto por 26 itens que avaliam o envolvimento nos fatores afetivos, cognitivos e comportamentais, numa escala de sete pontos. Os alfas de Cronbach no estudo e num estudo prévio variaram de 0,95 a 0,98.

Who Does What? Questionnaire: formado por 12 perguntas referentes à percepção de pais e mães sobre o envolvimento no cuidado com as crianças que devem ser respondidas por meio de uma escala de nove pontos. Em um dos estudos (Schoppe-Sullivan et al., 2008) na escala que avaliou a percepção do pai sobre ele mesmo, o alfa de Cronbach foi de 0,73 e na escala referente à percepção da mãe sobre o pai, o alfa de Cronbach foi de 0,84. No estudo de Tremblay e Pierce (2011), o alfa de Cronbach variou entre 0,69 e 0,83.

Parent-Child Interaction Questionnaire (PCIQ): Proporciona uma estimativa de tempo que pais e mães despendem em atividades de cuidado e acadêmicas. Composto por 10 itens organizados em três dimensões. O alfa de Cronbach do estudo que utilizou tal instrumento foi de 0,82.

 

Discussão

Houve um aumento, ao longo dos últimos anos, no número de estudos que discutem a temática envolvimento paterno, visto que o papel do pai no desenvolvimento infantil vem sendo alvo de interesse crescente de pesquisadores (Dubeau et al., 2009; Souza & Benetti, 2009). Tal constatação foi corroborada nesta pesquisa, já que o número de produções encontradas cresceu no decorrer dos anos, principalmente no que se refere aos estudos internacionais. Consequentemente, constatou- -se a existência de maior número de instrumentos de medida do envolvimento paterno em estudos internacionais quando comparado com estudos publicados no Brasil. Esse dado vem ao encontro dos achados de pesquisa de Souza e Benetti (2009), de acordo com a qual foi mais elevado o número de pesquisas sobre a temática no cenário internacional do que no nacional, no período compreendido entre 2000 e 2007.

Evidenciou-se a diversidade de instrumentos utilizados para avaliar o envolvimento paternal, embora nem todos eles tenham sido construídos especificamente para medir tal fenômeno. Essa diversidade pode estar relacionada à falta de instrumentos sistematizados para examinar o envolvimento paterno, com itens, escalas e dimensões bem definidos acerca do construto e com boas propriedades psicométricas indicando evidências de validade e de confiabilidade. Nesse contexto, percebe-se que os pesquisadores recorrem às adaptações e construções de instrumentos baseados em itens extraídos de outros conceitos ou de outros estudos já realizados. Contatou-se que o envolvimento paterno é relacionado com diversos outros instrumentos que medem as mais diferentes variáveis; entretanto, destacam- -se as relações com variáveis referentes à cultura, ao desenvolvimento infantil e aos fatores que influenciam a qualidade do engajamento paterno.

A maior parte das pesquisas apresentou alguma informação psicométrica sobre o instrumento de medida, destacando-se a referência ao alfa de Cronbach e a dados acerca de suas dimensões e itens. Embora várias pesquisas mencionassem origem, número de itens, escalas e alfas de Cronbach, constatou-se que as propriedades psicométricas foram pouco exploradas. Alguns dos artigos analisados apresentavam uma análise prévia do instrumento trazendo dados acerca de sua utilização em outras pesquisas e do processo de validação. Todavia, a maioria deles se concentrou em analisar os instrumentos estritamente a partir dos dados da própria pesquisa.

Sendo assim, percebeu-se a carência de uma análise mais aprofundada a respeito das qualidades psicométricas dos instrumentos de medida. Entende-se que o método e os procedimentos adotados em uma pesquisa precisam ter um espaço tão importante quanto aquele conferido à revisão bibliográfica. Desse modo, é importante que os pesquisadores invistam na descrição da origem do instrumento e forma (itens, escala e dimensões), bem como de suas propriedades psicométricas, informações estas que possibilitam a análise sobre validade e confiabilidade do instrumento de medida. O alfa de Cronbach, bastante divulgado nos estudos analisados, fornece alguns indícios; entretanto, informações a respeito da construção do instrumento, processo de validação ou adaptação, procedimentos estatísticos, como por exemplo a análise fatorial, podem contribuir para que o leitor possa ter uma compreensão mais consistente sobre a natureza do instrumento e favorecer a sua utilização em pesquisas futuras na área.

No âmbito nacional, principalmente, é necessário investir na adaptação ou validação de instrumentos, visto tratar-se de um processo imprescindível para garantir a adequação de um instrumento de medida a um contexto específico. A construção de instrumentos para avaliar o envolvimento do pai também pode ser útil, desde que sejam descritos todos os processos de construção e o posterior tratamento estatístico recebido (análise fatorial, correlações, consistência interna). Resultados de pesquisas que utilizaram instrumentos fidedignos devem ser divulgados, possibilitando a utilização do mesmo instrumento em outras pesquisas, o que permite refutar ou replicar os dados contribuindo, portanto, para a ampliação do conhecimento científico a respeito do fenômeno e, consequentemente, possibilitando avanços na área.

