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Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

versão impressa ISSN 1808-5687

Rev. bras.ter. cogn. vol.8 no.1 Rio de Janeiro jun. 2012

 

RELATOS DE PESQUISAS RESEARCH REPORTS

 

Esquemas iniciais desadaptativos na violência conjugal

 

Early maladaptive schemas in marital violence

 

 

Kelly PaimI; Marcela MadalenaII; Denise FalckeIII

IMestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade do Vale do Rio do Sinos (Psicóloga da Clínica WP/Porto Alegre) Porto Alegre - SP - Brasil
IIAcadêmica (Bolsista de Iniciação Científica Fapergs/CNPq)
IIIDoutorado (Professora e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS)

Correspondência

 

 


RESUMO

O presente estudo propõe uma compreensão sobre a violência conjugal e seu ciclo de perpetuação, utilizando a perspectiva da Teoria dos Esquemas de Jeffrey Young. Foi investigada a correlação entre a violência conjugal e os Esquemas Iniciais Desadaptativos, assim como a correlação entre os esquemas e as habilidades de negociação. Para este fim, foi utilizado um delineamento correlacional. A amostra foi constituída por 163 sujeitos de ambos os sexos, casados ou com união estável. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: Inventário dos Esquemas de Jeffrey Young (YQS-S3) e Revised Conflict Tactics Scale (CTS2). Os dados foram analisados através de análise de correlação de Pearson. Verificou-se uma relação positiva e significativa (p < 0,05) entre violência conjugal e os esquemas de desconfiança/abuso, isolamento social/alienação, defectividade/vergonha, dependência/incompetência, emaranhamento, auto-sacrifício, padrões inflexíveis, grandiosidade/arrogo, autocontrole/autodisciplina insuficientes e postura punitiva. Considerando as habilidades de negociação, identificou-se correlação negativa com os esquemas de privação emocional, defectividade/vergonha, fracasso, emaranhamento, subjugação, autocontrole/autodisciplina insuficientes, autosacrifício e dependência/incompetência. Os resultados remetem a existência de um padrão de esquemas de personalidade entre os indivíduos que experienciam violência na relação conjugal, assim como a associação desses com as habilidades de negociação.

Palavras-chave: casal; esquemas iniciais desadaptativos; violência conjugal.


ABSTRACT

This study proposes an understanding of marital violence and its perpetuati on cycle, using the perspective of the Theory of Schemes from Jeffrey Young. It was investigated the correlation between marital violence and the Early Maladaptive Schemas as well as the correlation between the schemes and negotiation skills. With this aim it was used a correlational design. The sample consisted of 163 participants, married or in a stable relationship. The instruments used for data collection were: Inventory of Schemes of Jeffrey Young (YQS-S3) and Revised Conflict Tactics Scale (CTS2). The data were analyzed using Pearson correlation analysis. There was a positive and significant relationship (p < 0.05) between marital violence and schemes of mistrust/abuse, social isolation/alienation, defectiveness/shame, dependence/incompetence, entanglement, self-sacrifice, inflexible standards, grandiosity/arrogate, insufficient self-control/self-discipline and punitive posture. Considering the skills of negotiation, it was found a negative correlation with the schemes of emotional deprivation, defectiveness/shame, failure, entanglement, subjugation, insufficient self-control/self-discipline, self-sacrifice and dependence/incompetence. The results point to the existence of a pattern of personality schemes among individuals who experience violence in the marital relationship, as well as their association with negotiation skills.

Keywords: couple; early maladaptive schemas; marital violence.


 

 

ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS NA VIOLÊNCIA CONJUGAL

A violência conjugal é motivo de grande preocupação para a psicologia e para a saúde pública em geral, devido aos altos índices de prevalência do fenômeno. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005), uma em cada três mulheres no Brasil afirma já ter sofrido algum tipo de violência cometida pelo parceiro. Na mesma direção, Schraiber e colaboradores (2002), em um estudo multicêntrico sobre violência doméstica, constataram que 41,8% das mulheres de São Paulo e 48,9% das mulheres de Pernambuco relataram ter sofrido, ao menos uma vez na vida, violência psicológica por parte de seus companheiros; 27,2 e 33,7%, respectivamente, relataram ter sofrido violência física; e 10,1 e 14,3% relataram violência sexual, havendo uma significativa sobreposição dos tipos de violência.

