SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.11 número2A produção científica brasileira sobre apoio social: tendências e invisibilidadesA influência do estresse na condição de afastamento do trabalho por distúrbios osteomusculares índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia

versão On-line ISSN 1983-8220

Gerais, Rev. Interinst. Psicol. vol.11 no.2 Belo Horizonte jul./dez. 2018

https://doi.org/10.36298/gerais2019110207 

ARTIGOS

 

Dependência de internet: um estudo com jovens do último ano do ensino médio

 

Internet addiction: a study with young people in the last year of high school

 

 

Lucas Franco TumeleiroI; Aline Bogoni CostaII; Geovana DebastianiHalmenschlagerIII; Márcia GarletIV; Jeovani SchmittV

IUniversidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Pinhalzinho, Brasil. E-mail: luquinhasft@hotmail.com
IIUniversidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Pinhalzinho, Brasil. E-mail: aline_bogoni@yahoo.com.br
IIIUniversidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Pinhalzinho, Brasil. E-mail: geovanahalmenschlager@outlook.com
IVUniversidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Pinhalzinho, Brasil. E-mail: marciagarlet@hotmail.com
VInstituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Blumenau, Brasil. E-mail: jeovani.schmitt@gmail.com

 

 


RESUMO

Este artigo apresenta um estudo que objetivou identificar o grau de dependência de internet em jovens com idades entre 15 e 19 anos, do último ano do Ensino Médio, em escolas públicas estaduais, das cidades São Miguel do Oeste, Maravilha e Pinhalzinho, estado de Santa Catarina. O método adotado foi o quantitativo, com amostra não probabilística. Participaram 504 estudantes, por meio de questionário contendo o Internet Addiction Test (IAT). Identificou-se que 8,9% dos participantes apresentam dependência moderada e severa, com tempo de navegação diário elevado, principalmente nas redes sociais. A dependência de internet tende a não ser percebida, ou pode ser negada, ou, ainda, compreendida como normal por um percentual significativo dos jovens pesquisados, embora apresentem características psicopatológicas importantes, as quais não aparecem de modo isolado. A dependência de internet requer atenção científica por se constituir em um adoecimento que interfere na constituição da subjetividade e na dinâmica social.

Palavras-chave: Dependência. Internet. Jovens. Escolas de ensino médio. Psicologia.


ABSTRACT

This paper presents a study that aimed to identify the degree of internet addiction in young people aged 15-19 years studying the last year of high school, in public schools, in the cities São Miguel do Oeste, Maravilha and Pinhalzinho, in the state of Santa Catarina. This is a quantitative study with a non-probabilistic sample. The number of participants was 504, using a questionnaire containing the Internet Addiction Test (IAT). 8.9% of the participants experienced moderate and severe addiction, with high daily surfing time, especially in social networks. Internet addiction is not usually perceived, can be denied, or also understood as normal by a significant percentage of the young participants, even experiencing important psychopathological characteristics that do not appear in isolation. It was concluded that internet addiction requires scientific attention, as it is an illness that interferes with the constitution of subjectivity and the dynamics of social relations.

Keywords: Addiction. Internet. Young adults. High schools. Psychology.


 

 

Introdução

A internet é utilizada cotidianamente por grande parte da população mundial. No contexto brasileiro, embora com particularidades regionais, uma pesquisa de 2014 identificou o alcance da internet para cerca de 48% da população com 10 anos ou mais, o equivalente a 100 milhões de pessoas, representando um aumento bastante significativo quando comparado aos 21% do ano de 2005 (IBGE, 2015).

O uso da internet constituiu-se importante em diversos contextos, a exemplo do trabalho, dos estudos e do lazer. A agilidade na comunicação e o acesso a diversos tipos de conhecimentos são aspectos que favorecem o interesse dos usuários e, desse modo, sua disseminação. Ao mesmo tempo, a dinâmica social passa por transformações pautadas pela diversidade cultural, capacidade de comunicação e volume de circulação das informações, bem como pela liberdade de expressão sem precedentes (Lemos &Lévy, 2010), possibilitadas pelas novas mídias, que estimulam a inteligência coletiva e a emergência de um novo Estado (Lévy, 1999b). Entretanto, o uso excessivo de internet pode levar a psicopatologias que ainda se encontram em uma lacuna da literatura psiquiátrica e psicológica, carecendo de investigação científica.

No Manual de Diagnóstico e Estatístico de Saúde Mental, DSM-V, aborda-se de modo vago e restritivo o tema, com a classificação denominada de transtorno do jogo pela internet, no capítulo dos adoecimentos que necessitam de maior aprofundamento por meio de pesquisas (APA, 2014). Dependência de internet, uso abusivo de internet, uso patológico de internet e dependência virtual são algumas das nomenclaturas adotadas para designar o fenômeno. Indiferentemente da denominação, todas designam a mesma situação: o uso abusivo e nocivo da internet e seus meios de acesso. Casos severos da psicopatologia são classificados como nomofobia (Fortim & Araújo, 2013; King, Nardi& Cardoso, 2014; Young & Abreu, 2011). Optou-se, neste estudo, pela denominação "dependência de internet", por ser compreendida pelos pesquisadores como abrangente e devido a estar alinhada à proposta do instrumento de investigação aqui adotado, o questionário Internet Addiction Test (IAT).

