SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.70 número3Apropriação do espaço e psicologia histórico-cultural: reflexões e apontamentos para possíveis aproximaçõesSexualidade das pessoas com deficiência: uma revisão sistemática índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Arquivos Brasileiros de Psicologia

versão On-line ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.70 no.3 Rio de Janeiro sept./dic. 2018

 

ARTIGOS

 

O Questionário Desiderativo: fundamentos psicanalíticos e revisão da literatura

 

Research with the Desiderative Questionnaire: a literature review

 

El Cuestionario Desiderativo: fundamentos psicoanalíticos y revisión de la literatura

 

 

Antonio Augusto Pinto JuniorI; Helena Rinaldi RosaII; Gislaine ChavesIII; Leila Salomão de La Plata Cury TardivoIV

IDocente. Departamento de Psicologia. Universidade Federal Fluminense (UFF). Volta Redonda. Estado do Rio de Janeiro. Brasil
IIDocente. Instituto de Psicologia. Universidade de São Paulo (USP). São Paulo. Estado de São Paulo. Brasil
IIIMestranda. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica. Universidade de São Paulo (USP). São Paulo. Estado de São Paulo. Brasil
IVDocente. Instituto de Psicologia. Universidade de São Paulo (USP). São Paulo. Estado de São Paulo. Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O Questionário Desiderativo é uma técnica projetiva verbal, baseada em conceitos da psicanálise freudiana e kleiniana, que avalia o grau de estruturação do ego, mecanismos de defesa e traços de personalidade predominantes em cada sujeito. Esse trabalho buscou realizar uma análise dos artigos científicos relacionados ao Questionário Desiderativo. Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-Psi) e PsycINFO. Foram encontradas 13 produções científicas sobre o referido teste, no período entre 2001 e 2017. Os resultados indicaram que os artigos são todos em espanhol e português, sobretudo da Argentina e Brasil, com o objetivo de estudar características psicodinâmicas e de personalidade em diferentes contextos e situações clínicas. Não foram encontrados estudos de validade com esse instrumento, demandando, assim, novas pesquisas para avaliar as qualidades psicométricas desse teste projetivo, especialmente no contexto brasileiro.

Palavras-chave: Psicanálise; Psicodiagnóstico; Testes psicológicos; Revisão de literatura.


ABSTRACT

The Desiderative Questionnaire is a projective verbal technique, based on concepts of the Freudian and Kleinian psychoanalysis, that evaluates the degree of ego structuring, defense mechanisms and some personality traits that predominate in each subject. In this work, the authors analyzed the scientific articles related to the Desiderative Questionnaire. For that, a literature review was performed in the Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-Psi) and PsycINFO databases. We found 13 scientific productions about this test between 2001 and 2017. The results show that the manuscripts are all in Spanish and Portuguese, mainly from Argentina and Brazil, with the objective of studying psychodynamic and personality characteristics in different contexts and clinical situations. No validity studies were found with this instrument, thus requiring new research to evaluate the psychometric qualities of this projective test, especially in the Brazilian context.

Keywords: Psychoanalysis; Psychodiagnosis; Psychological tests; Literature review.


RESUMEN

El Cuestionario Desiderativo es una técnica proyectiva verbal, basada en conceptos del psicoanálisis freudiano y kleiniano, y evalúa el grado de estructuración del ego, mecanismos de defensa y rasgos de personalidad predominantes en cada sujeto. Este trabajo buscó realizar un análisis de los artículos científicos relacionados al Cuestionario Desiderativo. Para tal, se realizó un levantamiento bibliográfico en base de datos de la Biblioteca Virtual de Salud (BVS-Psi) y PsycINFO. Se encontraron 13 trabajos científicos sobre esa prueba, en el período entre 2001 y 2017. Los resultados indicaron que todos los artículos están en español y portugués, publicados especialmente en Argentina y Brasil, con el objetivo de estudiar las características psicodinámicas y de personalidad en diferentes contextos y situaciones clínicas. No se encontraron estudios de validez con ese instrumento, demandando así nuevas investigaciones para evaluar las cualidades psicométricas de esa prueba proyectiva, especialmente en Brasil.

Palabras clave: Psicoanálisis; Psicodiagnóstico; Pruebas psicológicas; Revisión de literatura.


 

 

Introdução

Avaliação Psicológica é definida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) como "um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas" (Conselho Federal de Psicologia, 2018, p. 02). Deve-se ressaltar que esse processo envolve diferentes técnicas e procedimentos, tais como a entrevista, a anamnese e os testes psicológicos. Esses últimos são tradicionalmente classificados e diferenciados de acordo com sua objetividade e padronização, considerando, principalmente, duas categorias: os testes psicométricos e os projetivos. Os testes psicométricos buscam mensurar, por meio de critérios objetivos, o atributo ou construto que estão avaliando (por exemplo, quociente de inteligência). Nos testes projetivos, por sua vez, os critérios para interpretar determinado construto (geralmente características psicodinâmicas e de personalidade) são subjetivos e envolvem tarefas pouco estruturadas, solicitando ao sujeito que interprete ou estruture o estímulo apresentado, a partir do mecanismo de projeção, revelando aspectos fundamentais de seu funcionamento psicológico (Pinto Junior, & Tardivo, 2015; Serafini, Budzyn, & Fonseca, 2017).

