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Avaliação Psicológica

versão impressa ISSN 1677-0471versão On-line ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.13 no.1 Itatiba abr. 2014

 

 

Construção e validação da escala de atributos desejáveis do(a) parceiro(a) ideal1

 

Development and validation of a desirable attributes of the ideal partner scale

 

Construcción y validez de la escala de atributos deseables del compañero ideal

 

 

Valdiney Veloso Gouveia2, I; Marina Pereira GonçalvesII; Ana Isabel Araújo de Brito GomesI; Leogildo Alves FreiresIII; Jorge Artur Peçanha de Miranda CoelhoIV

IUniversidade Federal da Paraíba
IIUniversidade Federal do Vale do São Francisco
IIIUniversidade Federal de Roraima
IVUniversidade Federal de Alagoas

 

 


RESUMO

Esta pesquisa objetivou desenvolver a Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI) para o contexto brasileiro, reunindo evidências psicométricas. Realizaram-se dois estudos. No Estudo 1, participaram 200 pessoas da população geral de João Pessoa (PB). Uma análise de componentes principais apontou como adequada uma estrutura multifatorial da EADPI, com cinco componentes e índices de consistência interna satisfatórios: atlética (α=0,80), afetuosa (α=0,80), tradicional (α=0,61), sociável (α=0,68) e realizada (α=0,60). No Estudo 2, participaram 201 pessoas da população geral desta mesma cidade, majoritariamente mulheres, com idade média de 26 anos. Uma análise fatorial confirmatória sugeriu como aceitável a estrutura multifatorial desta medida (GFI=0,89, AGFI=0,85 e RMSEA=0,061). Conclui-se, que a EADPI é uma medida que apresenta características psicométricas adequadas, podendo ser utilizada em estudos futuros.

Palavras-chave: atributos desejáveis; parceiros; validade; escala.


ABSTRACT

This research aimed at developing the Desirable Attributes of Ideal Partner Scale (DAIPS), presenting psychometric evidences. Two studies were performed. Study 1 involved 200 people of the general population from João Pessoa (PB). A PC analysis indicated a multifactorial structure for the DAIPS, with five components: athletic (α=0.80), affectionate (α=0.80), traditional (α=0.61), sociable (α=0.68), and successful (α=0.60). Study 2 involved 201 people, mainly women, with a mean age of 26 years. A confirmatory factor analysis suggested as acceptable the multifactorial structure of this scale (GFI=0.89, AGFI=0.85, and RMSEA=0.061). So, it was concluded that the DAIPS is a measure that has adequate psychometric characteristics and can be used in future studies.

Keywords: desirable attributes; partners; validity; scale.


RESUMEN

Esta investigación objetivó desarrollar la Escala de Atributos Deseables del Compañero Ideal (EADCI) para el contexto brasileño, reuniendo evidencias psicométricas. Se realizaron dos estudios. En el Estudio 1 participaron 200 personas de la población general de João Pessoa (PB). Por medio de análisis de los componentes principales fue observada una estructura multifactorial con cinco componentes del EADCI e índices de consistencia interna satisfactorios: atlética (α=0,80), cariñosa (α=0,80), tradicional (α=0,61), sociable (α=0, 68) y realizada (α=0,60). En el estudio 2 participaron 201 personas de la misma ciudad, en su mayoría mujeres con una media de edad de 26 años. Un análisis factorial confirmatorio indicó como aceptable la estructura multifactorial de esta medida (GFI=0,89, AGFI=0,85 y RMSEA = 0,061). Se concluyó que la EADCI es una medida que presenta características psicométricas adecuadas y se puede utilizar en estudios futuros.

Palabras-clave: atributos deseables; compañero; validez; escala.


 

 

O reconhecimento do amor romântico tem seu marco na história no final do século XVIII, sobretudo com a obra "Emílio ou da educação", de Jean Jacques Rousseau. Essa obra trata de questões referentes à formação geral do homem, ressaltando a educação de meninos e meninas voltada para o bem-estar no casamento. No livro V dessa obra, o autor discorre sobre o matrimônio, referindo-se a alguns atributos desejáveis que o jovem Emílio deveria buscar na sua futura companheira (Paiva, 2007). Desde então, a seleção do (a) parceiro (a) parece estar presente de forma mais consciente e desempenhando um papel importante para assegurar a satisfação do futuro matrimônio.

Na época do patriarcalismo, por exemplo, a seleção e escolha de alguém específico para se ter um relacionamento estável ou casamento, geralmente estava atrelada ao gerenciamento de terceiros. Assim, na família patriarcal as crianças desde pequenas eram prometidas em casamento ao futuro marido ou esposa, e toda negociação era feita pelos próprios pais das crianças que, por motivos principalmente econômicos, faziam questão de acertarem o contrato da futura união dos seus filhos, que já cresciam sabendo com quem se casariam mais tarde (Áries, 1978).