O diagnóstico da dependência de internet apresenta limitações, especialmente na diferenciação entre o uso patológico e aquele considerado normal. Isso ocorre pelo fato de a internet ser um serviço de frequente acesso, o que pode ocultar a dependência em diversas situações. Nesse aspecto, cabe relativizar o diagnóstico entre as situações nas quais o indivíduo se favorece das tecnologias, de modo saudável, e as ocorrências de caráter prejudicial, em que o usuário não consegue mais controlar a necessidade de estar na internet e o tempo de uso (King et al., 2014; Young, 2004, 2007; Young & Abreu, 2011). Ainda, há que se considerar a falta de critérios técnicos, devido ao tema ser recente e aos poucos instrumentos apropriados a sua mensuração (Pirocca, 2012; Young, 2009).

As motivações para o uso excessivo da internet são diversas, no entanto, estudos apontam que é possível identificar características similares para a maioria dos casos, de acordo com as faixas etárias. Fatores como buscar algo novo com o intuito de afastar-se de sentimentos desagradáveis, baixa autoestima, dificuldade e falta de habilidade nas relações sociais são identificados em pessoas dependentes de internet, com variação de incidência dependendo de condições individuais e contextuais (King et al., 2014; Pirocca, 2012).

O dependente, geralmente, isola-se, descuida-se dos relacionamentos e das tarefas cotidianas e, também, de si mesmo. Da mesma forma que em outras dependências psicopatológicas, o adoecimento não impacta apenas o indivíduo, mas a todos que o rodeiam. Conflitos familiares e sociais podem estar associados à conectividade excessiva, especialmente quando se deixam em segundo plano aspectos relevantes à manutenção das relações humanas e da própria vida (Fortim & Araújo, 2013; Arruda, Rosa & Milani, 2014). Autores apontam para as características de autonegligência, instabilidade emocional, insatisfação com a vida, estresse e fadiga, que podem culminar na dificuldade de estabelecer e cumprir rotinas cotidianas, queda no desempenho acadêmico, especialmente entre os mais jovens, e perda do emprego, no caso de adultos (Pirocca, 2012; King et al., 2014; Young & Abreu, 2011).

Algumas projeções apresentadas em estudos anteriores apontam para a elevada incidência da dependência de internet na população. Nos Estados Unidos, estima-se que um em cada oito americanos apresenta sinais do adoecimento, com graus de dependência moderados e/ou severos (Young, 2007, 2009). As gerações mais jovens, em especial de 1990 para frente, consideradas nativas das tecnologias virtuais, tendem a ser as mais impactadas pelo adoecimento, com prejuízos evidentes em termos biopsicossociais (Pirocca, 2012; Young, 2009). Nesse contexto, as preocupações em relação ao uso abusivo da internet têm, gradativamente, aumentado entre os profissionais da área da saúde e da educação. Da mesma forma que dependências de drogas, comprovou-se o aumento da dopamina, neurotransmissor relacionado à sensação de prazer, entre usuários abusivos de internet (Young & Abreu, 2011), sendo que tal dependência pode ocasionar desajustamentos evidentes em situações de abstinência do uso (Pirocca, 2012; Young, 2009; Young & Abreu, 2011).

Diante desse contexto, este artigo apresenta um estudo que objetivou identificar o grau de dependência de internet em jovens com idades entre 15 e 19 anos, que cursavam o último ano do Ensino Médio, em escolas públicas estaduais, das cidades São Miguel do Oeste, Maravilha e Pinhalzinho, Estado de Santa Catarina.

 

Método

Contexto, Caracterização da Pesquisa e Participantes

A pesquisa foi realizada em nove escolas públicas estaduais, sendo cinco no município de São Miguel do Oeste, duas no município de Maravilha e duas em Pinhalzinho, localizados na região oeste do ESTADO de Santa Catarina, mediante autorização prévia das Secretarias Regionais de Educação do Estado. Os municípios foram escolhidos por abrangerem os campi de uma universidade local, aos quais os pesquisadores estão vinculados, o que facilitou a acessibilidade às escolas e ao público pesquisado.

O delineamento da pesquisa pautou-se pelo método quantitativo e descritivo, com amostra não probabilística, visto que todos os alunos do terceiro ano do Ensino Médio, com idades entre 15 e 19 anos, nas cidades abrangidas, foram convidados a participar da pesquisa, mediante visitas presenciais dos pesquisadores às escolas, com autorização prévia das Secretarias Regionais de Educação.

