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Revista do NUFEN
versão On-line ISSN 2175-2591
Rev. NUFEN vol.13 no.2 Belém maio/ago. 2021
RELATO DE PESQUISA
Universitários em Sofrimento Psíquico: estudo em serviço escola do interior pernambucano
University Students in Psychic Suffering: Study in a school-service in Pernambuco
Universitarios en Sufrimiento Psíquico: Estudio en Servicio Escola del Interior Pernambucano
Shirley Macêdo1; Natan Damasceno Sudário2; Melina Pinheiro Gomes de Souza3; Monica Aparecida Tomé Pereira de Souza4
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Brasil
RESUMO
Objetivou-se realizar levantamento sociodemográfico sobre universitários em sofrimento psíquico que buscaram atendimento em serviço escola de Psicologia do interior pernambucano entre 2017 e 2019; identificar principais demandas; e elencar fatores de risco psicossociais enfrentados por eles. Analisaram-se 266 documentos (fichas pré-cadastro, formulários de atendimento e prontuários), não adequadamente preenchidos, observando-se: média de idade 24,3 anos, maioria dos universitários do sexo feminino (62%) e de cursos de saúde da própria instituição (73%). O serviço mais procurado foi o Plantão Psicológico (52%). As principais queixas, demandas e fatores de risco foram dificuldades intra e interpessoais (46,5%), questões da vida acadêmica (13,3%) e comportamentos ou transtornos psicopatológicos (11,30%). Concluiu-se, principalmente, necessidade de: capacitação dos estudantes de Psicologia para preenchimento de documentos; implantação de sistemas informatizados para favorecer pesquisas em serviços escola defasados; além de implementação de políticas públicas com foco na prevenção e promoção de saúde mental para jovens universitários da região.
Palavras-chave: Serviços de Saúde Escolar; Educação Superior; Pesquisa Quantitativa.
ABSTRACT
This study aimed to conduct a sociodemographic survey of university students in psychic suffering who sought care at a Psychology school-service in the interior of the state of Pernambuco between 2017 and 2019; identify the main demands; and list psychosocial risk factors. We analyzed 266 documents (pre-registration records, care forms and medical records), not properly filled in, observing: mean age 24.3 years, majority of female students (62%) and health programs from the institution (73%). The most sought-after service was the Psychological Service (52%). The main complaints, demands and risk factors were intra- and inter-personal difficulties (46.5%), academic life issues (13.3%) and psychopathological behaviors or disorders (11.30%). It was mainly concluded the need for: training Psychology students to fill in documents; implementation of computerized systems to favor research in outdated school services; besides the implementation of public policies focused on mental health prevention and promotion for university students in the region.
Keywords: School Health Services; Higher Education; Quantitative Research.
RESUMEN
El objetivo del estudio realizar búsqueda sociodemográfica sobre universitarios en sufrimiento psíquico que buscaron atención en servicio escuela de Psicología del interior pernambucano entre 2017 y 2019; identificar demandas; y enumerar factores de riesgo psicosociales enfrentados por ellos. Se analizaron 266 documentos (fichas de registro, formularios de atención y prontuarios), no adecuadamente rellenados. Promedio de edad 24,3 años, mayoría del sexo femenino (el 62%) y de cursos de salud de la institución (el 73%). El servicio más buscado fue el Turno Psicológico (el 52%). Las quejas, demandas y factores de riesgo: dificultades intra e interpersonales (el 46,5%), cuestiones de la vida académica (el 13,3%) y comportamientos o trastornos psicopatológicos (el 11,30%). Conclusión: necesidad de capacitación de los estudiantes de Psicología para rellenar documentos; implantación de sistemas informatizados para favorecer investigaciones en servicios escuela desfasados e implementación de políticas públicas con enfoque en prevención y promoción de salud mental para universitarios
Palabras clave: Servicios de Salud Escolar; Educación Universitaria; Investigación Cuantitativa.
1. Introdução
O ingresso na universidade, visto como uma conquista pela sociedade, é considerado um marco inicial para a vida adulta e representa um momento de transição que possibilita desenvolvimento psicológico ao estudante universitário, tanto no que diz respeito à escolha profissional quanto à identidade como sujeito autônomo (Erikson, 1972). Alguns universitários, no entanto, vivenciam essa nova rotina como uma fase crítica e propiciadora de sofrimento psíquico (Gomes, Araújo, & Comonian, 2018), o qual vem sendo denunciado nas últimas décadas como uma questão de saúde pública (Padovani et al., 2014). Considera-se, portanto, assim como propõe Macêdo (2018), que frente a novos modos de ser e adoecer na contemporaneidade, muitos obstáculos e desafios se colocam a Instituições de Ensino Superior (IESs) brasileiras, sejam públicas ou privadas, que são convocadas a refletir sobre a questão e criar projetos com objetivo de intervir frente a tais demandas.