De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2008), as mulheres são as principais vítimas de violência doméstica. Interpretando essa questão, Caldwell, Swan e Woodbrown (2012) afirmam que aspectos culturais, necessidade de poder e ter mais força do que as mulheres faz com que os homens ocupem o papel de agressor. Entretanto, contrariando a ideia de que o homem é sempre o agressor, Carmo, Grams e Magalhães (2011) verificaram que os casos de violência conjugal contra homens representam 11,5% do total dos casos observados nos serviços médico-legais de Porto, em Portugal. Esse índice pode ser ainda maior, considerando que os homens tendem a não relatar e a esconder esse tipo de vitimização. Na mesma direção, Santos e Costa (2004) consideram que a violência conjugal vai além de uma questão de gênero. Para os autores, pertencer a uma família violenta, bem como o estresse e a ausência de carinho na família são fatores determinantes para a perpetuação da violência.

As pesquisas apontam que violência conjugal na família é fator de risco para problemas de saúde mental não somente nos cônjuges, mas também nos filhos (Anderson & Bang, 2012; Sá, Bordin, Martin, & Paula, 2010). Segundo Falcke e Féres-Carneiro (2011), os filhos de casais violentos constroem uma visão errônea de que a violência é intrínseca aos relacionamentos e acabam reproduzindo esse padrão nas suas relações futuras. Sendo assim, sofrer ou testemunhar a violência em casa são os maiores precursores da agressão conjugal na vida adulta.

Essa repetição dos padrões violentos entre as gerações é observada por muitos estudos e fomenta possíveis explicações. Para Caballo (2007), as crianças que crescem em um ambiente violento podem apresentar diferentes quadros psicopatológicos, entre eles, transtornos da personalidade. A importância das experiências primárias na família de origem na estruturação de esquemas da personalidade também é ressaltada por Young (2003) ao considerar que elas regem as interpretações, emoções e reações adultas. Avançando no modelo de esquemas da terapia cognitivo-comportamental, de Aaron Beck, Young (2003) propõe a existência de esquemas iniciais desadaptativos (EIDs), como estruturas responsáveis por processos de funcionamento da personalidade que determinam a forma de interação do indivíduo. Segundo o autor, falhas no processamento da informação, emoções intensas e comportamentos prejudiciais são adotados a partir da ativação desses esquemas.

Os EIDs são estruturas interpretativas extremamente estáveis, duradouras e rígidas que geram sofrimento e comportamentos disfuncionais em um grau significativo (Cecero & Young, 2001). As principais características dos EIDs (Young, Klosko, & Weishaar, 2008) são:

1. Constituem-se em crenças incondicionais sobre si mesmo em relação ao ambiente;

2. São resistentes à mudança, pois são autoperpetuadores;

3. Levam, direta ou indiretamente, a um sofrimento psicológico;

4. Quando são ativados por acontecimentos ambientais geram intensas respostas emocionais/afetivas;

5. Geralmente não resultam de acontecimentos traumáticos isolados, pois a maioria dos esquemas é causada por padrões continuados de experiências nocivas com membros da família e outras pessoas.

Young (2003) identificou 18 EIDs que são agrupados em cinco amplos domínios de esquemas, correspondendo às cinco necessidades emocionais desenvolvimentais da criança. Assim, cada necessidade emocional não satisfeita dá origem a um determinado domínio esquemático.

O primeiro domínio é chamado de Desconexão e Rejeição e está ligado à falta de ambiente seguro e estável, com vivências primitivas de experiências sociais negativas como abuso, frieza, rejeição ou isolamento social. São cinco os esquemas que estão vinculados a esse domínio:

1. Privação emocional: Entende que o outro não satisfará adequadamente seu desejo de apoio emocional;

2. Abandono: Enxerga as relações como instáveis e indignas de confiança. Sensação de que as pessoas importantes lhe abandonarão;

3. Desconfiança/abuso: Percebe as relações como perigosas. Sensação de que sempre será enganado, traído ou machucado pelo outro;

4. Isolamento social: Considera-se diferente das outras pessoas. Não consegue ter a sensação de pertencimento a um grupo ou comunidade;

5. Defectividade/vergonha: Sentimento de que é defeituoso, indesejado, inferior e, por isso, não merecedor do amor e da valorização dos outros. Hipersensibilidade à crítica, insegurança, vergonha e postura autoacusatória são características de pessoas com esse esquema (Young, 2003).