No que concerne aos preceitos éticos, este estudo pautou-se pela Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2012), que estabelece as normas para pesquisas envolvendo seres humanos. Desse modo, como etapa primordial, houve a aprovação do Projeto de Pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), conforme parecer nº 1.647.586, CAAE: 57538816.3.0000.5367.

Participaram da pesquisa 504 jovens, com idades entre 15 e 19 anos, que cursavam o terceiro ano do Ensino Médio em escolas públicas estaduais, abrangendo os três municípios anteriormente especificados. Os pais e/ou responsáveis legais pelos pesquisados autorizaram previamente a participação dos alunos, mediante concordância com as informações da pesquisa e consentimento por meio de assinatura do Termo de Anuência à participação dos jovens e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) da pesquisa. Os participantes foram esclarecidos sobre os objetivos e procedimentos do estudo, manifestando sua concordância e consentimento em assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Instrumentos de Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada presencialmente pelos pesquisadores, nos meses de novembro e dezembro de 2016, mediante a aplicação de um questionário impresso, organizado em dois módulos:

a) levantamento de dados para a caracterização dos participantes, que compreendeu dados de identificação, sociodemográficos e aspectos gerais sobre a utilização de internet, como tempo médio diário de utilização, meios e motivos de acesso;

b) o Internet Addiction Test - IAT (Teste de Dependência de Internet), que consiste no único instrumento com estudos validados e publicados para a mensuração dos diferentes graus de dependência. Trata-se de um instrumento com 20 questões objetivas, cada uma com cinco possíveis respostas: 0- Não se aplica, 1- Raramente, 2-Ocasionalmente, 3- Frequentemente, 4- Quase sempre e 5- Sempre. Os aspectos verificados por meio do IAT são: como a utilização interfere nas atividades cotidianas e no cumprimento de tarefas relevantes; a presença e a frequência das reações agressivas; as questões fisiológicas, que tendem a sofrer alterações, tal como dormir menos do que necessário ou alimentar-se mal; as mudanças nas relações sociais e familiares; a substituição de interações presenciais por relacionamentos virtuais; a ocorrência de sentimentos de ansiedade e de preocupação, quando não se está navegando; entre outros aspectos (King et al., 2014). O instrumento encontra-se traduzido e adaptado para o português e apresenta consistência interna satisfatória (Conti et al., 2012).

Análise dos Dados

Posteriormente à aplicação dos questionários, os dados foram digitados em planilha do Excel, do Microsoft Office, e importados para o software StatisticalPackage for Social Science for Windows (SPSS), versão 17, por meio do qual foi realizada a análise e cruzamento das informações. A análise das variáveis de ambos os módulos do questionário baseou-se em estatística descritiva, com distribuição de frequências, média e desvio padrão. As possíveis associações entre as variáveis pautou-se no teste qui-quadrado, com nível de significância de 5%.

A medição do grau de dependência de internet de cada participante foi realizada por meio do somatório do valor das alternativas assinaladas nas 20 questões do IAT, sendo que a classificação seguiu os seguintes critérios: de 20-49 - dependência de grau leve, 50-79 - dependência de grau moderado, e 80-100 - dependência de grau severo (Conti et al., 2012; King et al., 2014; Young & Abreu, 2011). Posteriormente, analisaram-se os resultados em termos da população investigada. Os resultados e as discussões estão apresentados a seguir.

 

Resultados e Discussão

Caracterização Sociodemográfica dos Participantes

Dentre os 504 participantes, 280 (55,6%) são do município de São Miguel do Oeste; 139 (27,6%), do município de Pinhalzinho; e 85 (16,9%), do município de Maravilha. Em termos de gênero, 271 (53,8%) identificaram-se como do sexo feminino e 233 (46,2%), do sexo masculino. A maioria dos participantes (88,6%) informou idade de 17 anos (68,5%) e de 18 anos (16,1%).

No que se refere à constituição familiar, 38,7% tem um irmão; 27,2%, dois irmãos; 19,4%, três ou mais irmãos, e 14,7% não tem irmãos. São residentes com os pais 94,3%, os quais exercem diversas ocupações, sendo que prevaleceram as profissões relacionadas à agricultura (agricultor - 13,7%; agrônomo - 4,7%), atividades centrais à região onde foi realizado o estudo, e relacionadas à educação (professor, orientador escolar - 9,3%).

Acerca da renda familiar aproximada, 38,5% informaram os valores compreendidos entre R$ 1.450.00 e R$ 2.899.99; 33,3%, entre R$ 2.900,00 e R$ 7.249,99; e, 19%, até R$ 1.449,99. Dentre os participantes da pesquisa, 49% necessitam realizar atividade remunerada concomitantemente aos estudos, sendo que 21,4% destes destinam cerca de 4 horas diárias a tais atividades, 11,7% destinam 8 horas diárias e 9%, entre 5 e 6 horas diárias.