Devido a esse cenário, neste artigo, inicialmente busca-se situar o que se compreende por sofrimento psíquico: um processo da ordem da existência, inerente ao ser humano, que pode ser expresso e suportado pelo sujeito em relações favorecedoras de construção de modos de enfrentamento. Como destaca Macêdo (2018), sofrimento não pode ser confundido com adoecimento, mas compreendido também como mobilizador da saúde, visto que, ao empregar mecanismos de enfrentamento do sofrimento, o sujeito pode não quedar no adoecimento. No entanto, quando demandam ajuda em serviços escola de Psicologia, por exemplo, muitos universitários já esgotaram mecanismos de enfrentamento do sofrimento, apresentando adoecimentos de diversas ordens e, muitas vezes, medicalizados inadvertidamente. Nesse sentido, é imprescindível que haja, nesses serviços, alternativas para prevenção, intervenção e reabilitação no que se refere à saúde mental de discentes de IESs.
No Brasil e no mundo, pesquisas têm sido realizadas, como as de Auerbach et al. (2016) e do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis/ANDIFES (FONAPRACE, 2014), enfocando processos de saúde-doença mental em universitários, seja descrevendo fatores de risco para o sofrimento e/ou adoecimento psíquico, seja especificando os agravos à saúde desses sujeitos e/ou propondo fatores de proteção.
Pinho et al. (2015), por exemplo, realizaram um estudo com universitários de diversos cursos de uma IES pública, com o objetivo de descrever os fatores que influenciavam no processo de transição do ensino médio para a universidade e suas possíveis mudanças comportamentais. Dentre outros resultados, constataram que a maioria dos sujeitos criticavam a infraestrutura do ambiente acadêmico como defasada, pois, as instituições não ofereciam condições básicas que proporcionassem o mínimo de conforto para o estudante.
Consideram-se esses resultados relevantes, diante da implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Brasil, 1996) que buscou garantir na educação superior brasileira a autonomia das universidades. Para além de infraestrutura, entretanto, as universidades devem contribuir para a formação integral do ser humano, assim como propiciar condições para que o sujeito se desenvolva, passando esse ambiente a se constituir um espaço de cuidado no que se refere à saúde e qualidade de vida dos que compõem a comunidade acadêmica (Cunha e Carrilho, 2005).
No que diz respeito ao processo de interiorização das IES, Fusco e Ojima (2016) destacaram que, embora os municípios do interior nordestino sejam menos favorecidos por apresentarem menos condições econômicas, sociais e laborais do que nas capitais, desde os anos 2000 essa realidade vem se modificando, tendo em vista a ampliação e a democratização das IES que, ao se deslocarem para esses municípios, possibilitaram o acesso dessa população específica a ensino gratuito e de qualidade.
Assim, essa ampliação foi uma maneira das pessoas terem condições de ingressar em uma universidade e obterem um título de graduação, já que antes a situação financeira e a distância dificultavam. A partir disso, a ida do ensino superior para o interior do Nordeste proporcionou uma melhor relação e comunicação desses municípios com as capitais, gerando avanços econômicos que, por sua vez, puderam colaborar com a diminuição da desigualdade social (Fusco & Ojima, 2016).
No entanto, ao adentrar no ensino superior, os jovens universitários enfrentam uma série de dificuldades e desafios que, por sua vez, acabam sendo agentes potencializadores e fatores de risco para o adoecimento mental. São exemplos desses fatores : transição do ensino médio para o superior; estresse e ansiedade provocados pelo excesso de provas e atividades acadêmicas; pressão e cobranças para alcançar resultados satisfatórios; expectativas frente ao futuro profissional e do mercado de trabalho; competitividade existente entre os colegas de curso e adversidades presentes nas relações com outros discentes e docentes (Castro, 2017; Costa & Moreira, 2016; Macêdo, 2018; Macêdo et al., 2021; Moretti & Hübner, 2017; Padovani et al., 2014; Pinho et al., 2015; Silva & Azevedo, 2018).