De acordo com Young (2003), o segundo domínio, Autonomia e Desempenho Prejudicados, está relacionado a experiências primitivas de superproteção e falta de um ambiente encorajador da autonomia. Os esquemas desse domínio são:

1. Fracasso: Pessoas com esse esquema acreditam que fracassaram e fracassarão inevitavelmente, percebem-se inferiores e menos aptas a conquistas do que as demais;

2. Dependência/incompetência: Enxergam-se incapazes de executar as responsabilidades de forma competente sem a ajuda dos outros;

3. Vulnerabilidade ao dano ou à doença: Esperam que uma catástrofe ocorra a qualquer momento. Medo constante em relação à saúde física e emocional, bem como a catástrofes externas;

4. Emaranhamento: Dificuldade de individuação e separação de pessoas importantes. Extrema intimidade, envolvimento emocional exagerado e falta de privacidade são características das relações. Sem uma identidade individual suficiente, essas pessoas vivem sentimentos de vazio, fracasso e falta de direção.

Já o terceiro domínio, Limites Prejudicados, está ligado a um ambiente exageradamente permissivo, tolerante ou indulgente. Evidencia prejuízos com relação a respeitar os direitos dos outros, a cooperar e a se comprometer com metas ou desafios. São pessoas com crenças de superioridade em relação às demais e às regras sociais, incapazes de controlar seus impulsos. Os esquemas associados a esse domínio são:

1. Grandiosidade/arrogo: Enxerga-se como superior aos outros e às regras sociais, buscando constantemente poder e controle. Às vezes pode ser uma estratégia hipercompensatória de privação emocional;

2. Autocontrole/autodisciplina insuficientes: Pessoas com esse esquema apresentam pouco autocontrole e baixa tolerância à frustração. Evitam possíveis desconfortos, como dor, conflito, confrontação e responsabilidade (Young, 2003).

O domínio Orientação para o Outro refere-se a um ambiente de aceitação condicional. Trata-se de um funcionamento que, quando presente na personalidade, ocasiona um foco excessivo para os desejos e sentimentos dos outros, em função da constante busca de obtenção de amor. Muitas vezes, a pessoa suplanta suas próprias necessidades com o intuito de obter aprovação, podendo suprimir sua consciência, seus sentimentos e suas inclinações naturais. Os esquemas agrupados nesse domínio são:

1. Subjugação: Enxerga seus desejos, opiniões e sentimentos como pouco importantes para os outros. Há uma submissão excessiva ao controle dos demais, pois precisa evitar a raiva, a retaliação e o abandono;

2. Autossacrifício: Pessoas com esse esquema bus-cam suprir as necessidades das outras pessoas à custa de suas próprias necessidades. Muitas vezes, há ressentimento nas relações, pois sentem que suas necessidades não estão sendo satisfeitas;

3. Busca de aprovação/busca de reconhecimento: Busca constante de aprovação, reconhecimento ou atenção das outras pessoas. A autoestima está condicionada à aceitação social. Ênfase exagerada em status, aparência e dinheiro como forma de obter aprovação (Young, 2003).

O último domínio, denominado Supervigilância e Inibição, é caracterizado pela dificuldade em expressar-se, relaxar e estabelecer relacionamentos íntimos em razão da ênfase excessiva na supressão dos sentimentos, dos impulsos e das escolhas pessoais espontâneas. Regras e expectativas rígidas internalizadas sobre desempenho e comportamento ético geralmente integram esse padrão de funcionamento. Os esquemas que integram esse contexto são:

1. Inibição emocional: Autocontrole excessivo, inibição de sentimentos, bem como ações e comunicação sem espontaneidade, em geral para evitar desaprovação alheia, constrangimento ou perda do controle dos próprios impulsos;

2. Padrões inflexíveis: são manifestados como perfeccionismo, regras rígidas e intensa preocupação com eficiência. Pessoas com esse esquema têm dificuldade para relaxar e sentir prazer. Além disso, apresentam problemas nos relacionamentos por conta de uma postura crítica exagerada sobre si mesmas e sobre os demais;

3. Negativismo/pessimismo: Atenção exagerada aos aspectos negativos das situações gera para essas pessoas preocupações constantes, vigilância exagerada, queixas e indecisão crônica;

4. Postura punitiva: Intolerância ao erro e à imperfeição humana, gerando dificuldade de empatizar com sentimentos. Crença de que as pessoas precisam ser punidas quando cometem erros (Young, 2003).

Os EIDs são ativados diante de determinadas situações, e os aspectos do relacionamento conjugal podem ser ativadores desses esquemas. Quando duas pessoas se unem para formar um casal, cada uma leva para o casamento um conjunto de crenças constituídas ao longo de suas vivências com a família de origem. Além disso, a escolha do parceiro e o tipo de relação que se estabelece com este podem servir como revivência de um padrão já conhecido (Scribel, Sana, & Benedetto, 2007). Dessa forma, compreende-se a existência de uma interação esquemática nos relacionamentos, que pode aparecer como um padrão repetitivo, autoperpetuado e destrutivo, envolvendo ciclos complexos de respostas cognitivas, comportamentais, emocionais e biológicas (Yoosefi, Etemadi, Bahrami, Fatehizade, & Ahmadi, 2010), e essas interações negativas entre o casal contribuem para um relacionamento mal-adaptativo (Scribel, Sana, & Benedetto, 2007).

As associações entre os EIDs e a violência conjugal têm sido estudadas por alguns autores. Crawford e Wright (2007) investigaram as associações entre a história de abuso psicológico na infância, os EIDs e a violência conjugal em 301 universitários. A história de abuso psicológico sofrido na infância apareceu como preditora de experiência de violência conjugal na vida adulta. Os esquemas de desconfiança/abuso, autossacrifício e inibição emocional mediaram a relação entre experiência de maus- tratos na infância e vitimização pelo companheiro nas relações amorosas. No mesmo sentido, Calvete, Estévez e Corral (2007) investigaram os esquemas iniciais desadaptativos em mulheres vítimas de violência, e os resultados obtidos indicaram que os esquemas do domínio de desconexão e rejeição foram os que mais explicaram as associações entre violência e depressão. Dessa forma, a relação entre o esquema de desconfiança/abuso e violência conjugal foi comum aos dois estudos.

Os pesquisadores Crawford e Wright (2007) também obtiveram resultados que indicaram que os esquemas de desconfiança/abuso, grandiosidade, inibição emocional e autocontrole insuficiente mediaram parcialmente a relação entre maus-tratos psicológicos e perpetração da violência no parceiro. Na mesma direção, Tremblay e Dozois (2009) encontraram esses mesmos esquemas de desconfiança/abuso, grandiosidade e autocontrole insuficiente relacionados à agressividade em adolescentes universitários.

As pessoas tendem a escolher seus parceiros amorosos a partir dos seus próprios EIDs, ou seja, existe uma química do esquema que é geralmente ativada por um ou mais esquemas nucleares (Young, 2003). Por esse motivo, os relacionamentos podem funcionar como dinâmica de manutenção esquemática entre o casal. A ativação de um ou mais EIDs no relacionamento, que normalmente acontece pela revivência de emoções ou situações que foram familiares ou estressantes na infância ou adolescência, gera um estilo de enfrentamento desadaptativo ante a relação amorosa, o cônjuge e os problemas vividos na relação. Assim, uma situação de violência conjugal pode ocorrer como um processo, que tem como objetivo a perpetuação esquemática. Partindo desses pressupostos, este estudo tem como objetivo investigar a correlação entre os EIDs e a violência conjugal.

Método

Trata-se de um estudo transversal, utilizando a metodologia quantitativa e o delineamento correlacional.

Participantes

Participaram deste estudo 163 adultos de ambos os sexos, casados ou em união estável, sendo a amostra composta igualmente por homens e mulheres (um participante não informou o sexo), em sua maioria casados oficialmente (69,3%) e com ensino superior completo (27,9%). A idade dos sujeitos variou entre 22 e 74 anos, com média de 42,82 anos (DP = 12,84), e o tempo de relacionamento de 1 a 47 anos, com média de 16,77 anos (DP = 13,32).

Instrumentos

Ficha de dados de identificação, com o objetivo de definir o perfil sociodemográfico da amostra estudada.