Caracterização do Uso da Internet

A maioria da população pesquisada acessa a internet utilizando tanto computadores portáteis como smartphones(68,7%), outros 14,9% acessam somente de smartphonese 7,7% somente de computadores. A prevalência do uso de dispositivos móveis, como computadores portáteis, smartphones e tablets, tendem a favorecer o uso excessivo da internet, visto que a disponibilidade de acesso pode ser imediata ao usuário, independentemente do local onde esteja (Vidal & Dantas, 2016). A mobilidade e os novos espaços perpassam territórios geográficos e parecem possibilitar ao ser humano um nomadismo diferente de eras da humanidade anteriores, pois se trata de ser nômade a partir da amplitude de conhecimentos, de potências de pensamento, que conferem novas maneiras de construir sociedade (Lévy, 1999a; Lemos &Lévy, 2010).

Os principais motivos de utilização da internet informados entre os pesquisados foram: 84,5%, a navegação em redes sociais; 77,6%, estudos; 48,8%, diversão; 43,3%, para atualização de informações diversas; 15,1%, para relacionamentos sociais. A partir dos resultados, confirma-se o interesse contemporâneo dos jovens, e não somente deles, pelo uso das redes sociais para as trocas de informações e o estabelecimento de relações, o que pode ser entendido como a dimensão social da internet. Esse âmbito de utilização da internet, por ser relativamente recente, necessita ser estudado empiricamente para melhor compreensão.

Sabe-se que a abundância de conteúdos adictivos, estimulantes, nas redes sociais tornam o contato prazeroso e, ao mesmo tempo, promovem a fantasia e o desempenho de papéis (Young & Abreu, 2011), que podem ser aspectos preditores do uso abusivo da internet, assim como a relativa facilidade de acesso. Além disso, a possibilidade de acompanhamento do cotidiano de outras pessoas, normalmente não acessíveis nos contatos presenciais, parece ter efeitos fortemente estimulantes para os jovens.Um dos questionamentos mais importantes acerca dessa nova realidade diz respeito à qualidade dos relacionamentos estabelecidos, que, embora sejam quantitativamente relevantes, podem se caracterizar como frágeis em termos dos vínculos (Bauman, 2001, 2003, 2009; Terroso &Argimon, 2016), uma forma de adoecimento psicológico e social. O Facebook, atualmente, é a rede social mais acessada do mundo, na qual milhões de pessoas estabelecem comunicação entre si, com inúmeros benefícios. Porém, devem ser monitorados os danos subsequentes do uso abusivo, que trazem perdas importantes em diversos âmbitos da vida (Guedes, Nardi, Guimarães, Machado & King, 2016).

Em termos educacionais, a pesquisa apontou a relevância da utilização da internet para estudos, que corresponderam a 77,6% dos motivos de acesso. É inegável a importância dos instrumentos comunicacionais possibilitados pela internet, promotores de mudanças tanto em aspectos sociais como econômicos e políticos, consolidando-se, a cada dia, em mecanismos facilitadores e globais de informações. No entanto, estudos apontam que a quantidade e qualidade de uso da internet necessitam ser consideradas quando se trata do âmbito educacional (Kenski, 2015; Moran, 1997; Pessoa & Maia, 2012), pois é comum a dispersão de interesses por parte dos usuários, visto que os conteúdos são atrativos e interativos, podendo haver dificuldade na seleção das prioridades e do conteúdo com qualidade, que pode ter cientificidade ou não (Barbosa Moreira & Kramer, 2007; Kenski, 2015; Pessoa & Maia, 2012; Young & Abreu, 2011).

Outro aspecto relevante do estudo refere-se ao tempo médio que os jovens permanecem navegando na internet. Constatou-se que, cerca de 44% dos pesquisados, utilizam a internet, por 5 horas diárias ou mais. Desses 44%, cerca de 10% a utiliza por 8 horas diárias ou mais, ou seja, em torno de 50% do tempo em que se está ativo no dia. As alterações comportamentais e psicológicas relacionadas ao uso abusivo e excessivo podem trazer impactos na vida dos usuários (Guedes et al., 2016; Young & Abreu, 2011). Os resultados de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Rússia, Índia, Cingapura, Filipinas, México e Brasil, apontaram que os jovens brasileiros navegam na internet por mais tempo do que a média global, sendo que 68% dos pesquisados sentem-se ansiosos e solitários quando estão sem internet, 88% deles gostariam de ter um dispositivo conectado à internet dentro do braço e a maioria afirmou que o acesso à internet deveria, inclusive, ser considerado um direito humano (Amdocs, 2016).