Posteriormente, com o advento e a expansão da Revolução Industrial, no século XIX, ocorreram modificações significativas na vida das pessoas, sobretudo nos relacionamentos interpessoais entre homens e mulheres, fruto, por exemplo, da incorporação da mão de obra feminina no mercado de trabalho e da necessidade da participação masculina no contexto familiar (Nogueira, 2004). Acrescenta-se, ainda, que a Revolução Sexual do século XX contribuiu para o surgimento de novos papéis exercidos pela mulher, possibilitando sua conquista do ideal de igualdade e liberdade, com a garantia de direitos antes negados, principalmente no casamento, no amor e na sexualidade (Silva et al., 2005). Finalmente, com a modernidade e, consequentemente, com as mudanças ocorridas nas estruturas familiares, as pessoas começaram a escolher seus (suas) parceiros (as) por motivos de ordem afetiva e sexual (Perlin & Diniz, 2005).

Atualmente, verificam-se novas configurações de relacionamentos íntimos, podendo transitar entre os de curta e de longa duração ou estáveis. Como exemplos de relacionamentos de curta duração, típicos da contemporaneidade, citam-se o pegar, o ficar, o rolo e o namoro aberto, enquanto como dimensões mais tradicionais podem ser identificadas o namoro antigo, de compromisso, o noivado e o casamento. Essas formas de se relacionar variam entre o total descompromisso até a confirmação de uma responsabilidade relacional. Dentro dessas modalidades, encontram-se diferentes tipos de orientação sexual (por exemplo, heterossexual, homossexual e bissexual), o que torna ainda mais inéditos os papéis e as formas assumidos nestas configurações (Oliveira, Gomes, Marques, & Thiengo, 2007).

Ainda em relação a estes tipos de relacionamento – os de curta duração e os de longa duração – as pessoas costumam estabelecer padrões e regras de seleção de um (a) parceiro (a), que vão desde as exigências mais superficiais ou a ausência destas, até aquelas exigências que têm função de pré-requisito para dar início a um relacionamento e que norteiam a possível escolha de um (a) parceiro (a) (Buss, 1989). Dessa forma, objetivando compreender o que guia as pessoas na escolha de um (a) parceiro (a), as perspectivas teóricas têm buscado identificar determinados padrões nestas escolhas, levando em conta múltiplas variáveis. Por exemplo, na perspectiva da Psicologia Social acerca da atração interpessoal e da escolha do (a) parceiro (a), Michener, DeLamater e Myers (2005) apontam que a atração inicial por uma pessoa é influenciada por normas sociais, atração física e processos de troca interpessoal, enfatizando que cada cultura especifica os tipos de relacionamento que as pessoas podem ter. Um exemplo disso pode ser a norma de homogamia, que sugere que os amigos, namorados e cônjuges sejam caracterizados pela semelhança de idade, raça, religião e status socioeconômico, em que diferenças em uma ou mais dimensões tornam uma pessoa menos adequada para algum tipo de relacionamento.

De acordo com Michener et al. (2005), os padrões culturais influenciam os julgamentos estéticos das pessoas e as tornam suscetíveis ao estereótipo da atratividade, ou seja, a crença de que "o que é bonito é bom" indica que alguém que é atraente apresenta outras qualidades desejáveis, bem como se acredita que pessoas fisicamente atraentes podem receber tratamento preferencial. Possivelmente por essa razão, as pessoas tendem a gastar tempo e dinheiro buscando aumentar sua atratividade para os outros, consumindo produtos e serviços (p. ex., roupas, jóias, cremes para cabelo, clínicas de estética etc.) que as tornem parceiros (as) desejáveis.

No entanto, segundo a Perspectiva Evolucionista, os comportamentos dos ancestrais do homem em sua prática primitiva influenciam na seleção de parceiros (as) (Buss & Schmitt, 1993). Assim, de acordo com essa perspectiva, a atratividade física do corpo e do rosto é um indicador de saúde hormonal física. Dessa maneira, por exemplo, homens preferem parceiras jovens e atraentes, porque elas têm alto potencial de reprodução (Buss, 1989; Swani & Furnham, 2008). Nessa linha teórica, Buss e Barnes (1986), utilizando uma lista de 13 características de um (a) parceiro (a) que escolheriam, identificaram que os homens deram maior ênfase à atração física da parceira do que o fizeram as mulheres; estas, comparadas com aqueles, enfatizaram mais características de orientação familiar, boa capacidade de ganho financeiro e bom nível educacional. Posteriormente, em pesquisa realizada em 37 culturas sobre a escolha do parceiro ideal para fins de casamento ou relação duradoura, Buss (1989) identificou diferenças entre os gêneros, constatando que as mulheres tendem a valorizar mais do que os homens a capacidade de ganho material, enquanto que os homens dão mais importância à capacidade reprodutiva da mulher.