Inventário dos Esquemas de Jeffrey Young - YSQ S3 (Young Schema Quetionnaire), composto por 90 itens, traduzido e validado para o português por Rijo e Pinto-Gouveia (1999). Esse inventário avalia 18 esquemas iniciais desadaptativos que são mapeados por meio do somatório dos resultados de cada grupo de cinco questões. Essa versão foi formulada por Jeffrey Young a partir da primeira versão de 205 itens. Em sua maioria, os achados vinculados ao Questionário de Esquemas de Young demonstram resultados favoráveis quanto à consistência interna da escala e no que tange à sensibilidade discriminativa, considerando-se as diferenças entre grupos clínicos e não clínicos (Cazassa & Oliveira, 2008). No presente estudo, o coeficiente Alfa de Cronbach obtido para o Inventário dos Esquemas de Jeffrey Young foi de 0,961, indicando excelente confiabilidade.

Revised Conflict Tactics Scales - CTS2 (Strauss, Hamby, Boney-McCoy, & Sugarman, 1996, traduzida para o português por Moraes, Hasselmann, & Reichenheim, 2002), criada para a identificação da violência entre indivíduos que tenham uma relação de namoro, casamento ou afins. Contém 78 itens, investigando táticas de resolução de conflitos por meio de negociação, agressão psicológica e violência física e sexual, tanto por parte do sujeito como o que ele percebe das atitudes do companheiro. Moraes e colaboradores (2002) constataram uma boa equivalência conceitual de itens e semântica entre a versão final em português e a original, bem como uma excelente aceitabilidade. No presente estudo, o coeficiente Alfa de Cronbach para a CTS2 foi de 0,88, revelando boa consistência interna.

Procedimento para coleta de dados

O presente estudo seguiu os procedimentos éticos conforme Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (parecer 11/069). Os participantes foram contatados por conveniência por meio de indicação de conhecidos. Assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e preencheram os questionários de forma autoaplicável; em seguida, entregaram os questionários respondidos dentro de um envelope lacrado.

Procedimento de análise dos dados

Os dados foram analisados com o programa Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 20.0. Foram empregadas análises descritivas (média, desvio-padrão e porcentagens) para a caracterização da amostra e análise de correlação de Pearson para verificar associação entre as variáveis do estudo.

Resultados

Foram identificadas correlações entre os EIDs e a violência conjugal, tanto na vivência dos agressores como daqueles que se sentem vítimas. Conforme pode ser observado na Tabela 1, os esquemas de desconfiança/abuso, isolamento social, defectividade/vergonha, dependência/incompetência, emaranhamento, autossacrifício, grandiosidade/arrogo e autocontrole/autodisciplina insuficientes apresentaram correlação positiva e significativa com os índices de violência conjugal cometida pelo sujeito.

 

 

A Tabela 2 apresenta a correlação entre os EIDs e a violência conjugal sofrida pelo sujeito. Os esquemas de desconfiança/abuso, emaranhamento, autossacrifício, padrões inflexíveis, grandiosidade/arrogo, autocontrole/autodisciplina insuficientes e postura punitiva apresentaram correlação positiva e significativa com os índices de violência conjugal cometida pelo companheiro.

 

 

A Tabela 3 apresenta a correlação entre os EIDs e a habilidade de negociação usada pelo sujeito e pelo companheiro em seu relacionamento atual. Os esquemas de privação emocional, defectividade/vergonha, fracasso, emaranhamento, subjugação e autocontrole/autodisciplina insuficientes do sujeito tiveram correlação negativa e significativa com a habilidade de negociação do sujeito e do companheiro. O esquema de dependência/incompetência se correlacionou negativamente somente com a habilidade de negociação do sujeito, e o esquema de autossacrifício, com a habilidade de negociação do companheiro.

 

 

Os resultados encontrados evidenciam correlação positiva entre diferentes EIDs e a violência conjugal, bem como correlações negativas entre esquemas e negociação. Nesse sentido, pode-se perceber o impacto negativo dos esquemas no relacionamento conjugal.

Discussão dos resultados

Considerando a associação entre a perpetração da violência e os EIDs, foram identificados os esquemas isolamento social, defectividade/vergonha e dependência/incompetência. Os resultados apontaram uma relação significativa entre os esquemas referidos e atitudes violentas contra o parceiro amoroso.

O esquema isolamento social faz parte do domínio de desconexão e rejeição, que está ligado à falta de ambiente seguro e estável, sendo muito comum a vivência de experiências sociais negativas como abuso, frieza, rejeição ou isolamento social (Young, 2003). Considerar-se diferente e não conseguir ter a sensação de pertencimento são dificuldades presentes nos relacionamentos interpessoais. As crenças negativas sobre si mesmo e sobre os relacionamentos interpessoais podem desencadear sofrimento intenso diante dos conflitos conjugais. Sendo assim, um padrão de respostas desadaptativas pode ser utilizado, incluindo agressões (Young, Klosko, & Weishaar, 2008).

Também do domínio esquemático desconexão e rejeição, o esquema defectividade/vergonha é caracterizado pelo sentimento de ser defectivo, falho, inferior e indesejado. Além disso, a crença de não merecer o amor dos outros permeia as relações afetivas, resultando no constante medo de rejeição. Sendo assim, a hipersensibilidade à crítica e a postura acusatória são estratégias comuns de enfrentamento, que podem explicar a violência contra o parceiro (Young, 2003). Outros estudos também encontraram associação entre padrões violentos nos relacionamentos e esquemas do domínio desconexão e rejeição (Calvete et al., 2007; Crawford & Wright, 2007).

As principais características de crença de incapacidade e falta de autonomia podem ter favorecido com que o esquema de dependência/incompetência tenha se correlacionado exclusivamente com a perpetração de violência contra o companheiro. Considerando que parece vincular-se a comportamentos submissos devido a suas características, os resultados encontrados foram inesperados. Entretanto, é possível deduzir que, ante a dificuldade em resolver de forma eficaz os conflitos conjugais, a crença de incompetência seja ativada, gerando intensa resposta emocional negativa, bem como respostas de enfrentamento disfuncionais (Young, Klosko, & Weishaar, 2008). Com isso, o indivíduo pode passar a apresentar o comportamento violento contra o parceiro.

Os esquemas postura punitiva e padrões inflexíveis foram associados significativamente à vitimização (violência sofrida) da violência conjugal. Sendo assim, a dificuldade de autoexpressão, relaxamento e ênfase excessiva na supressão dos sentimentos - característica do domínio de supervigilância e inibição - podem explicar os achados.

O esquema de postura punitiva compreende a crença de que erros devem ser punidos, incluindo os próprios erros, o que pode explicar a resignação a um padrão de vitimização. Além disso, a escolha de relacionamento punitivo pode estar associada à manutenção do esquema e à repetição de relações parentais geralmente perfeccionistas, rígidas e intolerantes a erros (Yoosefi et al., 2010). A postura intolerante e pouco empática com a imperfeição humana pode gerar sentimentos negativos e desencadear respostas agressivas do companheiro.

Por sua vez, o esquema de padrões inflexíveis também está significativamente relacionado com o sofrimento de violência conjugal. O perfeccionismo, as regras rígidas e a preocupação intensa com eficiência geralmente envolvem relacionamentos afetivos insatisfatórios (Young, 2003). O companheiro pode se sentir agredido pelas críticas exageradas e responder de forma violenta, justificando os resultados obtidos. Sentimentos de raiva e impaciência nas relações são comuns entre os esquemas desse domínio (Young, Klosko, & Weishaar, 2008). Assim, seria esperada, também, a correlação com resultados de agressão por parte do sujeito, o que não foi confirmado. A necessidade de cumprimento de regras e a exigência excessiva com seu próprio desempenho podem explicar os achados.

A partir dos resultados obtidos, observa-se que os esquemas desconfiança/abuso, emaranhamento, autossacrifício, grandiosidade/arrogo e autocontrole/autodisciplinainsuficientes associaram-se tanto à perpetração quanto à vitimização da violência conjugal. Como observado, os mesmos esquemas foram identificados tanto nas vítimas quanto nos agressores de violência conjugal. Esses achados levantam a questão da violência conjugal como um fenômeno em que essas posições não são necessariamente estáticas, e um mesmo indivíduo pode considerar-se vítima e agressor (Alvim & Souza, 2005).

Segundo Young (2003), pessoas com o esquema desconfiança/abuso têm a convicção de que serão abusadas, humilhadas e manipuladas pelas demais, e, dessa forma, enxergam as relações como perigosas ou danosas. Os sentimentos de insegurança, medo e desconfiança podem fazer com que reajam de forma agressiva para evitar um possível dano. Estudos anteriores também identificaram a associação desse esquema com a violência conjugal (Calvete et al., 2007; Crawford & Wright, 2007). Esses dados sugerem que a violência pode ser a estratégia desadaptativa do esquema para lidar com os problemas conjugais. No desenvolvimento desse esquema, normalmente existem vivências traumáticas que tendem a se repetir em relacionamentos autodestrutivos na vida adulta (Young & Behary, 1998).

O esquema emaranhamento, também associado à perpetração e vitimização da violência conjugal, refere-se à dificuldade de individuação e separação. Pessoas com esse esquema não conseguem impor limites saudáveis por medo de perder a referência emocional (Young, 2003). Sem conseguir ter uma identidade individual e com dificuldade de enxergar as fronteiras na relação com o outro, podem acabar usando o modo ataque nos momentos de estresse. Nesse sentido, pode-se pensar que esse seja um esquema que favoreça a manutenção do ciclo da violência, conforme proposto por Walker (1979), em que os períodos de calma amante, que ocorrem após o episódio agudo de violência, fortalecem o vínculo de dependência e criam a expectativa de que os episódios de agressão conjugal nunca mais se repetirão, até que o acúmulo de tensões gere novo episódio agudo. Desse modo, a perpetuação desse ciclo dificulta o término do relacionamento disfuncional, e pode manter os indivíduos com esquema de emaranhamento presos em um círculo vicioso.

Com relação ao esquema autossacrifício, a busca constante por suprir as necessidades das outras pessoas e, consequentemente, abrir mão das suas próprias necessidades (Young, 2003), característica do esquema, pode explicar a resignação a um padrão violento na relação amorosa, conforme resultado obtido neste estudo. Com isso, pode haver ressentimentos e mágoas na relação, pois os indivíduos geralmente não se sentem supridos e satisfeitos pelo companheiro. Possivelmente por esse motivo, a violência na relação conjugal, tanto cometida quanto sofrida, foi encontrada nos resultados, assim como em estudos anteriores (Calvete et al., 2007; Crawford & Wright, 2007).

A associação do esquema grandiosidade/arrogo com a violência conjugal pode ser compreendida pela caracterização do esquema, que se refere a pessoas com postura pouco empática e sem preocupação com as necessidades do companheiro (Young & Behary, 1998). Desse modo, o casal fica vulnerável a estresse e conflitos, pois, segundo Wendy e Young (2011), a incapacidade de suprir as necessidades emocionais primordiais do companheiro é causa de problemas nos relacionamentos. O comportamento agressivo do esquema pode ser explicado pela crença de superioridade em relação aos outros e às regras sociais, bem como à falta de empatia. Tais comportamentos também podem gerar atitudes agressivas por parte do companheiro, tornando violenta a relação conjugal estabelecida.

Os resultados também mostraram correlação positiva entre a violência (sofrida e cometida) e o esquema autocontrole/autodisciplina insuficientes, que pertence ao mesmo domínio do esquema grandiosidade/arrogo. Esses achados podem ser justificados pela dificuldade de tolerar frustrações em relação aos seus próprios objetivos e desejos, o que gera nos sujeitos com esse esquema um padrão de funcionamento impulsivo e com restrito autocontrole (Young, 2003). O domínio a que esse esquema pertence refere-se a um padrão de permissividade estabelecido nas relações primárias, levando-os a desenvolver baixa tolerância à frustração e, consequentemente, conflitos nos relacionamentos na vida adulta.

A violência conjugal é uma estratégia de resolução de conflitos que se mostrou relacionada aos EIDs. A fim de complementar essas análises, o estudo se propôs a investigar a associação entre as habilidades de negociação no relacionamento conjugal e os EIDs. A negociação é considerada uma estratégia positiva de resolução de conflitos e um fator de proteção para a ocorrência de violência conjugal. Foram observadas correlações negativas entre os EIDs e as habilidades de negociação, indicando que quanto maiores os indícios de determinados esquemas, menores as habilidades de negociação dos sujeitos.

Os esquemas de privação emocional e defectividade/vergonha, que compõem o domínio de desconexão e rejeição, estiveram correlacionados negativamente com as habilidades de negociação. Esse domínio descreve indivíduos com sentimento de frustração quanto às expectativas de segurança, empatia e aceitação, bem como com dificuldades em manter vínculos seguros e satisfatórios (Young, Klosko, & Weishaar, 2008). Essas características podem repercutir na forma como lidam com seus conflitos, considerando a possibilidade de haver expectativas negativas quanto ao relacionamento conjugal, o que pode levá-los a não acreditar na possibilidade de chegar a algum acordo.

A negociação também se correlacionou negativamente com os esquemas de fracasso e emaranhamento, que fazem parte do domínio de autonomia e desempenho prejudicados, caracterizado pelo sentimento de incapacidade de separar-se dos outros e de conquistar autonomia (Young, 2003). Dessa forma, a falta de habilidade de negociação pode estar relacionada com a crença de incapacidade, que pode dificultar o desenvolvimento e a utilização de estratégias positivas na resolução dos conflitos. Ainda nesse domínio, verificou-se que os participantes com esquema de dependência/incompetência indicaram baixos níveis de negociação no relacionamento, mas não identificaram essa falta de habilidade em seus companheiros. Esse dado pode ser compreendido pelo fato de se enxergarem incapazes de resolver problemas ou executar tarefas sem a ajuda do outro. Nesse caso, os indivíduos podem não perceber suas habilidades de negociação ou não tê-las desenvolvido.

O esquema de autocontrole/autodisciplina insuficientes, do domínio limites prejudicados, compreende pessoas que apresentam pouco autocontrole e baixa tolerância à frustração (Young & Behary, 1998). Dessa forma, podem não ser colaborativas diante de divergências, não contribuindo com possíveis soluções para os problemas e também não se satisfazendo com as propostas do companheiro.

No domínio orientação para o outro, dois esquemas se correlacionaram negativamente com as habilidades de negociação. O esquema de subjugação diz respeito às pessoas que apresentam passividade e dificuldade de expressão das opiniões e necessidades. Assim, podem não ter desenvolvido estratégias de negociação por estas exigirem assertividade e também expressão das necessidades que devem ser atendidas pelo companheiro. Os participantes com esquema de autossacrifício identificaram seus companheiros com baixa habilidade de negociação. Considerando que o esquema descreve pessoas que não buscam a satisfação de suas necessidades, é possível pensar que, por esse motivo, os parceiros não as considerem. Além disso, a busca por parceiros inflexíveis e pouco empáticos ante uma resolução de conflito pode repetir o padrão de relacionamento primário.

De acordo com os resultados, os EIDs se correlacionaram negativamente com a negociação. Esses dados corroboram a literatura, que aponta que o padrão de interação do casal é influenciado pelos esquemas de cada um (Tremblay & Dozois, 2009). De acordo com os esquemas acionados no casal, podem surgir interações negativas que contribuem para um relacionamento mal-adaptativo (Scribel et al., 2007).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados desta pesquisa, é possível considerar que há uma relação entre esquemas inicias desadaptativos e violência conjugal. Esses achados são importantes para o entendimento dessa problemática e para a elaboração de medidas preventivas, já que os EIDs estão diretamente relacionados a necessidades emocionais básicas não satisfeitas na infância e na adolescência. Na mesma direção, verificou-se que os EIDs também estiveram associados negativamente às habilidades de negociação, o que evidencia o potencial destrutivo dos esquemas para o vínculo conjugal, tanto por potencializar as estratégias negativas de resolução de conflitos (violência) como por minimizar o potencial de busca de acordo por meio da negociação.

Algumas correlações encontradas corroboraram os dados de estudos prévios, realizados em âmbito internacional, reforçando a identificação de EIDs mais vulneráveis à manutenção de relacionamentos violentos. Todavia, outros EIDs se correlacionaram inesperadamente com a posição de vítima e também com a posição de agressor, o que nos leva a pensar que essas posições não se estabelecem de forma rígida e a violência é resultante de uma dinâmica interacional estabelecida entre os cônjuges.

A eleição do parceiro íntimo pode acontecer de forma que contribua para a confirmação das crenças que o sujeito possui sobre si mesmo e sobre os outros. Dessa forma, indivíduos com características mais patológicas podem envolver-se em relacionamentos com parceiros que contribuam na manutenção dessas características. Esse tipo de relacionamento pode contribuir para a eclosão da violência, à medida que cada membro do casal apresente comportamentos que ativem o esquema do parceiro. Sugere-se que futuras pesquisas sejam realizadas, buscando identificar de forma mais precisa o poder preditivo das experiências na família de origem e dos esquemas para a ocorrência de violência conjugal.

 

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Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBTC em 23 de novembro de 2012. cod. 154.
Artigo aceito em 18 de julho de 2013.
Apoio financeiro CNPq e FAPERGS.

 

 

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