Diante desses dados, torna-se necessário problematizar sobre o tempo de uso da internet e a qualidade desse uso, no que se refere a aspectos centrais no campo da Educação (Brito & Purificação, 2011; Caliari, Zilber& Perez, 2017). Em relação aos jovens brasileiros, o tempo de navegação em redes sociais é cerca de 60% superior aos de jovens de outros países, representando 650 horas em média por mês, contra 406 horas em média em outros países (OTC:Scor, 2015), o que precisa ser questionado em termos da qualidade de conteúdos e das informações disponíveis, bem como do uso crítico e criativo desses espaços (Unicef, 2013). Nesse sentido, concorda-se com Lévy (1999a) e Lemos e Lévy (2010), na compreensão de que o uso das novas formas de informação requer da população reflexões e ações didáticas à consciência do seu papel na sociedade e, não apenas, o conhecimento de como manipular as ferramentas e funções tecnológicas. Ao mesmo tempo, como um espaço antropológico, as contradições estão presentes (Lévy, 1999b), visto que o saber não pode se reduzir ao que é comprovado e científico, mas se relaciona também com as vivências e o envolvimento humano no próprio processo cotidiano de aprendizagem. Nesse sentido, cabe lembrar que a noção de qualidade é complexa e precisa ser relativizada ao contexto e às pessoas envolvidas em sua análise.

Análise da Dependência de Internet

O grau de dependência de internet foi apurado conforme as orientações de utilização do instrumento IAT, cujo cálculo está detalhado no item 2.4. Os graus de dependência subdividem-se em: a) grau de dependência de internet leve (20-49 pontos) significa que os usuários costumam usar a internet de modo controlado; b) grau moderado (50-79 pontos) indica que os usuários enfrentam interferências no cotidiano devido ao uso da internet, com problemas relacionados que tendem a ser frequentes; e c) grau severo (80-100 pontos), indicativo de que os usuários vivenciam problemas significativos, em diversos âmbitos, devido ao uso da internet, e têm dificuldade de controlar as decisões sobre suas vidas.

Na Tabela 1, apresenta-se a apuração do grau de dependência na população investigada por meio do instrumento IAT. Identificou-se que 8,9% dos participantes vivenciam interferências moderadas e graves devido ao uso excessivo da internet.

 

 

Os estudantes que obtiveram classificação moderada representam 8,7% da população, no entanto, selecionando-se da amostra os estudantes que utilizam 5h ou mais de navegação na internet diária, o percentual de grau moderado aumenta para 14,4%. Entende-se, assim, que quanto mais tempo uma pessoa permanece navegando, mais características psicopatológicas de uso da internet tende a apresentar.

Considerando-se a população total investigada, não foram identificadas associações ou diferenças estatísticas significativas entre o grau de dependência e: a) os locais da pesquisa (p = 0,718); b) a renda familiar dos pesquisados (p = 0,745); c) o gênero dos pesquisados (p = 0,489). Ao ser selecionada somente a amostra com grau de dependência moderado, houve, no entanto, diferença estatística significativa de dois pontos percentuais em relação ao gênero, sendo que para o sexo feminino a dependência moderada foi de 9,6%, e no sexo masculino, 7,7%, o que representa uma tendência maior de dependência, nesse grupo, para o sexo feminino. Ainda, em termos do gênero, observou-se que a proporção do tempo diário que jovens do sexo masculino e feminino navegam na internet são próximos, verificando-se que, para a população estudada, o tempo de navegação independe do gênero (p = 0,411).

Houve diferenças em termos da classificação do grau de dependência para os casos de jovens que realizam atividade remunerada, evidenciando-se a tendência de elevação do grau de dependência de moderado (7h diárias = 14,3%; 8h diárias, com grau moderado de 11,9%). No entanto, como a tendência é oscilante, sugerem-se novas investigações para aprofundar o item.

Os resultados desse estudo assemelham-se à situação de dependência identificada em outros estudos com populações de faixas etárias próximas e com o instrumento IAT (Dal Cin& Melo, 2013; Marin, Feldens&Sakae, 2016; Puerta-Cortés; Carbonell, 2013; Terroso &Argimon, 2016). No entanto, o cruzamento de algumas questões permitiu verificar aspectos importantes, para além da identificação sistemática do grau de dependência propriamente dito, a exemplo de contradições nas respostas e de alguns percentuais discrepantes quando comparados ao grau identificado. Considerando-se a consistência interna do instrumento como satisfatória (Conti et al., 2012), tais informações possibilitam inferir que a dependência tende a não ser percebida, ou pode ser disfarçada, ou, ainda, negada por um percentual significativo dos jovens pesquisados.

Ao se analisar comparativamente as questões 1 e 2 do IAT, verificou-se que, dentre aqueles que afirmaram raramente utilizar a internet além do tempo pretendido (questão 1), 15,4% sempre negligenciam tarefas domésticas (questão 2), com o objetivo de passar mais tempo navegando na internet. Nesse caso, é possível identificar uma contradição significativa entre as respostas dadas às questões. Pessoas com características de dependência de internet, geralmente, têm a sensação de controle sobre a atividade. Ao mesmo tempo, a internet pode proporcionar distração, prazer e suporte emocional a esses usuários, aliviando, mesmo que momentaneamente, conflitos psicossociais que o sujeito possa experimentar (Fortim & Araújo, 2013).

