SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número33Mídia e o espelho da masculinidade?O escorpião e o sapo: o quê da perversão índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Estudos de Psicanálise

versão impressa ISSN 0100-3437

Resumo

MAIA, Luís  e  ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra de. Nachträglichkeit: leituras sobre o tempo na metapsicologia e na clínica. Estud. psicanal. [online]. 2010, n.33, pp. 75-90. ISSN 0100-3437.

A noção de tempo, ao longo da história da psicanálise e da constituição da metapsicologia, reflete concepções variadas, primeiramente acerca da dinâmica do trauma, mas também acerca do psiquismo e, neste, particularmente, sobre o inconsciente e sua investigação. Dependendo da perspectiva teórica assumida, desde Freud até seus sucessores, a adoção de uma ou outra dessas concepções implica consequências que, na história da psicanálise, ora a aproximam, ora a distanciam do conhecimento acerca de seu objeto. Neste artigo, resenham-se as análises que Jean Laplanche (2006) e Jacques André (2009) fazem sobre o tempo, a partir do exame da noção de Nachträglichkeit, para realçar uma tese convergente entre ambas: há no só-depois uma tensão permanente que, se metapsicologicamente desconsiderada, aponta para a inconsistência teórica e para o risco de uma hermenêutica, com o desaparecimento do trauma no modelo explicativo do psiquismo. Ambos os autores veem no trauma originário a necessária presença da alteridade inerente a um outro e concordam que a repetição transferencial, ao reabrir esse trauma, cria as condições para a sua elaboração: se o trauma original aconteceu num encontro com outro humano, só um outro encontro poderá reabri-lo.

Palavras-chave : Nachträglichkeit; Só-depois; Metapsicologia; Clínica psicanalítica; Alteridade.

        · resumo em Inglês     · texto em Português

 

Creative Commons License