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Revista da SPAGESP
versão impressa ISSN 1677-2970
Rev. SPAGESP vol.14 no.2 Ribeirão Preto 2013
ARTIGOS
Crianças e adolescentes encaminhados para psicoterapia pela escola: Percepções de Genitores e Professores
Children and adolescents sent to psychotherapy by their school: perceptions of parents and teachers
Niños y adolescentes orientados a psicoterapia por la escuela: percepciones de padres y maestros
Fernanda R. de Souza1; Clarisse P. Mosmann2
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo-RS, Brasil
RESUMO
O objetivo deste estudo foi investigar e comparar a percepção de genitores e professores acerca dos problemas emocionais e de comportamento de crianças e adolescentes encaminhados para psicoterapia através de quatro escolas da rede municipal de Sapiranga/RS e comparar a avaliação em relação ao sexo. Realizou-se um estudo quantitativo e comparativo. Participaram da pesquisa 80 mães, 16 pais e 50 professores de 87 crianças/adolescentes de quatro escolas de ensino fundamental. Os genitores e professores responderam a um questionário de dados sociodemográficos. Foi aplicado o Child Behavior Checklist (6/18 anos) nos pais e nas mães, e nos professores o Teacher Rating Form. Os resultados apontaram que os pais e mães não apresentaram diferenças significativas na avaliação dos problemas emocionais e de comportamento dos filhos. Já em relação a genitores e professores existe discordância significativa entre os escores deste estudo. Estima-se que estas diferenças de avaliação decorram dos contextos nos quais os informantes estão inseridos e idiossincrasias das relações que tanto pais quanto professores estabelecem com as crianças e adolescentes.
Palavras-chave: problemas de comportamento, concordância parental, professores
ABSTRACT
The aim of this study was to investigate, compare and contrast the perceptions of parents and teachers about emotional and behavioral issues of children and adolescents sent to psychotherapy by four elementary schools in Sapiranga/RS, and conduct a comparative evaluation concerning gender. A quantitative and comparative study was made. Amongst participants, there were 80 mothers, 16 fathers and 50 teachers of 87 children / adolescents from four different elementary schools. Parents and teachers answered a questionnaire on sociodemographic data. The Child Behavior Checklist (6/18 years) was applied for parents, whereas Teacher Rating Form for teachers. Results show no considerable differences on the assessment of emotional and behavioral issues of children among parents. Nevertheless, tests scores showed a significant disagreement among parents and teachers. It is supposed these evaluation differences arise from contexts which participants are involved and from relational particularities that both parents and teachers establish with children and adolescents.
Keywords: behavior issues, parental agreement, teachers
RESUMEN
El objetivo del estudio ha sido investigar y comparar las percepciones de los padres y maestros sobre los problemas emocionales y conductuales de niños y adolescentes objeto de la psicoterapia a través de cuatro escuelas de la red municipal de Sapiranga/RS, así como comparar su evaluación en relación al sexo. Se realizó un estudio cuantitativo y comparativo. Los participantes fueron 80 madres, 16 padres y 50 maestros de 87 niños / adolescentes de cuatro escuelas de enseñanza básica. Los padres y los profesores respondieron a un cuestionario sobre datos sociodemográficos. Se utilizó la Lista de verificación de la Conducta Infantil (6/18 años) para los padres y madres, y los maestros el Formulario de Evaluación Docente. Los resultados muestran que los padres y madres de este estudio no mostraron diferencias significativas en la evaluación de los problemas emocionales y de comportamiento de los niños, en comparación con los padres y maestros hay desacuerdo significativo entre las puntuaciones del estudio. Se estima que estas diferencias de valoración derivan de los contextos en los que se insertan y la idiosincrasia de las relaciones que los padres y los maestros tienen con los niños y adolescentes.