Em estudo recente, Buss (2007) traz algumas considerações importantes a serem ressaltadas quanto aos aspectos da escolha do (a) parceiro (a). Segundo esse autor, para relacionamentos de longa duração, a mulher irá escolher o parceiro que demonstrar mais recursos para investir nela e em seus filhos, assim como aquele que possua habilidade de protegê-los fisicamente e que se mostre com potencial para ser um bom pai. Acrescentase que, na história da evolução, os homens têm mais interesse na variedade de parceiras sexuais do que as mulheres, assegurando a perpetuação de seus genes.

Corroborando tais achados na realidade brasileira, Féres-Carneiro (1997) verificou que na escolha de um (a) parceiro (a), a maioria dos homens privilegiou a atração física, enquanto as mulheres majoritariamente valorizaram a capacidade econômica de seus respectivos parceiros. Resultados semelhantes foram encontrados por Gouveia et al. (2010), os quais verificaram que as mulheres valorizaram mais a dimensão social na escolha de um (uma) parceiro (a), enquanto que os homens apreciaram em maior medida a aparência física.

Há, porém, algumas características ou atributos que parecem ser comuns para ambos os sexos na busca do parceiro, como, por exemplo, amabilidade, inteligência, compreensão, gentileza e estabilidade emocional. Eles parecem funcionar como uma espécie de preditores positivos em relação ao trato com crianças frente ao perigo, práticas de socialização adaptadas e habilidade na percepção de mudanças e tendências ambientais (Borrione & Lordelo, 2005).

Diante do exposto, a importância de estudos sobre os atributos desejáveis e a escolha por um (a) parceiro (a) são relevantes, tendo em vista que estes podem proporcionar melhor compreensão sobre o que tem promovido a aproximação das pessoas, principalmente em contexto de intimidade, ressaltando-se que os relacionamentos íntimos podem influenciar várias esferas da vida de um indivíduo, como o trabalho, os estudos e o lazer (Buss, 2003; Gouveia et al., 2010). Nesse contexto, torna-se importante conhecer como os atributos desejáveis na escolha de um parceiro têm sido mensurados.

Medidas de Atributos do (a) Parceiro (a) Ideal

Segundo Shackelford, Schmitt e Buss (2005), na literatura acerca da escolha de um (a) parceiro (a) ideal, geralmente os atributos ou as características desejáveis são medidos a partir de uma única pergunta específica. No caso dos estudos que empregam múltiplos itens, o número e a qualidade destes têm sido variados. Ressaltam ainda que o instrumento mais amplamente difundido sobre tais atributos consta de 18 características, tendo sido primeiramente administrado em 1939 estudantes universitários. Posteriormente, ele foi utilizado para avaliar preferências por parceiros tanto em estudantes universitários como na população geral, em diversos estudos ao longo das últimas seis décadas. Por exemplo, Buss (1989) o empregou com quase 10.000 participantes de 37 culturas.

Destaca-se que autores como Buss e Barnes (1986), Goodwin e Tang (1991) e Simpson e Gangestad (1992) utilizaram outras listas de preferências de um parceiro, que também se tornaram populares. Elas variavam de 15 a 75 itens (atributos), sendo estes avaliados individualmente, sem pressupor qualquer dimensão subjacente ou fator que os agrupassem. Nesse sentido, Shackelford et al. (2005) apontam que ainda são escassos os estudos que investigam os atributos desejáveis de um parceiro como dimensões ou fatores.

Simpson e Gangestad (1992) analisaram 15 atributos e identificaram duas dimensões de preferência por um parceiro, as quais foram descritas como qualidades pessoais / parentais (qualidades de um bom pai, responsabilidade, gentileza e compreensão, senso de humor, personalidade estável, valores e crenças similares) e atração / status social (atração física, sensualidade, recursos financeiros e status social). A partir do índice de congruência, verificou-se que essa estrutura fatorial era similar entre homens e mulheres (coeficientes de Tucker de 0,96 e 0,97, respectivamente).

Buss e Barnes (1986) utilizaram uma lista de 13 características de atratividade de um parceiro ideal, sendo os participantes solicitados a indicar dentre tais características quais as mais ou menos atrativas. Tal lista incluiu os seguintes atributos: cuidadoso / compreensivo, inteligente, personalidade fácil, saudável, excitante, fisicamente atraente, querer ter filhos, criativo, boa capacidade de obter recursos, caseiro, de boa família, alto nível de escolaridade e religião.

Outros pesquisadores analisaram listas maiores, na esperança de encontrar uma estrutura básica dos atributos desejáveis de um parceiro. Por exemplo, submetendo 75 atributos a uma análise fatorial, Buss e Barnes (1986) identificaram nove fatores, incluindo: amável-atencioso, socialmente excitante e tranquilo-adaptável, enquanto Fletcher, Simpson, Thomas e Giles (1999) encontraram três fatores: calor-confiabilidade, vitalidade-atração e status-recursos.