As informações seguintes são significativas por permitirem inferir a existência de dificuldades em representativo grupo dos pesquisados para se desconectarem da navegação via internet ou a própria necessidade de se manterem navegando.

- Dentre os estudantes que utilizam a internet em atividades por 5h diárias ou mais, correspondendo a 44% da população, 37,1% afirmaram que raramente tentam reduzir a quantidade de tempo que passam na internet (questão 17).

- Dentre os estudantes que afirmaram frequentemente, quase sempre e sempre fazer uso da internet mais tempo do que pretendiam (questão 1), os quais somam 51,7% da população, 40% sempre dizem a si mesmos "só mais uns minutos" (questão 16) com o objetivo de permanecerem navegando.

- Aqueles que verificam o correio eletrônico antes de qualquer coisa que precisem fazer (questão 7), o percentual identificado foi de 35,7%, para os que assinalaram os itens sempre ou quase sempre.

- Sobre a pergunta "Sempre está com vontade de se conectar à internet novamente?" (questão 11), 53,3% da população respondeu frequentemente, quase sempre e sempre.

- 28,9% da população investigada "Tem receio de que a vida sem internet seja aborrecida, vazia e sem alegria" (questão 12), frequentemente, quase sempre e sempre.

- Sobre a questão 14, "perde o sono devido a estar na internet até muito tarde" 28,8% assinalaram sempre ou quase sempre.

Os resultados levam a crer que um percentual significativo da população deste estudo entende como normal a sua condição de uso de internet, embora com características compreendidas como psicopatológicas importantes. Logo, situações como navegar durante períodos de tempo longos, negligenciar outras atividades, perder o sono, entre outras, podem não lhes parecer algo prejudicial. O virtual e o presencial passam a ser entendidos de modo fusional e a virtualização promove o efeito Moebius (Lévy, 1996), em que os limites de espaço e tempo se confundem.

Nesse sentido, infere-se que, para os jovens pesquisados, quanto mais tempo navegando na internet, mais natural passa a ser a vida virtual. A vida virtual passa a ser entendida como melhor ou mais significativa do que a presencial, na qual os desejos são submetidos aos filtros morais e éticos anteriormente à satisfação e, devido a isso, a própria distorção sustenta a negação, impedindo que as pessoas percebam e/ou reajam ao fato de perder o controle da vida (Young & Abreu, 2011).

Em vista disso, tornou-se recorrente o questionamento: o que seria das pessoas sem a internet e suas novas facilidades? Os acontecimentos passaram a não depender de distâncias geográficas para serem conhecidos; as notícias, boas ou ruins, são recebidas e enviadas rápida e consistentemente em vários locais do mundo (Guedes et al., 2016; King et al., 2015).

Por fim, considera-se importante a reflexão sobre os locais da presente pesquisa, cidades interioranas, com população relativamente pequena (São Miguel do Oeste, cerca de 39 mil habitantes; Maravilha, 22 mil habitantes; Pinhalzinho, 16 mil habitantes - IBGE, 2010). Tais cidades tendem a apresentar características e modos de vida diferenciados, com a tendência de prevalecerem os relacionamentos presenciais e a maior vinculação social, quando comparadas aos grandes centros urbanos, nos quais os estudos sobre dependência de internet são, frequentemente, realizados. Hipoteticamente, os resultados deste estudo deveriam apresentar algumas discrepâncias com relação aos contextos urbanos maiores, o que não aconteceu. Ademais, evidenciou-se, no grupo de participantes residentes em áreas rurais (cerca de 15% da população pesquisada), o grau de dependência moderado em 11,6%, ou seja, maior que média geral, a qual foi de 8,7%. Nesse sentido, considera-se relevante a realização de estudos futuros direcionados a esses públicos (residentes em cidades de pequeno porte e de áreas rurais) como forma de melhor entender e de promover comparações acerca dessa realidade, o que poderá contribuir com elementos à compreensão do fenômeno da dependência de internet em seus diversos contextos.

 

Considerações Finais

O estudo apresentado investigou a dependência de internet com jovens com idades entre 15 e 19 anos, que cursavam o último ano do Ensino Médio, em escolas públicas estaduais, das cidades São Miguel do Oeste, Maravilha e Pinhalzinho, Estado de Santa Catarina, por meio da aplicação de um questionário contendo o IAT.

