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Revista Brasileira de Orientação Profissional
versão On-line ISSN 1984-7270
Rev. bras. orientac. prof vol.14 no.2 São Paulo dez. 2013
ARTIGO
Opiniões sobre trabalho em jovens de classes populares
Opinions about work of young people from lower social classes
Opiniones acerca del trabajo en jóvenes de clases populares
Gênesis Marimar Rodrigues Sobrosa; Cassiano Camerin; Cláudia Maria Perrone; Ana Cristina Garcia Dias
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS, Brasil
RESUMO
O trabalho é um fenômeno social e configura parte essencial na vida dos seres humanos, uma vez que lhes possibilita status e os liga à sociedade. O objetivo deste estudo foi investigar as opiniões sobre trabalho em jovens pertencentes a classes populares. Foram obtidos dados junto a 200 alunos de escolas públicas do ensino médio da cidade de Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul. Estes responderam a um instrumento que investigou suas opiniões a respeito do mundo profissional. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Posteriormente, foram obtidas frequências de respostas das categorias. Os resultados indicam que os estudantes concebem o trabalho como determinante para seu futuro. O trabalho é percebido, principalmente, como meio através do qual poderão conquistar independência financeira.
Palavras-chave: ensino médio, trabalho, jovens
ABSTRACT
Work is a social phenomenon and an essential part of the life of human beings, since it turns possible to them having status and connection to the society. The purpose of this study was to investigate opinions about work among young people from lower social classes. The data were obtained from 200 students from public high schools in Santa Maria, Rio Grande do Sul. They answered a questionnaire that investigated their opinions about the world of work. The data was submitted to content analysis. Subsequently, response frequencies of categories were obtained. Results indicate that these students conceive work as a determinant aspect of their future. Work is perceived primarily as means to achieve financial independence.
Keywords: high school, work, youth
RESUMEN
El trabajo es un fenómeno social y parte esencial de la vida de los seres humanos, porque les posibilita estatus y los relaciona con la sociedad. El objeto de este estudio fue investigar las opiniones sobre el trabajo de jóvenes pertenecientes a la clase trabajadora. Se obtuvieron datos de 200 alumnos de escuelas públicas de la enseñanza media de la ciudad de Santa Maria, interior de Rio Grande do Sul, que respondieron a un instrumento que investigó sus opiniones con respecto al mundo laboral. Los datos se sometieron a análisis de contenido. Posteriormente se obtuvieron frecuencias de respuestas de las categorías. Los resultados indicaron que los estudiantes comprenden el trabajo como determinante para su futuro. El trabajo es percebido principalmente como el medio con el que podrán conquistar independencia financiera.
Palabras clave: enseñanza media, trabajo, jóvenes
O trabalho é um fenômeno social que assume diversas configurações. Atualmente, ele não é mais visto apenas como fonte de renda ou meio de obtenção de bens materiais e de consumo (Hall, 2006). Na sociedade em que vivemos, o trabalho é uma atividade fundamental na vida das pessoas, pois é através das atividades laborais exercidas que o indivíduo passa efetivamente a ser reconhecido. Daí a importância social do trabalho no sentido da busca pela consideração do outro, uma vez que o sucesso e a satisfação profissional reafirmam o senso de identidade (Magalhães & Gomes, 2005). Nesse sentido, considera-se importante explorar a visão que os jovens apresentam sobre trabalhar e os valores atribuídos por estes ao trabalho.
Pesquisas realizadas com adolescentes provenientes de nível socioeconômico desfavorecido sugerem que estes adolescentes percebem o trabalho como algo benéfico, ou seja, que trabalhando eles irão obter renda própria, possibilitando certa autonomia em relação a seus pais, o que poderá também ter impacto positivo em outras esferas da vida pessoal (Dutra-Thomé, Telmo, & Koller, 2010; Jesús & Ordaz, 2006). De um modo geral, o trabalho é percebido pelos adolescentes como uma atividade essencial e valorosa (Lachtim & Soares, 2011), e que permite a realização pessoal (Soares Fernandes, Gonçalves, & Oliveira, 2012).
Na atualidade, o mundo do trabalho tem se caracterizado pela alta competitividade e complexidade, sofrendo modificações cada vez mais rápidas que influenciam na forma como o jovem percebe e se posiciona frente ao mesmo. Este fenômeno é resultante de determinantes históricos e contingências da evolução tecnológica da sociedade atual. Constata-se que uma série de valores e processos relacionados à atividade laboral, que eram percebidos como mais estáveis e lineares, encontram-se hoje em constante redefinição, gerando uma menor estabilidade nos empregos e nas carreiras (Dutra, 2008).
Nesse sentido, as carreiras tradicionais encontram-se em declínio, sendo substituídas por uma nova forma de carreira, as chamadas carreiras sem fronteiras (Arthur, Inkson, & Pringle, 1999). De um modelo de crescimento vertical, com aumento gradativo de remuneração, autoridade, status e estabilidade, passou-se a um modelo de carreira no qual as pessoas devem ser flexíveis, aprender continuamente e mudar sua identidade funcional com o passar do tempo. Esse modelo, no qual a incerteza é crescente, torna difícil para os indivíduos e para as instituições a realização de planos e previsões (Robbins, 2007). Assim, algumas atividades podem ser realizadas por trabalhadores temporários ou de maneira terceirizada.
Observa-se, portanto, que o contexto laboral está cada vez mais complexo, permeado por mudanças e instabilidade nas profissões (Jenschke, 2003). Desta forma, torna-se relevante buscar compreender como os jovens, especialmente os provenientes de classes populares, entendem o mundo do trabalho, na medida em que esses jovens podem apresentar maiores dificuldades de inserção no mercado do que os provenientes de outras classes com maiores possibilidades (Langer, 2009). Entre as dificuldades enfrentadas por esta população específica pode-se citar o acesso escasso a recursos educacionais e culturais, os quais deveriam complementar a educação escolar. Nesse sentido, inclui-se formação em língua estrangeira, cinema, teatro, cursos de informática e atividades desportivas (Sobrosa, Camerin, Santos, & Dias, 2012).
A partir do exposto, alguns conceitos centrais para o desenvolvimento deste estudo devem ser delimitados. Segundo Brown (1972), o conceito de trabalho tradicional e ortodoxo, que serviu de inspiração para administradores e psicólogos industriais durante muito tempo, baseou-se na crença presente no Velho Testamento. Essa considera o trabalho, especialmente o físico, como uma maldição imposta ao homem como punição pelos seus pecados, sendo que o homem sensato trabalha somente com a finalidade de manter-se vivo e sustentar seus familiares. O trabalho, nessa acepção, relaciona-se a uma atividade física que gera sofrimento e tem como finalidade produzir objetos concretos.
No entanto, o trabalho também pode ser definido como a realização de tarefas que envolvem o dispêndio de esforço mental e físico, que tem por objetivo produzir bens e serviços para a satisfação das necessidades humanas (Giddens, 1997). Esta segunda definição inclui a noção de trabalho intelectual, que cresce em importância à medida que a sociedade evolui. Nesse contexto, a atividade laboral relaciona-se em maior grau a atributos cognitivos, interpessoais, comportamentais e técnicos (Gondim, 2002; Nunes & Noronha, 2009), e vincula-se menos ao esforço físico.
A noção de trabalho inclui também uma dimensão social. A sociedade elevou o trabalho a um fator estruturante, não só da organização econômica, mas também das relações sociais (Brown, 1972). Nesse sentido, o trabalho geralmente determina uma posição social, círculo de amizades e relacionamentos pessoais (Coutinho, Krawulski, & Soares, 2007).
As definições de trabalho devem ser diferenciadas da noção de emprego. Geralmente os autores consideram o emprego como uma forma particular de trabalho (Robbins, 2007; Brown, 1972). O conceito de emprego surgiu no período da Revolução Industrial para tratar de uma relação entre homens que vendem sua força de trabalho por alguma remuneração e outros que compram essa força pagando um salário por ela. É uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo trabalho prestado por aqueles que não detêm esses meios. Desde então, diversas mudanças ocorreram na relação entre empregadores e empregados. De uma relação de maior dependência e estabilidade de vínculo empregatício, no decorrer de muitos anos, chegou-se a um momento que aponta para a modificação desta tendência. O principal causador desta nova realidade é o incremento do número de contratos de vínculo temporário, devido aos constantes momentos de instabilidade econômica (Robbins, 2007).
Além disso, é útil diferenciar os termos trabalho e emprego de outro termo comumente relacionado a ambos que é ocupação. O principal uso desse termo segue o sentido comum de emprego, negócio ou profissão. Porém, ocupação pode se referir a qualquer modo de vida ou ofício de um sujeito e pode incluir a posição de empregado, trabalhador doméstico, trabalhador por conta própria, empregador, trabalhador não remunerado em sua própria unidade domiciliar, entre outros (Woleck, 2002).
A noção de profissão é também fundamental de ser definida. Ela pode ser freqüentemente utilizada como sinônimo de ocupação, trabalho, ofício ou emprego, contudo, ela se refere a uma atividade especializada obtida a partir de uma formação específica (Barbosa, 1999). Está associada à definição de certo status social, identificando certo(s) papel(eis) social(is), inclusive vinculando-se a uma opção de vida, já que "ninguém mais quer ser um trabalhador, todos buscam ser, ao em vez disso, profissionais" (Silva & Soares, 2001, p. 117). Um profissional, geralmente, pertence a um agrupamento (conselho, sindicato), sendo que esse conjunto de indivíduos anseia por autonomia e controle sobre seus próprios processos de trabalho (Barbosa, 1999). Os profissionais buscam garantir um mercado mais amplo para sua categoria. O projeto de lei do ato médico ilustra isto, à medida que uma classe procura ter certo domínio sobre outras, no caso, os profissionais de saúde (Aciole, 2006). Dessa forma, as profissões são uma entre tantas formas de se organizar o trabalho.
Um último conceito que é utilizado nesse contexto é o de carreira. Diferentes conotações são atribuídas a esta palavra, como por exemplo, "estrada para carruagens". Contudo, a partir do século XIX o termo foi empregado no contexto do trabalho, passando a designar um canal para as atividades econômicas de alguém durante a vida inteira (Sennett, 2006). Este termo não se aplica apenas ao trabalho remunerado ou profissional de um indivíduo, nem apenas àquelas pessoas que passam a vida toda em um único emprego; apresenta uma idéia de continuidade, de uma trilha ou caminho por onde as atividades profissionais se sucedem. O termo pode ser utilizado para pessoas que apresentam um emprego formal, atividades autônomas ou até mesmo ao trabalho voluntário (Robbins, 2007).
A carreira também pode ser compreendida como sendo uma sequência de acontecimentos inesperados, ou seja, um caminho, muitas vezes tortuoso, com várias alternativas e repleto de incertezas (Dutra, 2008). Neste ambiente volúvel, o trabalhador necessita de uma preparação muito mais complexa, pois o mercado de trabalho contemporâneo dá preferência para pessoas que, além de especialistas em uma área de atuação, sejam também generalistas, isto é, conheçam o contexto em que atuam e consigam aplicar neste os seus conhecimentos.
Os quatro conceitos abordados podem ser facilmente confundidos. Acredita-se que, na maioria das vezes, os jovens não discriminam devidamente tais conceitos. Pensa-se que dar atenção para estas definições pode auxiliar aos indivíduos em seu planejamento de carreira, à medida que compreender tais conceitos deve facilitar o planejamento para o ingresso no mercado de trabalho. Entende-se que a diferenciação dos termos contribui na elaboração de estratégias de ingresso no mundo profissional, a partir de uma definição de objetivos do indivíduo.
Pode-se sugerir a possibilidade de que tais conceitos sejam menos compreendidos quando se pensa em jovens de classes populares, devido ao presumido menor acesso destes às informações relacionadas ao mundo profissional. É importante também procurar investigar quais os valores e crenças que estes atribuem ao ato de trabalhar, ter uma profissão e estar inserido em um mercado complexo. Acredita-se que essas informações poderão contribuir para um melhor entendimento do contexto de vida de tais jovens, suas principais dificuldades e meios que utilizam para tentar realizar suas pretensões profissionais.
Neste sentido, em um estudo acerca da inserção profissional de jovens pertencentes a camadas sociais desfavorecidas economicamente, foi apontado que os mesmos têm dificuldades para ter acesso a cursos de qualificação profissional, além de perceberem que não recebem da escola um ensino de qualidade (Sobrosa et al., 2012). Assim, levando-se em consideração a complexidade do mercado de trabalho e que o ingresso neste mercado seja mais difícil para estes jovens, o presente estudo teve como objetivo descrever a opinião de estudantes provenientes de classes populares sobre o conceito de trabalho.
Método
Participantes
Participaram do estudo 200 estudantes de ambos os sexos (65% mulheres) que frequentavam o ensino médio (48,5% do terceiro ano, 28% do segundo ano e 23,5% do primeiro ano) em duas escolas públicas estaduais da cidade de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. Essas escolas estavam situadas em bairros de periferia. A idade dos participantes variou entre 14 e 26 anos (M = 16,88; DP = 1,62). A maior parte dos alunos frequentava o turno da manhã (49,5%), sendo que 29% dos jovens estudavam à noite e 21,5% no turno da tarde.
Instrumentos e Procedimentos
Os participantes do estudo responderam a um questionário anônimo, coletivamente, em sala de aula. O instrumento continha questões abertas e fechadas que abordavam dados sócio demográficos, opiniões sobre trabalho, planos para o futuro, projetos de vida e dificuldades referentes à inserção no mercado de trabalho. Neste estudo, foram tratadas as questões que investigavam as opiniões sobre trabalho dos estudantes. Foi solicitado aos participantes que completassem as frases: "trabalhar é", "ter uma profissão é", "eu quero um trabalho", "trabalhando, eu", "sem trabalho eu" e "se eu trocasse de trabalho, eu".
Para a realização do estudo, inicialmente os objetivos e os procedimentos da pesquisa foram apresentados às diretorias das escolas, sendo solicitadas autorização e colaboração das mesmas para a realização da pesquisa em suas instituições. Esse procedimento foi repetido com os professores e alunos, sendo observados os preceitos e procedimentos éticos previstos na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 1997) durante a condução do estudo. A pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição à qual os autores estavam vinculados. Os questionários foram aplicados coletivamente em sala de aula, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Menores de 18 anos levaram o TCLE para seus pais autorizarem sua participação no estudo, e eles próprios também assinaram o TCLE.
Análise dos dados
As informações obtidas nas frases foram submetidas a uma análise de conteúdo temática categorial (Bardin, 2010). Ela pode apresentar tanto um caráter qualitativo quanto quantitativo, constituindo um "esforço de interpretação que oscila entre o rigor da objetividade e a fecundidade da subjetividade" (Castro, Abs, & Sarrieira, 2011, p. 816).
Neste estudo, os procedimentos de análise dos dados iniciaram com a pré-análise, que definiu e organizou os documentos a serem analisados. Nesse momento, as respostas na íntegra de todos participantes foram agrupadas e enumeradas por participante, de acordo com a questão a que se referiam. Então foram realizadas leituras flutuantes dessas respostas, buscando identificar os temas (unidades de sentido) recorrentes presentes nas respostas. A seguir, na fase de análise, as respostas dos participantes foram desmembradas, conforme o número de unidades de sentido que apresentavam. As unidades de sentido, então, foram agrupadas em categorias, que congregavam respostas similares e que apresentavam um tema em comum. Além disso, foram observados os princípios da exaustividade (contempla todo o corpus, sem nenhuma exclusão), da representatividade (a amostra deve representar o universo pretendido), da homogeneidade (os dados devem obedecer às mesmas regras, relacionarem-se ao mesmo tema, serem obtidos por técnicas iguais e colhidos por indivíduos semelhantes) e da pertinência (os documentos precisam se adaptar ao conteúdo e objetivo da pesquisa) na construção das categorias (Bardin, 2010). Nesse momento, foi realizado o levantamento do percentual de unidades de sentido em cada categoria (proporção do número de unidades classificadas em cada categoria em relação ao total de unidades de sentido identificadas em cada questão do estudo). As unidades de sentido e os respectivos percentuais se encontram nas tabelas apresentadas na seção de resultados. Por fim, procedeu-se à discussão e à interpretação dos resultados, momento no qual foi realizada uma integração entre os dados empíricos e a literatura, buscando ampliar a compreensão do fenômeno.
Resultados
A situação atual de trabalho remunerado dos estudantes foi questionada. Os estudantes indicaram as seguintes situações: 36% dos jovens nunca haviam trabalhado; 28% estavam trabalhando no momento da realização da pesquisa; 27% dos participantes responderam que já haviam trabalhado, mas que atualmente não se encontravam com vínculo empregatício, e 25% dos respondentes informaram que estavam procurando um trabalho.
Os setores nos quais os estudantes (que assinalaram a afirmação "estou trabalhando") indicaram estar desenvolvendo suas atividades no mercado de trabalho foram os seguintes: Comércio (n = 15; 26,8%), Área administrativa de organizações (n = 12; 21,4%), Trabalho em indústrias - produção (n = 6; 10,7%), Serviços domésticos (n = 2; 3,6%), Outros setores - serviço militar, construção civil etc (n = 14; 25%). Alguns estudantes marcaram a opção "estou trabalhando", porém não indicaram em que área estavam atuando (n = 7; 12,5%). Os critérios para a categorização das respostas fornecidas pelos participantes foi o tipo de atividade realizada pelos jovens. Destaca-se que dos 56 alunos que referiram estar trabalhando, 66,1% exerciam a atividade sem carteira assinada, enquanto 33,9% indicaram estar atuando no mercado de trabalho com carteira de trabalho assinada.
A seguir serão apresentados os resultados referentes aos dados qualitativos obtidos neste estudo. Para tanto, foi solicitado aos jovens que completassem seis frases.
"Trabalhar é" - Opiniões sobre trabalho
A frase "Trabalhar é" obteve 233 unidades de sentido entre as respostas oferecidas pelos estudantes. Entre os 200 participantes, apenas 27 não completaram a afirmação. As respostas foram agrupadas em 10 subcategorias (ver Tabela 1).
"Ter uma profissão é"
Foi solicitado aos jovens que complementassem a frase: "Ter uma profissão é". Dos 200 participantes, 37 jovens deixaram em branco essa afirmação. As 176 unidades de sentido identificadas foram agrupadas em dez categorias (ver Tabela 2).
"Eu quero um trabalho" - Expectativas relacionadas ao trabalho
Na frase para completar "eu quero um trabalho" foram obtidas 198 unidades de sentido entre as respostas dadas por 162 jovens (38 deixaram essa questão em branco, ver Tabela 3).
"Trabalhando eu..."
Foi solicitado aos estudantes que completassem a questão "trabalhando, eu" buscando também conhecer suas expectativas e representações relacionadas ao trabalho. Foram identificadas 169 unidades de sentido dadas por 160 jovens referentes a essa afirmação (40 participantes não responderam à questão, ver Tabela 4).
"Sem trabalho eu..."
Foi solicitado aos estudantes que completassem a frase "sem trabalho, eu", as respostas dadas a essa afirmação resultaram em 151 unidades de sentido por 149 participantes (51 jovens deixaram a afirmação sem preencher, ver Tabela 5).
"Se eu trocasse de trabalho, eu..."
Foram oferecidas 116 unidades de sentido à frase "se eu trocasse de trabalho, eu..." por 115 participantes (85 jovens deixaram a questão sem completar, ver Tabela 6).
Discussão
O presente estudo aponta, através das opiniões dos jovens de classes populares, que estes buscam, por meio do trabalho, alcançar a realização pessoal e profissional. Para eles, trabalhar representa um caminho para uma vida mais digna e a possibilidade de obter condições de vida melhores. Estes jovens percebem a inserção laboral como uma oportunidade para mudar a sua situação atual de vida, assim como a da família de origem. Entre as questões que compuseram a pesquisa, algumas categorias de respostas foram recorrentes em todas as frases-estímulo. Essas categorias indicam que o trabalho está principalmente associado a mudanças nas condições financeiras e sociais dos participantes. Nas frases-estímulo "trabalhar é", "ter uma profissão é", "trabalhando eu", "eu quero um trabalho", "sem trabalho eu", a categoria que obteve um maior percentual de respostas foi a denominada nesse estudo de independência financeira/sustento. Resultados semelhantes foram encontrados em estudo com jovens trabalhadores de classes populares da cidade de Fortaleza, no estado do Ceará. Neste, os jovens, em sua maioria, consideraram que trabalhar era uma satisfação, uma vez que através desta atividade podiam obter recursos financeiros próprios, que lhe possibilitariam adquirir bens de consumo, que seus pais não podiam prover (Torres, Paula, Ferreira, & Pinheiro, 2010).
Os jovens participantes desta pesquisa perceberam o trabalho de maneira positiva, como se verificou pela classificação de respostas que completavam as afirmativas relacionadas a trabalho e profissão na categoria bom/atribuição favorável. Além disso, foram mencionadas respostas que apontam que o trabalho adquire um sentido vinculado à obtenção de maiores responsabilidades e comprometimento dos jovens. Os dados do estudo sugerem que os jovens possuem uma visão talvez ingênua ou socialmente desejável a respeito do trabalho. Algumas respostas podem ser consideradas como clichês, ou seja, politicamente corretas e esperadas pela sociedade. Nesse sentido, pode-se questionar se os jovens respondem que trabalhar é "bom" porque realmente acreditam nisso ou por ser uma resposta com maior aceitação social. Em uma pesquisa com adolescentes em São Paulo, também verificou-se que as opiniões sobre trabalho durante a adolescência foram consideradas positivas, reproduzindo um discurso moralista no qual o trabalho é responsável por dignificar o homem, mesmo que prejudique os estudos (Oliveira, Fischer, Amaral, Teixeira, & Sá, 2005). Porém, o referido estudo apontou também opiniões opostas, indicando que o trabalho pode acomodar os adolescentes, afastando-os dos estudos (Oliveira et al., 2005). Ainda em relação às definições de trabalho, um estudo realizado com jovens de nível socioeconômico desfavorecido encontrou que estes percebem o trabalho como algo que proporcionará dinheiro e também como sendo uma produção do que é útil (Dutra-Thomé et al., 2010). O trabalho constitui-se como uma via importante para a manutenção de cuidados de diversas áreas da vida ao promover a possibilidade de ganhos financeiros e benefícios (Jesús & Ordaz, 2006).
Outra categoria mencionada como significativa expressão refere-se aos adolescentes entenderem as questões sobre trabalho e profissão como necessárias/fundamentais. Essa noção de que trabalhar é necessário e fundamental está de acordo com outros achados, os quais encontraram entre adolescentes opiniões de que o trabalho é algo valoroso e essencial (Lachtim & Soares, 2011). Acredita-se que trabalhar foi considerado importante na visão dos jovens porque levaria à conquista de objetivos. Além disso, essa dimensão pode estar refletindo a busca por um trabalho ou profissão que construa algo produtivo tanto para o indivíduo como para a sociedade e que ofereça condições de sobrevivência para o jovem e sua família. Também esteve presente a noção de que se deve ter um tipo de trabalho do qual se goste, ou seja, há uma busca por uma atividade laboral que proporcione satisfação e prazer na sua realização. Entretanto, nem sempre isso é possível para os jovens de classes populares. Historicamente, o trabalho sempre esteve presente na vida de crianças e adolescentes das camadas menos favorecidas economicamente (Pereira & Carmo, 1994). Devido às dificuldades financeiras das famílias, os jovens lançam-se cedo no mercado de trabalho, o que ocorre, na maioria das vezes, sem nenhuma qualificação. Assim, submetem-se a exercer atividades mal remuneradas, sem direitos trabalhistas e sem perspectivas de crescimento profissional. Nestes casos, pode ocorrer desmotivação, cansaço e problemas de saúde decorrentes de experiências mal sucedidas de trabalho. Neste sentido, destaca-se que sentir-se bem e gostar da atividade laboral tem impacto significativo no campo da saúde do indivíduo, família e comunidade (Oliveira et al., 2005). De acordo com a Carta de Ottawa, que direciona as bases da promoção da saúde, o trabalho deveria ser fonte de saúde para as pessoas, bem como a organização social do trabalho deveria contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável (Brasil, 2002).
Observou-se, através da análise dos dados obtidos na pesquisa, que os jovens atribuem significados similares com relação aos conceitos de trabalho e profissão, ambos apontando um sentido de conquista de metas. Seis categorias sintetizaram os significados de trabalho e profissão: independência/sustento, bom/atribuição favorável, necessário/fundamental, responsabilidade, fazer o que gosta, descrição de tarefas. Estes achados são semelhantes a estudos que indicam que a atividade laboral foi percebida como um elemento condicionante do futuro dos jovens, na medida em que é um meio para realizar objetivos de vida, estando principalmente relacionada às ideias de independência financeira. Os rendimentos podem possibilitar a desvinculação financeira da família de origem, numa busca de autonomia frente ao mundo adulto (Lachtim & Soares, 2011; Langer, 2009; Sarriera, Berlim, Verdin, & Câmara, 2000). No presente estudo, grande parte dos alunos residia com os pais ou familiares até este momento da vida, em que cursavam o ensino médio. Pode-se pensar que nas classes socioeconômicas desfavorecidas os jovens podem permanecer mais tempo na casa dos pais, mas, na maioria das vezes, estão trabalhando e contribuem para a renda doméstica.
