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Estudos de Psicanálise

versão impressa ISSN 0100-3437

Resumo

MURIBECA, Maria das Mercês Maia. Da problemática sedução da histeria à enigmática sedução do feminino em Freud. Estud. psicanal. [online]. 2013, n.39, pp. 67-79. ISSN 0100-3437.

Através de um discurso tanto religioso quanto científico a origem da sexualidade feminina foi respaldada numa leitura negativa da sexualidade masculina. Por milênios, o corpo feminino foi envolto em uma aura de profundo mistério, que deu margens a muitos equívocos. Seu corpo considerado anatomicamente imperfeito se prestava a todo tipo de associações com o mal por parte da religião e com as enfermidades por parte da ciência. Na construção da sexualidade feminina, o feminino perdeu suas origens passando a ser visto como algo desvalorizado ou recalcado em seus primórdios. Durante muito tempo, o discurso leigo e científico considerou a histeria uma doença só possível no corpo de uma mulher. Assim, numa cultura predominantemente patriarcal, a histeria passou a incorporar a própria feminilidade como um enigma, e não como uma construção da cultura. Grande parte dessa confusão se deve a uma generalização de certas categorias, que inserem aquilo que é característico da histeria à teorização da sexualidade feminina. Entretanto, a mulher da contemporaneidade é sujeito de um desejo cuja satisfação está para além do casamento e da maternidade. O desejo da mulher é o desejo da intelectualidade, de poder fazer parte do mundo das ideias, de entrar no universo da palavra, do discurso, da maiêutica, da linguajem, ou seja, de expressar suas ideias, de construir história, de fazer a diferença.

Palavras-chave : Psicanálise; Feminilidade; Sexualidade feminina; Histeria.

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