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Ide

versão impressa ISSN 0101-3106

Resumo

LEVINZON, Gina Khafif. Frida Kahlo e Diego Rivera: paixão e dor. Ide (São Paulo) [online]. 2010, vol.33, n.50, pp. 196-210. ISSN 0101-3106.

Algumas ligações amorosas nos intrigam pela tenacidade em se manter apesar da grande intensidade de frustração e sofrimento que acarretam ao sujeito. A pergunta que surge é: o que determina a escolha insistente para objeto de amor de um parceiro que não corresponde ao afeto nele depositado? Este trabalho procura examinar a relação tumultuada de Frida Kahlo com seu marido Diego Rivera, que tomava um lugar central na vida da pintora e se caracterizava por experiências repetidas de dor. Ela sentia que ele representava “mais que sua própria pele”, como se esperasse reproduzir através da ligação com ele o sentimento de fusão inicial que um bebê estabelece com sua mãe nos primórdios de sua vida. O que se repetia, no entanto, era o fracasso em construir um elo primitivo suficientemente bom, que lhe faltou na sua relação inicial com a mãe. A tenacidade com que ela mantinha a ligação com Diego podia estar baseada em uma tentativa de dominar a situação traumática, ou ainda em uma forma de manutenção do elo com a “mãe morta”, a mãe ausente e deprimida. Por meio da pintura e de seus autorretratos, Frida Kahlo podia ser “mãe de si mesma”, e encontrava um canal criativo para lidar com suas emoções e sua dor.

Palavras-chave : Frida Kahlo; Diego Rivera; Paixão; Relações amorosas; Ferida narcísica; Patologia do elo amoroso.

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