Adicionalmente, a integração à vida acadêmica (pautada nas relações entre o estudante e a universidade, nas expectativas dele em relação ao curso e da sua família interiorana em relação a ele, na infraestrutura e normas institucionais, na qualidade do ensino e no prestígio da universidade) termina impactando, e muitas vezes negativamente, no desenvolvimento psicossocial desses discentes. Essa realidade pode gerar desmotivação e fazer com que o universitário encontre dificuldades de adaptação ao novo ambiente. A rotina anterior, o afastamento do meio familiar, ou outro âmbito que estava acostumado antes do ingresso na universidade são fatores que também podem se acrescentar às vivências de impacto da vida acadêmica (Pinho, 2015; Silva et al., 2018).
Infelizmente, à revelia disso, muitas IESs ainda colocam foco na formação conteudista, visando tão somente aulas e preparação do universitário para o mercado de trabalho (Ribeiro & Bolsoni-Silva, 2011). Logo, o universitário está sempre tentando alcançar um determinado patamar, já que está sujeito a suprir as exigências acadêmicas para que obtenha bons resultados diante do produtivismo acadêmico favorecido pela cultura da alta performance, o que acaba causando, muitas vezes, sofrimento psíquico insuportável (Macêdo, 2018).
Em contrapartida, algumas IESs, por possuírem o curso de Psicologia, contam com serviços escola que são obrigatórios, conforme a Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962, a qual estabelece que as universidades que mantiverem esse curso deverão organizar serviços clínicos e de aplicação à educação e ao trabalho - orientados e dirigidos pelo conselho dos professores - abertos ao público, gratuitos ou remunerados.
Inicialmente denominados clínicas-escola, que ofereciam apenas psicoterapia como modalidade de atendimento a clientes, a partir de 2004 passam a ser chamados de serviços escola, diante da institucionalização das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de psicólogos, que impuseram, principalmente, a preparação desses profissionais conforme as novas demandas da sociedade, que passavam a necessitar de outros serviços para além da psicoterapia (Melo-Silva, Santos, & Simon, 2005).
Amaral et al. (2012) destacaram que o objetivo de um serviço escola é favorecer ao estudante de psicologia aplicar, na prática, as técnicas psicológicas aprendidas em sala de aula, integrar o ensino, a pesquisa e a extensão, oferecer atividade de promoção da saúde e prevenção de doenças. Ressaltaram, ainda, que esses serviços adquirem um papel social importante, pois expandem a assistência psicológica à população carente. Nesse sentido, acredita-se que tais instituições podem contribuir para o cuidado integral ao universitário que advém de várias camadas sociais, promovendo saúde e qualidade de vida, acolhendo suas demandas e buscando estratégias para minimizar sofrimento psíquico de diversas ordens. Principalmente diante da ampliação do acesso à Psicologia no interior do país, que, segundo o já proposto por Macedo e Dimenstein (2011), foi um processo resultante, dentre outros fatores, da estruturação de serviços ligados ao campo do bem-estar social e do processo de reestruturação, expansão e interiorização da educação superior no nosso país.
Galindo, Sousa e Tamman (2019) advertiram que, diante dos avanços no que diz respeito às políticas de redemocratização de acesso das pessoas a instituições de saúde mental no Brasil, os serviços escola de Psicologia têm função pedagógica, ético- política e social. A preocupação maior das autoras nesse estudo de revisão sistemática foi avaliar "que direção tem tomado os serviços escola no sentido de ampliar a diversidade de serviços à população" (p.374). O estudo delas fez parte de uma pesquisa mais geral sobre a formação de psicólogas e psicólogos em serviços escola de Psicologia em Pernambuco, e elas concluíram, dentre outras coisas, que: nessas instituições há, nos últimos anos, uma tendência de deslocamento de atendimentos individuais para práticas coletivas; e debater sobre esses serviços é também discutir sobre uma formação mais adequada em Psicologia.
Cabe ressaltar, porquanto, como as atividades realizadas por estudantes de Psicologia e supervisores em um serviço escola influenciam no processo de atendimento de clientes, na saúde mental e na qualidade de vida de uma comunidade. No entanto, como bem referem Fernandes et al. (2014), assim como Fam e Ferreira Neto (2019), apesar do aumento de cursos de Psicologia no país, dos avanços nas diretrizes curriculares de formação do psicólogo e das práticas em serviços escola, o corpo de conhecimento com dados empíricos sobre essas instituições em vários pontos do Brasil ainda é incipiente, principalmente no Nordeste, como aponta o estudo realizado no Rio Grande do Norte por Gomes e Dimenstein (2016), havendo necessidade de revisitar suas práticas, visando otimização de seu funcionamento.
