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Revista Psicologia e Saúde
versão On-line ISSN 2177-093X
Rev. Psicol. Saúde vol.7 no.2 Campo Grande dez. 2015
EDITORIAL
Há uma posição no campo da Psicologia que afirma o seguinte: toda psicologia é política. As ações profissionais realizadas por psicólogos no campo da Psicologia não podem estar desprovidas de um amparo situado a partir da reflexão ética sobre ato que se protagoniza. Ao tomarmos estes dois termos das práticas psicológicas (mas aqui, desde já, os ampliamos para as práticas em saúde) como seus determinantes também, passamos a conceber ações em saúde não mais como um ato clínico, pragmático e circunstancial somente. Ações em saúde configuram-se, portanto, como ato político. A implicação do profissional de saúde com o seu campo de atuação passa a ser, desde aí, elemento que o põe em comprometimento com ideais determinantes de uma prática ética e sensível. O pensador francês René Lourau afirmou que estar implicado com algo é admitir, no fim das contas, que somos objetivados por aquilo que queremos objetivar. Pensar, nos termos da ciência, a questão da saúde é, de certa forma, criar o próprio objeto. A produção de conhecimento em saúde nas suas distintas formas e conteúdos não está "desimplicada" (nos permitiremos o neologismo, aqui) em relação às consequências (im)previstas de seu ato constitutivo. Isto ocorre uma vez que este movimento traz um elemento novo para o campo em questão: ele opera uma atividade de caráter multiplicador (porque reafirma esta ou aquela posição técnico-científica sobre um determinado elemento) e produtor de conhecimento e de práticas. Nesta edição da Revista Psicologia e Saúde apresentamos artigos originais, relatos de pesquisa e relatos de experiência que dão conta destas questões. Desejamos a todos uma boa leitura.
Eduardo Pelliccioli
Editor Associado da Revista Psicologia e Saúde