Além dessas listas citadas anteriormente, verificam- -se na literatura alguns instrumentos que se aproximam da temática. Por exemplo, o Partner Impression Questionnaire, desenvolvido por Eastwick e Finkel (2008), é composto por oito itens respondidos por meio de uma escala do tipo Likert de 9 pontos em duas ocasiões diferentes: quando o participante verifica o perfil do pretenso parceiro e após a interação com este indivíduo. Os itens indicados após a interação foram submetidos a uma análise fatorial, na qual foi identificado apenas um fator, denominado de "Interesse romântico" com índice de consistência interna adequada (α=0,88).

Também pode ser citado o instrumento Ideal Partner Preferences, elaborado por Eastwick, Finkel e Eagly (2011) em que os participantes descrevem a importância de 48 características de um parceiro romântico a partir de uma escala do tipo Likert variando de 1 = Altamente não desejável a 4 = Muito desejável. Para compor esses 48 itens, foram incorporados alguns itens do Big Five (facilmente perturbado), do Interpersonal Circumplex (submisso) e de dados da literatura (politicamente liberal) sendo estes apontados como menos positivos na escolha do parceiro (Fletcher et al., 1999).

Esses itens foram submetidos a uma análise fatorial da qual emergiram sete fatores, denominados de atração física (composto por quatro itens, por exemplo, atraente, sexy, α=0,82); boas perspectivas de ganho (10 itens, p. ex., financeiramente seguro, bem sucedido, com α=0,87); Caloroso (12 itens, p. ex., cuidadoso, solidário, α=0,90; excitante (sete itens, como aventureiro, divertido, com α=0,80; desagradável (cinco itens, p. ex., exigente, facilmente perturbado, α=0,64; submisso (três itens, p. ex., passivo, submisso) α=0,67 e finalmente conservador (três itens, p. ex., convencional, politicamente liberal (item inverso) com α=0,54. Apesar de apresentar as mesmas características identificadas em outros estudos, esse instrumento é um dos poucos que avalia os atributos por meio dos escores dos fatores, ao invés de mensurar os escores dos itens isoladamente.

Embora algumas vezes sejam considerados atributos desejáveis de um (a) parceiro (a) ideal diferentes, identificam- se também pesquisas que têm em conta características em comum. Por exemplo, alguns estudos geralmente têm identificado dimensões como bondade, carinho (Buss & Barnes, 1986; Fletcher et al., 1999), status social, recursos financeiros (Buss & Barnes, 1986; Fletcher et al., 1999; Parmer, 1998; Regan, Levin, Sprecher, Christopher, & Cate, 2000) e atração física, saúde (Fletcher et al., 1999; Kenrich, Sadalla, Groth, & Trost, 1990; Parmer, 1998; Regan et al., 2000; Simpson & Gangestad, 1992).

Dessa forma, segundo Shackelford et al. (2005), a identificação de fatores ou componentes qualitativamente similares sugere a possibilidade de um conjunto de dimensões universais de preferências por um parceiro. Esses autores, procurando determinar com maior segurança o que tem sido encontrado em pesquisas anteriores, utilizaram um banco de dados de preferências com pontuações dadas por mais de dez mil participantes localizados em seis continentes e cinco ilhas (Buss, 1989). Os resultados desse estudo revelaram quatro dimensões de atributos desejáveis de um (a) parceiro(a): amor vs. status / recursos, dependência / estabilidade vs. boa aparência / saúde, educação / inteligência vs. desejo de constituir família / ter filhos e sociabilidade vs. religião similar. Percebe-se que essas dimensões são semelhantes àquelas de atributos identificadas em estudos anteriores (Eastwick et al., 2011; Fletcher et al., 1999; Kenrich et al., 1990; Parmer, 1998; Regan et al., 2000; Simpson & Gangestad, 1992).

Apesar da relevância de pesquisas abordando essa temática, ainda são escassos os estudos a respeito realizados no contexto brasileiro, com algumas exceções (Féres- Carneiro, 1997, 1998; Gouveia et al., 2010; Silva et al., 2005), bem como instrumentos nacionais que avaliem esses atributos. Assim, com o objetivo de viabilizar estudos futuros nessa área, demanda-se que pesquisadores possam contar com instrumentos de medida válidos e fidedignos para o presente contexto, o que justifica a realização desta pesquisa. Esta teve como objetivo principal desenvolver e conhecer evidências de validade fatorial e consistência interna da Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI).

 

Estudo 1

Elaboração e Parâmetros Psicométricos da EADPI

Este estudo pretendeu elaborar a Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI) e conhecer evidências de sua validade fatorial e consistência interna no contexto brasileiro. Especificamente, objetivou-se checar sua estrutura, verificando a possibilidade de contar com uma versão reduzida dessa medida que fosse psicometricamente adequada.

Método

Amostra

Participaram 200 pessoas da população geral da cidade de João Pessoa (PB). Predominaram aqueles do sexo feminino (59,5%), solteiros (72%) e com curso superior (64,1%), com idades variando de 18 a 58 anos (M=25,7, DP=7,81). Elas tinham renda entre R$ 300,00 e R$ 18.000,00 (M=2.714,59; DP=3.048,56; 88, 4% ganhavam até R$ 5.000,00), sendo que estes valores, em média, cobriam as despesas de 2,4 membros da família (DP= 1,66). Essa amostra foi não-probabilística, isto é, de conveniência, tendo participado as pessoas que, convidadas, aceitaram colaborar voluntariamente.