Diante desse cenário de fazeres e saberes, reconhece-se a carência de estudos que investiguem a atuação de serviços escola no interior pernambucano, principalmente no que concerne a ações diante de demandas de usuários universitários que têm, cada vez mais, chances de migrarem para regiões distantes de seu lugar de morada. Assim, a presente pesquisa partiu do seguinte problema: qual o perfil sociodemográfico de estudantes que se encontram vulneráveis em termos de sofrimento psíquico e buscaram algum tipo de intervenção em um serviço escola do interior pernambucano entre os anos 2017 e 2019? Quais fatores de risco psicossociais são enfrentados pelos estudantes que adentram nas IESs nesta região? E quais principais demandas são identificadas pelo referido serviço escola para essa clientela específica?
Posto isso, objetivou-se nesta pesquisa realizar um levantamento sociodemográfico de estudantes universitários em sofrimento psíquico que buscaram atendimento nesse serviço escola entre 2017 e 2019, identificar principais demandas e elencar fatores de risco psicossociais enfrentados por essa população.
2. Metodologia
Tratou-se de um estudo de natureza quantitativa, pois foi desenvolvido a partir de um método descritivo, apresentando dados e indicadores observáveis, logo compreensíveis diante de um conjunto de variáveis investigadas. Além disso, a pesquisa exigiu raciocínio lógico dedutivo para tratar dos fatos propostos e determinar relações causais desses, já que foram testados matematicamente com intuito de estabelecer conclusões, como teoriza Proetti (2018).
Dalfovo et al. (2008) já destacavam que a pesquisa quantitativa se caracteriza pelo emprego da quantificação, tanto na coleta de informações como no tratamento dessas através de técnicas estatísticas. É um modelo de pesquisa em que se inicia a coleta de dados considerando-se números, que passam por uma análise detalhada com o apoio da estatística ou de outras técnicas matemáticas.
No entanto, o enfoque quantitativo não retira do pesquisador a importância de analisar qualitativamente seus resultados, no sentido de cruzar os dados que tem em mãos e ampliar sua leitura do assunto investigado. Como alertou Günther (2006), quem desenvolve pesquisa quantitativa não exclui o interesse em compreender as relações complexas, e mesmo que esteja ocupado com relações entre variáveis, o ato de pesquisar é um ato social de construção de conhecimento.
Tendo isso posto, a pesquisa foi desenvolvida no contexto do Programa de Incentivo a Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC CNPq-UNIVASF 2019-2020), atendeu princípios éticos contidos nas resoluções CNS/MS 466/2012 e 510/2016 e foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Vale do São Francisco, registrado pelo CAEE Nº 17728719.0.0000.5196, posteriormente aprovado pelo parecer Nº 3.603.877, datado de 27/09/2019.
Após sua aprovação, o estudo foi realizado em um serviço escola de uma universidade do interior pernambucano que, a partir de 2017, vem sendo palco de práticas especificamente voltadas ao público universitário, seja atendendo individualmente algumas demandas, seja promovendo processos grupais. A partir de 2018, foi implantado em suas dependências um órgão específico voltado a universitários, o que viabilizou oferta de serviços de cuidado integral a essa comunidade, assim como intervenções in loco em diversas IESs que buscam ajuda diante de sofrimento e/ou adoecimento psíquico de seus estudantes, sendo demandas mais prementes as de comportamento suicida, surtos e problemas familiares/de relacionamento.
Antes de iniciar a coleta de dados, apresentou-se a proposta aos professores supervisores da instituição, visando-se anuência dos mesmos para que a equipe de pesquisa pudesse ter acesso a documentos de usuários universitários que foram atendidos por estudantes de Psicologia sob suas supervisões. Cabe ressaltar que, para garantir sigilo em relação aos dados, a pesquisa documental e sua análise foram realizadas nas dependências do próprio serviço escola, em salas agendadas previamente, e os documentos eram devolvidos aos arquivos locais após cada momento de coleta.
Foram incluídos documentos (fichas pré-cadastro, formulários de atendimento e prontuários) de universitários que efetivamente foram contemplados pelo serviço escola com algum tipo de serviço entre os anos 2017 e 2019, não foram desligados por motivo de abandono e que não estavam sob acompanhamento psicológico em outra instituição. Além disso, foram excluídos documentos referentes a universitários identificados como sendo do rol de relacionamentos sociais dos bolsistas de iniciação científica. Dentre os serviços analisados e ofertados aos universitários pelo serviço escola em questão, destacam-se: Grupo Interventivo, Plantão Psicológico, Psicoterapia Individual e Triagem. Foram pesquisados cerca de 400 documentos de usuários universitários de diversos cursos e IESs, sendo elas públicas ou privadas. No entanto, com a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foi possível analisar apenas 266 documentos.