Palabras-clave: problemas de conducta, concordancia parental, maestros
Os sintomas de problemas emocionais e de comportamento na infância e na adolescência vêm sendo foco de inúmeros estudos na atualidade. Isso se justifica pelos altos índices de prevalência apontados em pesquisas nacionais e internacionais. Segundo os dados de 2003 da Organização Mundial de Saúde, 20% das crianças e adolescentes apresentam algum tipo de sintoma psicopatológico (OMS, 2003). No contexto nacional, dados epidemiológicos apontam prevalência de 22,4% no Estado de São Paulo (Cruvinel & Boruchovitch, 2004) e 12,9% no Rio Grande do Sul (Bandeira, Borsa, & Souza, 2011).
Uma das principais formas de manejo destas condições tem sido o encaminhamento para atendimento psicológico. Em decorrência, a demanda por psicoterapia para crianças e adolescentes vem aumentando significativamente. Dados acerca de encaminhamentos de crianças e adolescentes para serviços de Psicologia indicam uma prevalência de 70% de problemas denominados comportamentais, em idades que variam de cinco a 14 anos (Junqueira, Lima, Nakamura, & Tada, 2008). Cerca de 21,4% da demanda de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil da Grande São Paulo (Delfini, Dombi-Barbosa, Fonseca, Reis, & Tavares, 2009), constitui-se de problemas emocionais e comportamentais. Os dados do estudo de Santos (2006) vão na mesma direção, ao identificar as características e as queixas comportamentais e emocionais da demanda atendida em um Serviço Público de Psicologia Infantil de Ribeirão Preto. Fez parte da pesquisa uma amostra de 129 sujeitos com idades entre dois e 17 anos, tanto do sexo masculino quanto do sexo feminino e de distintos níveis de escolaridade. Os dados foram coletados a partir dos prontuários dos pacientes. O comportamento com maior incidência foi a agressividade, chegando a um total de 32,6% da amostra investigada. Dificuldade de aprendizagem, baixa tolerância à frustração, desinteresse pela escola, irritabilidade, dificuldade nos relacionamentos sociais, desobediência, comportamentos introspectivos e semelhantes à depressão também foram citados como queixas da demanda pelo serviço.
Um estudo realizado por Hoffmann, Mota e Santos (2008) com propósito de caracterizar os usuários e os serviços prestados por Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil, em sete cidades do Brasil, entre elas Contagem, Uberaba, Uberlândia, Cuiabá, Cambé, Londrina e Sorocaba, constatou que cerca de 44,5% da população atendida apresentava transtornos comportamentais e emocionais, e esses sintomas tinham maior incidência em crianças e adolescentes do sexo masculino (49,4%). Os problemas emocionais e comportamentais obtiveram prevalência de 46,9% em crianças com 10 anos de idade; já crianças e adolescentes com idade entre 11 e 14 anos obtiveram um índice de 47,6% da população investigada com esta problemática.
A identificação dos problemas emocionais e comportamentais é de extrema relevância, considerando-se as possíveis consequências no desenvolvimento de crianças e adolescentes, que afetam distintas áreas de sua vida (Arantes, Farias, Silva, & Silvares, 2008; Bolsoni-Silva & Leme, 2010; Grossi, Moura, Sampaio, & Silva, 2010). Problemas de aprendizagem são os mais comumente associados a esses sintomas (D'Abreu & Marturano, 2011) e, na maior parte das vezes, são identificados por professores. Entretanto, sabe-se que estes sintomas se expressam tanto no ambiente familiar quanto no escolar, incumbindo aos pais e aos professores lidar com esta demanda. Independente da especificidade da tarefa de cada um em relação à criança e ao adolescente, a responsabilidade na identificação e no encaminhamento, quando surgem sintomas, cabe tanto à família quanto à escola, porém, devido à complexidade da avaliação desses sintomas, e o envolvimento destes distintos fatores, termina por constituir-se em um desafio a correta avaliação destes quadros.
Muitas vezes os pais não concordam com a percepção dos professores acerca da presença de sintomas, o que prejudica no encaminhamento ao tratamento; ou ainda, quando este ocorre, os pais podem terminar não colaborando com o tratamento psicológico de seus filhos, o que dificulta o processo psicoterapêutico. Por outro lado, pode-se questionar a postura de algumas escolas em manejar estas situações por meio da via única do encaminhamento para psicoterapia.
Todos os sintomas apontados nas demandas caracterizam o que está teoricamente conceituado como problemas emocionais e comportamentais. Esta conceituação compreende dois grupos de sintomas: os externalizantes e os internalizantes. Achenbach (1991) define problemas externalizantes como sendo os comportamentos possíveis de visualizar, por exemplo, agressões físicas ou verbais; já comportamentos internalizantes são aqueles que caracterizam comportamentos introspectivos, como, por exemplo, ansiedade, depressão, isolamento, tristeza e baixa autoestima. A avaliação desses sintomas pode ser realizada por meio de instrumentos que proporcionam uma caracterização e enquadre em categorias diagnósticas. O Child Behavior Checklist, desenvolvido por Achenbach (2001) para o contexto norte-americano, é o instrumento mais utilizado no contexto nacional e internacional (Boomsma, Derks, & Hudziak, 2007; Buysse, Hazelzet, Joosten, Verhulst, Vermunt, & Utens, 2008; Grossi et al., 2010) e classifica a criança e o adolescente em três grandes categorias – clínica, não-clínica e limítrofe – na escala total de problemas e também nas escalas de sintomas internalizantes e externalizantes.
Outro instrumento também utilizado com este propósito é o Questionário de Capacidade e Dificuldades da Criança – SDQ, desenvolvido por Goodman (1997) nos Estados Unidos. Nesta escala, os sintomas classificam as crianças e os adolescentes entre normal, limítrofe e anormal. Este instrumento é mais utilizado no contexto internacional (Bosch et al., 2009; Gilbert, Kovess-Masféty, Pitrou, Shojaei, & Wazana, 2009); entretanto, o número expressivo de estudos nacionais e internacionais que objetivam avaliar os problemas de comportamento, em alguma perspectiva, denota a relevância da problemática. Contudo, devido à complexidade e à dificuldade para avaliar efetivamente o tipo de sintoma apresentado pelas crianças e adolescentes, tanto o CBCL (Achenbach, 1991) quanto o SDQ (Goodman, 1997) apresentam limitações que se refletem em discrepâncias na literatura acerca dos dados sobre a maior incidência em um dos tipos de sintomas e a predominância em um dos sexos e especialmente na concordância da avaliação de pais e professores.
Em relação ao contexto escolar, as principais queixas dos professores referem-se aos problemas de comportamento e à dificuldade na aprendizagem (Graminha & Santos, 2005; Junqueira et al., 2008). Os professores, os quais têm maior contato diário com os alunos, identificam o sintoma e, muitas vezes, providenciam o encaminhamento das crianças para a psicoterapia. Com o objetivo de identificar a queixa escolar na cidade de Porto Velho por meio de prontuários do Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade de Rondônia, em que foram analisados 634 prontuários, constatou-se que 80% das queixas de professores se referem aos problemas de aprendizagem (Junqueira et al., 2008). Os professores percebem que crianças e adolescentes com baixo desempenho escolar apresentam maior índice de problemas externalizantes, como, por exemplo, agitação (Graminha & Santos, 2005).
Um estudo realizado por Franco (2009) objetivou verificar a necessidade de intervenção psicológica em crianças com idade escolar. Para realizá-lo, foi aplicado a professores de 170 crianças o instrumento Teacher's Report Form, uma derivação do CBCL, que permite discriminar tanto comportamentos internalizantes como externalizantes, a partir da percepção dos professores. O estudo demonstrou que, na avaliação dos docentes, 15,26% dos alunos necessitam de acompanhamento psicológico, sendo que alguns já recebem atendimento clínico especializado. Dentro disso, ficaram também evidentes dificuldades de aprendizagem. Os professores participantes percebem problemas na concentração e atenção dos alunos e se preocupam com problemas de aprendizagem, comportamento impulsivo, conduta depressiva, ansiedade e instabilidade emocional das crianças. Os dados do estudo refletem a importância que o professor tem na identificação de sintomas em crianças e adolescentes para auxiliar no manejo das diversas situações existentes no ambiente escolar, podendo contribuir positiva ou negativamente nas dificuldades dos alunos, sejam elas comportamentais ou de aprendizagem.
