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Estudos de Psicanálise

versão impressa ISSN 0100-3437

Resumo

ARREGUY, Marília Etienne. Receitas pseudopedagógicas para infantilizar a cultura. Estud. psicanal. [online]. 2017, n.47, pp. 25-33. ISSN 0100-3437.

O presente texto parte do encontro com a autora Dominique Ottavi (2011) e da tradução de seu texto Mythe et altérité enfantine , bem como da orientação de formandos em pedagogia, que defendem a importância do uso dos contos de fadas no processo de aprendizagem. Ottavi põe em cheque a asserção aparentemente indubitável sobre o uso pedagógico dos contos de fadas, tomada de modo recorrente pelas famílias e professores como forma de promover o ‘desenvolvimento' da criança. Seguindo as deduções teóricas da autora, ao criticar uma espécie de postulado take for granted na educação infantil, ou seja, o recurso aos contos de fadas como privilegiado meio psicopedagógico, evidencia-se sua função de incutir medo, repressão sexual e preceitos morais datados; algo que carece de maior reflexão. É pertinente levantar certa desconfiança a respeito do mundo encantado e aterrorizante dos contos, uma vez que podem servir como forma de alienação e de encobrimento das angústias dos próprios adultos. A falácia de apostar em uma suposta “primitividade” do pensamento infantil parece preconizar, de forma subterrânea e inconsciente, um infantilismo na própria cultura.

Palavras-chave : Contos de fadas; Medo; Primitivismo; Pedagogia; Psicanálise.

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