Os dados analisados foram: data de cadastro, idade, gênero, estado civil, curso, período, instituição de ensino, cidade, bairro, serviço que foi atendido, como soube das informações sobre o serviço escola, se foi encaminhado por algum profissional ou serviço, se fazia uso de medicação, se havia feito avaliação por algum profissional, se havia se submetido anteriormente a acompanhamento psicológico, antecedentes familiares de sofrimento psíquico, motivo de procura registrado no documento, data de pré-cadastro, data de atendimento, descrição da queixa apresentada quando atendido, demanda identificada pelo atendente do serviço escola e encaminhamento pós-atendimento.
A análise dos dados adotou os seguintes procedimentos:
a) Verificação e conformidade das informações e tabulação dos dados – após coletados, os dados foram reunidos e inseridos a partir da estrutura de base de dados, em uma planilha eletrônica, que continha as variáveis sociodemográficas (data de cadastro e atendimento, serviço recebido, idade, sexo, estado civil, cidade, bairro, curso, período e instituição de ensino) e as demais variáveis que remetiam à queixa ou demanda, uso de medicamento, existência de avaliação por profissional, acompanhamento psicológico externo, existência de sofrimento psíquico na família e encaminhamento após o atendimento realizado.
b) Tratamento das variáveis na base de dados – utilização da ferramenta de filtro, classificação, construção de categorias, aplicação da tabela dinâmica, tendo como foco os motivos de procura, queixas e demandas;
c) Aplicação de técnicas da estatística descritiva – a partir da construção e análises de tabelas univariadas e multivariadas, considerando-se as variáveis sexo, faixa etária e área geral do curso.
3. Resultados
A partir do tratamento dos dados observou-se, quanto aos 266 documentos selecionados, referentes ao público atendido entre 2017 e 2019 pelo serviço escola investigado, que: a média de idade dos universitários usuários foi de 24,3 anos, sendo 62% do gênero feminino e 38,2% do gênero masculino. Predominantemente, os estudantes eram da universidade campus sede do serviço escola (73%), sendo sua maioria cursando do 1º ao 4º semestre do curso (Tabela 1).
Os discentes usuários dos cursos de Psicologia (14%), Farmácia (13,2%), Enfermagem (7,1%), Ciências Biológicas (6,0%) e Medicina (4,9%) apresentaram as maiores frequências na procura pelo serviço escola. Este contexto reflete que os estudantes que mais buscaram o atendimento eram dos cursos da área da Saúde (43,6%), seguidos pelos das Áreas de Humanas (21,8%) e Exatas (14,3%). Pelas informações coletadas, observou-se que somente na área das Ciências Exatas é que o número de estudantes do gênero masculino supera o de estudantes do gênero feminino (Tabela 2). Contudo, os dados mostram que a procura pelo serviço escola em questão é realizada por discentes de todas as áreas do conhecimento, em maior ou em menor número, o que indica que a busca por atendimento psicológico independe da área do curso.
Dentre as modalidades de atendimento ofertadas para os universitários pelo serviço escola investigado, o Plantão Psicológico foi o mais procurado (52%) entre 2017 e 2019, seguido por Triagem (22%) e Grupo Interventivo (20%). Tais modalidades foram mais frequentemente ofertadas a estudantes dos dois primeiros anos do curso (46% estavam, no máximo, no 4º semestre), conforme se observa na Tabela 3:
Considerando-se a diversidade de expressões registradas nos documentos nos espaços destinados a informações sobre motivos de procura/queixas e demandas dos usuários, optou-se por definir 10 tipologias: questões profissionais e do trabalho; questões intrapessoais e interpessoais; questões relacionadas à sexualidade; questões relacionadas à vida acadêmica; questões existenciais; questões relacionadas a violências; comportamento suicida; comportamentos ou transtornos psicopatológicos; sintomas fisiológicos; e outros. Essas tipologias favoreceram organizar informações que aparecem descritas no Quadro 1 abaixo a partir das tipologias que mais se sobressaíram (questões intrapessoais e interpessoais, questões relacionadas à vida acadêmica e comportamentos ou transtornos psicopatológicos). Salienta-se que essas tipologias também foram consideradas fatores de risco psicossociais.