É importante considerar que qualquer medida não está destituída da possibilidade de erro. Todavia, a utilização de instrumentos validados ou adaptados oferece maior confiabilidade ao estudo, aumentando as chances de que se alcance maior precisão nos resultados. Portanto, a utilização de instrumentos construídos e adaptados para um estudo determinado, sem um processo prévio de análise das propriedades psicométricas, pode interferir na fidedignidade dos resultados de uma pesquisa (Primi et al., 2009).

O processo de mensuração de fenômenos psicológicos se caracteriza pela necessidade de se obter evidências observáveis do que se pretende medir. A existência de instrumentos de medida construídos com base em um construto teórico e em critérios empíricos operacionalizáveis, visando processos de validação, tende a contribuir na investigação de características ou dimensões importantes do fenômeno envolvimento paterno e de seus respectivos preditores. No que diz respeito aos construtos identificados na concepção dos instrumentos e dos estudos analisados, a teoria de Lamb et al. (1985) ganha destaque e a maior parte dos instrumentos de medida utilizados partiu do pressuposto da multidimensionalidade do construto investigado, ou seja, abordou o envolvimento paterno em mais de uma dimensão. As dimensões foram descritas conceitualmente e também são encontradas informações a respeito da escala e dos itens a serem mensurados.

Foi possível evidenciar que o estudo com famílias biparentais ainda aparece em maior quantidade, embora tenham sido encontradas pesquisas utilizando somente o pai como informante ou que investigaram outras configurações familiares, tais como pais divorciados e não residentes. Tal constatação parece estar relacionada ao interesse pelas transformações decorrentes das novas conformações da família que geram mudanças em sua dinâmica e nos papéis parentais. Embora seja evidente o reconhecimento do pai como um informante confiável acerca de seu envolvimento com seus filhos e família, a mãe continua sendo uma importante fonte de informação acerca do pai. Ademais, observou-se que não houve uma preferência com relação à idade dos filhos, pois os estudos abordaram desde o período pré-natal até a adolescência, o que aponta para o interesse em conhecer os impactos do envolvimento paterno nas variadas fases do desenvolvimento infantil.

Embora a ampliação do interesse pela temática do envolvimento paterno, é evidente a existência de um vasto espaço para pesquisas na área, especialmente no que tange a estudos com abordagem quantitativa. Especificamente no âmbito nacional, percebe-se ainda a predominância de estudos de natureza qualitativa e, mesmo que seja nítido o movimento no sentido de utilizar a abordagem quantitativa, são poucos os instrumentos construídos no Brasil ou adaptados para o contexto nacional. Ademais, a descrição dos instrumentos disponibilizada nos artigos analisados torna difícil a apreciação acerca da validade e confiabilidade dos mesmos em função da escassez de informações sobre propriedades psicométricas.

Estudos sobre envolvimento paterno possibilitam a compreensão das implicações geradas pelas transformações contemporâneas no funcionamento da família à paternidade com o intuito de identificar entraves ao envolvimento do pai com seus filhos. Os resultados dessas pesquisas podem, além de contribuir para o enriquecimento de teorias, embasar propostas de intervenção no sentido de favorecer o envolvimento dos pais com os filhos e o desenvolvimento infantil, possibilitando o incremento de políticas públicas de apoio à família. As investigações devem levar em conta fatores contextuais associados ao acesso possível do pai à criança, assim como o significado que ele atribui à paternidade, já que o sentido dado pode variar em função de diversos fatores como a afiliação cultural. Por fim, parece importante a adoção de uma visão multidimensional do envolvimento paterno em busca de uma análise aprofundada das diferenças que possam existir entre os pais em diferentes contextos, mas também entre as mães e pais a respeito de diferentes formas de envolvimento.

Vislumbra-se, portanto, a necessidade de desenvolver, aprimorar ou adaptar instrumentos de medida do envolvimento paterno que possam prestar um auxílio ainda mais significativo ao entendimento do fenômeno. O presente estudo se propôs a identificar a descrição das propriedades psicométricas de instrumentos utilizados para medir o envolvimento paterno disponibilizada pelas pesquisas analisadas. Certamente, a leitura do artigo original de construção ou de utilização do instrumento, ou mesmo a consulta direta aos instrumentos de medida podem fornecer mais dados sobre suas propriedades psicométricas, bem como indícios de validade e confiabilidade. Por fim, enfatiza-se que a divulgação, em artigos científicos, de informações acerca das qualidades psicométricas dos instrumentos de medida utilizados nas pesquisas é crucial, visto que permite ao leitor a possibilidade de uma maior compreensão e de uma apreciação crítica acerca do estudo.

 

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Recebido em outubro de 2012
Reformulado em agosto de 2013
Aprovado em setembro de 2013

 

 

Sobre os autores

Lauren Beltrão Gomes: é Mestre em Psicologia pela UFSC, doutoranda em Psicologia pela UFSC, bolsista CAPES.
Carina Nunes Bossardi: é Mestre em Psicologia pela UFSC, doutoranda em Psicologia pela UFSC, bolsista CNPq.
Roberto Morais Cruz: é Professor da UFSC.
Maria Aparecida Crepaldi: é Professora da UFSC. Pesquisadora do CNPq.
Mauro Luís Vieira: é Professor da UFSC. Pesquisador do CNPq.


1Endereço para correspondência: R. Regente Feijó, 251/102, Itoupava Seca, 89035-410, Blumenau-SC. Tel.: (47) 9167-5958. E-mail: laurenbeltrao@yahoo.com.br