Neste sentido, cerca de 15,5% da demanda de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil de São Paulo referem-se a problemas escolares e aproximadamente 6,8% dos encaminhamentos recebidos eram solicitações realizadas pelas escolas. A maior incidência de problemas escolares concentra-se em meninos (Delfini et al., 2009). Em outro serviço de atendimento psicológico de uma clínica do município de Guaíba, RS, a demanda de atendimento representa 30,7% de crianças com baixo rendimento escolar e 22,3% correspondem a encaminhamentos com queixa de agressividade (Coelho et al., 2007).
Dados comparativos acerca da percepção dos pais e professores referente aos problemas emocionais e comportamentais de crianças e adolescentes apontam que os pais avaliam maiores índices de problemas de comportamento que os professores, independente da pesquisa ser realizada no contexto nacional ou internacional. Estudo realizado por Cury e Golfeto (2003) no contexto nacional, e por Ende, Ferdinand e Verhulst (2007) no contexto internacional apontam resultados que mostram que os pais percebem maiores índices nos sintomas emocionais, problemas de conduta hiperatividade e habilidades sociais comparando com os professores. Mesmo as pesquisas sendo realizadas em população de culturas diferentes, e tendo uma diferença de quatro anos de um estudo para o outro, não se identificam diferenças nos resultados das amostras investigadas.
Já estudos mais atuais realizados no contexto nacional indicam os professores avaliando maiores índices nas escalas de problemas de comportamento do que os pais. Na pesquisa realizada por Barham e Cia (2009), no estado de São Paulo, os resultados mostram que as professoras avaliaram maiores índices de problemas internalizantes e externalizantes. Especificamente sobre as percepções de mães e professores, no estudo de Bolsoni-Silva, Manfrinato, Marturano e Pereira (2006), as professoras pontuaram médias significativamente maiores nos problemas de comportamento. Questiona-se a origem destas discrepâncias. Uma vez que o instrumento de avaliação (CBCL) é o mesmo, pode-se estimar que as variáveis contextuais em termos da comunidade onde se inserem estas escolas, variáveis sociodemográficas dos pais e dos professores, assim como das crianças, provavelmente, se refletem nestas diferenças de percepções.
Especificamente comparando pai e mãe, pesquisa no contexto nacional aponta que em relação à identificação de comportamentos internalizantes e externalizantes, não houve discordância significativa entre os pais; já na escala total de problemas de comportamento que incluem os problemas sociais, de atenção, de pensamento e os denominados outros problemas, pai e mãe apresentaram baixa concordância, sendo significativa a diferença (Borsa & Nunes, 2008). Já no contexto internacional, dados da pesquisa de Hood, Huges e Schroeder (2010) mostram correlação entre moderada a alta nos escores do CBCL na percepção do pai e da mãe. Os dados apontam a figura paterna percebendo maiores índices nos problemas externalizantes. Os resultados das pesquisas novamente não são congruentes e indicam diferenças nas percepções do pai e da mãe no contexto nacional e internacional, o que pode ser compreendido, pelas diferenças de contexto cultural, mas também pode estar associado ao fato de que devido às especificidades da função paterna e materna, eles terminam, muitas vezes, por vivenciar situações diferentes com a criança e o adolescente, o que pode culminar em percepções distintas.
Neste panorama, identifica-se um maciço encaminhamento para serviços de Psicologia por parte dos professores de crianças e adolescentes, entretanto, nem sempre o profissional que recebe esta criança avalia uma demanda para tratamento psicológico, ou ainda, muitas vezes os pais não concordam com a visão dos professores ou mesmo discordam entre si acerca destas problemáticas. Tudo isto pode se refletir em empecilhos no encaminhamento para o tratamento psicológico dos filhos, dificultando o processo psicoterapêutico.