Identificou-se que 8,9% dos participantes vivenciam interferências moderadas e severas devido ao uso excessivo da internet, sendo que, destes, a grande maioria (8,7%), moderadas. Evidenciou-se que o tempo de permanência diário na internet é elevado na população pesquisada, sendo que os principais motivos de utilização são a navegação em redes sociais, estudos e diversão. Devido a discrepâncias e contradições nas respostas, identificadas por meio de análises estatísticas, compreendeu-se que a dependência de internet tende a não ser percebida, ou pode ser negada, ou, ainda, percebida como normal por um percentual significativo dos jovens pesquisados, embora com características e comprometimentos psicopatológicos importantes.

De fato, embora existam ganhos incontestáveis, o uso excessivo da internet tem mobilizado debates importantes e preocupação em como será no futuro. Evidencia-se que, cada vez mais, as pessoas sentem-se atraídas pelos diversos recursos virtuais, em frequente metamorfose, levando a mudanças nos modos de vida em um ritmo nunca antes experimentado (Lemos &Lévy, 2010; Fortim & Araújo, 2013; King et al., 2014). As informações discutidas neste estudo apontam para um cenário que requer reflexão, afinal, a fusão entre o presencial e o virtual, bem como a necessidade de cada vez maior navegação na internet, trazem transformações subjetivas e sociais a esses jovens, permeando novos significados para a relação com o tempo e espaço onde vivem.

Conclui-se que a dependência de internet requer atenção científica e social, por se constituir em um fenômeno que interfere na constituição da subjetividade e na dinâmica das relações sociais. Cientificamente, necessita ser compreendido de modo ampliado e contextualizado, o que aponta para a relevância da continuidade das pesquisas. Sugere-se a realização de estudos longitudinais comparativos e qualitativos, com vistas à ampliação descritiva do fenômeno e à indicação de possibilidades de intervenção. Ao mesmo tempo, considera-se fundamental que a Psicologia, interdisciplinarmente, promova debates com a sociedade sobre esse fenômeno, que se constitui como uma problemática ou uma realidade emergente importante.

 

Referências

American PsychiatncAssociation. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de Saúde Mental - DSM-V. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Amdocs. (2016). Relatório Anual no Form 20-F. Sto. Louis - EUA. Recuperado em 7 março, 2017, de https://www.amdocs.com/media-room/amdocs-survey-teenagers-have-digital-lifestyle-service-providers-should-adjust        [ Links ]

Arruda, E. C. de, Rosa, A. L. M, & Milani, R. G. (2014). O comportamento de uso, o consumo e os impactos das tecnologias digitais: uma revisãoteórica. CIENTEC - Revista de Ciência, Tecnologia e Humanidades do IFPE, 6(2), 10-21.         [ Links ]

Barbosa Moreira, A. F., & Kramer, S. (2007). Contemporaneidade, educação e tecnologia Educação& Sociedade, 28(100), 1037-1057. Centro de Estudos Educação e Sociedade Campinas, Brasil. Recuperado em 20 setembro, 2017, de http://www.redalyc.org/pdf/873/87313704019.pdf        [ Links ]

Bauman, Z. (2001). Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.         [ Links ]

Bauman, Z. (2003). Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.         [ Links ]

Bauman, Z. (2009). Arte da vida.Rio de janeiro: Jorge Zahar.         [ Links ]

Brito, G. da. S., & Purificação, I. da. (2011). Educação e novas tecnologias: um (re)pensar (3a ed. rev. atual. e ampl.). Curitiba: IBPEX.         [ Links ]

Caliari, K. V. Z., Zilber, M. A., & Perez, G. (2017). Tecnologias da informação e comunicação como inovação no ensino superior presencial: uma análise das variáveis que influenciam na sua adoção. REGE - Revista de Gestão, 24(3), 247-255.         [ Links ]

Conti, M. A, Jardim, A. P., Hearst, N., Cordás, T. A., Tavares, H., & Abreu, C. N. de. (2012). Evaluation of Semantic Equivalence and Internal Consistency of a Portuguese Version of the Internet Addiction Test (IAT). ArchivesofClinicalPsychiatry (São Paulo), 39(3), 106-110. Recuperado em 3 junho, 2016, de https://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832012000300007        [ Links ]

Dal Cin, I. C. T. P., Melo, & M. C. O. L. (2013). Dependência de internet: um estudo com profissionais e estudantes da área de TI em Belo Horizonte. In XXXVII da ANPAD, Encontro Nacional de 2013, Aspectos Sociais, Culturais e Comportamentais dos Sistemas de Informação (SI). Rio de Janeiro: ANPAD. Recuperado em 4 março, 2017, de http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_ADI2347.pdf.         [ Links ]

Vidal, Priscila V. C., & Dantas, E. B. (2016). Dependência mobile: a relação da nova geração com os gadgets móveis digitais. Signos do Consumo, 8(2), 67-84. Recuperado em 3 de março, 2017, de https://www.revistas.usp.br/signosdoconsumo/article/view/122003        [ Links ]