Nesse sentido, a conquista da independência financeira está muito vinculada ao fato de ter ou não um trabalho que os possibilite obtenção da autonomia tão almejada pelos jovens. Assim, a realização profissional atrelada às atividades de trabalho possibilita a superação da situação econômica desfavorável (Carreteiro et al., 2011). Além disso, as atividades laborais têm relação direta com a identidade profissional. Esse aspecto é um dos mais importantes na identidade individual, à medida que esta depende e é alterada pelos relacionamentos sociais (Magalhães & Gomes, 2005). Acredita-se que a identidade profissional dos jovens participantes deste estudo esteja em processo de construção e que estes relacionam fortemente o gostar de fazer alguma coisa com a escolha da profissão.
Observou-se também que, em alguns aspectos, houve uma diferenciação dos termos profissão e trabalho pelos jovens. Por exemplo, as categorias atribuição desfavorável, alcançar objetivos, ascensão e utilidade, apenas foram constituídas na questão trabalhar é. No entanto, outros grupos de respostas como valorização e realização pessoal, projeto de vida, oportunidades, formação/qualificação fizeram-se presentes apenas na pergunta ter uma profissão é. Isto pode indicar que os sujeitos pesquisados atribuem um sentido mais prático quando pensam em termos de trabalho, pois as respostas que se referem ao termo "trabalho" estão mais direcionadas à possibilidade de ascensão, conquista de objetivos e realizar alguma atividade útil. Pode-se mencionar ainda que, para o conceito de trabalho, alguns jovens descrevem o ato de trabalhar como algo desfavorável. No entanto, ao se referirem à profissão, os participantes mencionaram apenas afirmativas associadas com aspectos positivos. Pode-se pensar que essa diferenciação conceitual dos termos trabalho e profissão possa estar vinculada à concepção de trabalho como atividade estritamente ligada à obtenção de remuneração. Pensando-se na questão financeira, em um estudo realizado com jovens carentes, o trabalho aparece como a via principal para que esses indivíduos ascendam no meio social e realizem seus projetos futuros (Rizzo & Chamon, 2010).
É importante assinalar que o mundo do trabalho vem sofrendo diversas transformações, caracterizado, atualmente, pelo desenvolvimento e advento de novas tecnologias de produção e de gestão. Os indivíduos em busca de uma colocação no mercado necessitam de constante reorganização em termos da sua qualificação profissional e pessoal (Burnier, 2006; Lemos, Dubeux, & Pinto, 2009). Os trabalhadores transitam num ambiente caracterizado pelo constante aumento da concorrência, exigindo qualificação permanente, flexibilidade e inovação. Tendo consciência desta realidade, os jovens participantes deste estudo mostraram preocupação em progredir na vida, continuar os estudos após o término do ensino médio, revelando-se preocupados em adquirir qualificação para que sua entrada e permanência no mercado sejam realizadas com maiores chances de sucesso. O trabalho aparece como uma possibilidade de conquistar a tão almejada ascensão social e autonomia financeira.
Considerações Finais
O presente estudo propôs-se conhecer as opiniões que jovens provenientes de classes populares têm sobre o trabalho. Verificou-se uma ênfase nas respostas indicando que o trabalho seria a forma como estes conseguiriam atingir a independência ou autonomia financeira com relação à família, possibilitando o seu sustento pessoal. Assim, em quatro das seis questões abertas apresentadas aos jovens, a categoria denominada independência - sustento apareceu entre os maiores percentuais de respostas.