Destaca-se que um único documento poderia apresentar mais de uma tipologia, conforme o preenchimento do mesmo pela equipe do serviço escola. Assim, optou-se por computar o número de respostas destinadas a cada tipologia, o que excedeu o número de documentos investigados, já que resultou em um total de 390 respostas. Posto isso, predominantemente, os dados apontaram que a maioria dos universitários apresentou queixas e/ou demandas (entendidas também como fatores de risco psicossociais) relacionadas a questões intrapessoais e interpessoais (35,6% do número de queixas e 46,5% do número de demandas); questões relacionadas à vida acadêmica (15,5% das queixas e 13,6% das demandas); e comportamentos ou transtornos psicopatológicos (18,6% das queixas e 11,3% das demandas), como mostra a Tabela 4:
Observou-se, adicionalmente, que, para as questões intra e interpessoais e relacionadas à vida acadêmica, a faixa etária predominante dos estudantes era de 20 a 23 anos, independentemente do gênero. Já para os motivos relacionados aos comportamentos ou transtornos psicopatológicos, a faixa etária predominante foi de 20 a 23 anos para pessoas do gênero masculino e 28 a 31 anos para as do gênero feminino, conforme mostra a Tabela 5:
A Tabela 6 a seguir mostra que estudantes da área de Saúde foram os que mais procuraram pelos atendimentos com as três principais demandas identificadas, tanto do gênero masculino quanto do feminino, com destaque para o feminino, principalmente em relação a demandas de comportamento ou transtornos psicopatológicos.
As questões vinculadas às relações inter e intrapessoais eram mais frequentes nos estudantes dos primeiros períodos do curso. De forma geral, na medida em que avançam em seus cursos, a demanda se apresentava menos frequente. Já a procura pelo atendimento por questões relacionadas à vida acadêmica, especialmente para o gênero feminino, acontecia independentemente do tempo de curso. Veja-se a Tabela 7 abaixo:
Por fim, a presente pesquisa evidenciou que muitos resultados poderiam ser obtidos através de informações que não constavam nos documentos, o que impossibilitou maiores conclusões sobre os usuários universitários. Houve, como consequência, a predominância da sigla NTI (não tem informação) nas planilhas de aglutinação dos resultados. Constatando-se que 95,5% dos documentos investigados não continha informações se o universitário estava em algum atendimento psicológico; 89,9% não informava se o estudante fez algum tipo de tratamento; e 71,2% se existia na família antecedentes de sofrimento psíquico, como mostra a Tabela 8 a seguir:
4. Discussão
Pelos dados encontrados, foi possível evidenciar que houve uma predominância do gênero feminino em relação ao masculino, como referido também por Borges et al. (2018), Campezatto e Nunes (2007) e Pinho (2016). Esses autores defenderam que mulheres recorrem mais a um serviço psicológico que homens fato delas conseguirem expressar seus sentimentos com mais facilidade, buscarem ajuda e serem menos resistentes quando percebem problemas relacionados à saúde. No entanto, cabe considerar também a possibilidade de mulheres serem mais sensíveis a pressões sociais na universidade, tal como constatado, inclusive, em estudos internacionais (Acharia, Jin, & Collins, 2018).
Além disso, foi possível observar que a média de idade constatada é próxima a de pesquisas recentes, como a de Rocha et al. (2020), ao estudarem a procura por serviço de apoio psicológico por estudantes da área de saúde (23,3 anos). No presente estudo, também se constatou que a maioria dos universitários que buscaram atendimento no serviço escola investigado eram da área da saúde, como já havia evidenciado Pinho (2016) em outra pesquisa. Cabe ressaltar a predominância da busca pelo serviço por estudantes do curso de Psicologia, resultado também constatado por Amaral et al. (2012), os quais destacaram que os discentes do curso de Psicologia procuram mais o atendimento psicológico em relação a outros cursos, tanto pela própria cultura do curso, como pela compreensão desses alunos sobre processo psicoterapêutico.
Observou-se que as tipologias referentes às queixas/demandas/fatores de risco psicossociais que mais se sobressaíram na presente pesquisa corroboram alguns estudos já realizados com universitários. Dutra (2012), por exemplo, ao evidenciar fatores psicossociais relacionados ao sofrimento psíquico nessa população, destacou a própria transição dos discentes para o ensino superior, assim como a saída da casa de seus pais para frequentar a universidade. A autora ainda enfatizou que estar em um ambiente não familiar com altos padrões de exigência acadêmica pode causar no estudante depressão e consideraveis níveis de angústia, potencializando o comportamento suicida. Também chamou atenção no que diz respeito ao sofrimento causado nas relações interpessoais como, por exemplo, a perda ou conflitos com parentes ou namorados, o que pode representar cerca de 70% dos casos de tentativas de suicídio ou de suicídio. Ademais, alegou que o estresse é um fator significativo em qualquer modo de se entender esses tipos de comportamentos.
Contudo, alguns estudos, a exemplo dos de Padovani et al. (2014) e Silva e Azevedo (2018), destacam que, ao ingressar na universidade, o estudante enfrenta uma série de dificuldades e desafios que acabam tornando a sua rotina estressante, o que, por sua vez, pode predispor esse sujeito à depressão, passando ele a ficar mais suscetível a comportamentos suicidas.
Sabe-se que a lógica do produtivismo acadêmico nas universidades e a cultura da alta performance acaba gerando autocobrança exacerbada. Diante disso, o jovem contemporâneo, situado na faixa de 20 a 26 anos, termina por experienciar um processo deletério de seus modos de sentir, pensar e agir, não vendo sentido no que faz (Macêdo, 2018). Isso pode levar a tristeza, insegurança, sentimento de impotência, desmotivação/desânimo, irritabilidade etc.
Autores têm evidenciado que a presença desses fatores junto ao diagnóstico clínico da depressão pode estar diretamente relacionada a baixo repertório de habilidades sociais entre discentes jovens, como mostraram Bolsoni-Silva e Guerra (2014) em um estudo objetivando comparar um grupo clínico de estudantes universitários com depressão e um grupo não clínico, em relação às consequências e sentimentos que diferentes respostas de habilidades sociais podem ter em interações sociais com diversos interlocutores. Os autores evidenciaram que esses estudantes apresentaram grandes dificuldades nos relacionamentos com namorados(as) e familiares; em expressar sentimentos positivos, negativos e opiniões; em lidar com críticas; e comunicarem-se.
No caso da presente pesquisa, é importante ressaltar que, dentre os documentos analisados, constatou-se que o Plantão Psicológico (PP) foi a modalidade que mais contemplou os discentes. O PP é uma modalidade clínica de aconselhamento psicológico e se configura pela abertura do conselheiro a acolher qualquer demanda, tendo como objetivo facilitar o atendimento do cliente, fazendo com que o mesmo se posicione diante de seu sofrimento, dando abertura, disponibilidade e flexibilidade para o processo de cuidado (Rebouças & Dutra, 2010). Talvez isso possa favorecer ao universitário lidar com suas próprias demandas de ajuda.
De certo que, ao entrar na universidade, o estudante depara-se com novas atribuições pessoais, sociais e acadêmicas, o que implica a necessidade de cuidado para com suas demandas no que concerne à manutenção da vida acadêmica com saúde e qualidade de vida. Autores como Rocha et al. (2020) constataram, inclusive, maior procura por apoio psicológico nos dois primeiros anos do curso, quando também é mais frequente o relato de uso de medicações psicoativas antes do ingresso na universidade. Portanto, o cuidado sistemático, ofertado por um serviço escola, através de diversas modalidades clínicas, pode se constituir uma forma de beneficiar a saúde deste indivíduo, ao considerar as suas particularidades, sua individualidade e o caráter expressivo manifesto das suas emoções. Como atesta Formozo et al. (2012), tais modalidades clínicas são praticadas através de procedimentos técnicos aliados à expressão de atitudes condizentes com princípios humanísticos, entre os quais a manutenção do respeito, da dignidade e da responsabilidade entre as pessoas em relação.
Além disso, para o desenvolvimento de sua integralidade, o sujeito necessita do meio social, ou seja, das relações interpessoais, consideradas como fatores protetivos para o indivíduo: a espiritualidade, a consolidação da autoestima, a presença positiva da família e dos amigos (Amparo et al., 2008). No entanto, para que haja a efetividade dessa rede de apoio, é fundamental que o universitário desenvolva habilidades sociais, tendo em vista que as mesmas estão relacionadas à qualidade de vida, possibilitando ao sujeito tornar-se capaz de desenvolver relações interpessoais mais gratificantes, além de uma maior realização pessoal (Formozo et al., 2012).