Especialmente no contexto do psicodiagnóstico, que é entendido por Cunha (2009) como um processo que procura identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, com um foco na existência ou não de psicopatologia no âmbito da clínica, os testes psicológicos, incluindo os projetivos, são ferramentas úteis para essa tarefa. Isso ocorre porque no psicodiagnóstico, e sobretudo no psicodiagnóstico do tipo compreensivo, busca-se encontrar um sentido para o conjunto das informações coletadas, localizando aquilo que é relevante e significativo na personalidade, para conhecer os motivos profundos da vida emocional de um sujeito (Cunha, 2009; Heck, & Barbieri, 2016; Tardivo, 2007; Trinca, 1984).

Nessa perspectiva, o processo de diagnóstico do tipo compreensivo engloba fatores estruturantes que dizem respeito ao objetivo de elucidar o significado das perturbações, suas funções e os motivos inconscientes que as mantêm. Além disso, o psicodiagnóstico, por meio da interpretação do material projetivo dos testes utilizados, procura diferenciar os graus de patologia (delimitação das áreas adaptativas, neuróticas, psicóticas e psicopáticas), o quadro psicopatológico (delimitação, por exemplo, das defesas dos pontos de fixação dominantes e quadros nosográficos) e explicar a dinâmica do caso individual, considerando as hipóteses inconscientes sobre a doença e as fantasias de cura (Grassano, 1997; Tardivo, 2007; Trinca, 1984).

Diante do exposto e considerando que os testes projetivos possuem em comum um método próprio, que é diferente daquele que fundamenta os testes psicométricos, mas que proporciona, na prática, uma agudeza clínica que possibilita o conhecimento mais globalizado do paciente (Anzieu, 1986; Pinto, 2014), esses instrumentos colaboram significativamente para a realização do processo de psicodiagnóstico. De acordo com Pinto Junior e Tardivo (2015), as técnicas projetivas caracterizam-se pela apresentação de uma tarefa ou instrução relativamente não estruturada, esperando que o sujeito interprete ou estruture o estímulo e revele, a partir do mecanismo de projeção, os aspectos fundamentais do seu funcionamento psicológico. O indivíduo responde aos estímulos das técnicas projetivas de acordo com a forma que os vivencia e os significa, dando vazão às suas ideias e defesas inconscientes. Portanto, as técnicas projetivas permitem uma compreensão mais profunda dos aspectos da personalidade no processo psicodiagnóstico.

Dentre as inúmeras técnicas projetivas, esse trabalho aborda o Questionário Desiderativo, um instrumento que visa avaliar o grau de estruturação do ego, colocando a pessoa diante da possibilidade simbólica de morrer. Essa peculiaridade do teste, expressada verbalmente por meio de sua consigna, mobiliza ansiedades e defesas. Além disso, a forma como o sujeito capta o enquadre e elabora suas respostas fornece dados a respeito da força e fraqueza do ego (Nijamkim, & Braude, 2000).

De forma geral, o Questionário Desiderativo é um teste projetivo verbal e se baseia na expressão e no sentido dos desejos, que se configuram como aspectos expressivos da personalidade do examinando. Este instrumento projetivo foi, segundo Bunchaft e Vasconcellos (2001), apresentado originalmente pelos psiquiatras Córdoba e Pigem, em 1946, em Barcelona. O teste consistia basicamente em duas questões: O que gostaria de ser se tivesse de voltar ao mundo não sendo uma pessoa? Por que você fez essa escolha? A resposta escolhida corresponde ao símbolo desiderativo e o porquê da resposta representa a expressão desiderativa. Na década de 1940, Bernstein (1948/1980) reelaborou e ampliou a técnica, solicitando três escolhas e três rejeições com as respectivas explicações. As escolhas e as rejeições são enquadradas em três categorias: animal, vegetal e reino inanimado. Desta forma, ao responder à questão: "O que você gostaria de ser se não fosse uma pessoa? Por quê?", o examinador elimina a categoria escolhida e formula nova questão, obtendo uma nova resposta e procede, assim, também na terceira escolha. No que se refere às rejeições o procedimento é o mesmo. Na primeira rejeição, a partir da questão: "O que você não gostaria de ser se não fosse uma pessoa? Por quê?", o sujeito responde com uma categoria (animal, vegetal, reino animado) e elimina, assim, esta mesma categoria e, então, o examinador parte para a segunda e terceira categorias.

A forma como o sujeito capta o enquadre e elabora suas respostas fornece dados a respeito da força e fraqueza do ego, sendo possível analisar o teste por meio de vários referenciais teóricos, porém os mais utilizados são o enfoque freudiano (Laplanche, & Pontalis, 1986) e o kleiniano (Klein, 1946/2006), pois permitem obter informações a respeito de como são os objetos introjetados e projetados pelo examinando (Grassano, 1997; Nijamkim, & Braude, 2000; Tardivo, Nicoletti, Simurro, Rizzini, & Skarbinik, 1999).

Em uma leitura de orientação kleiniana (Klein, 1946/2006), considera-se que os símbolos desejados expressam as imagens benevolentes e benéficas associadas a um bom objeto (protetor, doador, gratificante), e os símbolos rejeitados, as imagens persecutórias associadas ao objeto mau (frustrador, cruel). Pode-se também verificar como o sujeito utiliza as defesas, especialmente a dissociação. Por esse enfoque, o conjunto de respostas pode ser considerado como uma amostra das fantasias inconscientes e das relações de objeto do sujeito.

No que se refere à aplicabilidade na clínica e no psicodiagnóstico, Grassano (1997) afirma que o Questionário Desiderativo permite que se estude a estrutura do ego e os mecanismos de defesa, com base na exploração e categorização do material obtido face às instruções do instrumento. Da mesma forma, Nijamkim e Braude (2000) pontuam que este teste se revela bastante sensível para a avaliação das identificações e defesas predominantes em cada sujeito. Também Sneiderman (2012) considera o Questionário Desiderativo uma técnica simples em termos de administração, rápida, econômica e, sobretudo, rica em seus alcances exploratórios, propiciando a investigação de alguns traços de personalidade do paciente, podendo ser aplicado em crianças, adolescentes e adultos e em diferentes contextos e situações clínicas.

O Questionário Desiderativo é estudado e aplicado especialmente nos países latino-americanos (Pinto Junior, & Tardivo, 2015). No Brasil, essa técnica projetiva ainda não foi aprovada pelo CFP, demandando, assim, a realização de investigações acerca de seus atributos psicométricos. Talvez por esta razão esse teste, apesar de suas potencialidades diagnósticas da personalidade, é um instrumento pouco conhecido e objeto de restritas pesquisas científicas no campo da avaliação psicológica no contexto brasileiro. Assim, o presente trabalho objetiva analisar a produção científica com o Questionário Desiderativo, por meio de uma revisão da literatura sobre as investigações com o referido teste projetivo. Dessa forma, a investigação deve trazer contribuição científica para essa área, pois, conforme assinalam Cardoso, Lopes, Oliveira e Braga (2017), estudos de revisão da literatura permitem analisar determinados aspectos da produção que se busca conhecer, tornando possível a avaliação da qualidade e da efetividade do conhecimento que está sendo produzido.

 

Método

Os trabalhos foram obtidos por meio de uma busca pela expressão "Questionário Desiderativo", e seus correspondentes em espanhol, "Cuestionario Desiderativo", e em inglês, "Desiderative Questionnaire", nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia Brasil (BVS-Psi Brasil) e PsycINFO, sem critério para seleção do ano de publicação dos trabalhos. Contudo, foram considerados apenas artigos completos de revistas indexadas, com apresentação dos objetivos, método, resultados e conclusões. Na busca, surgiram outros tipos de produção com o Questionário Desiderativo, como teses e dissertações, por isso foram identificados 20 artigos científicos publicados em periódicos indexados.

Após a identificação dos 20 artigos, verificou-se que sete deles foram publicados no período entre 1998 e 2001 e somente os resumos estavam disponíveis para acesso na internet. Por isso, optou-se por analisar os 13 trabalhos publicados na íntegra entre 2001 e 2017.

A análise foi realizada por meio da leitura e da classificação dos textos em categorias criadas para o presente estudo, que são: a) idioma; b) país em que a pesquisa foi realizada; c) ano da publicação; d) revista científica em que o artigo foi publicado; e) quantidade de autores, f) titulação e afiliação institucional do primeiro autor; g) objetivo da pesquisa, h) população estudada; i) referencial teórico de análise; g) método de análise dos dados.

 

Resultados e discussão

Os resultados das categorias de análise para os 13 artigos sobre o Questionário Desiderativo selecionados nessa revisão da literatura são apresentados na Tabela.

Inicialmente, acerca do idioma dos artigos, constatou-se que a maioria (8,0%-61,5%) foi publicada em espanhol e os demais, (5,0%-38,5%), em português. Não foram localizados trabalhos na língua inglesa, evidenciando a tradição das pesquisas anglo-saxônicas e norte-americanas na área da avaliação psicológica, caracterizada pelo uso predominante de instrumentos psicométricos e objetivos, de análise quantitativa, destacando as escalas e os inventários, em detrimento das técnicas projetivas (Silva, 2011). É importante ressaltar que o predomínio das publicações em espanhol deve-se à origem do teste, apresentado por Córdoba e Pigem (1946), à introdução do Questionário Desiderativo no contexto argentino, com o trabalho de Bernstein (1948/1980) e posteriormente às contribuições e divulgações de Ocampo et al. (1976). Já as publicações em português devem-se à introdução desse teste no Brasil com a publicação do livro "O questionário Desiderativo", por Nijamkim e Braude (2000).

Assim, pode-se dizer que o Questionário Desiderativo possui uma tradição latino-americana, o que justifica também os dados acerca dos países em que as pesquisas com esse teste foram desenvolvidas. No presente levantamento bibliográfico constatou-se que a maioria dos estudos foi realizada na Argentina (7,0%-53,8%), seguida pelo Brasil (5,0%-38,5%) e pelo Chile (1,0%-7,7%).

Ao considerar a data de publicação, verificou-se que os artigos analisados se concentravam entre os anos de 2001 e 2017. Considera-se limitado esse número de publicações e de pesquisas com o Questionário Desiderativo, tomando em conta o tempo em que esse instrumento foi divulgado e vem sendo utilizado no psicodiagnóstico na Argentina e no Brasil. Possivelmente, o escasso número de estudos com essa técnica projetiva está associado às críticas que esse tipo de instrumento recebe, especialmente no contexto da avaliação psicológica no Brasil, no que se refere à validade de seus resultados (Miguel, 2014). Por isso mesmo torna-se necessário o investimento em pesquisas que examinem e avaliem adequadamente as características psicométricas de validade e precisão do Questionário Desiderativo, especialmente no Brasil.

No que se refere às revistas nas quais os trabalhos foram publicados, observou-se que mais da metade dos artigos (sete, 53,8%) foram divulgados na Revista Subjetividad y Procesos Cognitivos, da Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES), Argentina. No Brasil, destacam-se duas publicações na Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, uma na Paideia e outra na Revista Brasileira de Psicologia Hospitalar (RBPH), o que oferece indícios do reconhecimento da importância do Questionário Desiderativo e da Avaliação Psicológica em outras áreas de conhecimento, como a Psicologia Hospitalar e da Saúde.

Em relação à quantidade de autores, observou-se que quase a totalidade dos artigos tem um (6,0%-46,1%) ou dois (5,0%-38,5%) autores, sugerindo que se trata de produções mais isoladas, e não de grupos de pesquisa nessa área. Acerca da instituição na qual o primeiro autor é filiado, notou-se o predomínio das universidades argentinas (Universidad de Buenos Aires, Universidad del Salvador e Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales). No Brasil, destacam-se a Universidade de São Paulo e Universidade Federal Fluminense, com duas publicações cada. Esses dados evidenciam a necessidade de ampliar a divulgação da técnica e a relevância de mais pesquisadores se apropriarem do método para realização de novas pesquisas, sobretudo para a validação no Brasil.

Quanto ao objetivo das pesquisas, observou-se que nove investigações (69,2%) tratavam do uso do Questionário Desiderativo em contextos ou em grupos específicos (clínicos ou não). Apenas quatro delas (30,8%) visavam comprovar as qualidades psicométricas desse teste projetivo, por meio de estudos de normatização. Cabe destacar que, neste levantamento bibliográfico, não foi encontrada investigação buscando evidências de validade dessa técnica projetiva, inclusive no Brasil, onde o CFP estabelece normas de certificação de instrumentos de avaliação psicológica, para que possam ser comercializados e utilizados pelos psicólogos (Serafini et al., 2017). Destaca-se, mais uma vez, a necessidade de se investir em pesquisas que objetivem verificar os requisitos de precisão e validade do Questionário Desiderativo junto à população brasileira.

No que se refere aos artigos que apresentam objetivo de avaliar o teste em grupos e contextos específicos, foram encontrados quatro manuscritos que versam sobre o uso do Questionário Desiderativo na avaliação de condutas antissociais e violentas. Desses, dois foram realizados com o objetivo de descrever as características psicodinâmicas de agressores sexuais por meio da aplicação do Questionário Desiderativo. O primeiro, apresentado por Pool (2012), descreve um estudo com 22 agressores sexuais infantis cumprindo pena em uma penitenciária do Chile. Os participantes foram submetidos a uma entrevista clínica e ao Questionário Desiderativo, que foi avaliado qualitativamente por meio do referencial proposto por Nijamkim e Braude (2000). Os resultados mostraram 26 indicadores associados a uma frágil fortaleza egoica.

Já o segundo artigo, que discute a psicodinâmica de agressores sexuais, foi apresentado por Pinto Junior e Tardivo (2015). Nesse estudo, os autores aplicaram o Questionário Desiderativo junto a 30 agressores sexuais sentenciados e cumprindo pena em uma penitenciária do estado de São Paulo. Os participantes também responderam a uma entrevista clínica. Os dados do teste foram analisados de acordo com a perspectiva psicanalítica de Nijamkim e Braude (2000). Os resultados não apontaram características psicopatológicas graves, mas indicaram uma forte tendência a manifestar atitudes narcisistas, que não incluem e que não consideram o outro como sujeito.

Ainda na perspectiva da avaliação psicológica de condutas antissociais por meio do Questionário Desiderativo, Febbraio (2015) apresenta os resultados de uma investigação sobre as competências parentais em sujeitos condenados por maus tratos de seus filhos. Para tanto, foi utilizada uma amostra de 62 participantes, de ambos os sexos, submetida a uma entrevista clínica e a aplicação do Teste das duas Pessoas, o Teste da Família Cinética e o Questionário Desiderativo. Para cada técnica foi estabelecido um indicador para competência parental, cuja ausência foi relacionada com comportamentos de abuso intrafamiliar. Dos indicadores avaliados em cada técnica, foram encontradas baixas porcentagens de presenças de competência parental. A baixa competência parental parece indicar maior probabilidade de abuso na amostra estudada.

O outro artigo nessa linha de investigação buscou compreender a psicodinâmica de adolescentes infratores. Peker e Rosenfeld (2013) investigaram a ausência da capacidade de se vincular de adolescentes antissociais de Buenos Aires, administrando o Questionário Desiderativo associado a outra técnica projetiva, o Teste da Apercepção Temática (TAT). Participaram desse estudo 60 adolescentes do sexo masculino, divididos em dois grupos: a) grupo clínico, composto por 30 adolescentes infratores e cumprindo medida de privação de liberdade; e b) grupo controle, formado por 30 adolescentes de escolas públicas da capital argentina. Os dados foram analisados individualmente de forma qualitativa pautado no referencial psicanalítico de base freudiana e kleiniana, e posteriormente os resultados foram comparados pelo teste de Qui-quadrado, para verificar se as diferenças entre os grupos eram significativas no que se refere ao indicador "ausência de vínculo". Os resultados mostraram que houve diferença significativa entre os dois grupos investigados, e que o grupo clínico evidenciou média muito mais elevada do indicador "ausência de vínculo" (56%), do que o grupo controle (17%).

Privilegiando a aplicação junto à população de jovens, Guimarães, Pasian e Barbieri (2006) estudaram a capacidade de simbolização de adolescentes por meio do Questionário Desiderativo. O instrumento foi ministrado em quatro adolescentes de ambos os sexos. As respostas foram analisadas à luz das proposições de Milner e Winnicott para compreender os processos psíquicos subjacentes ao mecanismo de Identificação Projetiva e formações simbólicas. As autoras concluíram ser possível rever a forma tradicional de interpretação destes fenômenos, que é apresentada por Nijamkim e Braude (2000), valendo-se de um olhar menos patologizante e relativizando seu caráter sinalizador de empobrecimento das funções egoicas de simbolização, de acordo com o referencial de Milner e Winnicott, que entendem que tais funções operam como uma forma de organização do mundo interno e externo do sujeito. Também sinalizam as possibilidades terapêuticas do uso do Questionário Desiderativo, ampliando a compreensão psicodinâmica dos indivíduos submetidos a esse instrumento projetivo.

Nessa relação de artigos que objetivaram aplicar o Questionário Desiderativo em contextos específicos, três tratam de estudos de casos únicos. O primeiro deles, em um contexto clínico, Sneiderman (2006) apresenta um estudo de um paciente masculino, de 34 anos, com síndrome do intestino irritável, submetido à aplicação do Questionário Desiderativo. A análise das respostas do participante foi realizada com base no referencial psicanalítico freudiano, mas agregando a metodologia apresentada por David Liberman, denominada Algoritmo David Liberman (ADL), como uma proposta alternativa e complementar à perspectiva freudiana/kleiniana defendida por Nijamkim e Braude (2000). A referida proposta de interpretação procurou fazer uma análise das verbalizações referentes a cada resposta do teste, considerando o tipo de linguagem, as redes de palavras e a estrutura das frases, procedendo a uma análise do discurso do Questionário Desiderativo. A autora concluiu que essa metodologia amplia e enriquece a interpretação dessa técnica projetiva.

Sneiderman (2010) discute outro caso clínico de uma paciente de 32 anos submetida ao Questionário Desiderativo. A análise fundamentou-se no método ADL, buscando a interpretação do discurso da participante por meio do uso de um dicionário computadorizado. Os resultados apontaram que o estudo com o Dicionário convergiu mais com os atos de fala e divergiu em parte com os do relato da participante.

Palacios (2016) igualmente descreve um estudo de caso com o Questionário Desiderativo. Em seu estudo, a autora aborda os processos psíquicos relacionados com a dificuldade de simbolizar em crianças com dificuldade de aprendizagem. O teste projetivo foi aplicado no processo psicodiagnóstico de um menino de 11 anos com dificuldades escolares e posteriormente reaplicado no final do processo terapêutico, que constou de 50 sessões. Os dados foram analisados por meio do referencial psicanalítico freudiano/kleiniano. Os resultados mostraram que o teste foi eficaz para a exploração e análise das áreas do desenvolvimento do aparelho psíquico infantil, colaborando, assim, para o delineamento das intervenções clínicas necessárias durante o processo psicoterapêutico do paciente.

Ainda na linha de investigação do Questionário Desiderativo em contexto específico, Medeiros e Pinto Junior (2006) estudaram o funcionamento egoico e os mecanismos de defesa utilizados pelos profissionais de saúde no contexto hospitalar, por meio da aplicação dessa técnica projetiva. O teste foi aplicado em 40 profissionais (médicos, enfermeiras, fonoaudiólogos e fisioterapeutas) e os dados, analisados com base no referencial proposto por Nijamkim e Braude (2000), numa referência direta à psicanálise de orientação freudiana e kleiniana. Os resultados mostraram que os profissionais de saúde, de forma geral, apresentam dificuldade para compreender e enfrentar a morte e a finitude, mas conseguem restabelecer-se adaptativamente, mantendo preservada a integridade egoica para o cumprimento de sua função, utilizando recursos defensivos ora mais evoluídos, como a sublimação, ora mais primitivos, como a negação.

Dos quatro artigos que objetivaram realizar estudos de padronização do Questionário Desiderativo, dois se referem a pesquisas argentinas e dois são estudos conduzidos no Brasil. Em relação às pesquisas argentinas, a primeira descrita por Sneiderman (2013) estudou os padrões de resposta de 100 jovens adultos, de ambos os sexos, na faixa etária entre 25-40 anos, na cidade de Buenos Aires, por meio da análise fundamentada no método ADL. Os dados apresentados na forma de estatística descritiva (porcentagem e frequência) indicam as principais fixações, defesas, traços de caráter, características dos símbolos e argumentos presentes nas respostas dos sujeitos da amostra. A autora conclui que o método de análise adotado (ADL) traz contribuição significativa para expandir os critérios diferenciais e diagnósticos das diferentes respostas ao Questionário Desiderativo.

O outro estudo argentino apresentado por Sneiderman et al. (2017) investigou o padrão de respostas de 123 crianças entre 6 e 11 anos, de ambos os sexos, e estudantes de escolas públicas de Buenos Aires. Foram tomadas as seguintes categorias de análise: fantasias, capacidade simbólica, capacidade de elaboração de perda e grau de coesão do ego, interpretadas por meio do método ADL. Os resultados apresentados em estatística descritiva, por idade e gênero, indicam respostas marcadas por diferentes conflitos evolutivos, ligada ao desenvolvimento de Édipo e à castração ou ao advento da puberdade, o que explica certos traços de personalidade em formação. Na latência precoce e tardia, foram observadas respostas e defesas do tipo fálico uretral e fálico genital, alusivas a sensações corporais desagradáveis, falta de consciência do próprio corpo ou outros distúrbios.

Em relação às pesquisas de padronização com o Questionário Desiderativo no contexto brasileiro, a primeira desenvolvida por Bunchaft e Vasconcellos (2001), os autores aplicaram a técnica de forma coletiva em uma amostra de 552 universitários na cidade do Rio de Janeiro. O referencial teórico adotado para a análise das respostas ao teste foi o da Análise Transacional. Os resultados apresentados na forma de estatística descritiva apontaram que a ordem das escolhas e das rejeições não foi a mesma encontrada por Ocampo et al. (1976). Sobre as escolhas mais frequentes destacaram: Pássaro, Árvore, Estrela e Flor; já as rejeições mais frequentes foram: Pedra, Capim/Grama e Rato, consideradas respostas vulgares. As razões mais frequentemente mencionadas para as escolhas foram: Liberdade; Impacto Estético, Utilidade/Reparação, despertar Admiração/Fascinar; Movimento e Poder/Controle; já as razões mais frequentemente mencionadas para as rejeições foram: Agressividade/Destruição, Dano, Sensações Desagradáveis, Sentimentos Desagradáveis, Submissão e Sujeira. As autoras sugerem um aumento do número de perguntas, de modo a discriminar entre ser inanimado, força natural/fenômeno da natureza e abstração.

A segunda no Brasil foi apresentada por Guimarães e Pasian (2009) que discutiram a pesquisa e buscaram os padrões de desempenho de adolescentes para o Questionário Desiderativo. Responderam individualmente a essa técnica projetiva 120 adolescentes, voluntários de ambos os sexos, sem história de transtornos no desenvolvimento, estudantes do Ensino Médio de escolas públicas e particulares de Ribeirão Preto (SP). O referencial de análise fundamentou-se na proposta de Nijamkim e Braude (2000), numa perspectiva psicanalítica de base freudiana/kleiniana. A análise das respostas ao Desiderativo foi realizada às cegas por três examinadores independentes, contemplando as categorias: Adequação ao Real, Tempo de Reação Médio, Sequência das Escolhas, Necessidade de Indução, Respostas Antropomórficas e Respostas Vulgares (mais frequentes). Os resultados apontaram indícios de precisão, oferecendo bons subsídios para a utilização, cientificamente fundamentada, do Questionário Desiderativo por psicólogos brasileiros.

Em continuidade à análise dos dados descritos na Tabela 1, quando levados em consideração os instrumentos utilizados na pesquisa, verificou-se que em sete investigações (53,8%) utilizou-se apenas o Questionário Desiderativo. Nos demais trabalhos foram empregadas a entrevista clínica como instrumento auxiliar (três artigos - 23,1%) ou outras técnicas projetivas (três artigos - 23,1%). Cabe ressaltar que o Questionário Desiderativo deve ser concebido como uma medida auxiliar em um processo psicodiagnóstico, que geralmente é composto por um conjunto de técnicas diversificadas, incluindo entrevistas clínicas, testes objetivos e projetivos a fim de se obter uma visão mais ampla e completa da vida psíquica do avaliado (Cunha, 2009; Heck, & Barbieri, 2016; Tardivo, 2007; Trinca, 1984). Nessa perspectiva, é bastante plausível e também indicado que em futuros estudos de validade do Questionário Desiderativo no Brasil faça-se uso de outros testes projetivos e objetivos já validados e aprovados pelo CFP.

Acerca do método de análise empregado nas pesquisas descritas pelos artigos selecionados, verificou-se que em sete (53,8%) utilizou-se o método qualitativo, em cinco (38,5%) empregou-se a estatística descritiva e em apenas um (7,7%) foi realizada a comparação de grupos. Esse fato se justifica pelos objetivos e método empregados nas investigações que, em sua maioria, versa sobre a aplicação do Questionário Desiderativo em contextos ou grupos específicos, mostrando, assim, um desenho mais clínico de investigação da personalidade.

Finalmente, ao analisar o referencial teórico que embasou a análise das respostas ao Questionário Desiderativo nas diferentes pesquisas, foi possível constatar o predomínio hegemônico da psicanálise, especialmente aquela de orientação freudiana/kleiniana. Esse dado parece estar relacionado com a divulgação e aplicação dessa técnica nos países latinos, sobretudo na Argentina, de grande tradição na psicanálise de M. Klein. Mas ressaltam-se outras leituras com o aporte do Grupo Independente da Escola Inglesa, composto por Milner e Winnicott, e também da contribuição de David Liberman, com o ADL.

A identificação de um artigo que emprega o referencial da Análise Transacional chama atenção e alude para o fato de que, apesar de as técnicas projetivas terem surgido e se desenvolvido com as contribuições teóricas e conceitos da Psicanálise (Anzieu, 1986; Pinto, 2014), esse não é necessariamente o único referencial de análise possível. Há alguns estudos que apresentam diretrizes para se interpretar as técnicas projetivas por meio dos aportes da Gestalt terapia, da Fenomenologia, e até da terapia cognitivo-comportamental (Pimentel, 2003; Ancona-Lopez, 2016; Miguel, 2014). Tal constatação deve ser vista como estímulo para que pesquisadores de diferentes correntes teóricas dediquem atenção e esforço em estudos de validação do Questionário Desiderativo, apresentando diferentes chaves de leitura para as respostas ao teste.

 

Considerações finais

O Questionário Desiderativo é uma técnica projetiva há muito conhecida na área do psicodiagnóstico e da avaliação psicológica no contexto latino-americano, especialmente na Argentina e no Brasil. Mas, ainda carece de estudos de validade e de precisão para que possa receber a certificação do CFP e, assim, ser amplamente empregada pelos profissionais brasileiros.

A revisão de literatura sobre as pesquisas com esse instrumento nos últimos 17 anos mostrou que, no contexto clínico, e de acordo com as afirmações dos autores dos artigos analisados, ele apresenta sensibilidade para mensurar as características psicodinâmicas e estruturais da personalidade de indivíduos em diferentes contextos. Sugere-se que pesquisadores oriundos de diversas regiões e universidades do Brasil, comprometidos com o desenvolvimento da avaliação psicológica, desenvolvam pesquisas visando buscar evidências de validade e precisão para esse método. Ademais, destaca-se a importância de um número maior de pesquisas usando esse recurso para além do "setting" clínico, empregando-o junto às diferentes faixas etárias e contextos sociais. Espera-se que o presente estudo de revisão da literatura possa estimular psicólogos e pesquisadores da área da avaliação psicológica para empreenderem as devidas investigações acerca das qualidades psicométricas do Questionário Desiderativo de forma mais ampla e mais contextualizada.

 

Referências

Ancona-Lopez, S. (2016). Psicodiagnóstico interventivo: Evolução de uma prática. São Paulo, SP: Cortez.         [ Links ]

Anzieu, D. (1986). Os métodos projetivos. Rio de Janeiro, RJ: Campus.         [ Links ]

Bernstein, J. (1980). Tests proyectivos lúdicos, verbales y gráficos. In J. E. Bell (Ed.), Técnicas proyectivas (pp. 251-285). Buenos Aires: Paidós. (Original publicado em 1948).         [ Links ]

Bunchaft, G., & Vasconcellos, V. L. P. (2001). Padronização do Teste Desiderativo no contexto da Análise Transacional: Resultados preliminares. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 17(1), 19-25. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722001000100005        [ Links ]

Cardoso, L. M., Lopes, É. I. X., Oliveira, J. C., & Braga, A. P. (2017). Análise da produção científica brasileira sobre o Teste das Matrizes Progressivas de Raven. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(1), 62-77. https://doi.org/10.1590/1982-3703000212015        [ Links ]

Conselho Federal de Psicologia. (2018). Cartilha avaliação psicológica. Brasília, DF: o autor.         [ Links ]

Córdoba, J., & Pigem, J. M. (1946). La expresión desiderativa como manifestación de la personalidad. Medicina Clínica, 4(3), 20-23.         [ Links ]

Cunha, J. A. (2009). Psicodiagnóstico-V. Porto Alegre, RS: Artmed.         [ Links ]

Febbraio, A. (2015). La evaluación psicológica de las fallas en las competencias parentales en padres maltratadores. Subjetividad y Procesos Cognitivos, 19(1), 93-108.         [ Links ]

Grassano, E. (1997). Indicadores psicopatológicos nas técnicas projetivas. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Guimarães, N. M., & Pasian, S. R. (2009). Adequação ao Real de adolescentes: possibilidades informativas do Questionário Desiderativo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(3), 347-355. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722009000300008        [ Links ]

Guimarães, N. M., Pasian, S. R., & Barbieri, V. (2006). A equação simbólica como recurso terapêutico: Contribuições para análise do questionário desiderativo. Paidéia (Ribeirão Preto), 16(35), 365-376. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2006000300007        [ Links ]

Heck, V. S., & Barbieri, V. (2016). Psicodiagnóstico interventivo. In C. S. Hutz, D. R. Bandeira, C. M. Trentini, & J. S. Krug (Eds.), Psicodiagnóstico: Avaliação psicológica (pp. 330-348). Porto Alegre, RS: Artmed.         [ Links ]

Klein, M. (2006). Notas sobre alguns mecanismos esquizóides. In M. Klein (1946-1963), Inveja e gratidão e outros trabalhos. Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1946).         [ Links ]

Laplanche, J., & Pontalis, J. B. (1986). Vocabulário da psicanálise. São Paulo, SP: Martins Fontes.         [ Links ]

Medeiros, D., & Pinto Junior, A. A. (2006). Um estudo sobre a estruturação egóica de profissionais hospitalares por meio do questionário desiderativo. Revista da SBPH, 9(1), 91-99.         [ Links ]

Miguel, F. K. (2014). Mitos e verdades no ensino de técnicas projetivas. Psico-USF, 19(1), 97-106. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712014000100010        [ Links ]

Ninjamkim, G., & Braude, M. (2000). Questionário desiderativo. São Paulo, SP: Vetor.         [ Links ]

Ocampo, M. L. S., Arzeno, M. E. G., Friedenthal, H., Schust, M. C., Piccolo, E. G., ... & Kornblit, A. (1976). Las técnicas proyectivas y el proceso psicodiagnóstico. Buenos Aires: Nueva Visión.         [ Links ]

Palacios, A. (2016). Intersubjetividad, simbolización y problemas de aprendizaje: Psicodiagnóstico, abordaje terapéutico y cambio clínico. Subjetividad y Procesos Cognitivos, 20(1), 147-164. Recuperado de http://www.scielo.org.ar/pdf/spc/v20n1/v20n1a08.pdf        [ Links ]

Peker, G. M., & Rosenfeld, N. G. (2013). La ausencia de lo vincular en los adolescentes disociales. Anuario de investigaciones, 20(1), 395-401.         [ Links ]

Pimentel, A. (2003). Psicodiagnóstico em Gestalt-terapia. São Paulo, SP: Summus.         [ Links ]

Pinto, E. R. (2014). Conceitos fundamentais dos métodos projetivos. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 17(1), 135-153. https://doi.org/10.1590/S1516-14982014000100009        [ Links ]

Pinto Junior, A. A., & Tardivo, L. S. P. C. (2015). Estudio del funcionamiento psicodinámico de agresores sexuales con el Cuestionario Desiderativo. Subjetividad y Procesos Cognitivos, 19(2), 187-207.         [ Links ]

Pool, A. (2012). Evaluación de la fortaleza yoica en agresores sexuales infantiles a través del Cuestionario Desiderativo. Investigaciones en Psicología, 17(1), 119-138.         [ Links ]

Serafini, A. J., Budzyn, C. S., & Fonseca, T. L. R. (2017). Tipos de testes: Características e aplicabilidade. In M. R. C. Lins, & J. C. Borsa (Eds.), Avaliação psicológica: Aspectos teóricos e práticos (pp. 56-75). Rio de Janeiro, RJ: Vozes.         [ Links ]

Silva, M. C. V. M. (2011). História dos testes psicológicos. São Paulo, SP: Vetor.         [ Links ]

Sneiderman, S. B. (2006). Las técnicas proyectivas como método de investigación y diagnóstico: Actualización en técnicas verbales: "el cuestionario desiderativo". Subjetividad y Procesos Cognitivos, 8, 296-331.         [ Links ]

Sneiderman, S. (2010). Análisis de las respuestas al" Cuestionario Desiderativo" con un diccionario computarizado de palabras. Subjetividad y Procesos Cognitivos, 14(2), 293-303.         [ Links ]

Sneiderman, S. (2012). El cuestionario desiderativo: Aportes para una actualización de la interpretación. Buenos Aires: Paidós.         [ Links ]

Sneiderman, S. (2013). ¿Es el" Cuestionario Desiderativo" una técnica propicia para detectar pulsiones y defensas en patologías del desvalimiento? Subjetividad y Procesos Cognitivos, 17(1), 274-290.         [ Links ]

Sneiderman, S., Salvay, L., D'Acunti, M. A., Ghidella, M., Martino, F., & Sivori, M. V. (2017). Exploración de la subjetividad y mecanismos de defensa en niños latentes mediante la interpretación del cuestionario desiderativo. Subjetividad y Procesos Cognitivos, 21(1), 146-168.         [ Links ]

Tardivo, L. S. C. (2007). Psicodiagnóstico interventivo: uma proposta de ensino em atendimento clínico. Mudanças-Psicologia da Saúde, 15(2), 128-134.         [ Links ]

Tardivo, L. S., Nicoletti, E. A., Simurro, S., Rizzini, M. A., & Skarbinik, R. (1999). A estruturação do ego: O estudo do grau de estruturação do ego de profissionais de saúde através do Questionário Desiderativo. Psic Revista de Psicologia da Vetor Ed., 1(1): 28-34.         [ Links ]

Trinca, W. (1984). Processo diagnóstico do tipo compreensivo. In W. Trinca (Ed.), Diagnóstico psicológico: A prática clínica (pp. 14-24). São Paulo, SP: EPU.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
Antonio Augusto Pinto Junior
antonio.augusto1967@hotmail.com

Helena Rinaldi Rosa
hrinaldi@usp.br

Gislaine Chaves
gislaine.ch@gmail.com

Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo
tardivo@usp.br

Submetido em: 20/05/2018
Revisto em: 20/06/2018
Aceito em: 15/08/2018

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons