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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo v.1 n.1 São Paulo dez. 2004

 

ARTIGOS

 

Algumas reflexões sobre a negatividade na construção dos laços sociais

 

Some reflections about negativity on bind social's construction

 

Reflexiones sobre lo negativo en la constitución del vínculo social

 

 

Maria Inês Assumpção Fernandes1

Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia. Departamento de Psicologia Social e do Trabalho

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente trabalho coloca em discussão a problemática da construção do vínculo e sua relação com a figura do Negativo, em Psicanálise. Procura discutir tal questão, seja no nível da intersubjetividade nos grupos, seja no nível da construção coletiva.

Palavras-chave: Negativo, Psicanálise, Vínculo.


ABSTRACT

This paper discuss the problem of binding’s construction and the relation to Negativity in Psychoanalysis. This discussion work around intersubjectivity in the groups and collective construction.

Keywords: Negativity, Psychoanalysis, Binding.


RESUMEN

El ensayo discurre sobre la construcción del vínculo y su relación con la figura de lo Negativo en Psicoanálisis. La discusión se centraliza entre la intersubjectividad en los grupos y la construcción colectiva.

Palabras clave: Negativo, Psicoanálisis, Vínculo.


 

 

As questões teóricas que se aproximam da categoria do Negativo podem ser consideradas tributárias da crise da Religião. Ao sentido único e absoluto, a dissolução científica e filosófica do continente teológico lhe opõe sínteses parciais que não se preocupam com o sentido (KRISTEVA, 1989).

Substitui-se o mito do absoluto pelo mito das origens.

A reflexão sobre o Negativo se apresenta na Psicanálise, entre o encantamento do vir a ser (não significável) e o desencanto, isto é, o sofrimento expresso pelo sintoma. Na vertente do sintoma a psicanálise procura, em sua novidade, não se afastar da ciência positivista mas, a ‘negativização’ do sentido aparente para uma verdade concebida como falta, coloca-a numa posição próxima ao “niilismo” da arte e da literatura.

“... a arte da época ultrapassa o niilismo alargando as fronteiras do significável”. “O arcaísmo, o narcísico, a destruição se inscrevem na linguagem e esta se encontra revitalizada por essa invasão. Essa presença do desconhecido permite ao que não foi perfeitamente significado, ou seja, que não teve entrada no campo simbólico, ser o traço de união entre a lei e a psicose” (KRISTEVA, 1989, p.55).

Os impasses criados a partir da prática clínica colocavam a teoria diante de uma nova indagação sobre os efeitos das mudanças ocorridas nos dispositivos de intervenção e as implicações para a construção teórica.

Partindo do ‘resgate’ histórico, especificamente ligado ao final do século XIX, levantamos o cenário do nascimento da Psicanálise em relação ao pensamento racionalista, predominante a partir do século XVII e que se refletia na abordagem teórica e técnica em relação à “loucura”.

Retornando a uma herança trágica, própria do período renascentista, onde a loucura fazia parte do registro da Verdade, a Psicanálise se opunha a uma tradição crítica oriunda do cartesianismo, pela qual a loucura se registrava como erro da razão.

A leitura psiquiátrica, no final do século XIX fundava-se num ‘plano explicativo’ no que se refere às manifestações clínicas, enquanto a Psicanálise mudava o eixo de investigação e buscava, não mais a explicação mas a ‘compreensão’ dos fenômenos, o que solicitava mudança radical na prática clínica. Tomando-se a histeria ,como paradigma desse novo conhecimento que se inventava, atravessamos a discussão que se apóia na construção de um caminho que se definirá como ‘o caminho que parte do olhar para a escuta’.

A mudança de plano da explicação para a compreensão, exigia de fato a formulação de novas proposições. A primeira exigia uma outra relação entre verdade, sujeito e loucura, a qual trazia como decorrência a fala (linguagem) como constitutiva do sujeito e a relação escuta / fala instalando a relevância da intersubjetividade. Uma segunda proposição definia uma nova relação entre sujeito e corpo (sexual) e procurava superar a oposição entre corpo e psiquismo, uma herança cartesiana. Nesta nova proposição define-se o registro do sexual e se cria a ordem das representações (BIRMAN, 1989).

Através da "histeria" a psicanálise procurava romper com a individualidade centrada na consciência e instalava a linguagem como categoria que se localizava no espaço entre a ordem do corpo e a ordem do psiquismo, tendo como conceito-limite a pulsão.

Essas duas proposições evidentemente são inseparáveis e instalam a problemática fundamental, base do solo epistemológico da psicanálise. Assim foi possível “conceber a existência de um psiquismo que não se restringisse ao campo da consciência e que se definisse primordialmente como ordem do inconsciente” (BIRMAN,1989, p.137).

Este cenário se constrói ao mesmo tempo em que surgem manifestações da Arte e da Literatura em relação ao campo do desconhecido, do que não está explicitado e exige ser decifrado ou criado. Entre o deciframento e a criação instala-se, neste campo, a distinção entre a palavra que serve à comunicação, já gasta e arranhada pelos significados que a ela se associaram e a palavra que se inaugura e dá nascimento ao significado imprevisto.

Trata-se do “inacabado e da indecisão” da palavra e de quem a expressa.

A “empreitada poética supõe o recurso a um outro idioma. A língua ordinária é descartada. A poesia comanda uma violação do verbo, capaz de causar a surpresa de algo nunca ouvido, algo capaz, por sua vez, de projetar o objeto nomeado (Crise de Vers) no que Mallarmé chama uma nova atmosfera” (MOTTA, 1995, p.115).

Cenário múltiplo aquele em que a psicanálise se envolvia. Exigência de adesão ao racionalismo ou positivismo e, simultaneamente, de ruptura para a criação da novidade psicanalítica que pretendia seguir a carreira de ciência. O confronto da psicanálise com a ciência não revelou a não ser um de seus aspectos, deixando na sombra o tratamento específico do Negativo. Como registrá-lo no cenário atual?

Apoiando-se nos textos de Freud e suas elaborações sucessivas, Kaës propõe uma concepção politópica do inconsciente.

“O espaço intrapsíquico individual não é mais concebido como o lugar exclusivo do inconsciente. A idéia de uma tópica deslocalizada, intersubjetiva, tinha sido introduzida por Freud a partir do momento onde a questão da transmissão psíquica colocava-se não somente na escala de muitas gerações, mas na sincronia dos sujeitos que formam o casal, a família ou o grupo” (KAËS,1993,p.254).

“Essas duas aberturas exploram o eixo diacrônico da formação do inconsciente. O método grupal e a abordagem grupal do psiquismo exploram, mais precisamente, o eixo sincrônico” (KAËS,1993, p.255).

Kaës propõe uma função co-recalcante do nível do grupo e a produção grupal de um recalque. Acentua as condições intersubjetivas do mesmo. Trabalha igualmente com a hipótese que certas modalidades do recalque estão em operação nas alianças inconscientes: a existência de modalidades do ‘retorno do recalcado’ parecem tributárias da economia, da lógica e da tópica grupais. Em realidade Kaës propõe a construção de uma metapsicologia intersubjetiva cujo objetivo poderia ser a articulação das relações entre o duplo limite constitutivo do espaço psíquico, descrito por A. Green: o limite intrapsíquico entre o Inconsciente e o Pré-Consciente / Consciente e, o limite interpsíquico entre Sujeito (Soi) e o não-Sujeito (non-Soi). O problema é que esses dois limites se cruzam dentro e fora de cada sujeito e que a textura psíquica da intersubjetividade é a condição do sujeito do inconsciente.

Suas pesquisas sobre as Alianças Inconscientes são contemporâneas daquelas que desenvolveu, em 1980, sobre a posição ideológica. Acentuou, naquela época, a ligação que a ideologia mantém com o fantasma da imortalidade: “a ideologia... desenvolve um discurso suficientemente universal para que ele resista à representação das diferenças...” (KAËS,1993, p.266).

As Alianças Inconscientes, tópicas do inconsciente, reúnem sob essa denominação os acordos inconscientes estabelecidos entre vários sujeitos. Os pactos narcísicos, os pactos denegativos, as alianças denegadoras, a comunidade de negação, o contrato narcísico (Piera Aulagnier), são manifestações dessas alianças. Elas têm uma tópica e se situam nos pontos de amarração de relações recalcadas que mantêm os sujeitos singulares e os conjuntos.

“Elas se formam nessa conjunção que não é aquela do coletivo, mas da intersubjetividade. As alianças inconscientes são formações de uma aparelhagem psíquica dos sujeitos de um conjunto intersubjetivo: casal, grupo, família, instituição. Elas determinam as modalidades de ligação (vínculo) entre os sujeitos e o espaço psíquico do conjunto através deles” (KAËS,1993, p.278).

Aliança Inconsciente é pensada como uma formação psíquica intersubjetiva construída pelos sujeitos de um vínculo para reforçar, em cada um deles, certos processos, certas funções, ou certas estruturas das quais eles tiram um benefício tal que a ligação que os mantêm junto, toma para sua vida psíquica um valor decisivo. O conjunto assim ligado não tem sua realidade psíquica a não ser pelas alianças, contratos e pactos que os sujeitos estabelecem e que seu lugar no conjunto os obriga a manter. Elas estão a serviço de uma função recalcante, e, além disso, de um sobre-recalque, como se fosse um redobramento do recalque, na medida em que elas se manifestam não somente sobre os conteúdos inconscientes, mas sobre a própria aliança.

Se a própria aliança é recalcada ela pode servir e dar sustento a processos coletivos, apoiada nos processos intersubjetivos.

Bem, neste momento é possível pensar sobre a categoria do intermediário e as alianças inconscientes. As formações intermediárias e as funções que são a elas associadas não podem ser tratadas a não ser numa perspectiva de uma dupla metapsicologia, a do sujeito singular e a da intersubjetividade.

A reflexão sobre essas questões conduz a pensar que as alianças inconscientes cumprem a função de intermediação. Como a própria aliança é recalcada ela pode servir e dar sustento a processos coletivos, de natureza violenta, pois é encobridora, apoiada nos processos intersubjetivos.

Pode-se entender, portanto, a identidade e a vinculação apoiadas sobre um fundo coletivo. O acordo coletivo e inconsciente afiança o grupo e, para tanto, mantém para fora, no desconhecimento, através da função do recalque, aquilo que colocaria em ameaça as condições sociais e psíquicas da vinculação.

Múltiplas são as possibilidades de acordos e pactos. Deles decorrem os efeitos do encobrimento e os conteúdos encobertos. Para que a aliança se constitua não há somente a exigência da identificação com um objeto comum; espera-se também que não se dê atenção a certas coisas. Do ponto de vista psíquico, os mecanismos utilizados para mergulhar os indivíduos nos equívocos do desconhecimento são reconhecidos: a identificação que permite a cada pessoa sentir-se membro de um grupo e por isso se assegurar; o recalcamento que produz a retirada de representações que possam gerar rupturas; a repressão, forma mais dura, para a retirada de circulação do indesejado; a negação, elemento essencial de toda regulação social e fundador da realidade humana e social (ENRIQUEZ, 1997, p.69).

No que se refere às alianças inconscientes, contratos narcísicos e pactos narcísicos, pactos denegativos, deve-se considerar : a noção de contrato narcísico (P. Aulagnier) surge para sublinhar que o sujeito vem ao mundo da sociedade e da sucessão de gerações sendo portador de uma missão: ter que assegurar a continuidade da geração e do conjunto social. O pacto, como o entende Kaës, é o resultado de uma paz imposta, diferentemente do contrato.

O pacto denegativo aparece como a contraface e o complemento do contrato narcísico. Ele apresenta duas polaridades: uma é organizadora do vínculo e do conjunto transubjetivo, a outra é defensiva. De fato, cada conjunto particular organiza-se positivamente sobre investimentos mútuos, sobre identificações comuns, sobre uma comunidade de ideais e crenças, sobre um contrato narcísico, sobre modalidades toleráveis de realizações de desejos; “cada conjunto organiza-se também negativamente sobre uma comunidade de renúncias e de sacrifícios, sobre extinções, rejeições e recalques, sobre um ‘deixar de lado’ e sobre restos” (KAËS, 1993, p.274). Entendido desta forma é necessário pensar sobre a função do conhecimento nos grupos. Considerando que a função de desconhecimento faz parte da constituição e consolidação dos grupos e está na base da construção do vínculo, perguntamo-nos como o conhecimento pode surgir e se afirmar retirando do lugar o que está estabelecido, instituindo novos lugares e novos objetos como produto do desarranjo alcançado pela força da entrada de representações até então “indesejadas”? Como se dão as transformações? De onde surge a energia psíquica para as mudanças? Como “nascem” as crises e rupturas, brecha para a revelação e o conhecimento?

Tais perguntas remetem à relação entre a realidade psíquica e a histórica, ferramenta útil, neste ponto, para colocar em discussão a relação em momentos históricos considerados catastróficos ou / e de Violência de Estado.

Cabe pensar a transformação do conceito de realidade psíquica quando o pensamos nos conjuntos intersubjetivos.

Sabemos que a questão é complexa. Se discutirmos o problema psicanalítico do conhecimento da realidade através do caminho realizado pela filosofia moderna acerca do conhecimento do mundo exterior, verificamos que subjetivo e objetivo ganham diversos sentidos.

Realidade psíquica tal como apresentada por Laplanche/Pontalis (1970) é a expressão muitas vezes utilizada por Freud para designar aquilo que na psique do indivíduo apresenta uma coerência e uma resistência comparáveis às da realidade material - trata-se do desejo inconsciente e dos fantasmas conexos.

Repensar estas questões é fundamental para se retomar os dois objetivos da Psicologia Social de Freud: o conhecimento da realidade psíquica no nível do sujeito em sua singularidade e da realidade psíquica no nível do grupo.

Podemos perceber que a reflexão sobre a Realidade Psíquica é objeto decisivo para o debate sobre Grupos e Coletividade pois, reside aí a possibilidade da identificação de “condições essenciais” para a manifestação de “regiões” do Inconsciente.

A ligação e o agenciamento das formações e dos processos psíquicos entre os sujeitos se efetuam necessariamente para que sejam mantidos ou transformados os elos (ligações / vínculos) intersubjetivos no grupo, como conjunto.

Esse trabalho psíquico de ligação e dissociação, esse processo de transformação, é alcançado através da construção comum de um aparelho psíquico de agrupamento. “As formações da grupalidade psíquica funcionam como organizadores deste aparelho”.

O Aparelho Psíquico Grupal implica em que certas funções psíquicas sejam inibidas ou reduzidas e que outras, ao contrário, sejam eletivamente mobilizadas, manifestas e transformadas; a aparelhagem se efetua segundo as modalidades onde prevaleçam entre cada sujeito e o conjunto, sejam relações isomórficas (imaginárias, metonímicas) sejam relações homomórficas (simbólicas, metafóricas).

Tais questões conduzem à sustentação de uma hipótese “segundo a qual a realidade psíquica inconsciente é, por uma parte (mas qual?) trans-individual e essa hipótese procura dar conta de certas condições intersubjetivas das formações do inconsciente do sujeito considerado na sua singularidade” (KAËS, 1994, p.105).

Assim prossegue-se, pensando o grupo como lugar de uma realidade psíquica própria e, ‘talvez’, o aparelho de formação de uma parte da realidade dos seus sujeitos. Lembremos que, para Freud, a consistência própria da realidade psíquica é a das formações, processos e instâncias geradas pelo inconsciente. Pensar a Realidade Psíquica nos Grupos e Coletivos implica em questionar os limites da Realidade Psíquica: ela não coincide mais, por princípio, com o espaço individual e seu apoio corporal.