Instrumentos

Os participantes receberam uma folha impressa, frente e verso, contendo duas medidas (atributos de um parceiro ideal e valores) e dados demográficos. Apenas a primeira foi utilizada nesta pesquisa, sendo descrita a seguir.

Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI). Este instrumento compreende uma versão experimental, composta por 56 atributos que descrevem uma pessoa com quem se pretende casar ou ter uma vida em comum (por exemplo, acolhedora, bonita, religiosa, apaixonada, sarada). Eles são respondidos em escala de cinco pontos, variando de 1 = Nada importante a 5 = Totalmente importante.

Com o fim de desenvolver a EADPI, solicitou-se a sete psicólogos que escrevessem 25 atributos que poderiam ser tidos em conta pelas pessoas no momento de decidir casar ou compartilhar sua vida com outra. Em razão das listas produzidas independentemente, procurando evitar repetições e termos imprecisos, efetuou-se uma análise semântica desses atributos. No caso, os psicólogos envolvidos nessa tarefa e um coordenador da equipe, também psicólogo, reuniram-se, formando um painel de juízes. Por meio de discussão e consenso absoluto, chegou-se à versão que ora se apresenta. O leitor interessado em obter uma cópia dessa versão poderá escrever para um dos autores.

Informações Demográficas

Foram incluídas perguntas de caráter demográfico (por exemplo, idade, sexo, estado civil, nível de instrução, renda e número de dependentes) para descrição da amostra, as quais constavam ao final do questionário.

Procedimento

A coleta de dados foi realizada em diferentes contextos, com participação tanto individual como coletiva. Procurou-se abordar os participantes no seu ambiente de trabalho ou residencial, solicitando que colaborassem com a pesquisa. Em todos os casos, o respondente preenchia o questionário individualmente, sendo informado que sua participação seria voluntária e anônima. Indicouse que não haveria resposta certa ou errada, e que ao aceitar participar no estudo estaria dando seu consentimento livre e esclarecido para que os dados fossem tratados no seu conjunto. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, do Hospital Universitário Lauro Wanderley, Universidade Federal da Paraíba (Protocolo CEP/ HULW nº 257/10). Oito colaboradores, previamente treinados, foram encarregados de aplicar os questionários. Em média, 15 minutos foram demandados para concluir a participação no estudo.

Análise de Dados

Os dados foram analisados com o SPSS (versão 15). Além de estatísticas descritivas (média, desvio padrão, frequência), realizou-se uma análise de componentes principais (CP) e foi calculada a consistência interna (alfa de Cronbach) dos componentes encontrados. Ademais, considerando que os critérios de Kaiser (valor próprio igual ou superior a 1) e Cattell (distribuição gráfica dos valores próprios, visando distinguir aqueles sobressalentes) tendem a maximizar o número de componentes a extrair, decidiu-se efetuar uma análise paralela (Hayton, Allen, & Scarpello, 2004), por ser considerada uma estratégia mais robusta.

 

Resultados

Inicialmente, procurou-se conhecer a viabilidade de realizar uma análise CP. Os resultados permitiram corroborar a adequação da matriz de correlação: KMO=0,76 e Teste de Esfericidade de Bartlett, χ2 (1540)=4742,68, p=0,001. Nesse sentido, precedeu- -se a essa análise sem fixar número de componentes a extrair ou método de rotação. De acordo com o critério de Kaiser, puderam ser identificados 16 componentes (8,89, 5,89, 2,80, 2,16, 2,05, 1,92, 1,85, 1,59, 1,55, 1,46, 1,30, 1,28, 1,23, 1,16, 1,11 e 1,10), que explicaram 66,6% da variância total; porém, a distribuição gráfica dos valores próprios (critério de Cattell) permitiu identificar entre cinco e sete componentes. Considerando as evidências teóricas e a fragilidade desse critério, efetuou-se uma análise paralela, considerando 1.000 bancos de dados que simularam a presente pesquisa, isto é, 200 participantes e 56 itens. Os dezesseis valores próprios gerados aleatoriamente foram como seguem: 2,22, 2,10, 2,00, 1,93, 1,86, 1,80, 1,74, 1,68, 1,63, 1,58, 1,53, 1,49, 1,44, 1,40, 1,36 e 1,32. Portanto, contrastando esses valores com aqueles observados empiricamente, confirma-se a retenção de sete componentes, os quais apresentaram valores próprios superiores aos simulados. Entretanto, com a finalidade de testar uma estrutura mais parcimoniosa, optou-se por extrair cinco componentes, tal como no estudo de Gouveia et al. (2010). Nesse sentido, decidiu-se reespecificar a solução fixando a extração de cinco componentes, adotando rotação varimax.

Com o fim de definir o item como pertencente ao componente, assumiu-se que ele deveria apresentar saturação mínima de |0,40|, além de representar semanticamente o fator em que saturou, sendo escolhidos os cinco itens mais importantes. Tais resultados são sumarizados na Tabela 1.

 

 

Considerando os critérios anteriormente assinalados, os componentes encontrados podem ser descritos como seguem.

Componente I – apresentou valor próprio de 5,43, correspondendo à explicação de 9,7% da variância total. Reuniu cinco itens com saturações variando de 0,60 (bonita) a 0,72 (de boa forma); os outros itens foram: sarada, sensual e sexy. Nesse sentido, pareceu adequado defini- -lo como expressando uma pessoa atlética. Seu alfa de Cronbach foi 0,80.

Componente II – seu valor próprio foi 5,35, explicando 9,5% da variância total. Cinco itens foram agrupados nesse componente, cujas saturações variaram de 0,57 (amável) a 0,73 (companheira); os demais itens foram carinhosa, amiga e de bom caráter. Portanto, pode-se nomeá-lo como descrevendo uma pessoa afetuosa. Ele apresentou consistência interna de α=de 0,80.

Componente III – o valor próprio deste componente foi 4,07, permitindo explicar 7,3% da variância total. Foram concentrados cinco itens nesse componente, os quais apresentaram saturações entre 0,48 (religiosa) e 0,56 (sensível); os outros itens com saturações altas foram caseira, de boa família e solidária. Cabe defini-lo como expressando a concepção de alguém tradicional. O α deste componente foi 0,61.

Componente IV – este componente apresentou valor próprio de 3,66, equivalendo à explicação de 6,4% da variância total. Cinco itens foram reunidos, apresentando saturações no intervalo de 0,47 (cúmplice) a 0,56 (atenciosa); outros itens com saturações altas foram determinada, tolerante e gentil. Pode-se definir esse componente como representando uma pessoa sociável; seu α foi 0,68.

Componente V – seu valor próprio foi 3,32, correspondendo à explicação de 5,93% da variância total. Um conjunto de cinco itens foi formado, cujas saturações variaram de 0,38 (trabalhadora) a 0,61 (estudiosa); os outros itens que apresentaram saturações satisfatórias foram culta, bem sucedida e decidida. Esse componente expressa uma pessoa realizada, tendo apresentado α=0,60.

Em resumo, observa-se uma estrutura multifatorial para a medida de atributos de uma pessoa idealizada com quem se pretende casar ou manter um relacionamento afetivo estável. No geral, os componentes pareceram facilmente interpretáveis, com índices de consistência interna considerados satisfatórios para todos os fatores (Nunnally, 1991), sobretudo se considerada a natureza fim desta medida, pensada para o contexto de pesquisa. Resta, entretanto, conhecer em que medida o modelo com cinco fatores é adequado, demandando-se um novo estudo.

Estudo 2

Comprovação da Estrutura Fatorial da EADPI

Neste estudo, o objetivo foi comprovar a estrutura fatorial anteriormente descrita, realizando uma análise fatorial de natureza confirmatória. Esse procedimento permitirá testar de maneira mais contundente a validade fatorial da Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal, empregando recursos de modelagem por equações estruturais.

Método

Amostra

Contou-se com a participação de 201 pessoas da população geral de João Pessoa (PB), sendo a maioria do sexo feminino (54,3%), solteira (69,2%) e com curso superior (66,5%); suas idades variaram de 18 a 55 anos (M=26,1, DP=8,28). Elas tinham renda entre R$ 200,00 e R$ 6.000,00 (M=3.218,68; DP=5.738,67), valores que, em média, cobriam as despesas de 2,4 membros da família (DP=1,80). Essa amostra foi não-probabilística, isto é, de conveniência, tendo participado as pessoas que, convidadas, aceitaram colaborar.

Instrumentos e Procedimento

Todos responderam o mesmo questionário descrito no Estudo 1, formado pela Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI) e Informações Demográficas. Seguiram-se as mesmas instruções acerca de como responder e o procedimento de aplicação, que contou com a mesma equipe de colaboradores.

Análise de Dados

Além do SPSS (versão 15), usado para calcular o alfa de Cronbach, empregou-se o AMOS (versão 7), que permite realizar análise fatorial confirmatória. No caso, considerou-se a matriz de covariância entre os itens, adotando-se o estimador ML (Maximum Likelihood). Consideraram-se os seguintes indicadores de ajuste do modelo (Byrne, 2001; Tabachnick & Fidell, 2001): (1) a razão χ2 / gl, admitindo-se um valor de até cinco como indicativo de ajustamento adequado; (2) Goodness-of-Fit Index (GFI), Adjusted Goodness-of-Fit Index (AGFI) e o Comparative Fit Index (CFI), cujos valores variam de 0 a 1, com aqueles próximos a 0,90 indicando ajustamento satisfatório; (3) a Root-Mean-Square Error of Approximation (RMSEA), que quanto mais próximo de zero, melhor; admitem-se valores de até 0,10, com ponto de corte de 0,08; e (4) o Pclose testa a hipótese de RMSEA>0,05, com nível de significância (p) maior do que 0,05 sugerindo sua rejeição.

 

Resultados

Diante dos achados do Estudo 1, decidiu-se testar o modelo multifatorial identificado para a EADPI. Entretanto, apesar de nas análises anteriores terem sido reunidos cinco itens por fator, por questão de parcimônia, optou-se por restringir este número a quatro. Nesse caso, selecionaram-se aqueles com as maiores saturações e que representavam semanticamente melhor o fator. O modelo final consta na Figura 1.

 

 

Os resultados dão suporte razoável para a estrutura multifatorial da EADPI, representada pelos cinco fatores, cada um com quatro itens: χ2 (160)=298,92, p=0,001, χ2 / gl=1,81, GFI=0,89, AGFI = 0,85, CFI = 0,86, RMSEA=0,061, IC 90%=[.049, .072] e Pclose = 0,058. Todos os vinte itens apresentaram saturações (lambdas, λ) estatisticamente diferentes de zero (z>1,96, p<0,05), com valores variando de 0,33 (Item 18. De boa família) a 0,71 (Item 49. Boa forma). Foram verificados os seguintes índices de consistência interna (alfas): atlética (α=0,76), afetuosa (α=0,67), realizada (α=0,66), sociável (α=0,67) e tradicional (α=0,46).

Em resumo, oferece-se um instrumento multifatorial para avaliar dimensões latentes de atributos desejáveis de um (a) parceiro (a) ideal, que é curto, mas, no geral, assegura parâmetros psicométricos aceitáveis com o fim de pesquisa (Clark & Watson, 1995). Por exemplo, sua estrutura fatorial parece evidente, apesar de alguns indicadores limítrofes, e a consistência interna dos fatores, com exceção de tradicional, são justificáveis (Nunnally, 1991).

 

Discussão

O objetivo desses dois estudos foi construir a Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI), procurando reunir evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Espera-se que ele tenha sido alcançado. Entretanto, parece pertinente pontuar duas de suas limitações potenciais: metodológica e teórica. No primeiro caso, ressalta-se o fato de as amostras terem sido de conveniência (não-probabilísticas). No entanto, pondera-se que não se pretendia generalizar os resultados, mas avaliar os parâmetros de uma medida específica. No que se refere às limitações teóricas, pretendeu-se construir e averiguar a validade de construto (estrutura fatorial e consistência interna) de uma escala para mensurar os atributos de um (a) parceiro (a) ideal, entretanto não se levou em conta uma teoria específica e axiomatizada a respeito, ou seja, apesar de se utilizar a psicologia evolucionista como aporte teórico principal, os itens (atributos) não foram desenvolvidos com base em tal teoria. Isso, certamente, constitui-se na maior limitação da pesquisa, uma dificuldade comum para elaborar uma medida psicometricamente adequada (Pasquali, 2003), merecendo atenção no futuro. De qualquer forma, houve um esforço por contemplar atributos próximos da realidade brasileira, considerando que estes podem variar entre culturas (Buss, 1989).

Considerando tais limitações, admite-se que a presente pesquisa adotou procedimento essencialmente empírico-intuitivo. Esses aspectos podem limitar o poder de generalização dos resultados, porém certamente não os invalidam. De acordo com a CP, observou-se que a EADPI era multifatorial, agregando os itens/atributos em cinco componentes: atlética, afetuosa, tradicional, sociável e realizada, com alfas (α) variando de 0,60 a 0,80. Embora alguns desses coeficientes não possam ser tidos como ideais (Nunnally, 1991), podem ser considerados adequados para fins de pesquisa, dada a natureza "ampla" (polimorfa) do construto e o número reduzido de itens empregados para representá-los (Clark & Watson, 1995).

A estrutura multifatorial da EADPI foi razoavelmente corroborada mediante modelagem por equações estruturais, com índices de ajuste que, embora não sendo excepcionais, podem ser tidos como favoráveis, sobretudo em uma área temática e em um contexto em que são escassas as evidências sobre a estrutura fatorial de medidas desta natureza (Garson, 2003). Endossando os achados descritos, percebe-se que em estudos prévios também foram identificadas estruturas multifatoriais, com fatores muito parecidos aos anteriormente descritos (Fletcher et al., 1999; Gangestad & Simpson, 1992; Kenrich et al., 1990; Parmer, 1998; Regan et al., 2000).

Coerente com o previamente indicado, verifica-se que o fator "afetuosa" apresenta o mesmo sentido de dimensões descritas na literatura, como "bondade, carinho", identificadas por Buss e Barnes (1986) e Fletcher et al. (1999). O fator "realizada" é semelhante à dimensão "status social, recursos financeiros" (Buss & Barnes, 1986; Fletcher et al., 1999; Parmer, 1998; Regan et al., 2000). Por fim, o fator atlética apresenta correspondência semântica à dimensão atração física, saúde (Fletcher et al., 1999; Kenrich et al., 1990; Parmer, 1998). Atributos como sociável e tradicional têm sido representados por itens específicos em outros instrumentos (Shackelford et al., 2005); entretanto, enquanto dimensões, talvez denotem aspectos emics da cultura brasileira, especificamente da paraibana, que focaliza em papéis sociais tradicionais e coletivistas (Gouveia, Albuquerque, Clemente, & Espinosa, 2002).

Diante do exposto, percebe-se que ainda existem controvérsias quanto à definição das dimensões que melhor explicam os atributos desejáveis na busca por um (a) parceiro (a) ideal, uma vez que a literatura apresenta atributos variados (Buss & Barnes, 1986; Fletcher et al., 1999; Gangestad & Simpson, 1992; Regan et al., 2000). Contudo, algumas dimensões parecem ter um sentido etic, emergindo com independência de amostra ou cultura considerada, como podem ser afetuosa, atlética e realizada. Porém, esse aspecto precisará ser comprovado, demandando estudos futuros que considerem múltiplas culturas e atributos que retratem definições do eu tanto individualistas, centradas no indivíduo, como coletivistas, focalizadas nas relações interpessoais e em atributos tradicionais (Gouveia et al., 2002).

Considerar dimensões, não apenas itens individuais, parece ser o mais coerente para avaliar os atributos desejáveis de um (a) parceiro (a) ideal. Isso é consistente com os supostos da teoria do erro da medida, que estima a propriedade de um único item ter o potencial de distorcer a medida, não controlando a variância do erro; contrariamente, considerar um fator ou um conjunto de itens pode não eliminá-lo, mas minimizar seus efeitos, considerando que sua distribuição teria comportamento conhecido, de acordo com o Teorema de Bernoulli (Lei dos Grandes Números, Pasquali, 2003). Portanto, o esforço no sentido de avaliar atributos desejáveis do (a) parceiro (a) a partir de dimensões ou fatores parece justificável e compreende uma contribuição do presente artigo.

Apesar das limitações da escala proposta, tendo- -se em conta que se trata de uma primeira versão, além da própria natureza do construto, pode-se considerá-la como satisfatória. Nesse sentido, sugere-se que em estudos posteriores sejam considerados outros atributos desejáveis de um (a) parceiro (a), contemplando novos itens, sobretudo para representar a dimensão tradicional (por exemplo, fiel, respeitadora, cuidadosa, sincera, discreta, paciente, grata). Isso pode ser favorável à precisão (alfa de Cronbach) desse fator. Não obstante, em razão dos resultados anteriormente descritos, que são, no geral, congruentes com a literatura, pensa-se que o presente artigo representa uma contribuição ou propriamente uma aproximação à temática da seleção e escolha por um (a) parceiro (a) ideal. Oferece-se, assim, uma medida que poderá ser empregada em pesquisas futuras em que se objetive, por exemplo, conhecer a relação de atributos desejáveis com diversas variáveis, como traços de personalidade, papéis sexuais, valores e atitudes. Ademais, sugere-se a realização de pesquisas que busquem mensurar os atributos desejáveis do parceiro por meio de medidas implícitas (Gouveia, Athayde, Mendes, & Freire, 2012), a fim de minimizar os efeitos da desejabilidade social.

Finalmente, os resultados aqui encontrados podem contribuir de maneira significativa, tanto para o aumento da construção do conhecimento na área dos relacionamentos amorosos, quanto em termos de aplicabilidade prática. Por exemplo, instrumentos como esse podem ser úteis para aqueles que trabalham com agências de casamento, uma vez que estes profissionais podem se utilizar de uma medida psicométrica adequada para maximizar as chances de escolher um parceiro mais compatível.

 

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Recebido em abril de 2013
Reformulado em agosto de 2013
Aprovado em fevereiro de 2014

 

 

Sobre os autores

Valdiney Veloso Gouveia: é Doutor em Psicologia Social pela Universidade Complutense de Madri. Professor Titular na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Bolsista de Produtividade 1A do CNPq.
Marina Pereira Gonçalves: é Doutora em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (2012). Professora Adjunta I da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).
Ana Isabel Araújo Silva de Brito Gomes: dé Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).es
Leogildo Alves Freires: é Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutorando em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor Assistente I na Universidade Federal de Roraima.
Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho: é Doutor em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor Adjunto II da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).


1Este artigo contou com apoio do CNPq por meio de bolsas de Produtividade em Pesquisa e Doutorado concedidas ao primeiro e segundo autores, respectivamente. Os autores agradecem à instituição.
2Endereço para correspondência: Universidade Federal da Paraíba, CCHLA, Depto. de Psicologia, 58.051-900, João Pessoa-PB. E-mail: vvgouveia@gmail.com