Atribui-se tais resultados à própria condição socioeconômica da família dos participantes. Nesse sentido, a baixa renda configuraria uma carga de restrições colocada aos jovens. Além disso, o sistema capitalista contribui para os indivíduos desejarem certa autonomia financeira, associada a alusões ao consumo, produzido pelo próprio sistema. Isso pode explicar também a quantidade de respostas que relacionam o trabalho à possibilidade de adquirir bens de consumo, bem como ascensão social. Os estudantes encontram-se inseridos no mercado informal de trabalho, geralmente caracterizado pela baixa remuneração e condições precárias. Percebe-se que, no cenário atual, as políticas públicas para a juventude existentes no Brasil, no que concerne às questões relativas ao trabalho, formação continuada, e inserção e permanência de jovens no mercado, não têm sido suficientes para proporcionar a obtenção de trabalhos satisfatórios, a partir dos quais projetos profissionais mais elaborados possam ser construídos.
Para as questões também foram fornecidas muitas respostas que adjetivaram o trabalho e suas circunstâncias com atribuições boas ou favoráveis. Para as perguntas "trabalhar é" e "ter uma profissão é", os índices foram significativos. Assim, tanto o fato de ter um trabalho, quanto o de ter uma profissão foi considerado "bom". Muitos alunos também querem um trabalho "bom" e, caso mudassem de trabalho, o mesmo também deveria ser assim.
Nesse sentido, duas hipóteses podem ser sugeridas quanto à elevada quantidade de respostas indicando atribuições favoráveis a se ter um trabalho ou profissão. A primeira pode estar relacionada ao fato de que o trabalho seja visto como meio para obtenção de independência e mudança de vida para uma situação de autonomia financeira. A segunda pode atrelar-se a uma estereotipia de respostas, ou seja, seriam afirmativas que poderiam ser consideradas como clichês, esperadas e reforçadas pela sociedade. O que também pode contribuir para se pensar nesta possibilidade é a análise de algumas respostas à questão "sem trabalho, eu". As mesmas fazem referência ao fato de ser "taxado de vagabundo", de se sentir inútil ou incomodado.
Por fim, cabe tecer algumas considerações acerca das limitações deste estudo. Acredita-se que os resultados aqui apresentados sofreriam alguma variação caso a pesquisa fosse realizada apenas com alunos do terceiro ano do ensino médio. Devido a dificuldades em termos de acesso aos participantes, necessitou-se estender a investigação a alunos do primeiro e segundo anos. Caso houvesse tal possibilidade, as opiniões dos participantes poderiam se caracterizar por uma maior clareza nas suas opiniões, uma vez que no terceiro ano os estudantes talvez se mostrassem mais preocupados com a transição ao mercado de trabalho. Assim, esperar-se-ía que as indicações em termos das categorias bom - atribuição favorável, por exemplo, obtivessem menores percentuais de respostas, sendo que estas estariam mais distribuídas em outras categorias ou melhor especificadas em novos agrupamentos. Nesse sentido, uma sugestão que pode ser pensada para pesquisas futuras refere-se à possibilidade de comparar alunos de 3° ano com os de 2° e 1° ano com o intuito de investigar se existem diferenças entre as opiniões destes estudantes. As expectativas são de que existam diferenças entre os estudantes de diferentes anos, pois se supõe que os jovens ao final do ensino médio apresentam reflexões mais profundas e consistentes sobre as questões de trabalho, sua entrada ou permanência nesse mercado. Existem na literatura estudos que comparam estas ideias entre alunos de classes desfavorecidas com populações de outros estratos sociais, ou mesmo comparando estas temáticas entre estudantes de instituições públicas e privadas. Porém, percebe-se a necessidade de mais pesquisas nesta área.
Referências
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Endereço para correspondência:
Gênesis Marimar Rodrigues Sobrosa
Rua José Mário Mônaco, 13/805, 95.700-000
Bento Gonçalves-RS, Brasil
E-mail: genesispsi@yahoo.com.br
Recebido 23/01/2013
1ª Revisão 01/04/2013
2ª Revisão 21/05/2013
Aceite Final 30/07/2013
Sobre os autores
Gênesis Marimar Rodrigues Sobrosa é Psicóloga, mestre em Psicologia pelo programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Cassiano Camerin é Psicólogo, graduado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pós-graduado em Gestão de Pessoas - Centro Universitário Metodista (IPA).
Cláudia Maria Perrone é Psicóloga, doutora em Lingüística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Docente do departamento do curso de Psicologia e do programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Ana Cristina Garcia Dias é Psicóloga, doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do departamento do curso de Psicologia e do programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).