Aceitando esse caminho pode-se admitir que a Realidade Psíquica consiste, de um lado, nos efeitos dos desejos inconscientes dos membros do grupo e, que ela conserva para a estrutura, conteúdos e funcionamentos próprios a cada um dos sujeitos. Devemos, contudo, estar atentos à maneira como ela se manifesta, aos conteúdos eletivamente mobilizados, às transformações que ela exige e aos efeitos que ela produz ao se ligar a formações idênticas, homólogas ou antagonistas, nos outros sujeitos no grupo.

O problema fundamental é evidentemente o do “Inconsciente no Grupo”.

As hipóteses designam uma região da Realidade Psíquica que não adquire seu valor e sua consistência a não ser pelo fato de estar ligada ao agrupamento dos sujeitos que a constituem: ela subsiste fora de sua singularidade e relança o debate sobre a articulação do intrapsíquico e do grupal.

“A Realidade Psíquica do nível do grupo se apóia e se modela sobre as estruturas da Realidade Psíquica Individual notadamente sobre as formações da grupalidade intrapsíquica; estas são transformadas e reorganizadas segundo a lógica do conjunto” (KAËS, 1993).

O grupo, portanto, impõe uma exigência de trabalho psíquico, comandado pela sua organização, sua manutenção, e sua lógica própria.

Pode, o grupo, dessa forma, ser pensado como aparelho dessa transformação da matéria psíquica e lugar de sua transmissão?

Devemos inclusive distinguir a Realidade Psíquica, do nível do grupo, da Realidade Psíquica Intrapessoal no espaço grupal.

Assim admitir que a Realidade Psíquica não se “reduz à somatória da Realidade Psíquica de cada membro do grupo, faz também admitir que os investimentos e as representações de cada um se ligam e se metabolizam em formações e em processos psíquicos originais”.

“Uma questão daí decorrente é precisar qual situação psicanalítica constituiria as condições adequadas para manifestar os efeitos das Realidades Psíquicas e as posições subjetivas que delas decorrem ou que as co-determinam”. Ou seja, precisar a articulação entre o nível da Realidade Psíquica sob o efeito do grupo e o nível da Realidade Intrapessoal (incluindo a trans-individual) nos sujeitos do grupo, reunidos em situação de grupo.

Outra questão decorrente dessas colocações é a distinção entre os níveis lógicos da Realidade Psíquica e suas interferências na heterogeneidade do fenômeno grupal.

A hipótese do Inconsciente, nesta construção, exige novas considerações. De uma tópica individual em direção a uma tópica trans-individual e intersubjetiva.

Implica em sustentar que o inconsciente

“não coincide estritamente nos seus processos de formação, nos seus conteúdos e nas suas manifestações, com os limites e a lógica interna do aparelho psíquico do sujeito considerado isoladamente”. Implica, também, em recuperar o valor epistemológico do conceito de apoio, nas suas três dimensões – suporte, modelo e ‘retomada derivante’ (KAËS,1993, p. 98).

A Negatividade na construção do laço supõe, assim, a exigência de um duplo recalque, de um duplo encobrimento, necessário, contudo, à sua manutenção. Tempo e Espaço devem ser repensados. A função da negatividade assim o determina.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIRMAN, J. Freud. Cinqüenta Anos Depois. Rio de Janeiro: Dumará. 1987, p.137.        [ Links ]

ENRIQUEZ, E. Da Horda ao Estado,1997, p.79.        [ Links ]

KAËS, R. Le Groupe et le Sujet du Groupe. Paris: Dunod,1993, p.253-278.        [ Links ]

KAËS, R. Paroles et Liens. Paris: Dunod,1994, p.105.        [ Links ]

KRISTEVA, J. Le Négatif. Figures et Modalités. Paris: Dunod,1989, p.55.        [ Links ]

MOTTA, L., Catedral em Obras: São Paulo,1995, p.115.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Maria Inês Assumpção Fernandes
E-mail: marines@usp.br

 

 

1 Docente do Instituto de Psicologia da USP desde 1977; Livre Docente do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho; Pesquisador credenciado pelo CNPQ.

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