EDITORIAL

Crescimento com Qualidade

Com este número, PSICOLOGIA EM PESQUISA inicia seu sexto ano de existência, tendo como meta principal um aprimoramento cada vez maior de suas atividades. E já nesse início, recebe uma motivação especial: no novo QUALIS 2012, ela passa a ser classificada como B2, subindo, portanto, duas posições de uma só vez no ranking da CAPES. Isso representa, para nós do corpo editorial, o reconhecimento do intenso trabalho dos últimos dois anos, buscando imprimir um novo nível qualitativo para a revista. Ao mesmo tempo, porém, essa nova classificação traz novos desafios, uma vez que nos obriga não só a manter o padrão atual, mas também a olhar para mais longe. Esse é o novo desafio.

O primeiro número deste sexto volume reafirma o compromisso com a política editorial dos outros volumes anteriores, ao trazer contribuições de várias áreas do conhecimento psicológico com ampla diversidade temática e metodológica.

No primeiro artigo, Baptista et al. realizam uma análise epidemiológica do suicídio em duas regiões do Estado de São Paulo, entre os anos de 2004 e 2008, na qual é feito um levantamento de perfis de suicidas. Embora os resultados tenham sido similares aos da literatura, os autores apontam a necessidade de uma maior atenção por parte dos profissionais de saúde para o estudo do perfil dos suicidas.

Ainda no plano das pesquisas empíricas, Mota et al. apresentam os resultados empíricos de um estudo sobre o desenvolvimento da morfologia derivacional a partir de uma tarefa de decisão lexical. De acordo com os autores, os resultados contradizem os usualmente encontrados na literatura. No entanto, essas diferenças são discutidas.

Em seguida, Pincolini, Hutz e Laskoski apresentam um estudo empírico sobre a violência sexual no Rio Grande do Sul, tomando como base a análise de denúncias e sentenças judiciais. Os resultados mostram uma predominância do abuso sexual intrafamiliar contra meninas, sendo que a maioria dos acusados tinha relação com a vítima.

Entrando no campo teórico, Rotstein faz uma discussão do papel da metapsicologia na psicanálise de Freud, tendo em vista as frequentes afirmações de sua procedência empírica. Após uma análise histórica, o autor conclui que a metapsicologia é indispensável ao exercício da psicanálise.

A seguir, Mezzomo e Abaid apresentam um estudo exploratório com o objetivo de verificar a percepção de mulheres mastectomizadas em relação à notícia do diagnóstico e da mastectomia, à rede de apoio social e a experiências positivas durante o tratamento do câncer de mama. Como um dos resultados principais, foi observado que as vivências positivas frente à doença estiveram ligadas principalmente às mudanças de valores e atitudes, e que a principal rede de apoio relatada foi a família em geral e o cônjuge.

No sexto artigo, Nakasu faz uma análise histórica do conceito de sublimação em Freud. Segundo a autora, as bases do conceito de sublimação foram consolidadas já em 1905, com a elaboração da teoria sexual infantil, e ampliada com o desenvolvimento da teoria das pulsões. Por fim, enfatiza o papel crucial que a cultura desempenha no processo de sublimação.

Logo em seguida, Miranda e Cohen discutem a relação existente entre adoção e filiação, tomando como referencial teórico a psicanálise lacaniana. Os autores propõem uma reflexão sobre as questões referentes à adoção, bem como sobre os impasses no exercício das funções materna e paterna nessa situação.

No último artigo, Macêdo e Andrade investigaram a formação da imagem de si em um grupo de crianças em oficinas do Centro Cultural Cartola, no Rio de Janeiro. As autoras concluem que as atividades desenvolvidas no Grupo Operativo contribuem para a construção de uma imagem de si fortalecida para o enfrentamento das adversidades da vida cotidiana.

Para encerrar este número especial de PSICOLOGIA EM PESQUISA, temos uma entrevista especial com o Prof. Thomas Sturm e uma resenha do "Dicionário de Instituições de Psicologia no Brasil", organizado por Ana Maria Jacó-Vilela.

Saulo de Freitas Araujo