Assim, o presente estudo justifica-se pela importância de investigar e comparar a percepção de genitores e professores acerca dos problemas emocionais e de comportamento de crianças e adolescentes encaminhados para psicoterapia em quatro escolas da rede municipal de Sapiranga-RS e comparar a avaliação em relação ao sexo.
MÉTODO
Trata-se de um estudo quantitativo com delineamento descritivo e comparativo.
Participantes
A amostra foi composta de 16 pais, 80 mães e 50 professores de 87 alunos matriculados em quatro escolas da rede municipal do município de Sapiranga-RS, que foram encaminhados para psicoterapia. As crianças e adolescentes foram avaliados por pelo menos um dos genitores e um professor, sendo que uma mãe avaliou dois de seus filhos. Dos encaminhamentos avaliados, 62 eram meninos (71,3%) e 25 meninas (28,7%). Os responsáveis pelos alunos que responderam o questionário são todos genitores biológicos. Os alunos foram identificados a partir dos encaminhamentos recebidos pela psicóloga e autora da pesquisa, feitos por pais ou professores ou até mesmo por ambos. Os atendimentos psicológicos são oferecidos na mesma escola que o aluno frequenta, no turno oposto da aula da criança/adolescente. Para que este encaminhamento chegue até o profissional se faz necessário que genitores e professores reúnam-se para preencher uma ficha de encaminhamento, com dados da vida da criança ou adolescente, do seu desenvolvimento e comportamento no ambiente familiar e seu funcionamento na escola, assim, justificando a demanda pelo atendimento. Para realizar a pesquisa foram utilizados todos os encaminhamentos, mesmo aqueles que não justificaram demanda, os genitores foram contatados para participar do estudo.
Foi considerado critério de inclusão, a partir dos encaminhamentos, residir com pelo menos um dos genitores biológicos. A Tabela 1 traz uma breve caracterização das mães, pais e professores que participaram da pesquisa.
Instrumentos
Neste estudo, foram empregados os seguintes instrumentos:
(a) Questionário de dados sociodemográfico para pai, mãe e professores, desenvolvido pelas autoras para o presente estudo contendo perguntas sobre idade; situação conjugal e familiar; escolaridade e características laborais (carga horária, vínculo empregatício, número de locais que trabalha, tempo de serviço).
(b) Child Behavior Checklist (CBCL; Achenbach, 1991). No Brasil, o instrumento foi traduzido, adaptado e validado por Bordin, Mari e Caeiro (1995). Avalia o comportamento de crianças e adolescentes, a partir do preenchimento de um questionário destinado aos pais/mães e cuidadores. É composto de 138 itens, sendo 118 sentenças que referem-se a problemas de comportamento e 20 à competência social com intuito de identificar as características sociais e comportamentais de crianças e adolescentes.
(c) Teacher Rating Form (TRF), este instrumento é uma derivação do CBCL com a finalidade de avaliar as competências sociais e os problemas de comportamento da criança/adolescente, a partir da percepção do professor sobre o aluno, para assim obter uma avaliação mais compreensiva da criança ou do adolescente. Este instrumento foi traduzido e adaptado por Luizzi e De Rose (2003). O Teacher Rating Form (TRF) é dividido em duas partes, sendo a primeira referente a questões de identificação da criança ou adolescente e seu desempenho escolar. Já a segunda parte é composta de 113 itens que avaliam os problemas de comportamento. O questionário lista uma série de comportamentos externalizantes e internalizantes em uma escala Likert de três pontos 0 quando não é verdadeiro, 1, se é às vezes verdadeiro e 2 muitas vezes verdadeiro (Achenbach, 1991).
Procedimentos de Coleta e Análise de Dados
As mães, pais e professores que participaram da pesquisa foram recrutados a partir dos encaminhamentos recebidos nas escolas para psicoterapia. Após autorização da Secretaria Municipal de Educação, as escolas participantes foram contatadas. Assim que as instituições autorizaram a pesquisa, mães e professores foram contatados. O instrumento CBCL e o questionário de dados sociodemográficos foram aplicados individualmente em cada genitor que concordou em participar da pesquisa. A coleta com os genitores foi realizada na escola. Para os professores foi entregue o Termo de Compromisso Livre e Esclarecido, o TRF e o questionário de dados sociodemográficos, os quais preencheram e posteriormente devolveram a pesquisadora.
Os dados foram analisados no programa SPSS, versão 18.0. As variáveis quantitativas foram descritas por média, desvio padrão ou erro padrão. Em caso de assimetria, a mediana e a amplitude interquartílica foram utilizadas. As variáveis categóricas foram descritas por frequências absolutas e relativas. Para comparar médias entre os grupos, o teste t-student para amostras independentes foi aplicado. Os pontos de corte das variáveis independentes foram definidos com o auxílio da mediana. Na comparação dos escores de problemas emocionais e de comportamento das crianças e adolescentes entre pais, mãe e professores, a análise Generalized Estimating Equations (GEE) com ajuste por Bonferroni foi aplicada. Esta é indicada quando se tem amostras pareadas, no presente estudo as amostras foram pareadas pela avaliação de pai, mãe e professor de cada criança, sendo que estas amostras podem ser comparadas mesmo com os tamanhos distintos. O nível de significância adotado foi de 5% (p ≤ 0,05).
Considerações Éticas
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem das autoras (Protocolo 12/067). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS
A Tabela 2 traz uma breve caracterização da criança encaminhada para psicoterapia, apresentando o número total de variáveis estudadas, a média de idade e escolaridade de cada criança. A amostra teve um total de 62 (71,3%) de meninos e 25 (28,7%) de meninas.
No intuito de compreender melhor o número superior expressivo de encaminhamentos dos meninos para psicoterapia comparou-se por sexo as médias em cada uma das dimensões avaliadas por pais e professores. A Tabela 3 mostra diferença significativa apenas em duas dimensões entre meninos e meninas. As meninas apresentaram médias superiores em ansiedade/depressão e os meninos em problemas de atenção.
A Tabela 4 descreve as diferenças de percepções entre pai, mãe e professor nos critérios avaliados pelo CBCL e TRF. Esses critérios são ansiedade/depressão, retraimento/introversão, queixa somática, problemas sociais, problemas de pensamento, problemas de atenção, comportamento de violação de regas, comportamento agressivo, sintomas internalizantes e sintomas externalizantes. Os pais e mães deste estudo não apresentaram diferenças na avaliação dos problemas emocionais e de comportamento dos filhos. Houve diferenças significativas entre pai e mãe e os professores nas escalas de ansiedade/depressão, retraimento/introversão, comportamento agressivo, sintomas internalizantes e escore total nos quais os docentes apresentaram menores pontuações que os pais. Também apresentaram menor pontuação do que as mães nas escalas de problemas sociais, problemas de atenção e sintomas externalizantes. Não houve discordância em relação as queixas somáticas, problemas de pensamento e comportamento de violação de regras.
DISCUSSÃO
Analisando os resultados, percebe-se que a amostra investigada é composta de 62% de meninos, o que corrobora pesquisas nacionais as quais apontam que os meninos compõem significativamente mais a clientela de clínicas-escola do que as meninas. Provavelmente este dado está associado também à maior incidência de problemas de atenção nos meninos de nossa amostra (Massola & Silvares, 2005; Saud & Tonelotto, 2005), o que é igualmente associado aos problemas de aprendizagem. Ainda que os professores não tenham apresentado médias significativamente maiores do que os pais na avaliação dos problemas de atenção, parece que o fato dos meninos apresentarem índices maiores deste sintoma explicam seu maior encaminhamento para psicoterapia por parte dos professores. Os problemas de atenção são facilmente identificados no dia-a-dia escolar e tendem a gerar dificuldades de manejo pelos professores assim como perturbam toda a turma e o processo de ensino-aprendizagem. Segundo Barham e Cia (2009), os professores tendem a ficar mais sensíveis a este tipo de comportamento pelo acúmulo de tempo lidando com crianças que apresentam tais dificuldades, assim como pelo número elevado de crianças por turma, horas de trabalho e tarefas extraclasse.
De uma forma geral, identifica-se que o pai e a mãe das crianças encaminhadas para psicoterapia pela escola, que participaram deste estudo, têm avaliação mais semelhante acerca do comportamento de seus filhos em comparação à percepção de seus professores. Estes dados corroboram investigações anteriores (Ende et al., 2007), entretanto divergem de outras (Cury & Golfeto, 2003), o que reforça a importância do papel desempenhado por outras variáveis nesta avaliação, como o contexto socioeconômico e cultural em que pais, mães e professores estão inseridos, assim como características pessoais dos mesmos e da própria escola. Especificamente, identifica-se que os genitores percebem maior incidência de comportamento de sintomas internalizantes e do escore total dos problemas de comportamento. Além disso, obtiveram maiores médias na avaliação dos sintomas de ansiedade/depressão comparando com os professores.
Os achados trazidos na presente pesquisa corroboram os achados da literatura nacional que também apontam os pais com maior pontuação no escore que mede de ansiedade/depressão (Bandeira, Del Prette, Del Prette, Rocha, & Souza, 2006; Franco, 2009). Os pais também perceberam mais sintomas de retraimento/introversão comparando com os professores. Estes são esperados uma vez que os docentes tendem a focar a avaliação das dificuldades das crianças em sintomas relacionados a problemas de aprendizagem e comportamentos que geram distúrbios a mesma. Estes dados vêm ao encontro das pesquisas que apontam a grande incidência de encaminhamentos de crianças com dificuldades de aprendizagem para as clínicas-escola (Junqueira et al., 2008). Estima-se que os sintomas internalizantes muitas vezes não são percebidos pelos professores já que não geram consequências para o andamento das aulas, e provavelmente não são associados pelos mesmos às dificuldades de aprendizagem dos alunos.
Houve também diferenças estatísticas significativas específicas entre as percepções das mães e dos professores. Os docentes do presente estudo avaliaram as crianças encaminhadas para psicoterapia com menores índices de problemas sociais, de atenção e sintomas externalizantes do que as mães. Já em estudo realizado por Bolsoni-Silva et al. (2006) que buscou comparar os problemas de comportamento e habilidades sociais de crianças com idades entre cinco e sete anos, sendo que as crianças foram divididas em dois grupos, um de problemas de comportamento e o outro consideradas socialmente habilidosas. Os resultados mostram que, no grupo das crianças com problemas de comportamento, mães e professoras divergiram. As professoras pontuaram médias significativamente maiores em 12 dos 23 itens que mensuram problemas de comportamento.
As diferenças nos resultados podem ser justificadas por meio do contexto que cada população está inserida, bem como a cultura e percepção de ambos. Não foram identificadas diferenças significativas nas percepções dos pais e professores quanto a queixas somáticas, problemas de pensamento e de comportamento de violação de regras. Pode-se pensar que exista maior clareza e consequente mais facilidade na avaliação destes sintomas o que culmina em homogeneidade na avaliação de pais e professores. Especialmente no que se refere aos comportamentos de violação de regras, os mesmos costumam ser claramente identificados tanto no contexto familiar quanto escolar. Ainda que mereçam atenção, no caso deste estudo no que concerne o encaminhamento destas crianças e adolescentes para psicoterapia, deve-se ter cuidado para não resumir as dificuldades dos mesmos aos sintomas externalizantes, dando menor atenção aos indicativos internalizantes os quais também se mostram associados a uma série de consequências no desenvolvimento infanto-juvenil (Arantes et al., 2008; Bolsoni-Silva & Leme, 2010; Bolsoni-Silva & Loureiro, 2011; Ende et al., 2007; Grossi et al., 2010).
Neste sentido, é esperado que os pais, pela convivência com os filhos, em um contexto distinto, podem estar mais sensíveis a outro tipo de sintomas apresentados pelas crianças. Entretanto, considerando-se que as crianças cuja avaliação dos pais e professores eram foco neste estudo já haviam sido encaminhadas para psicoterapia pelos professores chama atenção as discrepâncias nas percepções. Estas discrepâncias podem levar a dificuldades no andamento do tratamento psicológico das crianças devido à necessidade de envolvimento e colaboração dos pais no mesmo. O consenso em relação ao sintoma e a consequente demanda poderiam auxiliar no processo psicoterapêutico, enquanto estas discrepâncias demandarão do profissional da Psicologia uma investigação mais detalhada junto aos pais e aos professores no sentido de compreender de maneira mais coesa a que se referem os comportamentos das crianças e adolescentes identificados como problemáticos.
Cabe ressaltar que essas discrepâncias podem ser consequências da forma de avaliação em autorrelato. Identificam-se divergências nos resultados de pesquisas tanto nacionais quanto internacionais que muitas vezes referem-se aos instrumentos utilizados na avaliação. Estima-se que uma avaliação qualitativa, por meio de entrevistas com pais e professores provavelmente poderiam conferir uma avaliação mais precisa das percepções sobre as crianças e adolescentes assim como se poderia identificar o que eles avaliam como problemas emocionais e de comportamento, os quais possuem matizes que vão além do que um único instrumento é capaz de mensurar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como objetivo investigar e comparar as percepções de genitores e professores acerca dos problemas emocionais e de comportamento de crianças e adolescentes encaminhados para psicoterapia pela escola. Considera-se que o mesmo foi atingido, uma vez que por meio dos resultados pode-se ter um mapeamento das avaliações, considerando as concordâncias e discordâncias de pais e professores, o que auxiliará no direcionamento do acompanhamento psicológico destas crianças e adolescentes.
A pesquisa foi realizada em quatro instituições de ensino fundamental da rede municipal de Sapiranga/RS, situadas em diferentes bairros. Cabe ressaltar que cada localidade tem a sua peculiaridade, sejam elas culturais ou socioeconômicas. Podemos considerar que cada professor que participou da pesquisa apresenta situações específicas de contato com os alunos que com certeza contribuíram para os resultados do estudo, como o tempo de convivência heterogêneo de acordo com a série e o conteúdo trabalhado, assim como a quantidade de alunos por turma. É de conhecimento da pesquisadora as dificuldades relacionadas à carga horária de trabalho dos professores, problemas familiares ou socioeconômicos, dificuldade no deslocamento e situação no ambiente escolar da população estudada. Ou seja, podemos considerar diversos fatores que contribuíram para os achados da pesquisa, mesmo não tendo sido o objetivo do estudo. No que se refere aos genitores é necessário destacar que a condição socioeconômica termina por se expressar na percepção do comportamento da criança e do adolescente. Muitos pais apresentavam baixos níveis de escolaridade tendo dificuldades de compreensão das perguntas no momento da aplicação do questionário. Estes foram auxiliados pela pesquisadora, entretanto, pode-se refletir acerca das limitações de compreensão das perguntas.
O tema é relevante para estudos futuros. Pesquisas qualitativas realizadas por meio de entrevistas semiestrutradas proporcionariam maiores informações para análise mais aprofundada da percepção de pais e professores. Reforça-se a importância de utilização de distintos instrumentos de avaliação ao se investigar sintomas psicológicos de crianças e adolescentes. A composição entre métodos quantitativos e qualitativos podem subsidiar avaliações mais completas que auxiliem neste intrincado processo.
REFERÊNCIAS
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Endereço para correspondência
Clarisse P. Mosmann
E-mail: clarissepm@unisinos.br
Recebido: 30/10/2013
1ª reformulação: 25/11/2013
Aceite final: 12/12/2013
1 Fernanda R. de Souza é Mestre em Psicologia Clínica pela UNISINOS.
2 Clarisse P. Mosmann é Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Professora da Graduação e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UNISINOS.