Cabe destacar, por fim, a predominância de informações não conclusivas e inexistentes nos documentos fontes de dados da presente pesquisa. Barletta et al. (2012) também constataram, nos prontuários de clientes de seu estudo em outro serviço escola, espaços livres de anotações com pouca ou nenhuma informação, o uso de siglas e jargões técnicos e uma falta de organização do estagiário no preenchimento daqueles prontuários, incluindo erros de ortografia, bem como a escrita mal formulada, o que dificultou a leitura e o entendimento do que estava sendo exposto.
Nesta direção, a equipe de pesquisa do presente estudo também enfrentou dificuldades em aglutinar os dados, pois muitos estudantes e estagiários de Psicologia do serviço escola investigado não seguiam um padrão nas anotações sobre as intervenções realizadas por eles, como também não completavam o preenchimento de informações sobre os clientes que atendiam. Assim, reconhece-se a importância de registrar fielmente as informações em documentos para guardar todo o histórico de atendimento do cliente, o que pode facilitar tanto o diagnóstico de usuários universitários em situações de retorno, como apontam Oswalt et al. (2018), quanto a integração entre as diversas práticas de um serviço escola, tal como proposto por Sei et el. (2019). Essas informações também servem para possibilitar futuras análises documentais no sentido de ampliar possibilidades de estudos e coleta de dados, desde que, como bem frisam Gomes & Dimenstein (2020), pesquisas não têm sido contempladas de forma ativa em alguns serviços escolas nordestinas.
5. Considerações Finais
Apesar das limitações encontradas quanto ao preenchimento de documentos por estudantes de Psicologia que atendem no serviço escola investigado, foi possível alcançar os objetivos pretendidos nesta pesquisa. Portanto, considera-se que este estudo apresenta potencial para enriquecer o arcabouço científico de pesquisas sobre o funcionamento de serviços escola no interior pernambucano e de investigações sobre universitários em sofrimento psíquico.
Como a equipe estava inserida na própria instituição, observou que a diversidade de modelos adotados e/ou a falta de consenso entre supervisores de diferentes abordagens para um padrão de preenchimento de documentos pode contribuir para que haja essas janelas nas informações. Portanto, considerando-se que em um serviço escola os mesmos usuários podem ser contemplados por atendimentos de diferentes estudantes de Psicologia, essa carência de informações e/ou falta de consenso pode impactar negativamente na dinâmica das diversas modalidades de atendimento ofertadas, nos resultados do tratamento psicológico e na formação do futuro psicólogo, que não deve negligenciar a fidedignidade de suas informações em registros psicológicos documentais.
Percebeu-se, também, que, mesmo com as capacitações que os estudantes de Psicologia recebem ao longo do semestre, ainda havia falta efetiva de comunicação entre o próprio serviço escola e esses discentes, no sentido de alcançar um padrão mínimo de preenchimento satisfatório para dados de pesquisa, além do que o sistema informatizado vigente estava defasado, não acoplando as devidas informações que pudessem viabilizar pesquisas sistemáticas sobre os indicadores da clientela, o que, também, pode incorrer em brechas para as modalidades de atendimento ofertadas.
Diante dessas constatações, conclui-se, principalmente, a necessidade de: capacitação urgente de estudantes de Psicologia para atuação no referido serviço escola, no que diz respeito a preenchimento adequado de informações documentais; implantação de sistemas informatizados mais precisos para favorecer fontes de dados para pesquisa em serviços escola ainda defasados quanto ao uso de tecnologia de informação; implementação de políticas públicas que tenham como alvo jovens universitários, com foco na prevenção e promoção de saúde mental na região. Diante dessas conclusões, sugerem-se estudos dessa ordem em serviços escola de outras cidades do interior pernambucano ou mesmo nordestino.
Agradecimentos
Agradecemos o financiamento da pesquisa ao Programa PIBIC/PIVIC CNPq-UNIVASF, 2019-2020.
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Endereço para correspondência
Shirley Macêdo
E-mail: mvm.shirley@gmail.com
Natan Damasceno Sudário
E-mail: natansudario98@gmail.com
Melina Pinheiro Gomes de Souza
E-mail: melinasouuza@gmail.com
Monica Aparecida Tomé Pereira de Souza
E-mail: monicatomepereira@gmail.com
Recebido: 10 de abril de 2021
Revisado: 06 de junho de 2021
Aceito: 15 de julho de 2021
Publicado: 30 de julho 2021
1 Shirley Macêdo ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1619-2353
2 Natan Damasceno Sudário ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1009-4592
3 Melina Pinheiro Gomes de Souza ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2254-9443
4 Monica Aparecida Tomé Pereira de Souza ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6565-6762