Fortim, I., & Araújo, C. A. de. (2013). Aspectos psicológicos do uso patológico de internet.Bol. Acad. Paul. Psicol., 33(85), 292-311. Recuperado em 6 junho, 2016, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2013000200007        [ Links ]

Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef (2013). O uso da internet por adolescentes. Recuperado em 20 de setembro, 2017, de https://www.unicef.org/brazil/pt/br_uso_internet_adolescentes.pdf        [ Links ]

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). Censo Demográfico 2010: Características gerais da população. Recuperado em 1º março, 2017, de http://censo2010.ibge.gov.br        [ Links ]

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2015). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2014, 2015. Recuperado em 11 março, 2016, de http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv91983.pdf        [ Links ]

Guedes, E., Nardi, A. E., Guimarães, F. M. C. L., Machado, S., & King, A. L. S. (2016). Social Networking, a New Online Addiction: a Review of Facebook and Other Addiction Disorders. Medical Express, 3(1), M160101. Recuperado em 3 março, 2017, de https://dx.doi.org/10.5935/MedicalExpress.2016.01.01        [ Links ]

Kenski, V. M. (2015). Educação e Internet no Brasil. Cadernos Adenauer,16(3), 133-150. Recuperado em 1º setembro, 2017, de http://www.kas.de/wf/doc/16511-1442-5-30.pdf        [ Links ]

King, A. N. L., Nardi, A. E, & Cardoso, A. (2014). Nomofobia - Dependência do Computador e/ou Internet?. São Paulo: Atheneu.         [ Links ]

Lemos, A., &Lévy, P. (2010). O futuro da internet:em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus.         [ Links ]

Lévy, P. (1996). O que é virtual?.São Paulo: Editora 34.         [ Links ]

Lévy, P. (1999a). Cibercultura. São Paulo: Editora 34.         [ Links ]

Lévy, P. (1999b). A inteligência coletiva: por uma Antropologia do Ciberespaço. São Paulo: Loyola.         [ Links ]

Marin, C. E., Feldens, V. P., &Sakae, T. M. (2016). Dependência de internet, qualidade do sono e sonolência em estudantes de Medicina de Universidade do Sul do Brasil. Revista da AMRIGS, 60(3), 191-197.         [ Links ]

Moran, J. M. (1997). Como utilizar a internet na educação. Ciência da Informação, 26(2). Recuperado em 1º setembro, 2017, de https://dx.doi.org/10.1590/S0100-19651997000200006        [ Links ]

OTC: SCOR (2015). Digital Future Focus Brazil 2015, ComScore. Recuperado em 1º setembro, 2017, de https://www.comscore.com/por/Insights/Apresentacoes-e-documentos/2015/Futuro-Digital-Global-em-Foco-2015        [ Links ]

Pessoa, A. R., & Maia, G. G. (2012). A leitura e as novas mídias digitais: interações e permanência. Revista do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba, Paraíba, 5(06), 1-14. Recuperado em 1º setembro, 2017, de http://www.okara.ufpb.br/ojs/index.php/cm/article/view/14325        [ Links ]

Pirocca, C. (2012). Dependência de internet, definição e tratamentos: revisão sistemática da literatura. Monografia não publicada, Instituto de Psicologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.         [ Links ]

Puerta-Cortés, D. X., Carbonell, X. (2013). Uso problemático de Internet en una muestra de estudiantesuniversitarios colombianos. Avances en Psicología Latinoamericana, 31(3), 620-631. Recuperado em 12 fevereiro, 2017, de http://www.scielo.org.co/pdf/apl/v31n3/v31n3a12.pdf        [ Links ]

Resolução n o 466, de 12 de dezembro de 2012. (2012).Conselho Nacional de Saúde, Brasília. Recuperado em 4 março, 2017, de http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf        [ Links ]

Terroso, L. B., &Argimon, N, I. I. de L. (2016). Dependência de internet e habilidades sociais em adolescentes.Estud. pesqui. psicol., 16(1), 200-219. Recuperado em 1º fevereiro, 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812016000100012&lng=pt&nrm=iso        [ Links ]

Young, K. S. (2004). Internet Addiction: The Consequences of a New Clinical Phenomena. In K. Doyle (Ed.). Psychology and the new media, 1-14. Thousand Oaks, CA: Am. BehavioralScientist.         [ Links ]

Young, K. S. (2007). Cogntive-Behavioral Therapy with Internet Addicts: Treatment Outcomes and Implications. Cyberpsychology & Behavior,10(1), 671-679.         [ Links ]

Young, K. S. (2009). Internet Addiction. American Behavioral Scientist, 4, 402-415.         [ Links ]

Young, K. S, & Abreu, C. N. (2011). Dependência de internet: manual e guia de avaliação e tratamento. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Zimerman, D. E. (2005). Psicanálise em perguntas e respostas: verdades, mitos e tabus. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

 

 

Recebido em: 30/04/2017
Aprovado em: 30/01/2018

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons